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APG 24 É LEGAL? OBJETIVOS • Compreender a classificação, epidemiologia, a clínica e o manejo do aborto • Conhecer as técnicas de aborto • Entender a legislação do aborto ABORTAMENTO DEFINIÇÃO: O aborto é a expulsão de feto pesando menos de 500 g ou com menos de 20 semanas de gestação. Podendo ser espontâneo ou provocado, precoce (até 12s) ou tardio (12-20s) (OMS 1976). EPIDEMIOLOGIA • Cerca de 75% dos ovos fertilizados são abortados antes do atraso menstrual. • Em gestações diagnosticadas clinicamente, 10% há aborto espontâneo antes de 12 semanas. FORMAS CLÍNICAS AMEAÇA DE ABORTAMENTO gravidez complicada por sangramento antes de 22 semanas. Hemorragia: É o elemento mais comum e costuma ser o primeiro a revelar distúrbios na evolução da gravidez. De modo geral, o fluxo sanguíneo na fase de ameaça é menor do que na interrupção inevitável. Os sangramentos precoces, de longa duração, escuros e do tipo “borra de café” são considerados mais sérios. Aproximadamente 30% das gestações apresentam sangramento no 1° trimestre, e metade delas resultam em aborto. Dores: Precedem, acompanham e geralmente sucedem a hemorragia. São provocadas por metrossístoles fugazes e intermitentes. Contrações regulares, como as do trabalho de parto, espelham processo irreversível. Deve ser lembrado que o abortamento, muitas vezes, é precedido pela morte do embrião, e as perdas sanguíneas e as cólicas, antes de constituírem ameaça, anunciam interrupção inevitável. Exame físico: • sangramento vaginal em pequena quantidade, acompanhado ou não de dor em região hipogástrica. • Colo uterino fechado e tam. do útero compatível com a idade gestacional. • US: atividade cardíaca do feto, se inferior a 6 semanas, SG regular. Hematoma subcoriônico (4-40% dos casos de ameaça de abortamento) Tratamento: • Repouso relativo, não tendo fundamento a obrigatoriedade de acamar-se. • O coito deve ser proibido enquanto perdurar a ameaça • Tranquilizar a gestante, sem, contudo, exibir demasiado otimismo (metade aborta); consumada a interrupção, mostrar não haver, em geral, tendência a repetição • Administrar antiespasmódicos e analgésicos nas pacientes com cólicas • A progesterona vaginal não está recomendada no abortamento esporádico. Figura 19.2 Hematoma subcoriônico. SG, saco gestacional; H, hematoma. ABORTAMENTO INEVITÁVEL Clínica: sangramento de cor viva em maior quantidade e presença de embrião e decídua ao exame do material eliminado • Raro após as 8 semanas • A partir de 8 semanas o processo de abortamento adquire características de trabalho de parto • O episódio é, quase sempre, precedido por período de ameaça de abortamento Exame físico: • vol. Uterino correspondente à idade gestacional (exceto em morte antiga do ovo). • Colo uterino permeável, notando-se as membranas herniadas pelo orifício externo. QUADRO CLÍNICO INCONFUNDÍVEL, DISPENSA EXAMES COMPLEMENTARES. Tratamento: depende da idade gestacional Abortamento precoce: expectante, médico ou cirúrgico. Expectante: • Até 8 semanas • Consegue a expulsão completa em até 80% dos casos. Critério comumente utilizado para atestar a expulsão completa é a ausência de SG e a espessura do endométrio < 30 mm. Tratamento médico: • Para pacientes que querem encurtar o tempo de expulsão, mas preferem evitar o esvaziamento cirúrgico. • Feito com misoprostol 80 microgramas via vaginal, repetindo a dose se necessário. (análogo à prostaglandina E1) • A paciente deve ser aconselhada de que o sangramento é mais intenso que o menstrual, potencialmente acompanhado de cólicas, e que a cirurgia poderá estar indicada se a expulsão não for completa. Tratamento cirúrgico: • Mulheres que se apresentam com hemorragia, instabilidade hemodinâmica ou infecção devem ser tratadas urgentemente pelo esvaziamento uterino. • Até 12 semanas são procedimentos de escolha a dilatação seguida de aspiração a vácuo ou de curetagem • A aspiração é superior à curetagem Eficácia e complicações: A eficácia do esvaziamento uterino cirúrgico no abortamento precoce é de 99%. A hemorragia e a infecção podem ocorrer em todos os tipos de tratamento. Nessas condições, está indicado o antibiótico profilático: doxiciclina, 200 mg por via oral (VO), 1 h antes do procedimento cirúrgico ou, alternativamente, cefalosporina de primeira geração (cefalotina ou cefazolina 2 g por via intravenosa [IV]). O benefício da profilaxia antibiótica para o tratamento médico do abortamento precoce é desconhecido. Aconselhamento: • Abstenção sexual por 1 a 2 semanas após a expulsão completa do ovo no abortamento precoce, a fim de evitar infecção, embora não haja comprovação de sua eficácia. • Anticoncepção hormonal e dispositivo intrauterino (DIU), mesmo após o tratamento cirúrgico, podem ser utilizados imediatamente após o abortamento precoce, desde que não haja suspeita de abortamento séptico • Mulheres Rh-negativo não sensibilizadas deverão receber a imunoglobulina Rh (300 μg) imediatamente após o tratamento cirúrgico do abortamento precoce e dentro de 72 h do tratamento expectante ou do médico. Não há nenhuma investigação proposta até que ocorra o segundo abortamento precoce Abortamento tardio (após 12 semanas): O ovo está muito desenvolvido, e a cavidade uterina, volumosa. Por serem suas paredes finas e moles, o esvaziamento instrumental torna-se perigoso. A expulsão é acelerada pela administração de ocitocina em grandes doses: perfusão venosa de solução de 10 unidades em 500 mℓ de lactato de Ringer ou misoprostol, por via vaginal, 400 μg a cada 4 h. Eliminado o ovo, e se a expulsão não foi completa, o remanescente é extraído com pinça adequada. ABORTAMENTO COMPLETO • É frequente até 8 semanas • Considera-se abortamento completo quando, após a expulsão do ovo, cessam as cólicas e o sangramento reduz-se a perdas muito discretas. Só a evolução do caso confirma o diagnóstico. Ultrassonografia: • Útero vazio é a indicação certa de abortamento completo • Ecos intrauterinos centrais e escassos ou moderados podem representar coágulos sanguíneos, decídua, glândulas endometriais e placenta. Abortamento completo ABORTAMENTO INCOMPLETO Quadro clínico: Está relacionado com a eliminação parcial do ovo, que causa hemorragia persistente e é terreno propício à infecção • É comum após as 8 semanas • O sangramento não cessa, é intermitente, pode ser intenso, e ocorre porque os restos ovulares impedem a contração uterina adequada. As cólicas persistem. Exame físico: O útero, amolecido, tem volume aumentado, mas o escoamento do líquido amniótico e, comumente, do feto reduz suas dimensões, que não são as previstas pela idade da gravidez. O colo está entreaberto. US: Massa focal ecogênica caracteriza o diagnóstico de restos ovulares Restos ovulares após abortamento incompleto Tratamento: O melhor tratamento para o abortamento incompleto é o esvaziamento cirúrgico, e nesse particular, a aspiração a vácuo. O tratamento expectante não é o mais indicado. ABORTAMENTO INFECTADO O abortamento infectado sucede, quase sempre, à interrupção provocada em más condições técnicas, mas esta não é sua única origem. Espontâneo ou intencional, há sempre antecedentes que a anamnese esclarece: abortamento incompleto, manipulação instrumental cavitária, introdução de sondas, laminárias, soluções diversas. • Os microrganismos causadores são os existentes na flora normal do sistema genital e dos intestinos: cocos anaeróbios (peptococos, peptostreptococos), E. coli, bacteroides, Clostridium perfringens • Há classificação clínica em: I, II e III 1/ ENDO(MIO)METRITE É o tipo mais comum. A infecção é limitada ao conteúdo da cavidade uterina, à decídua e, provavelmente,ao miométrio. A sintomatologia é semelhante à do abortamento completo ou incompleto. A elevação térmica é pequena (pouco acima de 38°C), e o estado geral é bom; as dores são discretas. Não há sinais de irritação peritoneal, e tanto a palpação do abdome como o toque vaginal são tolerados. Hemorragia escassa é a regra. II/ PELVEPERITONITE Em função da virulência do microrganismo e, sobretudo, do terreno, a infecção progride, agora localizada no miométrio, nos paramétrios e anexos, comprometendo o peritônio pélvico. Todavia, a hemorragia não é sinal relevante. O sangue escorre mesclado a líquido sanioso, cujo odor é fecaloide, com presença de anaeróbios. Se um abortamento incompleto suceder à infecção, como é usual, eliminam-se fragmentos do ovo. A temperatura está em torno de 39°C, e o estado geral está afetado, com taquicardia, desidratação, paresia intestinal, anemia. As dores são constantes e espontâneas. A defesa abdominal está limitada ao hipogástrio e não se estende ao andar superior do abdome. O exame pélvico é praticamente impossível, tal a dor despertada. Feito muito delicadamente, nota-se útero amolecido, mobilidade reduzida e paramétrios empastados. O colo costuma estar entreaberto. III/ PERITONITE Trata-se da forma extremamente grave, da infecção generalizada. As condições da genitália repetem as da forma anterior. Há peritonite, septicemia e choque séptico, decorrentes, em geral, do acometimento por gram-negativos (E. coli), mas também de bacteroides e Clostridium. A infecção por Clostridium piora o prognóstico. Temperatura elevada, mas, nem sempre, pulso rápido, filiforme, hipotensão arterial, abdome distendido, desidratação acentuada, oligúria e icterícia são sinais gerais. Em outras pacientes, há endocardite, miocardite e subsequente falência do órgão. Tromboflebite pélvica e embolia pulmonar podem ser encontradas. São comuns abscessos no fundo de saco posterior, entre as alças e o epíploo, retroperitoneais, sub-hepáticos e subdiafragmáticos. TRATAMENTO São concomitantes ao esvaziamento uterino: o Anti-infecciosos de largo espectro: • Prescrever inicialmente: clindamicina, 800 a 900 mg IV de 8/8 h + gentamicina, 240 mg/dia em 100 mℓ de solução de NaCl a 0,9% em infusão venosa por 30 min. Se não resolver em cerca de 24 a 48 h, deve-se associar ampicilina, 1 a 2 g IV de 6/6 h • Após 48 a 72 h afebril: amoxicilina, 500 mg por via oral (VO) de 8/8 h, durante 7 a 10 dias o Ocitócicos: Ocitocina, derivados ergóticos o Sangue, solutos glicosados ou salinos, lactato de Ringer, em função de anemia, desidratação, condições circulatórias, depleção de eletrólitos o Nos casos graves com choque séptico, deve-se seguir o tratamento de choque. o Na peritonite, os abscessos devem ser drenados pelo fundo de saco posterior ou pela via alta, dependendo da localização. O diagnóstico ultrassonográfico dos abscessos resolve controvérsias sobre sua sede e extensão. o Na infecção causada por Clostridium, está indicada, por vezes, a histerectomia total com anexectomia bilateral, sendo inoperante o esvaziamento. ABORTAMENTO RETIDO O útero retém o ovo morto por dias ou semanas • Após a morte fetal pode ou não haver sangramento vaginal • US não apresenta BCF se o embrião tiver mais de 7mm ou não apresenta o SG Nas retenções prolongadas do ovo morto (mais de 4 semanas), os distúrbios da hemocoagulação constituem a complicação mais temida. Chama-se ovo anembrionado o tipo de abortamento retido no qual a ultrassonografia não identifica o embrião, estando o SG ≥ 25 mm. IMAGEM: Ovo anembrionário O diagnóstico definitivo de abortamento retido deve ser sempre confirmado por duas ultrassonografias espaçadas de 7 a 10 dias. Tratamento: conduta expectante e médica (misoprostol). Intervenção cirúrgica (90%) ABORTAMENTO HABITUAL O abortamento habitual ou recorrente é definido como a perda de duas ou mais gestações. (2013) ETIOLOGIA: FATORES EPIDEMIOLÓGICOS O abortamento habitual, definido como duas ou mais interrupções, afeta cerca de 5% dos casais tentando conceber; para três ou mais interrupções, a incidência é de 1%. A idade materna e o número de abortamentos anteriores são dois fatores de risco independentes para uma nova interrupção. A idade materna avançada está associada a declínio tanto no número como na qualidade dos oócitos remanescentes. A idade paterna também tem sido reconhecida como fator de risco. ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS Em aproximadamente 5% dos casais com dois ou mais abortamentos recorrentes, pelo menos um dos parceiros, especialmente a mulher, é portador de anomalia estrutural balanceada, na maioria das vezes, uma translocação. Muito embora os portadores de translocações balanceadas sejam fenotipicamente normais, a perda fetal ocorre porque a segregação durante a meiose resulta em gametas com duplicação ou falta de segmentos nos cromossomos. Além da incidência maior de abortamento, essas gestações carreiam risco de crianças malformadas. A cada gestação, a chance de abortamento é de 20 a 30%, às vezes de 50%. Isso significa que cerca de dois terços dos casais com translocação balanceada e abortamento recorrente têm recém-nascidos normais na gestação seguinte. SÍNDROME ANTIFOSFOLIPÍDIO A síndrome antifosfolipídio (SAF) talvez seja a causa mais importante de abortamento habitual. A SAF refere-se à associação entre anticorpos antifosfolipídio e trombose vascular ou prognóstico adverso na gravidez. Dos abortamentos habituais, 3 a 15% são causados por SAF. Mulheres com abortamento recorrente por SAF, sem tratamento, têm chance de apenas 10% de feto vivo. DOENÇAS ENDÓCRINAS Estão relacionadas: deficiência luteínica, hipotireoidismo (doenças autoimunes – Hashimoto) e síndrome do ovário policístico (SOP). A tireoidite de Hashimoto é 10 vezes mais frequente em mulheres do que em homens e está associada aos anticorpos antitireoperoxidase (anti-TPO) e antitireoglobulina (anti-Tg). A SOP é uma síndrome metabólica que envolve ovário policístico, disfunção ovariana, androgenismo e resistência à insulina, incidindo em 5 a 7% das mulheres em idade de conceber. Já o ovário policístico (OP) é uma entidade discreta, vista em 15 a 25% das mulheres com ciclos regulares ovulatórios, representando uma forma leve de hiperandrogenismo ovariano, também associada a maior resistência à insulina. Segundo algumas instituições de referência, todas essas doenças teriam associação elusiva com o abortamento habitual (ACOG, 2001; ASRM, 2008; Royal College of Obstetricians and Gynaecologists [RCOG], 2011; Sociedade de Endocrinologia dos Estados Unidos, 2013). Todavia, a Sociedade de Endocrinologia (2012) refere que mulheres com anti- TPO positivo e hipotireoidismo (hormnônio tireoestimulante [TSH] > 2,5 mUI/ℓ) têm indicação de levotiroxina para tratar o abortamento habitual (outros referem que o nível de TSH deva ser > 3,0 mUI/ℓ no 2o e no 3o trimestre). FATORES ANATÔMICOS • MALFORMAÇÕES UTERINAS: Têm incidência de 10 a 15% no abortamento habitual. As malformações uterinas deformam a cavidade uterina e prejudicam o desempenho reprodutivo, acentuando a incidência de abortamentos, parto pré-termo, crescimento intrauterino restrito (CIR), ruptura uterina e apresentações anômalas. A insuficiência cervical está frequentemente associada aos defeitos congênitos uterinos, o que explica por que o útero arqueado, a malformação mais leve, também ocasiona mau prognóstico obstétrico. O útero septado é o de pior prognóstico em virtude da má vascularização do septo. • INSUFICIÊNCIA CERVICAL: Determina, tipicamente, abortamentos de 2o trimestre. o O termo insuficiência cervical é utilizado para descrever a incapacidade do colo uterino em reter o produto da concepção no 2° trimestreda gravidez, na ausência de sinais e sintomas de contrações e/ou parto o 1: 1000 partos. o Representa 8 % dos abortamentos habituais A dilatação cervical com herniação das membranas visualizadas ao exame especular configura o quadro de insuficiência cervical aguda. Tratamento: cirúrgico: cerclagem • Cerclagem vaginal: Shirodkar e McDonald Operação de Shirodkar para o tratamento da insuficiência cervical durante a gravidez. A. Incisão anterior da mucosa vaginal na altura do orifício interno da cérvice. B. Bexiga descolada. C. Pequena incisão posterior da mucosa vaginal. D. A agulha de Deschamps, ou de modelo semelhante, é introduzida sob a mucosa, da porção anterior para a posterior; pela extremidade fenestrada é amarrada à fita cardíaca. E. A retirada da agulha traz a fita cardíaca, que contorna a metade da região cervical. F. Repete-se a manobra do outro lado, fixada a agulha à outra extremidade da tira. G. Retirada a agulha, toda a região cervical é circundada pela fáscia. H. Um ou dois pontos fixam a tira, ancorando-a na porção posterior. I Técnica de McDonald para a cura cirúrgica da insuficiência cervical durante a gravidez. Sutura em bolsa, à altura da junção cervicovaginal, com fio Ethibond 5 • Cerclagem transabdominal Cerclagem transabdominal (esquemática). A. Anatomia da região. B. Fita cardíaca pela zona avasculada, mostrando-se esboçado o nó de aproximação • MIOMAS: Os miomas que distorcem a cavidade intrauterina podem determinar abortamento habitual de 2o trimestre. EXAMES DIAGNÓSTICOS • Cariótipo do casal • Avaliação citogenética no material de abortamento • USG transvaginal 3D • Dosagem de TSH e anti-TPO • Dosagem de testosterona livre/ total Não se consegue reconhecer a causa de mais de 50% dos casos de abortamento habitual. Tratamento: • Fertilização in vitro (FIV) com diagnóstico pré- implantação (DPI) nas alterações cromossômicas do casal • Na insuficiência luteínica, deve-se administrar progesterona vaginal, 200 mg/dia, 2 a 3 dias após a ovulação, até a transferência luteoplacentária entre 7 e 9 semanas • Administração de levotiroxina no hipotireoidismo (Hashimoto), desde que o TSH esteja > 2,5 mUI/mℓ • Redução de peso e metformina na SOP. Uma vez confirmada a gravidez, a metformina pode ser retirada na SOP (American Diabetes Association [ADA], 2017) • Administração de heparina e ácido acetilsalicílico (AAS) infantil na SAF (70% de tratamento bem-sucedido) • Resecção histeroscópica no útero septado e no mioma intracavitário. O casal com abortamento habitual de causa inexplicável deve ser confortado, comunicando-lhe a chance de êxito de 70% em uma próxima gravidez (ASRM, 2012). Antes de uma nova concepção, recomendam-se: mudança no estilo de vida com exercícios moderados e perda de peso, suplementação de ácido fólico, cessação do tabagismo, moderação no consumo de cafeína e de álcool. LEGISLAÇÃO ABORTO CONSEQUÊNCIAS DO ABORDO CLANDESTINO Por ser considerado crime previsto de reclusão, muitas mulheres procuram clínicas clandestinas que apresentam condições precárias e profissionais sem a qualificação necessária para conduzir o procedimento. Por isso, a prática realizada fora do ambiente hospitalar e nas condições descritas acima é responsável por cerca de pouco mais de 70 mil mortes de mulheres ou lesões permanentes por ano em todo o mundo. Mesmo sendo considerada crime em muitos países, a prática do aborto totaliza aproximadamente 44 milhões anuais.
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