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FARMACOLOGIA DOS ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS INSÔNIA Desordem neurológica caracterizada por: 1. Dificuldade na iniciação do sono 2. Manutenção do sono 3. Despertar precoce 4. Sensação de sono incompleto (narcolepsia) A insônia para ser caracterizada como síndrome tem que apresentar essas 4 características. Insônia Aguda X Insônia Crônica - Agudo: quando esses características acontecem por 3 dias. - Crônica: quando essa insônia dura por mais de 30 dias, com pelo menos 3 eventos. SUBCLASSIFICAÇÃO DA INSÔNIA Ela possui 11 subtipos, mas as mais importantes são: A insônia Psicofisiológica (aquela que você consegue ver alterações no padrão de ondas cerebrais no eletrocefalograma). A insônia paradoxal (o paciente relata ter os sintomas de insônia, mas o encefalograma mostra o comportamento de ondas normal) – maior parte dos pacientes. Insônia Idiopática (é a que acomete principalmente as crianças, com eventos de insônia, mas as causas são desconhecidas) – menos frequente. ANSIEDADE Transtorno caracterizado por excessiva preocupação ou resposta ao medo que interfere no funcionamento normal ou causa extresse significante. É um comportamento normal do organismo, mas em excesso causa esse problema. Síndrome do Pânico Fobia especifica Síndrome do Transtorno de ansiedade generalizada Agorafobia Dessas síndromes, apenas a fobia especifica não pode ser tratada com ansiolíticos, porque a solução é retirar o agente causador. O medo se apresenta de forma fásica, sendo que acontece em um momento e no outro ele se encerra, além disso, ele depende de um estímulo para ser desencadeado. A ansiedade pode se manifestar de forma: Cognitiva: o paciente passa se irritar mais facilmente, Somáticas – são manifestações motoras e fisiológicas (taquicardia e sudorese) Comportamentais – “manias” como roer unhas e aumentar a ingestão de alimentos. Emocionais que são subjetivas, como o medo da rejeição. Fisiologicamente, a ansiedade surge de um estado anormal de funcionamento cerebral através de modificações de sinapses e conexões. BASES NEUROQUÍMICAS DA ANSIEDADE E INSÔNIA A fisiologia da ansiedade é bastante complexa pois é caracterizada por agrupar uma enorme quantidade de estruturas encefálicas e pouco se sabe. Desse modo, a farmacologia contribuiu muito para o entendimento da fisiologia dessas duas manifestações fisiológicas. Há dois mecanismos que buscam explicar esse funcionamento: 1. Sistema cerebral de defesa (luta e fuga): amígdala (iniciar a transmissão do impulso) -> hipotálamo (controlar a secreção de hormônios como resposta ao estímulo) -> matéria cinzenta periquedutal (responsável por eventos somáticos, movimento, como travar a mandíbula em efeito do estresse). É a via mais importante e repleta de receptores que são alvos farmacológicos. 2. Sistema de inibição comportamental: circuito septo-hipocampal (sistema avaliador, ele é ativado quando uma situação foge do normal). • Aumento da função adrenérgica: efeitos somáticos, como taquicardia, diminuição do trato gastrointestinal. • Aumento da função serotoninérgica: efeitos pouco esclarecidos na ansiedade, mas se sabe que ele consegue modular essa resposta. Sendo liberada pelo núcleo da rafe e estabelece função da amígdala (ansiogênica – avisa que temos uma situação de risco) e na substância cinzenta periaquedutal (ansiolítica – evita que você tenha um congelamento em uma situação de pânico). • A redução do GABA: ação inibitória de neurônios serotoninérgica (núcleos da Rafe, amígdala, matéria cinzenta periarquedutal). A redução do GABA permite o aumento na secreção de serotonina e desencadeia os efeitos ansiogênicos. No tratamento de pacientes com ansiedade se utiliza fármacos que inibem a recaptação da serotonina aumentando seu tempo na fenda sináptica, pois em longo prazo ocorre a diminuição da liberação de serotonina pelo receptor de autorregulação e a redução da quantidade de receptores serotoninérgicos, pois eles se tornam “dessensibilizados” a serotonina presente. Desse modo, esses fármacos devem ser utilizados em longo prazo, pois os efeitos iniciais é antigênicos, mas a longo prazo, a serotonina vai perdendo o efeito, devido a uma resposta adaptativa. Para curto prazo é importante utilizar benzodiazepínicos. REGULAÇÃO NEURONAL DO SONO ECG nas fases dos sonos: 4 fases de sono não REM: ondas sincronizadas, e sono REM ondas dessincronizadas de baixa amplitude. Quem controla esse mecanismo é o hipotálamo. Na vigília, as ondas são dessincronizadas e amplas NSQ: núcleo supraquiasmático; POVL: núcleo pré- optico ventrolateral; NR: núcleo da rafe; LC: locus ceruleus; LD: núcleo látero-dorsal; PP: pedículo pontino. Boa parte das classes de fármacos que se utilizam vão interagir na sinapse gabaérgica, que é o neurotransmissor amplamente distribuído no SNC. NEUROTRANSMISSÃO SEROTONINÉRGICA A serotonina nasce do triptofano, sendo metabolizada e acumulada em vesículas. A maioria dos medicamentos de ansiedade e depressão contém triptofano, pois a utilização dele estimularia a liberação da serotonina. Isso tem uma lógica principalmente na depressão, pois acredita-se que nesses casos, ocorre uma dificuldade de liberar serotonina. Receptores serotoninérgicos há 14 subtípos: 5-HTI a/b presentes no neurônio pré-sináptico (receptor de autorregulação inibitório – impedindo a secreção de mais serotonina), 5-HT2 presentes no neurônio pós- sináptico (receptores excitatórios), 5-HT3, 5-HT4. Ainda não se sabe qual tipo de receptor está envolvido na ação da amígdala. Os receptores serotoninérgicos são receptores acoplados a proteína G. NEUROTRANSMISSÃO GABAÉRGICA O GABA é sintetizado pela mitocôndria da glutamina e apresenta receptores de canais iônicos. Sua ação inibitória é causada pela sua resposta ao receptor GABA-A, aumentando a passagens de íons. O receptor de GABA apresenta vários sítio de ligação alostérica (a ligação de outro neurotransmissor “melhora” a ligação do receptor com o GABA, alterando a conformação do receptor, assim, aumenta-se a sensibilidade do receptor). Benzodiazepínicos e barbitúricos podem se ligar ao receptor de GABA, aumentando sua ação. TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS Definição do tratamento: (1) escolha do paciente, (2) disponibilidade do tratamento, (3) custos, (4) comorbidades. Terapia não-farmacológica para ansiedade: Terapia cognitivo-comportamental. (Consegue reverter os sintomas sozinhos e melhorar a resposta aos medicamentos). Além disso, há outras terapias que podem melhorar o tratamento da insônia: terapia de controle de estímulos (retirada de celular e tv antes do sono), terapia de restrição de sono (a partir do momento de que o paciente não consegue mais dormir, ele deve iniciar seu dia assim que acorde, sendo indicada para pacientes com mais de 5 horas de sono), terapia de relaxamento, exercícios físicos, manutenção de higiene de sono (não ingerir bebidas estimulantes ou utilizar a cama para outras atividades). TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA ANSIEDADE E INSÔNIA Ansiolíticos têm como capacidade de reduzir o estado de ansiedade, mas não promove sono. (Sedação) Hipnótico promove o início e manutenção do estado de sono. Todos esses fármacos são depressores do SNC por diferentes vias!! Os estados da depressão do SNC: sedação, hipnose, anestesia e coma. Os barbitúricos são fármacos utilizados para tratamento de ansiedade, porque a dose que promove a sedação é diferente da dose que promove anestesia e de hipsnose e do como. Então, o risco desses pacientes que fazem uso do barbitúrico de entrarem nos outros estágios de depressão do SNC é muito alto. Podendo chegar inclusive a parada respiratória, levando a morte. Geralmente os fármacos hipnóticos e sedativoseles tem o comportamento dose dependente, mas eles não deve ultrapassar estados de anestesia e coma. Temos medicamentos hipnóticos sedativos que são utilizados como pré-anestésicos. Então um medicamento que cause sedação, em uma dose mais alta pode causar hipnose. FARMACOLOGIA DA ANSIEDADE E INSÔNIA São classes de fármacos para efeitos paliativos, não causando a causa base da ansiedade. Desse modo, a terapia cognitivo-comportamental torna eficiente o tratamento de pacientes que sofrem dessa doença. 1. BENZODIAZEPÍNICOS Eles levam esse nome derivado de sua estrutura química, pela presença de um anel benzênico e um anel benzodiazepínico (anel com dois N). Eles são reguladores alostéricos do canal de GABA, aumentando sua afinidade. Seu efeito é dependente da liberação de GABA pré-sinápico. Dessem modo pacientes que tomam uma cartela tentando suicidar não vai ocasionar esse objetivo devido a sua dependência de GABA, pois quem libera o GABA é o neurônio e não o medicamento. No entanto, o seu uso é controlado, mesmo não causando muito efeito prejudicial. Os principais benzodiazepínicos são: Diazepam; Flurazepam; Oxazepam; Clonazepam (Rivotril); Triazolam; Midazolam; Clordizepóxido; Ele atua tanto na ansiedade quanto na insônia, ele é o principal inibidor entre o tálamo e o córtex. O barbitúrico estabelece uma depressão mais acentuada comparada com os benzodiazepínicos, sendo ele a droga de escolha utilizado em países em que eutanásia é permitida. Ele apresenta uma interação muito mais potente com os receptores de GABA, maior sensibilidade em menores concentrações. Além disso, em concentrações elevadas ele pode ser agonista de canais de GABA, podendo ativar o canal sem a presença do mesmo. Os efeitos hipnóticos-sedativos causados pela utilização dos benzodiazepínicos é referente a atuação do gaba, isso porque ele potencializa sua ação. Desse modo, há diminuição das sinapses envolvendo monoaminas (serotonina, noradrenalina e glutamato os quais são excitatórios) excitatórias. Seus efeitos no SNC são de sedação e hipnose dependente da dose, no entanto a farmacocinética de alguns medicamentos pode apresentar indicações para outros mecanismos. No SNC eles não produzem anestesia, devido a sua dependência do GABA, entretanto ele pode induzir amnésia anterógrada (perda da capacidade de memorização). Seu efeito sobre o sono é provocar um sono profundo e restaurador (provoca latência e número de despertares, causando redução do sono NREM e aumento do sono REM), através do prolongamento do sono e aumento do limiar do sono. Esses efeitos no sono tornam essas drogas bastante dependentes, sedo que sua utilização deve ser controlada e reduzida há certo tempo (droga paliativa). Os efeitos respiratórios em doses hipnóticas não causam efeitos respiratórios, no entanto, em doses altas pode causar depressão da função respiratória (ficar atento para pacientes que apresentam DPOC). Os benzodiazepínicos estabelecem interações medicamentosas com outras substâncias, uma delas é o álcool o que interfere em sua absorção e aumenta seu tempo de meia-vida, sendo uma associação de risco. Sua absorção é completa através dos tecidos lipossolúveis, eles sofrem biotransformação (enzima p450) através da conjugação com glicuronídeos e é eliminado na urina. De acordo com sua biotransformação (importante lembrar que todos sofrem) eles são classificados de acordo com sua meia-vida: (1) os de ação curta possuem meia vida menor que 6 horas (midazolam e triazolam); (2) ação intermediária apresenta meia vida de 6-24h (estazolam e temazepam); (3) ação longa meia-vida superior às 24h (diazepam e clonazepam). OS USOS TERAPÊUTICOS: Anticonvulsivante: objetivo de reduzir o surgimento de convulsões durante o dia (deve utilizar medicamentos de longa duração e baixas concentrações). Em pacientes com crise a preocupação é a via de administração, sendo necessária uma administração endovenosa. Hipnóticos: utilizar medicamentos de curta duração em uma dose um pouco elevada. Ansiolítico/sedativo: pacientes que utilizam de forma crônica deve ser utilizado de longa duração e baixas concentrações. Abstinência alcoólica: deve utilizar medicamentos de longa duração e doses moderadas para suprir o efeito que álcool causava. (A retirada do álcool aumenta a excitabilidade do SNC, por isso utiliza-se os benzodiazepínicos para reduzir essa abstinência). TOXIDADE E EFEITOS ADVERSOS Muitas pessoas acreditam que esses medicamentos tenham uma margem de segurança muito estreita, mas na verdade são fármacos seguros, via de regra eles veio substituir os barbitúricos e tem uma margem de segurança boa. No entanto, tem um potencial de desenvolvimento de tolerância alto, e o uso para fins recreativos, por isso são classes controladas. Em termos de toxicidade, o grande problema são aqueles associados ao efeito de prolongamento do sono superior ao tempo habitual de sono desse paciente, levando a uma Sonolência matutina (após acordar), dificultando as atividades diárias simples. Além disso eles podem causar reações alérgicas. Outro problema é a potencialização de efeitos depressores de outras substancias, esses medicamentos sozinhos não conseguem promover uma ativação do GABA, mas quando associado a outros depressores como o álcool, eles podem abaixar o limiar, levando a uma depressão profunda do SNC, podendo levar até ao óbito. Seu uso não é indicado na gravidez, pois ele consegue passar a barreira placentária e ele pode promover depressão no SNC do feto, e no momento do parto ao cessar esse estimulo, pode levar a uma abstinência no neonato. Outro efeitos paradoxixais são os efeitos psicológicos que acomete mais idosos, é quando o paciente desenvolve uma resposta oposta ao esperado pelo medicamento. Nesse caso, eles apresentam sintomas como amnésia, euforia, inquietação, alucinação e desinibição ou controle. Não possuem explicações na sua farmacologia para esses efeitos, por isso seu nome. Em termos de toxicidade aguda, ou seja, quando o paciente utiliza grandes doses, ele acaba sendo mais seguro do que outros medicamentos, levando a um sono prolongado, podendo chegar a um sono profundo e algumas vezes até o coma, mas é mais raro. No entanto, uma ingestão com outros depressores, vai abaixar o limiar de expressão dessas outras drogas o que aumenta o risco desses medicamentos. Entretanto, alguns pacientes tem um risco aumentado ao usar esses medicamentos, como aqueles que tenha DPOC e asma, pois eles já possuem uma capacidade respiratória menor e ao usar benzodiazepínicos, vão possuir um risco maior. Para esses eventos de toxicidade aguda o tratamento é feito com o Flumazenil, que é um antagonista ele se liga ao receptor benzodiazepínico, e evita que o benzodiazepínico se ligue, fazendo uma competição. Ele é um bloqueador do receptor. Consegue reverter estados sedativos de pacientes com uso excessivo de benzodiazepínicos, mas não a depressão respiratória. TOLERANCIA E DEPENDÊCIA Ele vai possuir uma menor incidência comparado a outros sedativos, como os barbitúricos. Caso esse fármaco não seja retirada após alivio ou fim do tratamento, e no uso a longo prazo pode gerar uma dependência. Essa dependência vai ser influenciada pela dose e pelo tipo de benzodiazepínico. Por isso, é necessária uma retirada gradual do medicamento. Os efeitos da abstinência leva a uma irritabilidade, excitação, insônia de rebote. SEDATIVOS HIPNOTICOS NÃO BENZODIAZEPINICOS São agonistas dos receptores benzodiazepínicos, os mais conhecidos são: Zolpidem e Zeleplona. Estruturalmente eles não são da classe dos benzodiazepínicos. Ele promove aumento do tempo de sono, no entanto diminui o sono REM. Vão ter uma receptividade para os receptores benzo centrais,com uma eficácia terapêutica hipnótica, sem insônia de rebote. Não vai possuir efeitos anticonvulsionantes ou relaxantes musculares. Tem também um menor potencial de dependência e tolerância comparados aos BDZ. 2. BARBITÚRICOS Os mais conhecidos são: Fenobarbital (gardenal), Secobarbital, Pentobarbital e Tiopental. A maior aplicação deles são como anticonvulsivantes e indutor de anestesia (sedação). Não já é tão utilizada como um hipnótico-sedativo, sendo substituídos pelos benzodiazepínicos. Eles são derivados do ácido barbitúrico. E vai promover a depressão de todos os tecidos excitáveis. Janela terapêutica: quando administra um fármaco, ele tem que ter uma concentração mínima para fazer efeito, chamada de concentração plasmática mínima efetiva. E temos uma concentração máxima, no qual temos o efeito terapêutico e não uma toxicidade. O índice terapêutico é a distância entre essas duas doses. Se uma droga tem um índice terapêutico baixo ele é mais perigoso. O índice terapêutico dos barbitúricos é estreito, e além disso, com o passar do tempo temos um efeito de tolerância e um abaixamento desse índice terapêutico. EFEITOS NO SNC Ele se liga a um regulador alosterico do receptor do GABA. Só que em altas doses ele vai promover uma ativação do receptor independente de GABA, diferente dos benzodiazepínicos, ou seja, o barbitúrico sozinho pode levar a morte. Produzem todos os estados de depressão do SNC e atua em receptores de GABA pré e pós-sinapticos. Possui um menor efeito ansiolítico comparado aos BZD, pois doses baixas já leva a hipnose. Tem como efeito: prolongar o tempo de sono, diminui a latência do sono e o sono REM, tem uma rápida indução de tolerância e são capazes de promover insônia de rebote após retirada abrupta. No SNP ela é capaz de promover uma depressão na transmissão no gânglio autônomo, pois eles consegue interagir com receptores nicotínicos. Os efeitos sobre os sistema respiratórios e cardiovascular: causam uma depressão respiratória pela inibição de sinapses gabaergicas no bulbo, com doses 3x superiores às hipnóticas. No seu uso como anestésico (Tiopental), os barbitúricos de ação ultracurta, pode responder com um aumento da atividade reflexa respiratória (tosse, espirro...). Em relação aos efeitos cardíacos, as doses hipnóticas não causa alterações cardiovasculares, pode ocorrer uma diminuição dos reflexos cardíacos. Os efeitos hepáticos e no Trato gastrointestinal: diminui a motilidade gástrica por conta do efeito sobre os gânglios autônomos. Em relação ao fígado, vai aumentar a atividade de enzimas de biotransformação, como a enzima citocromo P450, e também o fármaco é eliminado por glicuronidação. Esse mecanismo é responsável pelos efeitos de tolerância a barbitúricos. É um fármaco com boa absorção oral. A sua administração via IM é feita de sais sódicos em músculos de grande volume, como coxa e glúteo, por conta de necrose. A via EV, é usada em estado epilético ou na indução da sedação. Quanto a sua distribuição ele atravessa a placenta e BHE, promovendo depressão dos sinais vitais do feto, por isso é contra indicado em gestantes. Ele acumula em tecido adiposo, podendo ficar reservado lá, além de acumular no leite materno, sendo proibido a lactentes. Quanto a eliminação, é majoritariamente renal e precisam ser conjugados com glicuronídeos. Ele possui uma ampla meia vida de 4 a 5 dias, seu uso a longo prazo causa acumulação e leva a dependência. Ele é um acido fraco. É um fármaco que tem pouco uso como ansiolíticos ou hipnótico-sedativos. Sua utilização é maior como anestésicos, sendo o principal o Tiopental IV (possui rápida distribuição) e possui uma meia vida ultracurta, sendo rapidamente eliminado o que garante uma boa recuperação da anestesia. Sua utilização como anticonvulsivante, o mais utilizado é o Fenobarbital (seletividade anticonvulsivante e ampla meia vida – 24h). TOLERÂNCIA E DEPENDÊNCIA Temos dois tipos de tolerância desenvolvida com os barbitúricos: um do ponto de vista Farmacocinética (quando ele utiliza o fármaco, ele induz enzimas de metabolização, isso vai acarretar que em dias ou semanas já desenvolve essa tolerância farmacocinética, pois o corpo passa eliminar rápido). Já a tolerância farmacodinâmica (com uma alta estimulação gabaergica, diminui a excitabilidade dos neurônios ao GABA, em função desse uso dos barbitúricos, essa resposta acontece em uso continuado por semana/meses). Com isso, o paciente vai aumentando a dose, pois vai ocorrendo a perda do efeito, se aproximando a dose máxima segura, levando a efeitos de toxicação. Além disso, ele tem uma tolerância cruzada com outros depressores do SNC, seja porque tem os mesmo efeitos sobre o gaba ou por também utilizarem as enzimas de degradação. A retirada abrupta não pode ser feita, pois leva a uma perda da estimulação gabaergica, causando a excitação de rebote. EFEITOS ADVERSOS Ocorre uma depressão residual do SNC, com alterações de humor, comprometimento da habilidade de julgamento, das habilidades dinas, causa vertigens, náuseas, vômitos e diarreia. Possui também efeitos paradoxais e reações de hipersensibilidade. A intoxicação por barbitúricos é seguro nas doses utilizadas terapeuticamente. No entanto, o limiar de intoxicação diminui com o uso de outros depressores do SNC. Quando ocorre essa intoxicação, o que se observa é uma profunda depressão do SNC, o paciente fica em estado comatoso, ocorre perda da capacidade respiratória (hipóxia) e uma perda da contratilidade cardíaca. Esses fatore leva a uma queda brusca na pressão do paciente, levando a complicações pulmonares e renais e acaba levando ao óbito. TRATAMENTO DA INTOXICAÇÃO POR BARBITÚRICOS É necessário medidas de suporte das funções vitais. Além disso, faz-se uma lavagem gástrica, uma manutenção do estado hidratado, o que leva ao aumento da pressão, beneficiando a função renal. Outra estratégia é a alcalinização da urina, pois como ele é um ácido fraco, vai deixar ele mais ionizado aumentando a excreção. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSOS Esse fármaco tem interação com quase todas as classes, devido a indução hepática de enzimas do citocromo p450, com eliminação mais rápida de glicocorticoides, varfarina, propanolos, levadopa, vitamina K e hormônios esteroides. 3. INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DA SEROTONINA Citalopram; Fluoxetina; Paroxetina e Sertralina. São fármacos uteis no tratamento de ansiedade e da depressão, pois não promovem a sedação. Seu uso a longo prazo possui uma eficácia semelhante aos BZD sem os efeitos adversos associados a esta classe. Causam um bloqueio do canal serotoninérgico, Aumentando o tempo de ativação dos receptores serotoninérgicos. São fármacos om boa absorção oral, e metabolizados por CYP hepáticos. Além disso, diferente dos barbitúricos, eles promovem uma inibição enzimática, podendo causar interações medicamentosas. Os efeitos adversos é decorrente da estimulação do receptor 5HT2, aumentando a ansiedade no início do tratamento. Também pode causar efeitos colaterais sexuais, com disfunção erétil, anorgasmia e retardo na ejaculação. Podendo ser utilizado para problemas de ejaculação precoce, como uso off-label. Podem causar náuseas, vômitos e diarreias, pois estimulam o receptor 5HT3 periféricos. 4. BUSPIRONA É um medicamento que não possui um mecanismo de ação certo. Mas sabe-se que ele é um agonista parcial de receptores 5HT1 e D2 centrais. Ele promove uma depressão leve no SNC, com efeito ansiolítico mas sem hipnose ou sedação. O seu efeito é tardio, em torno de 1 semana, não é utilizado para controle de crises. Suas vantagens são: não tem efeitos aditivos sobre o álcool, não tem sintomas de tolerância, dependência ou insônia de rebote e não temcomprometimento psicomotor. Os efeitos adversos incluem: taquicardia, nervosismo, desconforto gastrointestinal, parestesia. 5. CÔNGENERES DE MELATONINA Ramelteona e Tasimelteona Esses fármacos são utilizados no tratamento da insônia, pois atuam sobre os receptores da melatonina MT1 (mais importante) e MT2. A melatonina é produzida na pineal, sendo responsável pela manutenção do ritmo circadiano e aumenta seus níveis próximo ao horário de sono. Não possui efeitos de tolerância ou insônia de rebote. 6. BETABLOQUEADORES O propranolol é usado como off label para a ansiedade situacional. Ele reduz sintomas periféricos da situação de ansiedade, como tremor, sudorese, taquicardia, palpitação. Pode causar hipotensão.
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