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Sp1- Unidade XVI

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SP1- UM NÚMERO PARA NÃO ESQUECER... 
Objetivos Especifico: 
1- Definir caquexia no paciente adulto. 
 “Síndrome multifatorial, na qual há perda contínua de massa muscular (com perda ou ausência 
de perda de massa gorda), que não pode ser totalmente revertida pela terapia nutricional convencional, 
conduzindo ao comprometimento funcional progressivo do organismo” 
 
• A caquexia é uma síndrome associada à perda de massa celular, reduzida ingestão de alimento, 
diminuição de atividade física e acelerada degradação de proteínas. 
• Esta disfunção metabólica ocorre em muitas doenças crônicas tais como AIDS, câncer, insuficiência 
crônica do coração, falência crônica dos pulmões, cirrose hepática, deficiência renal, artrite reumatoide 
e sepse. 
• O grau de caquexia está inversamente correlacionado com o tempo de sobrevida dos pacientes e 
sempre implica em prognósticos ruins. 
• Os critérios diagnósticos estabelecidos são: perda involuntária de peso superior a 5%, ou 2% (em 
indivíduos já abaixo dos valores esperados de peso, segundo o índice de massa corporal - IMC < 
20kg/m2) ou presença de sarcopenia. 
 Classificação da síndrome 
 
 
O primeiro estágio é definido como aquele no qual, o paciente apresenta perda de peso igual ou superior 
a 5%, anorexia e alterações metabólicas; para inclusão do paciente no segundo estágio, considera-se perda de 
peso igual ou superior a 5%, ou de 2%, com IMC < 20kg/m2, ou sarcopenia acompanhada de perda de peso 
corporal equivalente ou superior a 2%. Referem ainda presença frequente de redução da ingestão e de 
inflamação sistêmica. Finalmente, o terceiro estágio (caquexia refratária) inclui os pacientes com diferentes 
graus de caquexia, mas nos quais há intenso catabolismo e que não respondem ao tratamento anti-câncer. 
Ainda nesse estágio, pacientes com baixo escore de desempenho e sobrevida esperada inferior a três meses 
devem ser incluídos 
Os parâmetros para determinar a inclusão do paciente em cada um dos estágios abrangem a 
determinação da concentração de proteína C-reativa no soro, avaliação da anorexia e fatores correlatos 
(redução do apetite, alterações na percepção gustativa e olfativa, motilidade gastrointestinal reduzida, 
constipação, dor, entre outros), metabólitos indicadores de catabolismo, massa e força muscular 
(dinamometria dos membros superiores), bem como manifestações psicossociais. 
Caquexia no Câncer 
As alterações observadas na caquexia associada ao câncer incluem anorexia, perda de peso, perda e 
atrofia da massa muscular, anemia e alterações no metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas. 
 
Fisiologia 
 
A caquexia é nitidamente uma síndrome sistêmica na qual, a inflamação desempenha papel de grande 
relevância, afetando o metabolismo intermediário e o eixo neuro imuno endócrino. 
Referência: Consenso Brasileiro de Caquexia/ Anorexia. [S. l.]: ABCP- Associação Brasileira de 
Cuidados Paliativos, 2011. 
2-Reconhecer os principais processos consuntivos que acometem o ser humano, associando-os 
com fatores etiológicos relacionados a faixa etária, gênero e condição social, dentre outros. 
A síndrome consumptiva pode também ser encontrada como “Emagrecimento Involuntário” em 
diversas literaturas. Ambos podem ser definidos como o estado patológico resultante de absoluta ou relativa 
deficiência de proteína e energia. Portanto, pense em uma balança na qual em um lado se encontra o gasto de 
energia e do outro o consumo dessa energia. Caso a balança pese mais no gasto de energia, ocorre o 
emagrecimento. 
 
Quando o emagrecimento ocorre de maneira involuntária geralmente está associado a alguma 
patologia, demandando avaliação e tratamento! Para abordar esse tema, devemos dominar alguns conceitos. 
A caquexia é a perda de peso associada à perda de massa muscular, podendo haver ou não perda de gordura. 
É o estado mais grave do emagrecimento. A desnutrição, por sua vez, é a deficiência de nutrientes específicos 
ou globais, associada ou não à perda de peso. A sarcopenia é usualmente uma síndrome geriátrica, 
caracterizada por perda de massa muscular, de força e de desempenho, gerando um déficit funcional no idoso. 
Por fim, a desnutrição energético-proteica (DEP) ocorre por aporte inadequado de energia associado ou não 
ao déficit de proteínas. 
 
Para definição da síndrome consumptiva, devemos ter em mente que tanto o grau de emagrecimento, 
bem como o tempo em que ele ocorreu, devem ser avaliados sempre de acordo com o seu peso basal anterior 
ao quadro de emagrecimento involuntário! Considera-se emagrecimento involuntário se houve perda de > 2% 
do peso basal em 1 semana, >5% em 1 mês, >7,5% em 3 meses, > 10% em 6 a 12 meses. Algumas situações 
devem ser avaliadas de forma específicas, como em idosos, nos quais considera-se síndrome consumptiva em 
perdas maiores que 5% em 6 a 12 meses e em pacientes portadores de anorexia nervosa, nos quais considera-
se emagrecimento involuntário em perdas maiores que 15% em 6 meses 
 
 
Se estima que 15 a 20% de todos adultos com mais de 65 anos terão emagrecimento involuntário se 
acompanhados e observados por um período de 5 a 10 anos. Existem diversas etiologias para a síndrome 
consumptiva, que serão discutidas abaixo. No tocante à epidemiologia devemos nos atentar para as neoplasias 
malignas, a causa mais comum entre elas, ocorrendo em cerca de 15 a 37% dos pacientes com emagrecimento 
involuntário. Em seguida, existem as causas gastrointestinais não malignas e as causas psiquiátricas, ambas 
representando cerca de 10 a 20% do total. Mais de 25% dos casos de emagrecimento involuntário não 
apresentam uma causa definida. 
 
Fisiopatologia 
A perda de peso só ocorrerá se houver uma diminuição do aporte de energia e/ou um aumento do gasto 
energético e/ou a perda de energia por via urinária ou intestinal. Em cada patologia predisponente um desses 
componentes vai predominar, ou eles podem estar associados em uma mesma doença. Cada doença ou grupo 
de doenças associadas ao emagrecimento involuntário possui seu mecanismo fisiopatológico específico, que 
será explicado em seguida. Neoplasias As neoplasias culminam em emagrecimento normalmente secundário 
a anormalidades metabólicas. Devemos lembrar que o câncer é uma doença eminentemente inflamatória, 
portanto há uma grande produção e liberação de citocinas como a TNF alfa, IL-1, IL-6, as quais são 
anorexígenas e geram saciedade precoce. Além disso, podem promover a perda de massa magra, através do 
estímulo aos processos de lipólise e proteólise. O sítio específico acometido pela neoplasia também pode gerar 
mecanismos para o emagrecimento. Em exemplo, cânceres de cabeça e pescoço podem gerar anosmia, 
ageusia, hiporexia, disfagia, bem como em neoplasias do Trato Gastrointestinal (TGI) pode ocorrer náuseas, 
vômitos, diarreia e má absorção intestinal. 
Neoplasias: As neoplasias culminam em emagrecimento normalmente secundário a anormalidades 
metabólicas. Devemos lembrar que o câncer é uma doença eminentemente inflamatória, portanto há uma 
grande produção e liberação de citocinas como a TNF alfa, IL-1, IL-6, as quais são anorexígenas e geram 
saciedade precoce. Além disso, podem promover a perda de massa magra, através do estímulo aos processos 
de lipólise e proteólise. O sítio específico acometido pela neoplasia também pode gerar mecanismos para o 
emagrecimento. Em exemplo, cânceres de cabeça e pescoço podem gerar anosmia, ageusia, hiporexia, 
disfagia, bem como em neoplasias do Trato Gastrointestinal (TGI) pode ocorrer náuseas, vômitos, diarreia e 
má absorção intestinal. 
 
 
Doenças Gastrointestinais: Nesse grupo de doenças, temos como exemplos a úlcera péptica, a doença 
celíaca e as doenças inflamatórias intestinais. Tais patologias podem gerar emagrecimento por dor (durante a 
alimentação, inclusive), disfagia (principalmente em doenças que acometem ao esôfago, como esofagite, 
acalásia), estado inflamatóriosistêmico (semelhante ao abordado no tópico das neoplasias) e perda de 
nutrientes nas fezes (síndromes disabsortivas). A clínica dos pacientes com doenças gastrointestinais pode ser 
caracterizada pela presença de anorexia, dor abdominal, disfagia, odinofagia, saciedade precoce, diarreia, 
esteatorreia ou sangramento crônico do TGI. 
Doenças Neurológicas: As doenças neurológicas mais comumente associadas ao emagrecimento 
involuntário são o Acidente Vascular Cerebral (AVC), Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), Demência e 
Doença de Parkinson. O mecanismo gerador do emagrecimento depende muito de cada patologia e em qual 
nível do sistema nervoso ocorre o acometimento. Porém, de uma forma geral, as doenças neurológicas causam 
muitas sequelas ou déficits neurológicos permanentes, como alteração da cognição, disfunções motoras (tanto 
periférica como central, como alteração do aparelho muscular mastigatório) ou mais comumente a disfagia. 
Simplificando, ocorre uma perda de controle do tônus lingual, do reflexo de deglutição, ocorre um 
enfraquecimento generalizado da musculatura, gerando por fim a disfagia. 
Diabetes Mellitus (DM): Nessa patologia o mecanismo fisiopatológico é um pouco mais peculiar, 
pois há um emagrecimento apesar do apetite preservado e muitas vezes exacerbado! Isso ocorre tanto no 
Diabetes Mellitus quanto no hipertireoidismo. Há um processo de fome celular, estimulando o paciente a se 
alimentar, que gera uma hiperglicemia associada, pois o paciente continua ingerindo os alimentos, mas não 
há sensibilidade à insulina ou insulina circulante para fazer o transporte da glicose para as células, 
permanecendo o paciente nesse ciclo, o que justifica as perdas energéticas abundantes. O quadro clínico 
clássico, portanto, é de polifagia, poliúria e polidpsia. Há perda de glicose e nutrientes na urina (aumento da 
eliminação de urina), levando a uma perda de água (pelo componente osmolar). Essa perda justifica a 
polidipsia (ingestão de água aumentada) e a polifagia (ingestão de alimentos aumentada). Além do mecanismo 
fisiopatológico básico, os pacientes com DM podem vir a emagrecer por um evento secundário, como um 
AVC ou um Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). 
 
Hipertireoidismo: De forma semelhante ao DM, ocorre um estado de hipermetabolismo sistêmico 
pelo aumento do hormônio tireoidiano circulante. Portanto, também se apresenta com um emagrecimento 
apesar do apetite preservado e/ou exacerbado. O quadro clínico que vai nos fazer pensar em hipertireoidismo 
em um paciente com síndrome consumptiva pode envolver sintomas como a hiperfagia, palpitação, tremores 
distais, sudorese quente, insônia, hiper defecação e presença de bócio. 
Transtornos Psiquiátricos: Os transtornos psiquiátricos ocupam uma grande porcentagem das causas 
de perda de peso não intencional, podendo corresponder a 10 a 23% dos casos. Os principais transtornos 
psiquiátricos associados à síndrome consumptiva são a depressão e os transtornos alimentares. A depressão 
possui um emagrecimento multifatorial, onde há uma grande sobreposição de causas. Os transtornos 
alimentares, por sua vez, possuem como mecanismo fisiopatológico a obsessão pelo excesso de peso, gerando 
a diminuição da ingestão alimentar de forma expressiva, um aumento do nível de atividade física até ao 
excesso (vigorexia), pode gerar vômitos provocados pela culpa após cursar com uma compulsão alimentar 
(principalmente na bulimia) e utilização de medicamentos para estimular a perda de peso. 
 
Doenças Infecciosas: As doenças infecciosas crônicas levam ao emagrecimento pelo mesmo 
mecanismo de aumento do estado inflamatório geral já explicado acima. As principais doenças infecciosas 
associadas ao emagrecimento involuntário são a Hepatite C, a Tuberculose e o HIV, sendo o último uma causa 
oculta de emagrecimento muito comum 
Drogas: Drogas psicoativas ou não, como a cocaína, o álcool e o tabaco, agem alterando o centro da 
saciedade, levando a um estado de anorexia durante o uso das substâncias. Pessoas adictas acabam por utilizar 
a substância durante mais tempo, levando a uma diminuição da ingesta alimentar e emagrecimento expressivo. 
O paciente alcoolista crônico troca a grande maioria das suas calorias diárias apenas pelas calorias da bebida, 
gerando um grande déficit nutricional com consequente emagrecimento. 
A maconha ou canabbis pode induzir o emagrecimento em seu processo de abstinência, quando o 
paciente pode cursar com uma síndrome composta por anorexia, emagrecimento, irritabilidade e ocorrência 
de sonhos estranhos. 
Os opioides reduzem tanto o apetite, como a motilidade intestinal e a produção e liberação das 
secreções digestivas, promovendo a perda ponderal em pacientes com abuso de uso dos opiáceos A utilização 
das anfetaminas gera a liberação de catecolaminas a nível pré-sináptico, levando a um aumento expressivo do 
metabolismo basal do paciente. Porém, de forma diferente do que ocorre no hipertireoidismo, o apetite é 
perdido nesse mecanismo. A síndrome de abstinência das diversas substâncias existentes pode gerar também 
um emagrecimento involuntário. O quadro clínico clássico da abstinência alcoólica, chamado de Delirium 
Tremens, é caracterizado pela presença de febre, tremores distais finos, alucinações e anorexia, sintomas com 
base adrenérgica. 
 
Idoso: Deve-se ter em mente que os idosos são uma população em especial, cujas causas comuns de 
emagrecimento podem ser lembradas de forma mais prática através dos “Dez D’s do Emagrecimento no 
Idoso”: Dentição (próteses mal adaptadas, dentes mal cuidados, dor ao mastigar, diminuição do paladar, lesões 
gengivais), Disgeusia (Perda do paladar associada a perda do olfato, anosmia, com a idade), Disfagia, Diarreia, 
Doenças Crônicas, Depressão, Demência (perda progressiva dos instintos de fome e sede), Disfunção (perda 
de entes queridos, condições socioeconômicas precárias, dependência), Drogas, Don’t Know (Não sei – Uma 
boa parte dos pacientes idosos exibem emagrecimento sem uma causa conhecida). 
Quadro Clinico 
Na anamnese do paciente com síndrome consumptiva devemos focar em 3 vertentes, sendo elas: 
caracterização da perda de peso, caracterização do apetite e a presença de sintomas associados. O peso é uma 
medida antropométrica fácil, simples de ser aplicada e barata, que pode auxiliar no processo de entendimento 
do emagrecimento. Existe sinais que demonstram ao médico a perda de peso mesmo que de forma indireta, 
como o uso de roupas largas, fotos antigas ou relatos de familiares. Pacientes com peso estável que está em 
queda progressiva possui um prognóstico pior que pacientes com peso em “flutuação”, quando há perda 
seguida de ganho ponderal intercalados. Deve-se avaliar o apetite do paciente de acordo com duas vertentes: 
se há uma diminuição do apetite e da ingesta alimentar associada ao emagrecimento ou se o apetite está 
preservado e até aumentado, apesar da perda ponderal. Deve-se questionar hábitos alimentares anteriores e 
atuais, bem como a relação do paciente com a comida, se há apetite, se há compulsão alimentar, se há vômitos 
provocados após as alimentações, sua percepção da própria imagem corporal, entre outros fatores que podem 
direcionar a investigação da síndrome consumptiva. O ponto mais importante da anamnese, entretanto, é a 
avaliação dos sintomas associados apresentados pelo paciente com emagrecimento involuntário. 
 
A febre é um importante sintoma relacionado à perda ponderal, que pode estar presente em quadros 
inflamatórios, como infecções, quadros neoplásicos, reumatológicos, de doença inflamatória intestinal e de 
outras doenças sistêmicas, como Insuficiência Cardíaca (IC), Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), 
Insuficiência renal (IR), dentre outras. Podem ter outras causas menos comuns não inflamatórias, como causas 
mecânicas, psíquicas e por abuso de substâncias ou síndrome de abstinência. O exame físico do paciente pode 
demonstrardiversos sinais de síndrome consumptiva, inclusive através da observação. Imagine um paciente 
que entra em seu consultório com fácies emagrecida e utilizando de roupas largas, isso já deve criar um alerta 
para investigação ponderal adequada em seu exame físico! Podemos observar a perda de massa magra em 
conjunto com a atrofia muscular nesses pacientes, bem como a presença de descamação cutânea, queilite 
(ressecamento, rachaduras e lesões avermelhadas em lábios) e unhas fracas e quebradiças. Com relação ao 
peso, deve-se observar a duração da perda de peso e a sua relação com o peso anterior (basal). De dados 
antropométricos, também é pertinente a aferição de altura e IMC, para que se possa observar o grau de 
magreza. 
 
Diagnóstico 
Sabemos que a anamnese e o exame físico completos e detalhados levam a percepção da causa do 
emagrecimento involuntário em até 90% dos casos. Feito uma hipótese de diagnóstico etiológico, a pesquisa 
laboratorial deve ser direcionada para a causa específica. Se a sua anamnese e exame físico não foram 
elucidativas o suficiente para criar uma hipótese diagnóstica, a avaliação e pesquisa laboratorial pode ser 
elaborada em duas etapas. A primeira etapa é a investigação de inflamação, através de hemograma 
(leucograma), PCR, VHS. Se houver uma carga inflamatória elevada, aumenta-se a suspeição sobre neoplasias 
e doenças sistêmicas crônicas. A segunda etapa é pautada pela pesquisa etiológica específica, tentando criar 
um direcionamento de acordo com algum sintoma ou achado laboratorial da primeira etapa. A pesquisa de 
doenças sistêmicas é feita através de exames que, além avaliar o estado sistêmico em geral do indivíduo, 
também vai observar se há um estado inflamatório. Deve-se solicitar VHS, bioquímica sérica, hemograma, 
enzimas hepáticas, albumina, TSH, urina tipo I. Com relação à pesquisa de etiologias específicas, pode-se 
solicitar a pesquisa de sangue oculto nas fezes, mamografia, Papanicolau, PSA, Endoscopia digestiva Alta 
(EDA), colonoscopia, entre outros exames que possam melhor direcionar para uma suspeita. 
 
Referências: Antonio Vaz De Macedo, Manoel Otavio da Costa Rocha. Avaliação e tratamento da 
perda de peso involuntária e significativa. Rev Med Minas Gerais 2010; 20(1): 115-123 
Gupta, R; Evans, Arthur T. Approach to the patient with unintentional weight loss. 
Lee Goldman, Dennis Ausiello. Cecil Medicina. 23ª Ed., Rio de Janeiro, Elsevier, 2011. 
Lucio Vilar. Endocrinologia Clínica. 6ª Ed, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016 
 
 
 
 
3-Relacionar as manifestações clínicas possíveis da síndrome da caquexia. 
As manifestações clínicas da síndrome incluem anorexia, alterações no paladar, astenia, fadiga, 
exacerbada perda de peso involuntária (massa gorda e magra), perda da imuno competência, perda de 
habilidades motoras e físicas, apatia, desequilíbrio iônico, anemia, náuseas, e grandes alterações no 
metabolismo de proteínas, carboidratos e lipídios. 
A fadiga é o sintoma de maior prevalência, atingindo 74% dos pacientes, seguida por perda de apetite 
(53%), perda de peso (46%), modificações na percepção de sabor, vômito e saciedade precoce (entre 20% e 
23%). Concomitantemente, há alteração no perfil hormonal plasmático e reduzida atividade de hormônios 
anabólicos, bem como disfunção hipotalâmica 
A perda de peso e de apetite são normalmente os primeiros sintomas percebidos pelo paciente. No 
momento do diagnóstico, entre 54% e 70% dos pacientes relatam redução involuntária do peso. 
Diferentemente do que se observa no jejum, pacientes caquéticos perdem massa gorda e magra de forma 
similar. Contudo, as recentes tentativas de definição da síndrome consideram que a caquexia está associada à 
espoliação de massa magra, em concomitância ou não, à perda de massa gorda. 
 
OBS: A perda de massa magra envolve a perda de proteínas não só a partir da musculatura esquelética, 
mas também da cardíaca, resultando em alterações da função do coração. A depleção da proteína muscular 
constitui um aspecto de grande relevância, pois envolve não apenas o tecido muscular esquelético como 
também proteínas cardíacas, o que resulta em alterações importantes no desempenho cardíaco dos pacientes. 
Referência: Consenso Brasileiro de Caquexia/ Anorexia. [S. l.]: ABCP- Associação Brasileira de 
Cuidados Paliativos, 2011. 
 
4-Caracterizar o processo de diagnóstico diferencial da caquexia, utilizando-se de dados clínicos 
e de exames complementares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5-Descrever um algoritmo de investigação diagnóstica (utilizando a regra mnemônica dos 
“9Ds”). 
Durante investigação etiológica de síndrome consumptiva, é necessário perguntar ao paciente sobre 
seu apetite, atividade física, como é o padrão da perda de peso (flutuante ou estável), por quanto tempo vem 
perdendo peso e se a perda é voluntária ou involuntária. Sendo assim, como auxílio no raciocínio diagnóstico, 
Robbins publicou regra mnemônica que consiste em nove “D”s de causas de perda de peso nesta população: 
• Dentição: alteração na cavidade oral 
• Disfagia 
• Distúrbio do paladar (Disgeusia) 
• Diarréia 
• Depressão 
• Doença crônica 
• Demência 
• Disfunção (física, cognitiva e psicossocial) ou dependência. 
• Drogas 
• Don´t know (inclusão nos 10 D’s) 
Outra regra mnemônica para lembrar-se dos diagnósticos diferenciais para perda de peso é MEALS 
ON WHEELS: 
• Medication: medicamentos 
• Emotional problems: problemas emocionais, principalmente depressão 
• Anorexia nervosa, alcoolismo 
• Late Life: paranoia 
• Swallowing: deglutição 
• Oral factors: fatores orais 
• No Money: problemas financeiros 
• Wandering ou comportamentos alterados 
• H: hiper/hipotireoidismo, hiperparatireoidismo, hipoadrenalismo 
• Enteric problems: problemas entéricos 
• Eating: problemas para se alimentar sozinho 
• Low salt, low cholesterol: dieta sem gordura e sal 
• Stones, social problems: problemas sociais 
6-Compreender as medidas terapêuticas da caquexia. 
• A abordagem do paciente que se apresenta com perda de peso significativa fundamenta-se, sempre que 
possível, na correção do(s) fator(es) causal(is). 
• As modalidades de suporte nutricional são constituídas pela nutrição enteral, parenteral (central ou 
periférica) e por gastro ou jejunostomia. Várias drogas promovem o aumento no apetite e ganho de 
peso. Podem ser divididas em: 
➢ Agentes orexígenos: corticosteroides (dexametasona, metilprednisolona); progestágenos (acetato de 
megestrol, acetato de medroxiprogesterona); dronabinol (marinol); antagonistas da serotonina 
(ciproheptadina); tetrahidrocanabinol; antidepressivos tricíclicos. 
➢ Agentes anabólicos: hormônio do crescimento, fator de crescimento insulina-símile, andrógenos 
(testosterona, diidrotestosterona, análogos da testosterona, oxandrolona); e agentes anticatabólicos - 
anticitocinas dietéticas (ácidos graxos ômega 3); derivados de metilxantinas (pentoxifilina); inibidores 
de gliconeogênese (sulfato de hidrazina); drogas com possível atividade anticitocina (talidomida, 
melatonina). 
• As possibilidades terapêuticas para a doença de base são restritas, com atenção especial para a 
melhoria das condições gerais do doente, respeitandose sempre o limite terapêutico e tendo como 
princípio a qualidade de vida do paciente. 
• Progestágenos: Medicamentos de primeira linha para o tratamento da caquexia tumoral. Estudos 
prospectivos controlados e randomizados evidenciam o benefício do uso de acetato de megestrol e 
acetato de medroxiprogesterona na síndrome caquexiaanorexia. São fármacos sintéticos derivados da 
progesterona. O acetato de megestrol apresenta eficácia superior quando comparado com outras 
classes. 
• Apesar do surgimento de vários medicamentos para o tratamento da síndrome da caquexia/ anorexia, 
somente os glucocorticóides e os agentes progestacionais têm mostrado algum benefício no tratamento 
no tratamentopaliativo. A dexametasona deve ser considerada em tratamentos de dias a semanas. Para 
pacientes com maior expectativa de vida, o megesterol é mais apropriado. 
Referência: Avaliação e tratamento da perda de peso involuntária e significativa 
7-Conceituar a síndrome do idoso frágil e suas repercussões na qualidade de vida das pessoas 
susceptíveis. 
A síndrome da fragilidade no idoso caracteriza-se pela sua multidimensionalidade, envolvendo o 
declínio de domínios físico, biológico, social e psicológico, que prejudicam as reservas homeostáticas e, por 
conseguinte, aumentam a vulnerabilidade a estressores. E tem antecedentes, atributos e consequentes do 
conceito “síndrome do idoso frágil” 
 
Referência: https://www.scielo.br/j/reben/a/Ydm3XhggdXjhxtpMv8tPLJy/?lang=pt&format=pdf 
 
Segundo Hogan et al. 14,22, a definição de fragilidade pode ser originada de três fontes classificatórias 
distintas: 1) dependência nas atividades de vida diária (AVDs) e nas atividades instrumentais de vida diária 
(AIVDs); 2) vulnerabilidade aos estresses ambientais, às patologias e às quedas, e 3) estados patológicos 
agudos e crônicos. 
Fisiopatologia 
Atualmente, talvez, a expressão mais difundida do conceito de fragilidade seja aquela proposta pelo 
grupo do Centro de Envelhecimento e Saúde da Universidade Johns Hopkins, o qual, em estudos coordenados 
por Fried, definiu a síndrome da fragilidade como uma síndrome de declínio de energia que ocorre em 
espiral, embasado por um tripé de alterações relacionadas ao envelhecimento, composto, 
principalmente, por sarcopenia, desregulação neuroendócrina e disfunção imunológica. 
 Como consequência da diminuição da massa muscular esquelética (sarcopenia) ocorreria a redução 
na captação máxima de oxigênio, da força e tolerância aos exercícios e do gasto energético; ainda, distúrbios 
na termoregulação e aumento na resistência à insulina. A diminuição nos níveis de interleucinas, 
imunoglobulinas e da resposta mitogênica, assim como o aumento na quantidade de células de memória 
imunológica e das interleucinas são consequências da disfunção imunológica associada à síndrome. Por 
último, a desregulação neuroendócrina caracterizaria-se por redução dos níveis de hormônio do crescimento, 
do estrogênio e da testosterona, pelo aumento do tônus simpático e pela desregulação do cortisol. 
 Trata-se de uma síndrome clínica, de natureza multifatorial, caracterizada pela diminuição das 
reservas de energia e pela resistência reduzida aos estressores, condições essas que resultam do declínio 
acumulativo dos sistemas fisiológicos. 
https://www.scielo.br/j/reben/a/Ydm3XhggdXjhxtpMv8tPLJy/?lang=pt&format=pdf
Em publicação mais recente tem um modelo explicativo da fragilidade envolve a descrição de 
trajetórias de variáveis moleculares, fisiológicas e clínicas. A trajetória de mudanças moleculares incluiria 
variações gênicas expressas em estresse oxidativo, perdas mitocondriais, encurtamento de telômeros, danos 
ao DNA e envelhecimento celular, em interação recíproca com doenças inflamatórias. Assim, esse conjunto 
de condições de base genética daria origem a inflamações e à desregulação neuroendócrina, que, em interação 
recíproca, funcionariam como antecedentes para a anorexia, a sarcopenia, a osteopenia, o declínio da função 
imune, défices cognitivos, problemas hematológicos e problemas no metabolismo da glucose. Referência: 
http://bjhbs.hupe.uerj.br/WebRoot/pdf/187_pt.pdf 
8-Reconhecer a importância da atuação multidisciplinar nas doenças consuntivas, bem como o 
papel dos grupos de pacientes no tratamento a longo prazo e na manutenção da qualidade de vida dos 
participantes. 
 O tratamento da síndrome consumptiva é sempre multidisciplinar. O primeiro passo é tratar a causa 
base, sendo a etapa mais importante do tratamento, porque é o que garante ao paciente o retorno do ganho de 
peso. Entretanto, deve-se também realizar uma avaliação psicossocioeconômica, em busca de patologias 
psiquiátrica e causas de cunho psicossociais para o emagrecimento, que possam ser trabalhadas pela 
Psicologia, bem como pela Assistência Social. O restante do tratamento envolve a avaliação bucal e da 
deglutição, que engloba tanto a Odontologia como a Fonoaudiologia e Fisioterapia. Uma avaliação física e 
nutricional elaborada é demandada, para que haja um apoio pelo Nutricionista no processo de reganho do 
peso. A intervenção medicamentosa, por fim, se faz necessária em alguns casos.

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