Buscar

Miíase: Infecção por Larvas de Mosca

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

MIÍASE:
· Significa doença das MOSCAS. 
· Representa a infecção dos tecidos do homem pela presença de larvas de mosca.
· A maioria das moscas causadoras de miíases pertence às superfamílias Muscoidea e Oestro-idea comuns do interior das casas, com Musca domestica e as varejeiras (Calliphoridae), que apresentam tórax e abdome metalizado.
CLASSIFICAÇÃO DAS MIÍASES: 
Pelo tipo de desenvolvimento larval nos tecidos:
1. Primárias ou obrigatórias:
· Estágio larval só se desenvolve sobre tecido vivo;
· As larvas dos agentes de miíase primária ( Dermatobia hominis e Cochliomya hominivorax) são do tipo vermiforme, apresentando-se ápodas e acéfalas. São as que apresentam maior interesse médico, onde ocorrem as maiores intervenções médicas.
· A larva de Dermatobia hominis invade a pele e mucosas íntegras (sem fissuras, porém para o ovinho entrar e se desenvolver deve ter uma abertura, lesoes minimas com pequenas infiltracoes) e produz uma reação inflamatória, de apresentação nodular, denominada vulgarmente de “BERNE”.
· A mosca berneira é habitante das áreas tropicais, do sul do México até a Argentina, tendo distribuição predominante em planícies e planaltos florestados. A distribuição das formas jovens se dá por meio de outros insetos, a miíase pode ocorrer no homem e nos animais em grandes extensões territoriais.
2. Secundárias ou facultativas: 
· Desenvolvimento ocorre sobre tecidos necrosados ou substratos decompostos:
· As miíases secundárias apresentam pouca relevância do ponto de vista de dano físico direto, uma vez que só se desenvolvem em tecidos necrosados. Esta característica promove a recuperação de tecidos lesados (liberam substâncias com efeito bacteriostático e bactericida → podendo recuperar tecidos lesados). 
· Outra utilização indireta é na avaliação do tempo de decomposição cadavérica (Medicina Legal), estas larvas se desenvolvem em matéria orgânica em decomposição. A presença e identificação de moscas neste material é importante na avaliação do tempo de decomposição.
3. Acidentais: 
· Tecidos humanos ou animais não representam local adequado ao desenvolvimento larval, tipo corpo estranho. 
· Na miíase acidental, a larva atinge os tecidos vivos de modo casual como, por exemplo, na ingestão de algum alimento contaminado. A larva do inseto não está no local apropriado para se desenvolver, provocando uma intensa reação inflamatória nos tecidos por onde se desloca.
→ COCHLIOMYIA HOMINIVORAX (BICHEIRA):
· As larvas dessas moscas invadem ferimentos preexistentes, destruindo rapidamente os tecidos sadios, recebendo a denominação de bicheira. Atualmente este inseto está restrito à América do Sul.
· Nesta miíase a necessidade de solução de continuidade para estabelecimento larval só facilita a infecção no caso de falta de cuidado com o ferimento (frieira, assadura, fissura).
MECANISMO DE TRANSMISSÃO – BERNE:
· A larva do berne se desenvolve após penetrar na pele ou nas mucosa íntegras. A infecção dos tecidos do homem se dá de forma indireta, por meio de um mecanismo chamado foresia, no qual não há participação direta do agente etiológico (D.hominis). 
· Na foresia (relação harmônica, em que um indivíduo se aproveita do outro para levar algo), a fêmea de D. hominis captura um inseto alado e, sobre o corpo deste, deposita seus ovos. As larvas deixam os ovos ao serem estimuladas pela temperatura e CO2. Esse outro inseto que vai entrar em contato com a nossa pele e instalar a infeccao. 
MECANISMO DE TRANSMISSÃO DA BICHEIRA:
· Na bicheira a infecção dos tecidos ocorre de forma direta, mas somente quando existe solução de continuidade na pele e mucosas.
· As lesões que atraem a ovipostura de C. hominivorax são assaduras, fissuras, frieiras, ulcerações de origem infecciosa como leishmaniose, extração dentária ou outro tipo de trauma com formação de solução de continuidade.
· Varias larvas em uma lesão aberta, com liberação de substância serossanguinolenta
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA:
Classificação clínica:
· Miíase cutânea: 
· As larvas localizam-se exclusivamente na pele, podendo apresentar aspecto furuncular, rampante (galerias subcutâneas) ou ulceroso (ferida);
· Miíase cavitária: 
· Desenvolvem-se no interior das cavidades naturais da cabeça, como ouvidos, olhos, nasofaringe e seios frontais;
· Miíase orgânica: 
· Localizam-se no aparelho urogenital ou digestivo, do estômago ao ânus.
→ DERMATOBIA HOMINIS (BERNE):
· A lesão típica caracteriza-se pelo aspecto furuncular com uma abertura, utilizada pelo inseto para respirar. Alternam-se sensação de prurido e de picada. Um exame atento do orifício furuncular demonstra a movimentação da larva na abertura do orifício. Aparece pus se a larva morre no interior da derme. Alguns pacientes relatam a sensação de movimento no interior da área intumescida.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO – D. HOMINIS:
· Uma única larva no folículo adiposo, caracteriza a infestação. No início pode ser confundida com foliculite pilosa.
· O tratamento é a retirada da larva do tecido e o cuidado adequado do ferimento.
· A apresentação furuncular e o fato de existir somente uma larva por lesão fazem com que a obstrução do orifício respiratório, por algumas horas, promova morte ou expulsão da larva (populares usam toucinho, bacon). Compressão do ferimento pode promover a remoção; é um procedimento doloroso.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO – C.H:
· Nesta miíase ocorre um grande número de larvas em uma lesão aberta, com queixa de desconforto e dor e a liberação de secreção sero-sanguinolenta com mal cheiro.
· Essa miíase geralmente é cutânea, ulcerosa ou cavitária. 
· Entre as opções terapêuticas medicamentosas está o uso de ivermectina, com efeito parasiticida sistêmico e de longa duração (cavitária), nas cutâneas teremos a remoção.
PROFILAXIA:
· Para a infecção por berne a oviposição é acidental e impossível de selecionar o díptero forético. Evitar dormir em céu aberto durante o dia. Usar repelentes. Não precisa tanto de cuidados higiênicos igual na bicheira, pois nesse caso a pele é integra. 
· Para a bicheira deve-se ter cuidado com qualquer tipo de lesão aberta na pele ou mucosa;
· Trocar curativos diariamente, cuidar para evitar escaras crônicas, higiene para evitar assaduras.

Continue navegando