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Metabolismo do álcool

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CASO CLÍNICO: METABOLISMO DO ÁLCOOL
Um jovem calouro de primeiro ano de medicina, que se alimentara apenas no café da manhã, foi a uma dessas festas noturnas comemorativas da sua entrada na universidade. Lá, ingeriu grande quantidade de bebidas alcoólicas e acabou sendo levado semiconsciente pelos seus colegas ao setor de emergência de um hospital. O médico que atendeu ouviu a história da festa contada por um dos seus colegas e certificou-se que: (a) o paciente estava desfalecido; (b) com temperatura corporal de 35,8ºC (o normal oscila entre 36,2 e 37,2ºC); (c) apresentava hálito alcoólico; e (d) tinha respiração profunda e barulhenta. Coletou então uma amostra de sangue para estimar os níveis de álcool, glicose, lactato e pH.
Em seguida iniciou uma aplicação por via intravenosa de solução salina concentrado 5% de glicose, enquanto aguardava o resultado dos exames laboratoriais. Eles revelaram: álcool = 60mmol.L; 
glicose = 3mmol/L (VR: 4 – 6 mmol/L)
lactato = 6mmol/L (VR: 0,5 – 1,5 mmol/L)
pH = 7,2 (VR: 7,53 – 7,45). 
Com esses dados confirmou ao diagnóstico de acidose metabólica causada por uma intoxicação aguda por álcool, que talvez ainda não necessitasse de diálise peritoneal para eliminar rapidamente o álcool. Recomendou então à enfermagem que o paciente ficasse em observação, recebendo o soro até se recuperar.
Discussão do caso
 
O álcool, ao ser ingerido, é metabolizado no fígado, sofrendo desidrogenação. Essa reação é catalisada pela enzima álcool desidrogenase, dependente de NAD+, encontrado no citosol da célula, que será reduzida para a formação e liberação do NADH. Ao final desse processo, o produto é o acetaldeído que, em seguida, é transformado em acetato, pela enzima acetaldeído desidrogenase, liberando mais uma molécula de NADH pela redução do NAD+. O acetato vai, então, para a circulação, onde participa de outros processos metabólicos.
Dessa forma, há o aumento da quantidade de lactato na circulação do paciente, já que as moléculas de NAD+ que seriam utilizadas no processo glicolítico, foram capturadas para a metabolização do álcool. Como resultado da condição de hipóxia, o piruvato produzido na glicólise segue uma via alternativa, se transformando em lactato, pela oxidação do NADH, liberado pelo NAD+. Logo, os dados do exame do paciente são resultado do acúmulo de álcool no sangue aliada à baixa quantidade de glicose, devido a não ingestão de alimentos.
Figura 1 – Metabolismo do álcool

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