Consultoria - aula 1

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Consultoria e auditoria de processos de gestão de pessoas
Aula 1: Nova ambiência competitiva e re�exos sobre a gestão
de pessoas
Apresentação
Nesta aula, estudaremos o conceito de sistemas abertos e entenderemos como essa noção nos ajuda a compreender o ambiente
competitivo das organizações modernas. 
Você também será desafiado a refletir sobre como o cenário de competição interfere na construção das políticas de gestão de pessoas
e como estas políticas podem reforçar a estratégia organizacional. 
Por fim, analisaremos o conceito de equilíbrio organizacional e seus reflexos sobre pessoas e organizações.
Objetivos
Discutir sobre o ambiente competitivo e a decorrência disso para as organizações modernas;
Expressar o conceito de sistemas abertos e suas variáveis dependentes e independentes;
Demonstrar o equilíbrio organizacional e suas consequências para indivíduos e organizações.
Organizações e ambiente de competição no século XXI
Você já parou para pensar sobre a quantidade de produtos inovadores que são
lançados anualmente? Já imaginou como isto afeta as organizações e as pessoas?
As transformações tecnológicas sempre estiveram presentes na história. Desde a invenção da roda e da escrita até a nanotecnologia dos
dias atuais, o homem criou e descobriu diversos mecanismos que proporcionam segurança, conforto e aumentam a expectativa de vida da
população.
Algumas transformações tecnológicas causaram rupturas que proporcionaram um novo direcionamento à humanidade.
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Exemplo
Um primeiro exemplo foi a invenção da roda, que alterou a maneira como se transportavam coisas. Muito tempo depois, outro exemplo é a
invenção da máquina a vapor, que representou uma mudança abrupta no modo de produção de bens. Mais recentemente, temos como
exemplo o advento da Internet e suas tecnologias.
Uma característica importante das atuais transformações tecnológicas é a velocidade com que elas ocorrem: o que era novo há apenas um
ano se torna velho rapidamente. Embora a Internet seja um instrumento relativamente recente, pois se tornou acessível à sociedade por
volta do ano de 1995, inúmeras transformações associadas a esse mecanismo de comunicação passaram a ser essenciais na vida cotidiana:
bancos, universidades, governos, indústrias e comércio dependem de sistemas conectados à Internet para seu funcionamento. Uma falha da
Rede pode paralisar as atividades e provocar inúmeros prejuízos.
Os sistemas educacionais também mudaram. As possibilidades geradas pelos mecanismos atuais da Internet facilitaram a expansão da
educação a distância.
 Fonte: Por Africa Studio / Shutterstock.
Estamos presenciando, neste momento, o surgimento do que alguns especialistas chamam de quarta Revolução Industrial, que irá
transformar profundamente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. A velocidade das transformações, que já é grande em
nossa era digital, irá aumentar em muito. Estas mudanças virão principalmente da engenharia genética e das neurotecnologias.
Some-se a isso o fenômeno da Internet das Coisas, que já é uma realidade se avizinhando, com tecnologias já desenvolvidas. A Internet
das Coisas vai conectar e dar inteligência de funcionamento a milhares de dispositivos nas residências das pessoas e nas cidades. A
Internet 5G é a tecnologia que vai possibilitar esta interconexão, com maior velocidade de navegação e tráfego.
Como estas transformações irão impactar as empresas?
Veja, a seguir, as possíveis transformações.
Desa�o das empresas e as pessoas
Mudanças tão velozes alteram o ambiente de competição e exigem das empresas respostas igualmente velozes para os desafios
que se impõem. Os mecanismos de organização do processo produtivo utilizados no século XX não são capazes de ajudar e
tornaram-se obstáculos. Princípios de organização do desenho organizacional, como hierarquia, unidade de comando, divisão do
trabalho, disciplina, valor do cargo de acordo com a posição hierárquica e comunicação formal em papel, ficaram obsoletos, pois
são entraves à velocidade de decisão.
Nesse ambiente competitivo e altamente mutável, as organizações devem adotar princípios de desenho organizacional com base
na criação de valor, na comunicação imediata e eletrônica, na alocação dinâmica de recursos, no trabalho realizado em equipes e
interdependente, na recompensa baseada em contribuições e competências alocadas e na desconstrução da hierarquia e das
fronteiras departamentais. 
 Fonte: Por Roman Samborskyi / Shutterstock.
Exige-se também das organizações que seu processo produtivo passe a se pautar na gestão por processos e que o sistema de gerenciamento
de carreiras considere os anseios das pessoas em termos de crescimento, privilegiando o crescimento horizontal, e não mais o hierárquico.
Os novos contextos organizacionais exigem que as empresas adotem estratégias bem definidas. Por sua vez, os planos construídos
precisam de acompanhamento para que se tornem efetivos, ou seja, alcancem os objetivos desejados.
Essa é a importância da auditoria e da consultoria organizacional: elas ajudam as empresas a manterem-se no rumo correto.
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Organizações como sistemas abertos
Para entendermos o ambiente competitivo e as suas mudanças, é necessário que compreendamos o conceito de sistemas abertos.
Segundo Chiavenato (2014):
“[...] um sistema é um conjunto de elementos dinamicamente
relacionados, formando uma atividade para atingir um
objetivo, operando sobre dados/energia/matéria para fornecer
informações/energia/matéria.”
A noção de sistemas abertos foi inicialmente desenvolvida por Emery e Trist, a partir das ideias de Ludwig von Bertalanffy, biólogo
austríaco. Bertalanffy publicou suas ideias sobre a teoria administrativa dos sistemas entre 1950 e 1968.
A noção principal fornecida pela teoria dos sistemas é que há uma interdependência entre todos os elementos que compõem um ambiente.
Assim como as organizações dependem dos insumos de fornecedores, dos pedidos de clientes, da própria concorrência para continuar se
desenvolvendo, estes elementos constituintes do ambiente também precisam dos produtos desenvolvidos ou fabricados pelas organizações.
Esta noção pressupõe a ideia de que há um ajuste entre ambiente interno e externo em torno das suas demandas recíprocas.
Nesta abordagem, é possível classificar o ambiente como: simples ou complexo.
Os ambientes simples são aqueles com poucos elementos constituintes, como um
bar em um subúrbio de uma cidade (alguns fornecedores, clientes locais, bares
concorrentes) ou uma fábrica de eletrodomésticos inserida em um ambiente
complexo (inúmeros fornecedores, concorrentes em todo o país e no exterior,
clientes dispersos geograficamente etc.). Em ambos os cenários, há uma
interação dinâmica com o ambiente externo.
Teoria dos Sistemas
A Teoria dos Sistemas apresenta dois tipos de classificações:
Abertos
Os sistemas abertos, por sua vez, são imprevisíveis, pois as situações estão em contínua mudança.
Fechados
Nos sistemas fechados, os resultados das transações com o
meio externo podem ser perfeitamente previstos. São
estáveis.
As organizações são entendidas como sistemas abertos pela Teoria dos Sistemas. Isso significa que “elas estão em processo contínuo e
incessante de trocas com o meio ambiente” (CHIAVENATO, 2014).
A abordagem dos sistemas abertos foi importante para o desenvolvimento das teorias administrativas, pois inseriu a preocupação com o
ambiente externo no estudo e no planejamento das organizações. A partir de então, as organizações não eram mais consideradas somente
em seu interior, mas passaram a ser estudadas de fora para dentro.
A organização deixa de ser uma variável independente para ser uma variável dependente.
A sociedade é o elemento maior de um sistema aberto. As organizações integram este sistema, interagindo com o meio externo – por meio
da realização de trocas, recepção de insumos (entradas) e fornecimentode resultados (saídas). Em função das transformações contínuas, as
trocas realizadas pelos elementos de um sistema não são conhecidas previamente, diferentemente dos sistemas fechados. Podemos
demonstrar um sistema fechado com a operação de uma máquina: uma vez que sejam introduzidos os insumos para a fabricação, é
possível saber quais produtos serão resultantes da transformação.
Veja, a seguir, as características fundamentais das organizações como sistemas abertos, que foram elencadas por Chiavenato (2014).
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Agregação exponencial dos esforços simultâneos empreendidos no interior da organização que resulta em um efeito multiplicador
dos esforços realizados. O resultado dos esforços sinérgicos são potencialmente maiores do que a simples soma dos esforços.
Sinergia 
Processo de ajustamento do sistema em função dos sinais de retorno recebidos do ambiente. Uma vez que a organização entenda que
precisa se ajustar a um novo ambiente concorrencial, por exemplo, ela fará isto em razão dos sinais que recebe daqueles que recebem
seus produtos. A adaptabilidade é a capacidade da organização de realizar mudanças e produzir inovação.
Adaptabilidade 
Principal característica dos sistemas abertos. Trata-se da capacidade da organização de modificar as suas estruturas e sua concepção
como decorrência da adaptabilidade.
Morfogênese 
Diz respeito ao fluxo contínuo de entradas ou importação de insumos (recursos, materiais, energia etc.) e de saídas ou exportação de
produtos ou serviços para abastecer o ambiente.
Importação e Exportação 
Elemento que garante o equilíbrio dinâmico dos sistemas, com a manutenção do status quo interno. Garante o fluxo contínuo de
entrada e saídas e, por conseguinte, a sobrevivência do sistema. Poderíamos comparar a um rio que nunca interrompe sua correnteza,
garantindo um movimento contínuo. Produz a rotina e a conservação do sistema. 
Homeostasia 
Corresponde ao processo de tendência à exaustão e ao desaparecimento das organizações. É a degradação típica dos sistemas
fechados. A negentropia é o processo inverso, ou seja, o processo que pretende garantir a sobrevivência ou continuidade da
organização. Para contrapor o processo de entropia (garantir a negentropia), os sistemas abertos importam uma quantidade maior de
energia do meio externo do que devolvem. Assim, usam esta reserva para alimentar suas estruturas e compensar as perdas de energia
na entrada e saída.
Negentropia ou entropia negativa 
Abordagem sistêmica do Instituto de Relações Humanas de
Tavistock
As organizações foram concebidas como um sistema sociotécnico por pesquisadores (psicólogos e sociólogos) do Instituto Tavistock, na
década de 1960, em Londres. Isso implica uma interação contínua entre a organização e o ambiente.
Segundo Chiavenato (2014), esse sistema é composto por dois subsistemas.
Subsistema Técnico
Estão incluídos, neste subsistema, a tecnologia, o território e
o tempo. Diz respeito ao ambiente físicos, às tarefas, às
técnicas operacionais, aos equipamentos etc. A eficiência
potencial da organização está representada neste subsistema.
Subsistema Social
Este subsistema inclui as pessoas, suas características
psicológicas e físicas, as exigências da organização para as
situações de trabalho e as relações sociais entre as pessoas
que executam uma tarefa.
Na Teoria dos Sistemas, as variáveis ambientais (concorrentes, tecnologias emergentes etc.), são independentes, pois se encontram fora do
escopo de controle das organizações. Por outro lado, as técnicas administrativas (estrutura organizacional, modelos de liderança, estímulos
de carreira, políticas de gestão de pessoas etc.) são dependentes pois estão dentro dos limites de atuação e controle das organizações.
Comentário
A Teoria dos Sistemas concebe o indivíduo como homem funcional. Esta é uma noção importante dentro da Teoria dos Sistemas e na
história das teorias administrativas, pois, pela primeira vez, se formulou a ideia de que as pessoas exercem papéis dentro da organização.
Isso implica dizer que o indivíduo mantém expectativas com relação à organização e às demais pessoas inseridas nela, em relação ao
desempenho de suas atribuições. Estes papéis também são dinâmicos e admitem ajustes, caso seja necessário.
Construir políticas de Gestão de Pessoas e avaliar seus resultados requer que saibamos como funciona o ambiente em que aquela
organização está inserida.
Ideia de equilíbrio organizacional
O equilíbrio organizacional está alicerçado na ideia de que as pessoas realizam suas atividades nas organizações em troca de incentivos
(produtos, salários, benefícios indiretos etc.). As organizações e as pessoas se beneficiam mutuamente desta troca. Enquanto os incentivos
forem satisfatórios, as pessoas continuarão a realizar as atividades esperadas, mantendo, assim, o equilíbrio organizacional.
 Fonte: Por Atstock Productions / Shutterstock.
Tipos de participantes
Os participantes de uma organização são os empregados, os investidores, seus fornecedores, seus distribuidores e os consumidores finais
do que a empresa produz. Todos mantêm algum tipo de vinculação com a organização e dela recebem entradas e saídas. Lembra da teoria
dos sistemas? É basicamente o mesmo princípio.
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Atividade
1. Julgue a afirmativa a seguir:
“O advento da internet das coisas e a iminência da quarta Revolução Industrial não afetam o ambiente competitivo e os objetivos de
negócios das organizações modernas, sendo desnecessário, assim, alterar o posicionamento estratégico das empresas em função destes
fenômenos”.
Indique se esse pensamento está certo ou errado. Justifique sua resposta.
2. Julgue a afirmativa a seguir:
“A teoria dos sistemas parte do pressuposto de que as organizações podem ser separadas em partes, pois funcionam de maneira
independente”.
Indique se esse pensamento está certo ou errado. Justifique sua resposta.
3. Julgue a afirmativa a seguir:
“A manutenção do equilíbrio organizacional não está relacionada aos benefícios ou estímulos ofertados pela organização”.
Indique se esse pensamento está certo ou errado. Justifique sua resposta.
NotasReferências
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da Administração. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. 
CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações. 3. ed. São Paulo: Manole, 2014. 
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4. ed. São Paulo: Manole, 2014. 
MOTTA, Fernando C. Prestes; VASCONCELOS, Isabella F. Gouveia. Teoria geral da Administração. 3. ed. Ver. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2006.
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O que é a 4ª Revolução Industrial – e como ela deve afetar nossas vidas.
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