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CADERNO DO PROFESSOR QUímica E N S I N O M é D I O A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias do País, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei no 9.610/98. * Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas neste material que não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais. Nos Cadernos do Programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho/CEEJA são indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram verificados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados após a data de consulta impressa neste material. Química : caderno do professor. São Paulo: Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI) : Secretaria da Educação (SEE), 2015. il. - - (Educação de Jovens e Adultos (EJA) : Mundo do Trabalho modalidade semipresencial, v. único) Conteúdo: v. único. Ensino Médio. ISBN: 978-85-8312-158-9 (Impresso) 978-85-8312-128-2 (Digital) 1. Química – Estudo e ensino. 2. Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Ensino Médio. 3. Modalidade Semipresencial. I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. II. Secretaria da Educação. III. Título. CDD: 372.5 FICHA CATALOGRÁFICA Tatiane Silva Massucato Arias – CRB-8 / 7262 Geraldo Alckmin Governador Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação Márcio Luiz França Gomes Secretário Cláudio Valverde Secretário-Adjunto Maurício Juvenal Chefe de Gabinete Marco Antonio da Silva Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante Secretaria da Educação Herman Voorwald Secretário Cleide Bauab Eid Bochixio Secretária-Adjunta Fernando Padula Novaes Chefe de Gabinete Ghisleine Trigo Silveira Coordenadora de Gestão da Educação Básica Mertila Larcher de Moraes Diretora do Centro de Educação de Jovens e Adultos Adriana Aparecida de Oliveira, Adriana dos Santos Cunha, Durcilene Maria de Araujo Rodrigues, Gisele Fernandes Silveira Farisco, Luiz Carlos Tozetto, Raul Ravanelli Neto, Sabrina Moreira Rocha, Virginia Nunes de Oliveira Mendes Técnicos do Centro de Educação de Jovens e Adultos Concepção do Programa e elaboração de conteúdos Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação Coordenação Geral do Projeto Ernesto Mascellani Neto Equipe Técnica Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr. e Raphael Lebsa do Prado Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap Mauro de Mesquita Spínola Presidente da Diretoria Executiva José Joaquim do Amaral Ferreira Vice-Presidente da Diretoria Executiva Gestão de Tecnologias em Educação Direção da Área Guilherme Ary Plonski Coordenação Executiva do Projeto Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Gestão do Portal Luis Marcio Barbosa, Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira Gestão de Comunicação Ane do Valle Gestão Editorial Denise Blanes Equipe de Produção Editorial: Carolina Grego Donadio e Paulo Mendes Equipe Editorial: Adriana Ayami Takimoto, Airton Dantas de Araújo, Alícia Toffani, Amarilis L. Maciel, Ana Paula S. Bezerra, Andressa Serena de Oliveira, Bárbara Odria Vieira, Carolina H. Mestriner, Caroline Domingos de Souza, Cíntia Leitão, Cláudia Letícia Vendrame Santos, David dos Santos Silva, Eloiza Mendes Lopes, Érika Domingues do Nascimento, Fernanda Brito Bincoletto, Flávia Beraldo Ferrare, Jean Kleber Silva, Leonardo Gonçalves, Lorena Vita Ferreira, Lucas Puntel Carrasco, Luiza Thebas, Mainã Greeb Vicente, Marcus Ecclissi, Maria Inez de Souza, Mariana Padoan, Natália Kessuani Bego Maurício, Olivia Frade Zambone, Paula Felix Palma, Pedro Carvalho, Polyanna Costa, Priscila Risso, Raquel Benchimol Rosenthal, Tatiana F. Souza, Tatiana Pavanelli Valsi, Thaís Nori Cornetta, Thamires Carolline Balog de Mattos e Vanessa Bianco Felix de Oliveira Direitos autorais e iconografia: Ana Beatriz Freire, Aparecido Francisco, Fernanda Catalão, José Carlos Augusto, Larissa Polix Barbosa, Maria Magalhães de Alencastro, Mayara Ribeiro de Souza, Priscila Garofalo, Rita De Luca, Roberto Polacov, Sandro Carrasco e Stella Mesquita Apoio à produção: Aparecida Ferraz da Silva, Fernanda Queiroz, Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Natália S. Moreira e Valéria Aranha Projeto gráfico-editorial e diagramação: R2 Editorial, Michelangelo Russo e Casa de Ideias Wanderley Messias da Costa Diretor Executivo Márgara Raquel Cunha Diretora Técnica de Formação Profissional Coordenação Executiva do Projeto José Lucas Cordeiro Coordenação Técnica Impressos: Dilma Fabri Marão Pichoneri Vídeos: Cristiane Ballerini Equipe Técnica e Pedagógica Ana Paula Alves de Lavos, Carlos Ricardo Bifi, Elen Cristina S. K. Vaz Döppenschmitt, Emily Hozokawa Dias, Fabiana de Cássia Rodrigues, Fernando Manzieri Heder, Herbert Rodrigues, Jonathan Nascimento, Laís Schalch, Liliane Bordignon de Souza, Maria Helena de Castro Lima, Paula Marcia Ciacco da Silva Dias, Rodnei Pereira, Selma Borghi Venco e Walkiria Rigolon Autores Arte: Roseli Ventrella e Terezinha Guerra; Biologia: José Manoel Martins, Marcos Egelstein, Maria Graciete Carramate Lopes e Vinicius Signorelli; Filosofia: Juliana Litvin de Almeida e Tiago Abreu Nogueira; Física: Gustavo Isaac Killner; Geografia: Roberto Giansanti e Silas Martins Junqueira; História: Denise Mendes e Márcia Juliana Santos; Inglês: Eduardo Portela; Língua Portuguesa: Claudio Bazzoni, Giulia Murakami Mendonça e Kátia Lomba Brakling; Matemática: Antonio José Lopes; Química: Olímpio Salgado; Sociologia: Dilma Fabri Marão Pichoneri e Selma Borghi Venco Gestão do processo de produção editorial Fundação Carlos Alberto Vanzolini CTP, Impressão e Acabamento Imprensa Oficial do Estado de São Paulo É com muita satisfação que a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, apresenta o Caderno do Professor do Programa EJA – Mundo do Trabalho para os Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos (CEEJAs), que atende a uma antiga demanda dos educadores e da sociedade: a de uma proposta pedagógica que reconheça as especificidades dessa modalidade de ensino. Este material tem o objetivo de estabelecer um diálogo com você, professor, visando apoiar, subsidiar e ampliar as possibilidades de construção do conheci- mento junto aos estudantes, e auxiliar na articulação dos conteúdos propostos em cada disciplina, tendo como eixo norteador o mundo do trabalho. O intuito é colaborar na organização do processo tanto de ensino quanto de aprendizagem, ajudando a contextualizar as temáticas propostas. Os aponta- mentos, as indicações e as orientações gerais aqui apresentados pretendem fomentar seu trabalho de orientação dos estudantes e de planejamento e reali- zação das oficinas, podendo ser aprimorados e complementados. Desejamos que este Caderno do Professor contribua com seu trabalho! Secretaria da Educação Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologiae Inovação Caro(a) professor(a) 7 Apresentação 9 A escolarização de jovens e adultos no Brasil e no Estado de São Paulo 11 Princípios e concepções do Programa 14 O mundo do trabalho como eixo integrador Levantamento de conhecimentos prévios Problematização e contextualização Orientação de estudos na Educação de Jovens e Adultos Por que aprender a ler textos longos e difíceis? Conhecendo o Caderno do Professor 20 Conhecendo o Caderno do Estudante 22 Os vídeos do Programa 29 Química 31 Orientações gerais 32 Volume 1 36 Volume 2 55 Volume 3 78 Roteiros para exploração dos vídeos do Programa 96 sumário 9 Este Caderno do Professor compõe os materiais didáticos do Programa Educação de Jovens e Adul- tos (EJA) – Mundo do Trabalho, produzidos especialmente para os Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos (CEEJAs). Além dele, você está recebendo os materiais destinados aos estudantes: os três Volumes do Caderno do Estudante, os vídeos que complementam e problematizam os conteúdos abordados nos Cadernos e, também, os dois vídeos de Orientação de estudo. Esses materiais foram elaborados para atender a uma justa e antiga reivindicação de profes- sores, estudantes e sociedade em geral: poder contar com materiais de apoio específicos para os estudos desse segmento. Afinal, você que atua nessa modalidade de ensino sabe que estudar na idade adulta demanda maior esforço, dado o acúmulo de responsabilidades (trabalho, família, atividades domésticas etc.), e que o ato de estar diariamente em uma escola é, muitas vezes, um obstáculo para a retomada dos estudos, sobretudo devido à dificuldade de se conciliar estudo e trabalho. Nesse contexto, os CEEJAs têm se constituído em uma alternativa para garantir o direito à educação aos que não conseguem frequentar regularmente a escola, tendo, assim, a opção de realizar um curso com presença flexível. No entanto, propor um material didático para esse contexto é um desafio. Por isso, buscou-se estabelecer uma maior interlocução com os estudantes, favorecendo um diálogo mais claro e aces- sível, a fim de provocá-los e, ao mesmo tempo, estimulá-los a estudar, sem banalizar os conteú- dos desenvolvidos. Além disso, procurou-se favorecer um ensino emancipador, um dos principais objetivos do Programa. Para tanto, considerou-se necessário ampliar significativamente o grau de autonomia dos estudantes, de modo a contribuir com a formação de sujeitos críticos que leiam o mundo e nele ajam, transformando-o, como apontava Paulo Freire em Pedagogia do oprimido (1970). Assim, para facilitar os momentos de estudo, os Cadernos são consumíveis, o que permitirá aos estudantes ter espaço para realização da maior parte das atividades – e também possibilitará a você um maior acompanhamento do percurso de aprendizagem de cada estudante. Os Cadernos foram organizados em Unidades, cada uma delas dividida em diferentes Temas. Foram também criadas seções para favorecer o autoestudo e, ao mesmo tempo, possibilitar a concretização dos princípios metodológicos do Programa, como levantamento de conhecimen- tos prévios, contextualização, problematização e desenvolvimento de procedimentos de estudo, entre outros. Além disso, para ajudar os estudantes a compreender melhor alguns dos assuntos tratados nos Cadernos das diferentes disciplinas, todos os Volumes contam com vídeos produzidos especial- mente para o Programa, que explicam, exemplificam e ampliam os conteúdos tratados no material impresso, sendo um importante recurso didático. Este Caderno do Professor, por sua vez, foi planejado com o intuito de apoiar a organização do seu trabalho pedagógico no CEEJA. As orientações propostas visam contemplar os momen- tos em que os estudantes procuram o CEEJA para esclarecer dúvidas ou participar de atividades programadas. Aqui, você encontrará orientações e sugestões específicas para cada um dos Volumes ApresentAção 10 do Caderno do Estudante, organizadas nas seguintes seções: Oficinas, Atividades complementares, Recursos para ampliar a compreensão dos temas e Roteiros para exploração dos vídeos do Programa. Além disso, é importante que você conheça os objetivos e os conteúdos desenvolvidos nos Cadernos do Estudante, bem como o teor dos vídeos que os acompanham, de modo a melhor pla- nejar sua atuação. O Programa EJA – Mundo do Trabalho conta ainda com um site exclusivo, que você poderá visitar sempre que desejar: <http://www.ejamundodotrabalho.sp.gov.br>. Nele, além de informações sobre o Programa, você acessa os Cadernos do Estudante, os Cadernos do Professor e os vídeos de todas as disciplinas do Ensino Fundamental – Anos Finais, ao clicar na aba Conteúdo CEEJA. Lá também estão disponíveis os vídeos de Trabalho, que abordam temas bastante significativos para jovens e adultos; para encontrá-los, basta clicar na aba Conteúdo EJA. No site, você tem acesso ainda à Sala dos Pro- fessores, um espaço virtual no qual pode postar comentários e dúvidas, além de compartilhar suas experiências com outros docentes desse segmento. Bom trabalho! 11 Os dados relativos à escolarização no Brasil e no Estado de São Paulo mostram que ainda há muito por avançar no tocante à Educação de Jovens e Adultos (EJA). As Pesquisas nacionais por amostra de domicílio (PNAD, 1997, 2011, 2012) apontam que a taxa de analfabetismo entre pessoas de 15 anos ou mais no Brasil diminuiu entre 1997 e 2011 (de 14,7% para 8,4%, respecti- vamente). No entanto, em 2012, essa taxa subiu para 8,5%, indicando um aumento de 300 mil novos analfabetos em relação à pesquisa de 2011. No que diz respeito ao Estado de São Paulo, dados da PNAD 2012 – compilados pela Secreta- ria de Planejamento e Desenvolvimento Regional e veiculados pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) – indicam que 3,81% da população com 15 anos ou mais ainda está em condições de analfabetismo, embora esse porcentual tenha sido reduzido em relação a 2007, quando a taxa encontrava-se em 4,61%. Em relação aos anos de escolaridade, 34,83% da população com 25 anos ou mais tem no máximo oito anos de estudo, e apenas 69,50% da população de 18 a 24 anos concluiu o Ensino Médio. Por que isso acontece? Antes de se abordar diretamente a questão da Educação, é impor- tante falar da formação social do Brasil e de seus desdobramentos na construção de uma desigualdade social profunda. A síntese descrita por Gilberto Freyre em Casa-grande e senzala (1933) ilustra parcialmente a relação de subordinação que esteve presente em nossa história – posto que o autor acreditava haver uma relação afetiva entre senhor e escravo. A dimensão da escravidão é um elemento diferencial entre os povos e carrega, ao longo de sua história, desdobramentos que provocam diferenciações entre os iguais. Os dados do Censo nacional de 1890, por exemplo, apontavam que 82,63% da população com mais de 5 anos era analfabeta e, em 1950, essa taxa ainda era de 57,2% (Paiva, 1990). Professor, esse é um ponto de partida que auxilia a compreender as razões da ausência de escolarização para grande parte da população. Na história mais recente, tal aspecto é comba- tido legalmente, garantindo-se o acesso à educação, embora a dívida educacional seja ainda expressiva quando se identifica o número de jovens e adultos com baixa escolaridade. Partindo dessa compreensão, é possível apoiar-se em Álvaro Vieira Pinto (1983), que afirma ser equivocado considerar os estudantes jovens e adultos como pessoas sem capacidade, desinteres- sados, maldotados ou preguiçosos, marginalizando-os cada vez mais. Ao contrário, é preciso reco- nhecer esses estudantes como seres produtores e portadores de ideias e conhecimentos valiosos. É fundamental,portanto, compreender que a EJA é, sobretudo, um resgate da dívida social que se tem com os excluídos do direito de estudar na idade adequada. Trata-se de um direito universal de todos os cidadãos brasileiros, assegurado pela Constituição Federal de 1988: Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, asse- gurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria. A escolarização de jovens e adultos no Brasil e no estado de são paulo 12 No entanto, ainda antes da consolidação da Constituição Federal de 1988, nos anos 1970, com a Lei federal no 5.692/71, que instituiu o Ensino Supletivo no País, a possibilidade de um trabalho mais específico passou a ser desenhada para o público da EJA. Foi naquele momento histórico que se consolidou a criação dos Centros de Estudos Supletivos, ou Centros de Educa- ção Supletiva, também denominados Núcleos Avançados de Estudos Supletivos. O Estado de São Paulo optou pela denominação Centro Estadual de Educação Supletiva (CEES). Contudo, segundo Rita de Cássia Morete (2010), naquele período, pela demanda da mesma lei, enquanto o número de salas do Ensino Fundamental era ampliado, contraditoriamente, o ensino de adultos era reduzido drasticamente no que dizia respeito ao atendimento à demanda, uma vez que o ensino para o público da EJA poderia ser organizado de diversas for- mas e em diferentes modalidades. Assim, na tentativa de atender as necessidades e expectati- vas de um público que, por vezes, tem pressa – porque não obter a certificação de escolaridade em um curto período pode significar, para um trabalhador, a demissão ou, se desempregado, a dificuldade de concorrer a um posto de trabalho –, entre 1971 e 1976 ofereceram-se diversas modalidades a esse público, criando-se, inclusive, o Serviço de Ensino Supletivo em 1976. No que diz respeito ao Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA), o projeto de implementação aconteceu também em 1976, sendo que as atividades iniciaram-se apenas em 1981, nas dependências do Centro Estadual de Educação Supletiva Dona Clara Mantelli, no município de São Paulo (Morete, 2010). Nesses cinco anos – do estabelecimento do convênio entre o Ministério da Educação e Cul- tura e a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo ao início do funcionamento –, organi- zou-se a infraestrutura e preparou-se a equipe profissional a fim de elaborar novas propostas curriculares e material didático autoinstrucional que atendessem às perspectivas e aos desa- fios da EJA, proporcionando possibilidades de rompimento com uma escola tradicional. Na reorganização do sistema educativo, conferida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educa- ção Nacional (LDB – Lei federal no 9.394/96), a Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino “destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade própria” (art. 37). Ainda segundo a LDB, em seu artigo 37, parágrafo primeiro: Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos que não puderam efetuar os estudos na idade regular oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. A LDB garante, portanto, uma modalidade de estudo organizada de forma modular, semi- presencial e individualizada, tal como a proposta dos CEEJAs, uma vez que, em sua maioria, os estudantes que frequentam essa modalidade de ensino são de uma realidade diferenciada da vivida por aqueles que se mantiveram no ensino regular. Um dos elementos mais fortes de diferenciação é o fato de estarem inseridos, de alguma maneira, no mundo do trabalho – e, para grande parte deles, essa é a questão central que os pressiona e os desafia por diversas razões, das quais a mais objetiva é a sobrevivência, ainda que não seja a única: persistência por uma vida melhor e valorização da vida também perpassam a trajetória de cada estudante. 13 Em outras palavras, concebe-se neste Programa uma modalidade de ensino pautada no diá- logo reflexivo e crítico, pelo respeito e pela valorização da cultura dos estudantes, assim como pelo reconhecimento deles como pessoas com capacidade intelectual e direito à educação for- mal. Compreende-se, portanto, que cada estudante é sujeito de seu processo de aprendizagem. Nos momentos presenciais, será necessário dialogar com os estudantes e favorecer as condições necessárias para que eles possam construir o conhecimento de forma analítica e sistematizada. A consolidação dessa modalidade de ensino proporcionou, ao trabalhador que não dispõe de tempo para frequentar a escola regular, a oportunidade de concluir os estudos nas etapas do Ensino Fundamental e Médio em qualquer época do ano. Com a Resolução SE no 3/2010, foram estabelecidas normas para a organização dos cursos de EJA, confirmadas, posteriormente, pela nova LDB (2013). Os CEEJAs deveriam, a partir de então, adotar materiais didáticos que atendessem às Propostas Curriculares dos cursos de Ensino Fundamental e Médio da rede pública regular do Estado de São Paulo, garantindo o desenvol- vimento efetivo do currículo oficial. É nesse contexto, e tendo em vista a necessidade de oferecer material didático-pedagógico específico para os CEEJAs, que a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, em parce- ria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, estão oferecendo o Programa EJA – Mundo do Trabalho. Os Cadernos do Estudante, os Cadernos do Professor e os vídeos foram produzidos a partir de uma concepção que leva em conta os inte- resses e as necessidades dos estudantes trabalhadores. Tal premissa se concretiza tanto pela seleção de temas relevantes para a formação desses jovens e adultos quanto pela organização dos conteúdos pautada em uma ação permanente de levantamento de conhecimentos prévios, problematização e contextualização da realidade. Assim como para outros segmentos da Educação, é essencial saber quem são esses estu- dantes, como vivem e quais seus conhecimentos, para que o planejamento possa considerar interesses e vivências, e para que eles próprios se conheçam e se reconheçam, construindo sua identidade individual e de grupo. No caso do CEEJA, esse mapeamento é necessário para que os estudantes possam identificar as próprias experiências e conhecimentos prévios, uma vez que o estudo deverá ser autoinstrutivo, estabelecendo estratégias de confronto entre os conhe- cimentos já construídos e os novos, que farão mais sentido quando articulados ao cotidiano dos jovens e adultos. Acredita-se, portanto, que este Programa possa contribuir para que os estudantes jovens e adultos valorizem e reexaminem sua vivência e seu olhar sobre a realidade, e também com- partilhem sua cultura e origem, com abertura para romper preconceitos. 14 O mundo do trabalho como eixo integrador É pelo trabalho, sobretudo, que os indivíduos se afirmam como sujeitos, contrapondo e tentando romper e enfrentar certa realidade, modificando, assim, o mundo e a si mesmos. Ao produzirem algo, os trabalhadores mudam não só a natureza sobre a qual atuam, mas também a própria maneira de vivenciar a realidade e percebê-la. É por esses motivos que, sem negar a dinâmica das diversas áreas de conhecimento, mas procurando não encerrá-las em compartimentos separados, este Programa propõe o “mundo do trabalho” como eixo integrador dos conteúdos, a fim de facilitar a compreensão dos temas desenvolvidos e favorecer uma visão não estanque entre os conteúdos e a vida de cada estudante, como possibilidadede motivação e articulação que provoca novas relações entre diferentes dimensões e conhecimentos. Nessa direção, o currículo do Programa, proposto originalmente para utilização na EJA pre- sencial, conta inclusive com a disciplina Trabalho. Essa opção foi feita com o intuito de estreitar o diálogo entre Educação e trabalho, não em uma perspectiva pragmática e utilitarista, mas reflexiva e crítica. O objetivo central dessa escolha foi o de considerar as expectativas e os inte- resses de jovens em busca do primeiro emprego ou de adultos que desejam encontrar um novo emprego, manter seu posto de trabalho ou mesmo procurar uma recolocação profissional. Para tanto, os materiais abordam temas como direitos relacionados ao trabalho, previdência social, tecnologia e trabalho, inserção da mulher no mercado de trabalho, trabalho por conta própria, saúde e trabalho, assédio moral, sindicalismos e estratégias relativas à busca de um emprego, entre outras temáticas de extrema significância para se entender as transformações no mundo do trabalho e que permeiam o cotidiano dos estudantes da EJA. Assim, embora a grade curricular para os CEEJAs não contemple tal disciplina, o conteúdo foi desenvolvido de forma interdisciplinar, considerando-se os vínculos e as convergências com os demais campos do conhecimento. Alguns temas, bem como a indicação de vídeos sobre trabalho, foram incluídos nas disciplinas que compõem o currículo dos CEEJAs. Além disso, os Cadernos e vídeos produzidos para a EJA presencial podem ser acessados na íntegra pelo site do Programa. A sugestão é que essas temáticas possam ser desenvolvidas, por exemplo, em oficinas ministradas por professores de diferentes disciplinas, o que pode motivar os estudantes a fre- quentarem o CEEJA mais assiduamente. Levantamento de conhecimentos prévios Na vida cotidiana, as pessoas utilizam o que sabem no momento de construir novas aprendizagens, ou seja, acionam sempre os conhecimentos prévios para avançar. No caso dos estudantes dos CEEJAs – que não contam com sua intervenção direta, professor –, é necessário que eles se certifiquem de que, muitas vezes, já possuem alguns conhecimentos acerca do que vão estudar e, portanto, não estão partindo do zero, pois assim podem se sentir, inclusive, mais seguros nos momentos do estudo. princípios e concepções do programa 15 Para você, professor, o acesso a esse conhecimento permite orientar e ajustar adequa- damente sua intervenção pedagógica, tanto no que diz respeito à seleção de conteúdos e atividades como à proposição de grupos de trabalho em que os estudantes possam também aprender uns com os outros – quando se realiza uma oficina no CEEJA ou mesmo nos momen- tos em que os estudantes o procuram para sanar dúvidas. Conhecer o que já sabem antes de se propor uma atividade complementar propiciará boas situações de aprendizagem para que eles avancem. Os estudantes da EJA, de modo geral, desconhecem o quanto já sabem, em razão dos inúme- ros percalços vividos nas trajetórias escolar e pessoal; por isso, é fundamental legitimar as expe- riências e os conhecimentos construídos pelos estudantes jovens e adultos ao longo da vida. A legitimação dos conhecimentos ocorre na medida em que esses são considerados, respeitados e valorizados em sala de aula, de forma intencional e sistemática. Por isso a importância da seção O que você já sabe?, que inicia cada um dos Temas do Caderno do Estudante. Problematização e contextualização A problematização e a contextualização são princípios essenciais de todo e qualquer pro- cesso de ensino e aprendizagem. Pelo fato de os estudantes dos CEEJAs não poderem contar com seu apoio direto, professor, faz-se ainda mais necessário que o próprio material procure favorecer a construção de novos sentidos e motivar esses estudantes. Por essa razão, o mate- rial produzido busca dialogar com a realidade e as necessidades desses jovens e adultos, para que eles se percebam como sujeitos autônomos nesse processo, estabelecendo relações entre a vida cotidiana e o que estão estudando. A problematização dos conteúdos tem papel fundamental na relação entre teoria e prática, bem como no diálogo com a visão de mundo e com os interesses dos estudantes. O cotidiano, muitas vezes percebido apenas como recurso para ilustrar uma informação, é objeto de estudo fundamen- tal, porque somente com base em uma reflexão sobre a realidade é possível transformá-la. A contextualização, por sua vez, tem relação direta com a problematização, visto não ser possível problematizar nenhum conteúdo sem que ele seja contextualizado. O tratamento con- textualizado do conhecimento é uma opção metodológica importante para que os estudantes possam ter um papel verdadeiramente ativo em seu processo de aprendizagem. Professor, sempre que possível, tanto nas oficinas como nos encontros presenciais, procure propiciar momentos específicos nos quais os estudantes possam expressar conhecimentos, opi- niões, dúvidas e experiências, de modo que a problematização e a contextualização realizadas por você possam fomentar o interesse dos estudantes. Nessa perspectiva, é importante que eles se sintam acolhidos e à vontade nos momentos em que forem ao CEEJA, para que percebam que, no espaço escolar, eles têm vez e voz, e que são reconhecidos como cidadãos plenos. Orientação de estudos na Educação de Jovens e Adultos O Programa EJA – Mundo do Trabalho tem por objetivo não somente possibilitar aos estu- dantes a conclusão do Ensino Médio, mas também favorecer a continuidade da sua trajetória de formação. Assegurar o direito à educação é também garantir condições para que os jovens 16 e adultos dos CEEJAs se apropriem de instrumentos essenciais para a construção de conhe- cimentos que ampliem seu grau de autonomia. Essas aprendizagens que envolvem o ato de estudar são importantes nessa direção. Para tanto, é fundamental ao processo educativo levar em conta as especificidades dos estudan- tes dessa modalidade de ensino, conhecendo e considerando a trajetória de vida desses jovens e adultos – e compreendendo-as no contexto de desigualdades que marca a formação social do Brasil. Compreender esse histórico, e suas repercussões ao longo do processo de ensino e aprendi- zagem, permite a você encontrar saídas para um desafio. Se, por um lado, cabe a você auxiliar na sedimentação da autonomia dos estudantes, por meio da construção de conhecimentos, por outro, é preciso considerar que esses jovens e adultos não tiveram oportunidade de se apropriar de diferentes estratégias e procedimentos de estudo, também cabendo a você, então, criar as condições para que isso se torne possível. Para auxiliá-lo nessa tarefa, o material produzido para os estudantes dos CEEJAs optou por garantir momentos específicos em todas as disciplinas para a realização de ações que envolvam o ato de estudar, que contribuirão também para a vida profissional desses jovens e adultos. Nos Cadernos do Estudante, a seção Orientação de estudo busca ajudar os estudantes a se apro- priarem do ato de estudar, por meio da exploração de diferentes procedimentos: identificar a ideia central de um texto; grifar aspectos mais relevantes em função dos objetivos de leitura; produzir anotações com base nas leituras; organizar esquemas, resumos, fichamentos; realizar pesquisas na biblioteca e na internet etc. Vale salientar, ainda, que se incentiva neste material a prática de registros (Mills, 2009) que aju- dem na organização e seleção de informações, tais como a produção de relatórios, comentários e fichamentos, para que os estudantes historiem e compartilhem suas novas aprendizagens. Foram também produzidos dois vídeos específicos sobre a importância do ato de estudar. Esses vídeos enfocam a relevância de se desenvolver o hábito de estudo, mostrando aos estu-dantes que estudar também se aprende, e contemplam alguns procedimentos de estudo pro- postos no Caderno do Estudante, como grifo, anotação, resumo, esquema e listas, entre outros. Sugere-se que esses vídeos sejam utilizados até mesmo em oficinas interdisciplinares, com foco, por exemplo, no desenvolvimento de pesquisas. Dessa forma, ao mesmo tempo em que os estudantes se apropriam dos conteúdos de diferentes campos do conhecimento, eles poderão desenvolver maior grau de autonomia em relação ao estudo. Por que aprender a ler textos longos e difíceis? Muitas vezes, com a intenção de facilitar o processo de aprendizagem, considera-se que simplificar os textos a serem lidos pelos estudantes, a fim de torná-los menos complexos e/ou mais curtos, é a melhor alternativa para que aprendam. Contudo, é preciso questionar o efeito de tal opção: oferecer aos estudantes da EJA apenas textos curtos e simples os preparará para a leitura e a compreensão de textos mais complexos futuramente? Cabe considerar que a proposição de textos mais difíceis os tornará aptos para se defrontarem com aspectos textuais e conceituais que geralmente não constam em textos simplificados. 17 Evitar ou sonegar a leitura de textos mais longos e elaborados (como textos literários, expo- sitivos de diferentes campos do conhecimento e/ou artigos científicos, entre outros) pode tornar-se um impedimento ao próprio avanço dos estudantes na construção de novos conhe- cimentos, bem como na ampliação de sua autonomia leitora e escritora. Sobre textos curtos, é ainda importante destacar outro aspecto: ao simplificar e sintetizar demasiadamente os textos, intencionando facilitar a “compreensão” dos estudantes, acaba- -se, muitas vezes, provocando efeito contrário. Isso porque um texto muito simplificado pode dificultar o entendimento e causar distorções no conhecimento – visto que, para reduzi-lo, muitas informações, exemplos, descrições e explicações essenciais à compreensão são excluí- dos, inclusive com risco de banalização dos conteúdos abordados. Além disso, nem sempre um texto curto é, necessariamente, mais fácil de compreender. Aprender a ler criticamente exige contato com textos diversos, de boa qualidade, de dife- rentes gêneros textuais, que possibilitem ampliar o universo textual dos estudantes, insti- gando sua criticidade. O material didático do Programa EJA – Mundo do Trabalho porta essa dimensão, qual seja: a de favorecer um diálogo com textos mais elaborados, essencial a todo processo de aprendizagem. E isso não se dá apenas por meio dos textos apresentados, mas por questões em que os estudantes são convidados a recuperar ideias que favoreçam a criação de hipóteses interpretativas, acionar conhecimentos prévios, estabelecer comparações e relações com textos de outras disciplinas, bem como organizar registros das observações pessoais que propiciam novos aprofundamentos. Ao ler textos mais complexos, os estudantes se deparam com novas indagações e lacunas a serem preenchidas, que estimulam sua curiosidade crítica e sua capacidade leitora. Tais desa- fios precisam ser propostos. Contudo, antes de mais nada, os jovens e adultos da EJA precisam se sentir legitimados e valorizados por seus professores como sujeitos capazes de aprender. O quadro heterogêneo de turmas da EJA, conforme demonstra a vivência em sala de aula, constitui-se num desafio para os profissionais da escola. O ritmo particular de cada estudante e o histórico distanciamento de materiais didáticos específicos para esse público exigem a pro- posição de estratégias de estudo diversificadas, que contemplem vários graus de complexidade e diferentes modos de leitura. Localizar e recuperar informações do texto, ler para aprender, ler para se encantar, ler para seguir instruções são alguns dos modos de leitura presentes nas atividades propostas, visando justamente aprimorar essa capacidade. O objetivo é, portanto, proporcionar aos estudantes a oportunidade de experimentar distintos modos de ler, para que possam praticar estratégias de leitura diversificada e delas se apropriar. Nessa perspectiva, a intencionalidade do Programa é contribuir para que os estudantes possam retomar sua escolaridade formal, dando inclusive continuidade aos estudos no Ensino Superior. Para tanto, é de extrema relevância favorecer a eles um contato intenso e crescente com os mais diversos textos, progressivamente mais complexos, pois esse ato pedagógico con- tribuirá positivamente para seu avanço, tanto pessoal quanto acadêmico. Assim, os textos apresentados nas diferentes disciplinas, apesar de contarem com uma linguagem mais acessível, visam não banalizar os conteúdos e temas que tratam, podendo se tornar objetos privilegiados para desenvolver a leitura de textos mais complexos. Com a sua mediação, podem possibilitar aos estudantes o acionamento de conhecimentos prévios, a recuperação do contexto de produção do texto estudado, a criação de inferências, hipóteses 18 e interpretações sobre o tema, como também o compartilhamento de impressões que podem contribuir sobremaneira para a superação de possíveis dificuldades encontradas por eles ao se confrontarem com os textos. Desta forma, sempre que possível, é interessante compartilhar com os estudantes o objetivo da leitura proposta, como também contextualizar e problematizar o tema a ser abordado, de modo que eles criem expectativas acerca do que encontrarão no texto. Essas estratégias pedagógicas favorecem aos estudantes acionar os conhecimentos e as experiências já construídos, facilitando o estabelecimento de relações que ajudam a tornar mais significativas as leituras propostas. Ao trabalhar com textos que considere mais “difíceis”, é importante você planejar as intervenções pedagógicas das quais lançará mão, a fim de que os estudantes possam avançar em sua capaci- dade leitora e também escritora – visto que ler e compreender textos mais complexos também desenvolve a escrita e refina o senso crítico. No caso de uma leitura colaborativa ou compartilhada para estudo do texto, você pode tam- bém oferecer informações adicionais, a fim de apresentar o autor e o contexto de produção do texto, e tecer outros comentários que possam provocar uma inquietação crítica, tão necessária a todo processo de aprendizagem. A leitura praticada na escola, sobretudo na EJA, precisa ocupar um espaço privilegiado que legitime seu papel no processo de aprendizagem. Afinal, para muitos jovens e adultos, a escola pode ser o único espaço em que eles têm maior contato com a leitura. Então, mais do que res- postas prontas, sempre valem novos questionamentos: Como os estudantes da EJA poderão aprender a ler textos difíceis se tiverem contato apenas com produções fáceis? Como poderão ampliar seu grau de autonomia sem se aventurarem pelos caminhos da leitura? Como se tor- narão cidadãos de direito se não forem reconhecidos como tal? Referências bibliográficas BRASIL. Casa Civil. Constituição Federal de 1988, de 5 de outubro de 1988. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/CON1988_05.10.1988/index.shtm>. Acesso em: 19 ago. 2014. . Lei federal no 5.692/71, de 11 de agosto de 1971. Disponível em: <http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/leis/l5692.htm>. Acesso em: 19 ago. 2014. . Lei federal no 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 19 ago. 2014. . Lei federal no 12.796/13, de 4 de abril de 2013. Disponível em: <http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12796.htm>. Acesso em: 19 ago. 2014. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 51. ed. São Paulo: Cortez, 2011. . Considerações em torno do ato de estudar. In: . Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1981, p. 8-10. . Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970. FREYRE, Gilberto (1933). Casa-grande e senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 48. ed. São Paulo: Global, 2003. 19 GERALDI, João Wanderley. O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 1997. IBGE. Pesquisa nacional por amostra de domicílios 2007, 2011, 2012. Rio de Janeiro: IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?id_ pesquisa=40>. Acesso em: 19 ago. 2014. . Pesquisa nacional por amostra de domicílios 2007. Suplemento – Aspectos complementares da educação de jovens e adultos e educação profissional. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2007/ suplementos/jovens/default.shtm>. Acesso em: 19 ago. 2014. KLEIMAN, Ângela. Oficina de leitura: teoria e prática. 6. ed. Campinas: Pontes, 1998. KUENZER, Acácia (Org.). Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2009. LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 2000. MILLS, C. Wright. Sobre o artesanato intelectual e outros ensaios. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. MORETE, Rita de Cássia Boscoli Soler. O Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos de Presidente Prudente (CEEJA-PP) significa realmente espaço formativo? Dissertação (Mestrado em Educação). Presidente Prudente: Universidade Estadual Paulista (Faculdade de Ciências e Tecnologia), 2010. Disponível em: <http://www.fct.unesp.br/#!/pos-graduacao/--educacao/ dissertacoes/dissertacoes-de-2010/>. Acesso em: 19 ago. 2014. PAIVA, Vanilda Pereira. Um século de educação republicana. Pro-Posições, v. 1, n. 2, Universidade Estadual de Campinas (Faculdade de Educação), jul. 1990, p. 7-18. Disponível em: <http://www. proposicoes.fe.unicamp.br/proposicoes/edicoes/texto877.html>. Acesso em: 19 ago. 2014. PETIT. Michèle. A arte de ler: ou como resistir à adversidade. São Paulo: 34, 2009. PINTO, Álvaro Vieira. Sete lições sobre educação de adultos. 8. ed. São Paulo: Cortez, 1983. SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Resolução SE no 3/2010, de 13 de janeiro de 2010. Disponível em: <http://www.educacao.sp.gov.br/lise/sislegis/detresol.asp? strAto=201001130003>. Acesso em: 19 ago. 2014. . Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional; Fundação SEADE. Perfil do Estado de São Paulo. Educação. Disponível em: <http://produtos.seade.gov.br/produtos/perfil_ estado/>. Acesso em: 19 ago. 2014. oFiCinAs Essa seção é destinada à sugestão de atividades a serem realizadas em datas previamente agendadas com os estudantes, estimulando-os a frequentar o CEEJA não somente para esclarecer dúvidas ou realizar avaliações. As oficinas apresentam uma sequência didática rela- cionada a determinada Unidade ou Tema desenvolvido no Caderno do Estudante. Em geral, nelas são enfatiza- dos os conteúdos que demandam uma intervenção peda- gógica maior de sua parte, professor, com o intuito de favorecer o avanço das aprendizagens dos estudantes. A sugestão de algumas atividades em dupla ou em grupo nas oficinas se justifica por se considerar importante que os estudantes tenham a oportunidade de interagir não só com você, mas entre eles. Esse compartilhamento de experiências e de dúvidas, como também a realização de um trabalho coletivo, é de grande valia para todo o pro- cesso de aprendizagem, especialmente para esses jovens e adultos que estudam sozinhos a maior parte do tempo. O Caderno do Professor do Programa EJA – Mundo do Trabalho/CEEJA foi planejado com o objetivo de apoiar seu trabalho pedagógico junto aos estudantes jovens e adultos. Para tanto, oferece orientações e sugestões para o desenvolvimento de atividades diversas no CEEJA, orga- nizadas de acordo com os Volumes dos Cadernos do Estudante. Em cada Volume, são apresen- tadas diferentes seções. AtiViDADes CompLementAres Essa seção sugere atividades que podem ser oferecidas aos estudantes nos momentos presenciais com você, professor, quando eles precisarem esclarecer dúvidas ou mostrarem não ter compreendido adequadamente deter- minado conteúdo. Você pode fazer os ajustes necessários, tendo em vista as especificidades de cada estudante. Note que, em alguns casos, foram incluídos gabaritos. Conhecendo o Caderno do professor 20 Ao final deste Caderno, essa seção oferece as sinopses dos vídeos produzidos especialmente para o Programa e sugeridos no Caderno do Estudante, bem como sugestões e dicas de como explorar o seu conteúdo com os estudantes. Tais vídeos foram produzidos para ajudar os estudantes a se apropriarem dos conteúdos pro- postos em todas as disciplinas, motivo pelo qual é importante que você os conheça. Eles podem ser utilizados por você em diversas situações: durante as oficinas, como atividade comple- mentar, para contextualizar ou problematizar conteúdos e mesmo para sistematizá-los, por exemplo. Além disso, os estudantes podem que- rer também tirar dúvidas com você a respeito desses vídeos quando forem ao CEEJA. Cabe lembrar que os vídeos da disciplina Trabalho, disponíveis no site do Programa, são interdisciplinares e abordam temas extrema- mente significativos para jovens e adultos. Vale a pena você conferir o conteúdo desses vídeos, pois eles podem ser utilizados para contextua- lizar ou problematizar questões relativas ao mundo do trabalho de modo articulado aos con- teúdos trabalhados na sua disciplina. roteiros pArA eXpLorAção Dos VÍDeos Do proGrAmA reCursos pArA AmpLiAr A Compreensão Dos temAs Essa seção apresenta sugestões de referen- cial bibliográfico e de documentários, filmes e canções, entre outros recursos que possam apoiar seu trabalho pedagógico e/ou ser indica- dos aos estudantes. 21 O Caderno do Estudante do Programa EJA – Mundo do Trabalho/CEEJA foi planejado para faci- litar os momentos de estudo e aprendizagem, tanto fora da escola como quando os estudantes forem participar das atividades ou se encontrar com você, professor do CEEJA, ao mesmo tempo em que busca concretizar os princípios já explicitados, como levantamento de conhecimentos prévios, contextualização e problematização. O material é consumível, para que os estudantes possam registrar todo o processo de estudo e identificar as dúvidas que tiverem. Os Cadernos têm a seguinte organização: Língua Portuguesa e Matemática contam com 5 Unidades em cada Volume, e Arte, Biologia, Filosofia, Física, Geografia, História, Inglês, Química e Sociologia têm 4 Unidades por Volume. As uniDADes Para orientar os estudantes, o início de cada Unidade apresenta uma breve introdução, destacando os objetivos e os conteúdos gerais trabalhados, além de uma lista com os Temas propostos. o sumário O Sumário apresenta a lista das Unidades e seus res- pectivos Temas – cuja quantidade pode variar. Os Temas são sequências didáticas que buscam criar con- dições favoráveis para que os estudantes se apropriem dos conteúdos propostos no tempo, por vezes restrito, de que dispõem para se dedicar ao estudo (em casa, no trabalho, no CEEJA etc.). Por isso, essas sequências didáticas propõem um conjunto de atividades com o objetivo de focalizar os con- teúdos de forma mais específica e sistematizada (com prin- cípio, meio e fim), de modo que os estudantes tenham mais condições de iniciar e concluir um Tema inteiro no tempo disponível, registrando as dúvidas que precisam apresentar para você quando forem ao CEEJA. Cada Unidade é identificada por uma cor, o que vai aju- dar no manuseio do material. Além disso, para organizar melhor o processo de estudo e facilitar a localização do que os estudantes gostariam de discutir com você, quando forem ao CEEJA, eles podem indicar,no Sumário, os Temas que já estudaram e aqueles sobre os quais têm dúvida. Conhecendo o Caderno do estudante 22 os temAs A abertura de cada Tema é visualmente identificada no Caderno. Além do título e da cor da Unidade, o número de caixas pinta- das no alto da página indica o Tema, o que permite, localizar cada um deles, em cada Unidade, até mesmo com o Caderno fechado, facilitando, assim, o manuseio do material. Na sequência da abertura do Tema, há um pequeno texto de apresentação. As seções e os boxes Os Temas estão organizados em diversas seções que visam facilitar a aprendizagem. Cada uma delas tem um objetivo, e é importante conhecê-lo, para que possa orientar melhor os estudantes. Algumas seções estão presentes em todos os Temas! o que VoCê já sABe? Essa seção sempre aparece no início de cada Tema e tem o objetivo de favorecer o levantamento dos conhecimentos prévios, estabelecendo um diálogo inicial com os estudantes, para que eles possam reconhecer o que já sabem do conteúdo a ser estudado, seja por estudos anteriores, seja por vivência pessoal. Conforme dito anteriormente, as pes- soas o tempo todo utilizam conhecimen- tos e experi ências já obtidos para construir novas aprendizagens. Ao estudar, acontece o mesmo, pois os estudantes lembram do que já sabem para aprofundar o que já conheciam. Esse é sempre um processo de descoberta essencial à aprendizagem, e que não pode ser menosprezado. Essa seção pode ser composta por algumas perguntas ou um pequeno texto que ajudem os estudantes a buscar na memória o que já conhecem a respeito do assunto abordado. 23 textos Os textos apresentam os conteúdos e conceitos a serem estudados em cada Tema. Eles foram produzidos, em geral, procurando dialogar com os estudantes, a partir de uma linguagem clara e acessível. Imagens também foram utilizadas para ilustrar, explicar ou ampliar a compreensão do conteúdo abordado. Sempre que necessário, boxes diversos ainda podem aparecer articulados a esses textos, visando repertoriar os estudantes para que eles possam dar prosseguimento ao estudo. As atividades antecipam, retomam e ampliam os conteúdos abordados nos textos, para que os estudantes possam perceber o quanto já apren- deram. Nelas, são apresentados textos de outros autores, mapas, grá- ficos e imagens, de modo a ampliar a compreensão a respeito do que foi apresentado nos textos. Para facilitar os estudos, assim como os encontros no plantão de dúvi- das, muitas dessas atividades podem ser realizadas no próprio Caderno do Estudante. AtiViDADe 24 Essa seção apresenta respostas e expli- cações para todas as atividades propostas no Tema. Para facilitar sua localização no material, ela tem um fundo amarelo, que pode ser identificado na margem lateral externa do Caderno. É nela que os estudan- tes vão conferir o resultado do que fizeram e tirar suas dúvidas, além de ser também uma nova oportunidade de estudo. É fundamental você orientá-los para que leiam as explica- ções após a realização das atividades e que as comparem com as respostas que produ- ziram, analisando se as informações são semelhantes e se esclarecem as dúvidas que porventura tenham, ou se ainda é neces- sário completar alguns dos registros feitos enquanto estudavam. É importante que você leia os registros dos estudantes, de modo a melhor orientá-los em seus estudos. Essa seção é proposta ao final de cada Tema, para que os estudantes registrem as dúvidas que tiveram enquanto estudavam ou teçam comentários sobre o que aprenderam. Registrar o que se está estudando é uma forma de apren- der cada vez mais. Nesse ato, relembram-se os conteúdos – construindo-se, assim, novas aprendizagens – e reflete-se sobre os novos conhecimentos e sobre as dúvidas que even- tualmente se tem em determinado assunto. Ler essas sistematizações feitas pelos estudantes com relação ao que aprenderam e às dúvidas que encontraram é uma ferramenta importante para você acompanhar com detalhes o que e como eles estudaram. Assim, você pode orientá-los mais adequadamente no prosseguimento de seus estudos da disciplina. Por isso, é essencial estimular os estudantes a utiliza- rem o espaço reservado dessa seção ao concluir o estudo de cada Tema. Assim, eles também não correm o risco de esquecer seus comentários e suas dúvidas até o dia de vol- tar ao CEEJA. HorA DA CHeCAGem reGistro De DÚViDAs e Comentários 25 Essa seção é proposta sempre que houver a oportunidade de problematizar algum con- teúdo desenvolvido, por meio de questões que fomentem a reflexão dos estudantes a respeito dos aspectos abordados no Tema. pense soBre... Para que os estudantes se tornem cada vez mais autônomos para estudar, essa seção enfoca, de modo mais sistematizado, diferentes procedimentos de estudo, im- portantes para a leitura e a compreensão dos textos e a realização das atividades, como grifar, anotar, listar, fichar, esquema- tizar e resumir, entre outros. Esses proce- dimentos também são abordados nos dois vídeos de Orientação de estudo. Algumas seções não estão presentes em todas as Unidades, mas complementam os assuntos abordados! orientAção De estuDo Essa seção apresenta questões de concursos públicos ou de provas oficiais (como Saresp, Enem, entre outras) que são relacionadas ao con- teúdo abordado no Tema. Assim, os estudantes terão a oportunidade de conhecer como são construí- das as provas em diferentes locais e a importância do que vem sendo aprendido no material. As respostas também estão disponíveis na seção Hora da checagem. DesAFio 26 Essa seção apresenta textos e atividades que têm como objeti- vo complementar o assunto estu- dado e que podem ampliar e/ou aprofundar alguns dos aspectos apresentados ao longo do Tema. Essa seção aborda assuntos que têm relação com o conteúdo abordado e que também dialogam com interesses da so- ciedade em geral. Ela informa sobre leis, direitos humanos, fatos históricos etc., que ajudarão os estudantes a aprofunda- rem seus conhecimentos sobre a noção de cidadania. GLossário Esse boxe apresenta verbetes com explicações sobre o significado de palavras e/ou expressões que aparecem nos textos, com o objetivo de facilitar a compreensão dos estudantes. momento CiDADAniA pArA sABer mAis Cada tipo de boxe tem uma cor diferente, que o destaca do texto e facilita sua identificação! 27 VoCê sABiA? Esse boxe apresenta curiosidades relacio- nadas ao assunto abordado, de modo a com- plementar o conhecimento dos estudantes. FiCA A DiCA! Nesse boxe, os estudantes encontrarão sugestões diversas para saber mais sobre o conteúdo estudado no Tema: assistir a um filme ou documentário, ouvir uma música, ler um livro, apreciar uma obra de arte etc. Esses outros materiais os ajudarão a ampliar seus conhecimentos. É importante que você também conheça as dicas propostas, pois elas podem ser utilizadas em alguma oficina ou mesmo para o planeja- mento de atividades complementares. AssistA! Esse boxe indica os vídeos do Programa, que os estudantes podem assistir para complemen- tar os conteúdos apresentados no Caderno. São indicados tanto os vídeos que compõem os DVDs entregues com os Cadernos quanto outros, disponíveis no site do Programa. Para facilitar a identificação, há dois ícones usados nessa seção. BioGrAFiA Esse boxe aborda aspectos da vida e da obra de autores ou artistas trabalhados no material, para ampliar a compreensão dos estudantes a respeito do texto ou da imagem que estão estudando. 28 29 os vídeos do programaArte VOLUME 1 Linguagens da arte A construção da sonoridade VOLUME 2 Semana de Arte Moderna Dança: corpo e movimento VOLUME 3Arte contemporânea 1 Arte contemporânea 2 FÍsiCA VOLUME 1 Por dentro dos movimentos Dinâmica dos movimentos VOLUME 2 Energia: movimento e transformação Princípios da luz VOLUME 3 Eletrização: que raio é isso? Eletricidade: por dentro do gerador BioLoGiA VOLUME 1 Efeito estufa A bioquímica dos alimentos VOLUME 2 Especiação Evidências da evolução VOLUME 3 DNA, molécula da vida Aconselhamento genético FiLosoFiA VOLUME 1 O que é Filosofia? A caverna de Platão VOLUME 2 Público e privado Hobbes e Rousseau: a sociedade em debate VOLUME 3 Banalidade do mal Bioética GeoGrAFiA VOLUME 1 O mundo da cartografia Primavera Árabe Desmatamento e preservação VOLUME 2 Agricultura familiar Caminhos da mobilidade A água que nos resta VOLUME 3 América Latina A África do Sul de Mandela HistÓriA VOLUME 1 Escravidão na Antiguidade O Renascimento VOLUME 2 Os bandeirantes Legados da Revolução Francesa VOLUME 3 O trabalho em tempos de ditadura O Brasil e a nova ordem econômica inGLês VOLUME 1 English: a global language? A little bit of England in Brazil VOLUME 2 The history of cinema Cinema and work Stereotypes in movies VOLUME 3 Volunteers First job Jobs of the future 30 LÍnGuA portuGuesA VOLUME 1 Linguagens e contextos O mundo da leitura Literatura em prosa e verso Mil e uma histórias Uma língua, muitas línguas VOLUME 2 Crônica, um gênero brasileiro Escrever é preciso Pontuação, coerência e coesão Canções de Noel Rosa Poder de síntese VOLUME 3 Os textos conversam? Machado de Assis, um clássico Relatar, uma arte Redação: provas e concursos Contos fantásticos soCioLoGiA VOLUME 1 Surgimento da Sociologia Autores clássicos da Sociologia VOLUME 2 Desigualdade social Faces da violência VOLUME 3 Trabalho precário e terceirização Organização do trabalho Força feminina Sindicalismo: uma história mAtemátiCA VOLUME 1 Conjuntos numéricos no dia a dia Relações entre grandezas Funções de 1o grau Equações e funções quadráticas Relações geométricas VOLUME 2 Sequências numéricas Logaritmo tem história Para que serve o logaritmo? Matrizes no cotidiano O mundo em três dimensões Objetos tridimensionais VOLUME 3 Áreas e volumes Geometria analítica Análise combinatória Probabilidade Introdução à trigonometria quÍmiCA VOLUME 1 Controle da qualidade dos combustíveis Fermentação VOLUME 2 Ligações químicas Por dentro da pilha VOLUME 3 Reações químicas A importância do pH orientAção De estuDo Por dentro do EJA – Mundo do Trabalho Estudar também se aprende LEMBRE-SE Todos os vídeos produzidos para o EJA – Mundo do Trabalho estão disponíveis no site do Programa <http://www.ejamundodotrabalho.sp.gov.br>. ENSINO FUNDAMENTAL A N O S F I N A I S E N S I N O M É D I O ORIENTAÇÃO DE ESTUDO Estudar também se aprende 31 Caro(a) professor(a), Sabe-se da dificuldade que muitos estudantes do Ensino Médio regular encontram ao estudar Química. Em um curso em que os estudantes praticam o autoestudo e o procuram apenas para resolver dúvidas ou participar de oficinas, as dificuldades podem ser ainda maiores, não só pela estrutura do curso, mas também pelas condições de que esses estudantes dispõem e do pouco tempo livre que têm. A produção do material para o CEEJA foi um desafio. Nele, procurou-se apre- sentar conceitos importantes, que proporcionem uma visão do que a Química trata, assim como dar condições aos estudantes de compreender fatos e proble- mas para que possam participar de discussões sobre diferentes assuntos e se posicionar como cidadãos. Além disso, buscou-se, com os Cadernos do Estudante, oferecer-lhes opor- tunidades de estabelecer relações entre o que estudariam em Química e seu cotidiano, bem como entre a natureza e a sociedade, para que pudessem, assim, perceber e compreender a importância da Química no mundo moderno. A produção da cal, por exemplo, foi o pretexto para introduzir a linguagem química, as transformações, as propriedades específicas dos elementos; os méto- dos de separação de misturas, por sua vez, foram apresentados na discussão sobre os combustíveis gasolina e álcool e as formas de verificação de sua quali- dade. Alguns conceitos foram retomados em outros Volumes com o intuito de aprofundar a compreensão dos estudantes. Os vídeos desenvolvidos para cada Caderno exploraram os conceitos e as ati- vidades mais importantes trabalhados nas Unidades. Espera-se que o material cumpra seu objetivo: possibilitar aos estudantes do CEEJA que realizem um bom trabalho e que você, professor, encarregado de auxiliá-los, usufrua e possa fazer bom uso dele. Bom trabalho! química 32 Orientações gerais O ensino de Química pode contribuir para o desenvolvimento das potencialidades dos estu- dantes, tornando-os cidadãos mais críticos, capazes de compreender o mundo, intervir na realidade, fazer julgamentos coerentes de fenômenos do cotidiano e tomar decisões respon- sáveis. Ao ensinar Química por meio de Unidades didáticas contextualizadas, aproxima-se o conhecimento científico do senso comum, o que permite que o indivíduo questione e mude sua visão do mundo, desenvolvendo a curiosidade crítica. Nos Volumes que compõem o curso de Química, o início de cada Unidade e a apresentação de cada Tema visam inseri-la em contextos culturais, políticos, econômicos e sociais. Para tanto, são elencados temas norteadores que contextualizam determinadas aprendizagens no âmbito de um fenômeno macroscópico ou microscópico, procurando respeitar o repertório de conhecimentos prévios de cada estudante. As sequências didáticas e as atividades a elas vinculadas são apresentadas com foco, prin- cipalmente, nas capacidades de leitura e de escrita e no domínio de linguagens próprias da Química e das Ciências Naturais, como a leitura e a interpretação de dados em gráficos e tabe- las, as representações de transformações químicas etc., o que preparará os estudantes para ler o mundo em que vivem, questioná-lo e atuar melhor nele. Em um primeiro momento, no material do estudante, preparou-se a síntese do enfoque temático de cada uma das atividades, que, por sua vez, são acompanhadas de orientações que remetem aos procedimentos explicitados ou, então, a procedimentos alternativos para sua aplicação. São feitas, também, referências a outros materiais, além de serem propostos exercí- cios de aplicação de cada uma das atividades que compõem determinado estudo. Considera-se que é preciso que os estudantes vivenciem a construção do conhecimento, sendo, portanto, necessário que eles acompanhem os experimentos descritos e interpretem as observações para que entendam ou questionem as hipóteses e, em novas situações, sejam capazes de utilizar o conhecimento adquirido. A proposta é que eles percebam que os modelos e as teorias são construções mentais que estão sempre sendo elaboradas e reelaboradas para explicar o comportamento da matéria. É interessante, professor, que você, ao orientar os estudantes, procure agir de forma coe- rente com essa proposta, isto é, não forneça a resposta dos exercícios nem os resolva imedia- tamente. Sugere-se, portanto, que você investigue se os estudantes entenderam os conceitos de que precisam para resolver as questões e, sempre que possível, realize pequenos experi- mentos e use simulações, perguntando a eles o que sabem a respeito desses conceitos. As oficinas oferecem excelentes momentos para envolvê-los e fazê-los participar ativa- mente do processo de aprendizagem e, durante o desenvolvimento delas, professor, seu papel 33 é o de apresentar problemas, orientar as observações dos experimentos ou simulações e pro- vocar discussões acerca do tema em questão. Sugere-seque as atividades investigativas partam de um problema que os estudantes têm de resolver, fazendo-os agentes do processo de aprendizagem e que não tenham, assim, uma ati- tude passiva diante do ensino. Além disso, elas permitem que os conceitos sejam apreendidos de forma consciente, contribuindo para que os estudantes possam aplicá-los em novas situações. Essas atividades foram elaboradas com base em filmes, experimentos, jogos, debates, simu- lações etc. O fundamental é que os conceitos a serem trabalhados não sejam apresentados prontos, e, sim, desenvolvidos por meio de um problema, para que os estudantes construam hipóteses e as testem, a fim de chegar a possíveis soluções. É com essa perspectiva que são apresentadas as sugestões de oficinas para as aulas pre- senciais. Muitas delas utilizam simuladores que podem ser executados on-line ou instalados em um computador para rodar off-line. Alguns vídeos que exibem experimentos também são sugeridos para quando não for possível realizá-los nas oficinas. Não importa se o experimento for realizado na própria oficina ou apresentado em um vídeo ou em uma simulação; o que vale é como ele será aproveitado. A oficina é o momento para que os estudantes se sintam à vontade para questionar, formular hipóteses e discutir com seus pares as conclusões a que chegaram. Se possível, oriente essas discussões, provocando os estudantes por meio de questiona- mentos ou situações-problema. É importante não transformar as oficinas em aulas expositi- vas, a fim de garantir um momento coletivo de reflexão e envolvimento dos estudantes com o conhecimento. Espera-se que este material, composto de três Volumes, bem como os vídeos que o acompa- nham, facilitem tanto o trabalho dos estudantes quanto o seu, professor. Para professores e professoras Textos ASIMOV, Isaac. Cronologia das ciências e das descobertas. São Paulo: Civilização Brasileira, 1993. O livro trata das descobertas científicas. BELL, Madison S. Lavoisier no ano um: o nascimento de uma nova ciência numa era de revo- lução. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. A obra oferece um panorama da história da Química, de Paracelso à Revolução Francesa. 34 FARADAY, Michael. A história química de uma vela: as forças da matéria. Rio de Janeiro: Contra- ponto, 2009. Conferências feitas por um dos maiores cientistas do século XIX. Faraday descreve as reações físico-químicas que ocorrem durante os experimentos que realiza com maestria. KRAISIG, Ângela R. et al. Análise das ideias dos estudantes sobre átomo, elemento químico e molécula em oficinas desenvolvidas pelo PIBID/Química – UFSM. Disponível em: <http://sec.sbq.org.br/ eventos/36ra/resumos/T0652-1.pdf>. Acesso em: 9 out. 2014. Discute os conceitos de átomo, molécula e elemento químico. MIRANDA, Ana Carolina G. et al. A construção de um biodigestor para a contextualização da Química. Disponível em: <http://sec.sbq.org.br/eventos/36ra/resumos/T0199-1.pdf>. Acesso em: 9 out. 2014. Propostas de trabalho – construção de um biodigestor; trabalho apresentado pela Socie- dade Brasileira de Química (SBQ). OLIVEIRA, Carlos Antonio Leão; SILVA, Thiago Pereira da. Aplicação de aulas experimentais de Quí- mica com materiais alternativos a partir de sucatas e materiais domésticos no Ensino de Jovens e Adul- tos (EJA). Encontro Nacional de Educação, Ciência e Tecnologia/UEPB. Disponível em: <http:// editorarealize.com.br/revistas/enect/trabalhos/Comunicacao_25_2.pdf>. Acesso em: 9 out. 2014. O material apresenta o EJA e trata de conteúdos para experimentos em sala de aula ou oficinas. QUÍMICA Nova na Escola. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/>. Acesso em: 9 out. 2014. Dispõe toda a coleção da revista Química Nova na Escola, que apresenta artigos publicados, experimentos, metodologias, conceitos e aplicações da Química. SOCIEDADE Brasileira de Química (SBQ). A Química perto de você: experimentos de baixo custo para a sala de aula do Ensino Fundamental e Médio. Disponível em: <http://quimica2011.org. br/arquivos/Experimentos_AIQ_jan2011.pdf>. Acesso em: 9 out. 2014. Apresenta várias propos- tas de trabalho para o ensino de Química. Sites CIÊNCIA Mão. Recursos para a Educação em Ciências. Disponível em: <http://www.cienciamao. usp.br/tudo/recursos.php?tipo=atividades>. Acesso em: 9 out. 2014. O site propõe algumas ati- vidades didáticas. PLANETA Química. Ciscato & Pereira. Disponível em: <http://sites.aticascipione.com.br/planeta quimica/links.aspx>. Acesso em: 9 out. 2014. Site da editora Ática, que fornece links para diver- sos artigos interessantes de Química. UNIVERSIDADE Estadual Paulista (Unesp). Animações das experiências desenvolvidas no laboratório de Química Geral. Disponível em: <http://www2.fc.unesp.br/lvq/animations.htm>. Acesso em: 9 out. 2014. Animações para experimentos de laboratório. UNIVERSIDADE Federal do Pampa (Unipampa). Disponível em: <http://pibid-quimica-unipampa. blogspot.com.br/>. Acesso em: 9 out. 2014. Artigos sobre educação. 35 Para professores, professoras e estudantes Textos CHAGAS, Aécio P. A história e a química do fogo. 2. ed. Campinas: Átomo, 2013. O livro mostra a importância do domínio e do uso do fogo no desenvolvimento da ciência. CPRM – Serviço Geológico do Brasil. Recursos minerais do fundo do mar. Disponível em: <http:// www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=2560&sid=129>. Acesso em: 9 out. 2014. O texto apresenta os recursos minerais do fundo do mar. FARIAS, Cristiane Sampaio; BASAGLIA, Andreia Montani; ZIMMERMANN, Alberto. A impor- tância das atividades experimentais no Ensino de Química. 1o Congresso Paranaense de Educação em Química (CPEQUI). Disponível em: <http://www.uel.br/eventos/cpequi/Completos pagina/18274953820090622.pdf>. Acesso em: 9 out. 2014. O texto discute a importância das atividades experimentais no ensino de Química. FISHER, Len. A ciência no cotidiano. Rio de Janeiro: Zahar, 2014. O autor mostra como as leis da ciência explicam os fenômenos do dia a dia. GRIMM, Alice Marlene. Meteorologia básica – notas de aula. Disponível em: <http://fisica.ufpr.br/ grimm/aposmeteo/>. Acesso em: 9 out. 2014. O texto trata da meteorologia, da atmosfera, suas camadas e de como a temperatura varia. LE COUTEUR, Penny M.; BURRESON, Jay. Os botões de Napoleão: as 17 moléculas que mudaram a história. Rio de Janeiro: Zahar, 2006. O livro apresenta hipóteses de como a ciência pode ter interferido na história da humanidade. MINISTÉRIO da Educação. Química. v. 4. (Coleção Explorando o Ensino). Disponível em: <http:// portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/EnsMed/expensquim_vol4.pdf>. Acesso em: 9 out. 2014. Conteúdo de apoio a professores e estudantes, oferece material didático para as disciplinas: Matemática, Biologia, Química e Física. O Volume 4 é concernente à Química. NOVAES JUNIOR, Fábio M. et al. Atividades experimentais simples para o entendimento de conceitos de cinética enzimática: Solanum tuberosum – uma alternativa versátil. Relatos de sala de aula. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc35_1/05-RSA-104-11.pdf>. Acesso em: 9 out. 2014. Atividades e experimentos simples sobre cinética enzimática. Sites BANCO Internacional de Objetos Educacionais. Disponível em: <http://objetoseducacionais2. mec.gov.br/handle/mec/8305>. Acesso em: 9 out. 2014. Este site do Ministério da Educação (MEC) contém objetos educacionais. PHET Interactive Simulations. Disponível em: <http://phet.colorado.edu/pt_BR/simulations/ category/physics>. Acesso em: 9 out. 2014. Simulações de Química, Física e Biologia. PONTOCIÊNCIA. Disponível em: <http://pontociencia.org.br/>. Acesso em: 9 out. 2014. Vídeos e experimentos de ciências da natureza. SIMULAÇÕES na Web. Disponívelem: <http://nautilus.fis.uc.pt/molecularium/pt/simweb/ index.html>. Acesso em: 9 out. 2014. Simulações para Química e Física. 36 VOLUME 1 unidade 1 ‒ a química no cotidiano 37 Tema 1 – Substâncias químicas no cotidiano Tema 2 – Transformações químicas unidade 2 ‒ combustão 41 Tema 1 – Reações de combustão Tema 2 – Constituição da matéria unidade 3 ‒ Processos produtivos: obtenção da cal e a tabela periódica 46 Tema 1 – Processo de obtenção da cal Tema 2 – Tabela periódica unidade 4 ‒ Processos produtivos: fermentação 52 Tema 1 – A fermentação e a produção do álcool comum Tema 2 – Como se expressa a concentração de álcool Tema 3 – A energia nas reações químicas VOLUME 1 37VOLUME 1 Objetivos O Volume 1 aborda as propriedades que identificam as substâncias, o modelo corpuscular da matéria e a linguagem da Química. As propriedades específicas são tratadas não só para identificar substâncias, mas também são discutidas nas separações de misturas e na determinação da qualidade dos combustíveis. A produção da cal e sua importância econômica são usadas para desenvolver a linguagem das fórmulas e das equações. O Volume se encerra com as transformações exotérmicas e endotérmicas, mostrando como são representadas nas equações e graficamente. UnidadE 1 a química no cotidiano Descobrindo qual é a lata TEMa 1 Objetivo No Volume 1, utiliza-se a densidade para verificar a quantidade de água no álcool combustível. Esta ofi- cina propõe que os estudantes identifiquem, entre duas latas idênticas e sem rótulo, qual contém leite condensado e qual contém creme de leite, sem que seja preciso abri-las. A oficina tem por objetivo, portanto, que os estu- dantes possam interpretar a relação existente entre a massa e o volume de um material, conhecida como densidade. Com o experimento, eles perceberão que volu- mes iguais de materiais distintos apresentam mas- sas diferentes, e que essa é a chave para a resolução do problema. * Canal do Educador. Disponível em: <http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/agua-fria-quente- qual-mais-densa.htm>. Acesso em: 10 out. 2014. • Duas latas idênticas, uma de leite condensado e outra de creme de leite, sem os rótulos • Balde com água • Balança • Recipientes idênticos para dispor os líquidos a seguir (a quantidade de líqui- dos será definida de acordo com os recipientes escolhidos): — Água — Óleo — Álcool combustível — Gasolina • Experimento Água fria e quente, qual é a mais densa?* opcional • Massa de modelar opcional REcURsOs nEcEssáRiOs 38 VOLUME 1 Uma dona de casa resolve preparar um pudim de leite condensado, mas, ao procurar os ingredientes, percebe que no armário há duas latas idênticas e sem rótulo. Ela sabe que uma é de leite condensado e a outra é de creme de leite. Como descobrir qual lata é a de leite condensado sem que ela precise abri-las? Problema Procedimento Professor, você pode dispor o balde com água, a balança e as duas latas sobre uma mesa. É importante explicar aos estudantes que eles poderão ou não recorrer a qualquer um desses materiais disponibilizados para resolver o problema das latas. Após um tempo determinado por você, a proposta é pedir aos estudantes que respon- dam à questão levantada no problema das latas e expliquem como descobriram qual é a lata de leite condensado. Caso não consigam chegar à resposta, você pode apresentar a seguinte situação: em reci- pientes idênticos, disponha massas iguais de líquidos diferentes, como água, óleo, álcool com- bustível, gasolina. Todos os líquidos devem estar em recipientes idênticos, para que os estu- dantes notem que os volumes são distintos. Você pode optar também por apresentar esses líquidos antes de expor o problema das latas. Outra sugestão de experiência para a oficina, se tiver interesse, pode ser Água fria e quente, qual é a mais densa?. Observação: é preciso cuidar para que os estudantes não confundam o que é mais denso com o que é mais pesado e o que é menos denso com o que é mais leve. Você pode complementar esta oficina sugerindo o uso de massa de modelar para construir um barco e discutir com os estudantes por que ele flutua e por que o mesmo material, na forma de uma bola, afunda quando ambos são colocados em um recipiente com água. Substâncias químicas no cotidiano TEMa 1 1. Entre as propriedades densidade, massa, temperatura de fusão e volume, quais podem ser utilizadas para identificar uma substância? Por quê? 2. A densidade de 1 kg do metal ferro é 7,8 g/cm3 em condições ambientes. Qual seria a densi- dade de 2 kg de ferro nas mesmas condições? Justifique sua resposta. 3. Um recipiente apresenta massa de 220 g. Ao completar o recipiente com querosene, a massa do conjunto passa a 351 g; porém, se ele for completado com água (densidade = 1,0 g/mL), 39VOLUME 1 a massa do conjunto passa a ser de 380 g. Determine o volume do recipiente e a densidade do querosene. 4. A temperatura ambiente na Terra pode variar de 40 °C a –90 °C. As temperaturas de fusão e de ebulição do álcool são –114 °C e 78 °C, e as do mercúrio –39 °C e 357 °C, respectivamente. Qual é o melhor termômetro para medir as diferentes temperaturas nas diversas regiões da Terra: o termômetro que contém mercúrio ou o que contém álcool? Justifique sua resposta. 5. Analisando a tabela ao lado e sabendo que os mate- riais não são solúveis em água, determine quais iriam flutuar na água e quais afundariam nela. (Densidade da água = 1,0 g/mL.) 6. Na preparação de um chá de saquinho em casa, quais os métodos de separação utilizados? 7. Qual é o método de separação em um aspirador de pó? 8. Qual é o método de separação utilizado para separar a areia grossa da fina? 9. Em nosso cotidiano, utilizamos as palavras “calor” e “temperatura” de forma diferente de como elas são usadas no meio científico. Na linguagem corrente, calor é identificado como “algo quente” e temperatura mede a “quantidade de calor de um corpo”. Esses significados, no entanto, não conseguem explicar diversas situações que podem ser verificadas na prática. Do ponto de vista científico, que situação prática mostra a limitação dos conceitos corriqueiros de calor e temperatura? a. A temperatura da água pode ficar constante durante o tempo em que estiver fervendo. b. Uma mãe coloca a mão na água da banheira do bebê para verificar a temperatura da água. c. A chama de um fogão pode ser usada para aumentar a temperatura da água em uma panela. d. A água quente que está em uma caneca é passada para outra caneca a fim de diminuir sua temperatura. e. Um forno pode fornecer calor para uma vasilha de água que está em seu interior com menor temperatura do que a dele. Enem 2010. Prova azul. disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2010/aZUL_sabado_GaB.pdf>. acesso em: 17 out. 2014. Transformações químicas TEMa 2 1. Quais transformações a seguir são reações químicas? a. Combustão do carvão. b. Formação da chuva. c. Fermentação do açúcar. d. Explosão da dinamite. e. Dissolução do açúcar em água. f. Oxidação do ferro. MaTERiaL dEnsidadE (g/cm3) Alumínio 2,7 Carvão 0,5 Pau-brasil 0,4 Diamante 3,5 40 VOLUME 1 2. Em uma reação entre soluções aquosas de nitrato de prata e cloreto de sódio que forma clo- reto de prata e nitrato de sódio, as massas envolvidas foram: REaGEnTEs PROdUTOs Nitrato de prata Cloreto de sódio Cloreto de prata Nitrato de sódio 1,699 g 0,585 g x 0,850 g Considerando que a reação foi completa e que não há reagentes em excesso, qual é a massa de cloreto de prata formada na reação? 3. Sabendo-se que a proporção entre as massas de oxigênio e hidrogênio na água
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