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ISTS Síndrome da Ulcera Genital LARA BIANCA CARDOSO PEREIRA- @ESTETO.DA.LARA CANCRO MOLE/ CANCROIDE/ CANCRELA/ CAVALO/ CANCRO VENÉREO/ ÚLCERA DUCREYI É uma doença de transmissão exclusivamente sexual. Acredita-se que a doença seja transmitida por microabrasões epidérmicas durante o ato sexual. Agente etiológico: Haemophilus ducreyi (cocobacilo gram -) o Incubação: 4-7 dias DIAGNÓSTICO Exame clinico: o Pápulas eritematosas evoluem para pústulas e originam lesões ulcerosas o Múltiplas ulceras dolorosas com bordas salientes e irregulares, base amolecida, contorno eritematoso, com fundo sujo, friável e necrótico, recoberto por exsudado necrótico amarelado com odor fétido o Adenopatia inguinal unilateral dolorosa com fistula única OBS: Quando tiver ulceras dolorosas deve-se pensar em cancro mole ou herpes! Exames laboratoriais: bacterioscopia com coloração Gram ou Giemsa TRATAMENTO (CDC 2015) ACEC Azitromicina 1g dose única VO Ceftriaxone 250 mg dose única IM Ciprofloxacina 500 mg 12/12h por 3 dias VO Eritromicina 500 mg 8/8h por 7 dias Gestação: o Eritromicina 500 mg, 8/8 h por 10 dias VO o Ceftriaxone 250 mg dose única IM (se não houver resposta com eritromicina) Higiene local para evitar autoinoculação Aspiração com agulha de grosso calibre dos gânglios linfáticos comprometidos HERPES É uma doença incurável causada pelo Hepes-Simplex Vírus, sendo a IST ulcerativa mais frequente, seguida pelo cancro duro. O vírus permanece no sistema neural por toda vida, permanecendo nos gânglios sensoriais após infecção primária. A sua reativação ocorre na raiz dorsal, retornando pelo nervo para a superfície da pele ou mucosa correspondente ao dermátomo de origem. Agente etiológico: o HSV 1: predomina lesões orais o HSV 2: predomina lesões genitais o Incubação: 4 dias DIAGNÓSTICO Exame clinico: o A primoifecção é geralmente assintomática o A fase prodrômica se manifesta com sensibilidade local, prurido, mialgia e queimação no local onde as pápulas surgirão o Surgimento de pápulas eritematosas e dolorosas, as quais se tornam vesículas que coalescem o As úlceras são múltiplas, dolorosas, possuem bordas lisas bem definidas, fundo limpo, rasas e não sanguinolentas, as quais formam crostas e cicatrizam o Adenopatia inguinal bilateral e dolorosa, sem fistula, com frequente repercussão sistêmica (febre, mal-estar...) o Em caso de infecções recorrentes (reativação do vírus), essas tendem a ocorrer com menos intensidade com o tempo. Os facilitadores para recorrência são: ▪ Febre ▪ Exposição solar ▪ Frio intenso ▪ Traumatismo ▪ Menstruação ▪ Estresse ▪ Imunodepressão ▪ Antibióticoterapia prologada o Desaparece sem sequelas o Recorrências diminuem com o passar do tempo Exames laboratoriais: o Citodiagnóstico de Tzank o Papanicolau: demonstra inclusões virais o Sorologia: anticorpos se desenvolvem após infecção primaria e permanecem por toda vida ▪ Só tem valor se for 4 semanas após infecção o Imunoflorescência direta: pesquisa de anticorpos monoclonais com eficácia semelhante a cultura (fácil e rápido) o Biopsia e cultura são mais específicas, porém não realizados rotineiramente TRATAMENTO (CDC 2015) A herpes é recorrente e incurável. O objetivo do tratamento é encurtar o curso da doença, diminuir intensidade e recorrência. Sintomáticos: analgésicos e anti-histaminicos Antibióticos tópicos (neomicina), em casos de infecção secundária TRATAMENTO ANTIVIRAL (ORAL): PRIMOINFECÇÃO: o Aciclovir 400 mg, VO, 3x ao dia por 7 a 10 dias (MS) o Fanciclovir 250 mg 3x ao dia por 7 a 10 dias o Valaciclovir 1g 2x ao dia por 7 a 10 dias Obs: todos os tratamentos devem ser estendidos se não houver cura até 10 dias RECORRENTE: iniciar no primeiro dia ou nos sintomas prodrômicos o Aciclovir 400 mg VO 3x ao dia por 5 dias (MS) o Fanciclovir 1g 2x ao dia por 5 dias o Valaciclovir 1g 1x ao dia por 5 dias GESTAÇÃO: o Aciclovir o Risco de transmissão é maior no 3º trimestre o Prevenção do herpes neonatal: interrupção da gestação por cesariana em caso de lesões ativas no canal de parto Higiene local com solução fisiológica e água boricada Uso de corticoides não é indicado DONOVANOSE/ GRANULOMA INGUINAL/ GRANULOMA TROPICAL/ GRANULOMA VENÉREO É uma doença de transmissão sexual, crônica e progressiva, pouco frequente e de baixa contagiosidade. Sua transmissão pode ocorrer também por contaminação fecal e autoinoculação. Agente etiológico: Klebsiella granulomatosis, também conhecida como Donovania granulomatis o Bacilo Gram – o Pleomórfico o Imóvel o Incubação: 50 dias o Flora intestinal DIAGNOSTICO Exame clinico: o Nodulação subcutânea indolor e unilateral inicial (~aumento linfonodal) o Ulceração de borda plana ou hipertrófica, profunda, bem delimitada, com base granulosa, aspecto vermelho vivo e sangramento fácil ▪ Por autoinoculação surgem lesões satélites que se unem, alcançando grandes áreas o Evolução para lesão vegetante, extensa e indolor o Sem adenopatia (apenas pseudobubões) o Dx diferencial: câncer (fazer biopsia!) Exames laboratoriais: o Biopsia com achado do corpúsculo de Donovan o Esfregaço com coloração Wright, Giemsa ou Leishnan TRATAMENTO A cura é incomum na ausência de tratamento, evoluído para lesões extensas, destruição tecidual e estase linfática Azitromicina 1g VO 1x/semana por 3 semanas ou até desaparecer as lesões (CDC 2015) Doxiciclina 100 mg, VO, 12/12 h por 21 dias ou até desaparecimento das lesões (MS) Gestação: o Eritromicina 500 mg, VO, 6/6 h por 3 semanas o Azitromicina 1g, VO, 1x por semana por 3 semanas LINFOGRANULOMA VENÉREO/ DOENÇA DE NICOLAS-FAVRE-MULA/ BULBÃO CLIMÁTICO Doença transmitida quase exclusivamente pelo ato sexual. Agente etiológico: Clamydia trachomatis o Sorotipos: L1, L2 e L3 o Gram – o Incubação: 3 a 21 dias DIAGNOSTICO Exame clinico: evolução em 3 fases o 1ª lesão de inoculação: pápulas, pústula ou ulceração indolor, que pode desaparecer completamente sem ser notada pelo paciente o Adenopatia inguinal: ocorre 1 a 6 semanas após lesão de inoculação, é dolorosa, unilateral, com supuração e fistulização por múltiplos orifícios (bico de regador), além de sintomas gerais, como febre, anorexia, emagrecimento, sudorese noturna, meningismo e mal-estar o Sequelas: fistulas e estenoses retais (em praticantes do sexo anal), obstrução linfática crônica e elefantíase genital (estiomeno vulvar de Huguier) Exames laboratoriais: (não rotineiro) o Sorologia ELISA (após 4 semanas de infecção) o Teste fixação complemento ▪ Títulos de anticorpos >= 1:64 o aumento de 4x em 2 semanas o PCR: amplifica DNA da clamídia o Teste de microimunoflorescencia o Infradermorreação de Frei: teste cutâneo com inoculação de antígenos da clamídia com posterior surgimento de nodulação o Biopsia o Cultura TRATAMENTO Doxiciclina 100 mg, VO, 12/12 h por 21 dias Abordagem do bulbão (MS): aspiração com agulha de grosso calibre dos gânglios linfáticos Parceiros sexuais devem ser tratados Gestantes: o Eritromicina 500 mg, VO, 6/6 horas por 21 dias o Azitromicina 1g, VO, 1x por semana por 3 semanas MNEMÔNICO: C- CERVICITE L- LINFOGRANULOMA (SOROTIPO L) A- ADENITE M- MULTIPLAS FISTULIZAÇÕES I- IMUNOFLUORESCÊNCIA Di- DOXICILINA A- AZITROMICINA (cervicite) SIFILIS/ LUES/ CANCRO DURO/ PROTOSSIFILOMA/ MAL VENÉREO A sífilis é uma infecção sistêmica crônica e transmitida sexualmente, na maioria dos casos. Sua evolução caracteriza-se por episódios interrompidos por períodos de latência. Agente etiológico: Treponema pallidum o Espiroqueta anaeróbia o Movimentoslentos o Desenvolvimento: umidade (lesões na boca e região genitoanal) o Atravessa pele e mucosas para inoculação, causando lesões do tipo protossifiloma o Incubação: 21 dias CLASSIFICAÇÃO Pode ser congênita ou adquirida o Congênita o Adquirida recente: até um ano após a infecção ▪ Primaria (cancro duro) ▪ Secundária ▪ Latente recente (sem manifestação) o Adquirida tardia- com mais de um ano após a infecção ▪ Latente tardia ▪ Terciaria DIAGNOSTICO Exame clinico: SIFILIS PRIMÁRIA: cancro duro • Úlcera rósea, única e indolor, com bordas bem delimitadas (1-2 cm), endurecidas e elevadas, fundo limpo, liso e brilhante. Desaparece sem deixar cicatriz, mesmo sem tratamento. • Adenopatia não supurativa, uni ou bilateral, indolor, sem sinais flogísticos e múltipla • As pessoas geralmente ignoram, porque não tem muita manifestação e desaparece • Lesões desaparecem em 4-8 semanas • podem ser porta de entrada para o Lesões HIV (aumenta contagio em até 2x) SÍFILIS SECUNDÁRIA: condiloma plano • Lesões cutaneomucosas não ulceradas simétricas, localizadas ou difusas: roséolas, pápulas eritemoacastanhadas, alopecia, madarose, lesões/placas elevadas mucosas • Linfadenopatia generalizada • Aparecem 4 a 8 semanas após o desaparecimento da lesão primária/ cancro duro • Desaparece em 2-6 semanas e a infecção entra em latência SÍFILIS LATENTE (RECENTE OU TARDIA): • Assintomático • 2/3 dos pacientes não tratados permanecem nessa fase • Se não ocorrer essa fase, progride para fase terciária • Se o diagnostico for realizado pelo rastreio sorológico (sem lesão clínica), devemos classificar como latente tardia SÍFILIS TERCIÁRIA: • Sífilis 1ªria e 2ªria não tratada • Alterações neurológicas, como tabes dorsalis (degeneração de neurônios) • Alterações cardiovasculares, como aneurisma aórtico • Alterações cutaneomucosas, como tubérculos (gomas) • Artropatia de charcot OBS: A neurosífilis pode ocorrer em qualquer fase da doença e não deve ser confundida com sífilis terciária, pois apenas essa última apresenta tabes dorsalis. Deve-se investigar neurosífilis quando houver disfunção cognitiva, motora ou sensorial. Exames laboratoriais: PARA DIAGNOSTICO DA SÍFILIS, DEVEM SER UTILIZADOS: UM TESTE TREPONEMICO (FTA-ABS; TESTE RÁPIDO) + UM TESTE NÃO TREPONÊMICO (VLDR) O PRIMEIRO INDICA SE PACIENTE TEM OU JÁ TEVE SÍFILIS E PRECISA DO SEGUNDO EXAME PARA CORRELACIONAR A EVOLUÇÃO OU NÃO DE ALGUM TRATAMENTO JÁ FEITO. o Padrão ouro (sífilis primária): exame campo escuro ▪ Material de lesões ulceradas, lesões mucosas ou candilomatosas o Sorologia não treponêmica: são testes que detectam anticorpos que não são específicos da sífilis, porem estão presentes na doença. Podem ser qualitativos ou quantitativos. ▪ VDRL ▪ Reativo a partir da 2ª semana após surgimento do cancro duro ▪ CONTROLE DE CURA: verifica grau de resposta do tratamento • VDRL trimestral, exceto em gestante que o controle é mensal para verificar a queda na titulação ▪ Quando dá -, não tem sífilis! ▪ Títulos baixos (<1/16) ou falso- positivo pode indicar quadro de sífilis recente, muito antiga ou tratada (cicatriz) ▪ Títulos >1/4 (1:8,1:16,1:32, 1:64) é sugestivo de infecção ou aumento do titulo em 4x em sorologia sequenciais ▪ RPR ▪ TRUST o Sorologia treponêmica: são testes que empregam como antígeno o Treponema e detectam anticorpos específicos, ou seja, confirmam contato com treponema, sendo os primeiros a positivar e permanecem positivos por toda a vida. São QUALITATIVOS. Servem para confirmação de um teste não treponêmico +. ▪ Raramente falso-positivos ▪ FTA- Abs ▪ Quando dá +, indica que paciente tem ou teve sifilis ▪ Testes rápidos ▪ Elisa ▪ TPI ▪ MHA-TP VLDR FTA-Abs Interpretação - - Não é sífilis ou é uma janela imunológica - + Sífilis curada ou precoce + - Falso-positivo + + Sífilis não tratada ou tratada recentemente OBS: Após o tratamento, os testes treponêmicos permanecem reagentes por toda a vida do usuário, enquanto os testes não treponêmicos podem ter comportamento variável. TRATAMENTO Penicilina G benzatina IM o Primaria, secundária ou latente recente: dose única de 2,4 milhões UI, IM (metade da dose em cada glúteo) o Latente tardia, latente de duração incerta e terciária: três doses de 2,4 milhões de UI em intervalo semanal o Se há diagnóstico ou alta suspeita de neurosifilis, o tratamento deve ser feito com penicilina cristalina EV (4/4h ou infusão contínua) por 14 dias o Se a gestante for alérgica a penicilina, deve-se fazer dessensibilização Pacientes alérgicos à penicilina devem usar DOXICICLINA Atenção para reação de Jarisch-Herxheimer o Febre, calafrios, mialgia, cefaleia, hipotensão, exantema e exacerbação das lesões cutâneas o 2-4 horas após o início do tratamento o Dura 24-48 horas o Metilprednisolona 30 min antes da penicilina para evitar reação o Não interromper tratamento! OBS: gestação • VRDL deve ser solicitado no 1º e 3º trimestre e no momento do parto • Toda gestante, com pelo menos um teste + (treponêmico ou não treponêmico), deverá iniciar o tratamento imediatamente, porém deve-se realizar uma sorologia confirmatória, diferente da primeira que foi realizada e verificar o resultado posteriormente para confirmar a infecção. Revisão 1- LESAO UNICA OU MULTIPLAS? MULTIPLA: HERPES, CANCRO MOLE E DONOVANOSE UNICA: LINFOGRANULOMA OU SIFILIS 2- DOLOROSAS? DOLOROSO: HERPES (FUNDO LIMPO) E CANCRO MOLE (FUNDO SUJO) INDOLOR: LINFOGRANULOMA, SIFILIS E DONOVANOSE 3- FISTULIZA LINFONODOS? FISTULIZA: CANCRO MOLE (UNICO ORIFICIO) E LINFOGRANULOMA (BICO DE REGADOR) NAO FISTULIZA: HERPES, SIFILIS E DONOVANOSE LESÕES COM DOR: C H ora de dor C- CANCRO MOLE (FUNDO SUJO) H- HERPES GENITAL (FUNDO LIMPO) LESOES SEM DOR: L-ESOES (LINFOGRANULOMA) S-EM (SIFILIS) D-OR (DONOVANOSE) LESÃO ADENOPATIA AGENTE MULTIPLA, DOLOROSA, COM FUNDO SUJO DOLOROSA, FISTULIZAÇÃO POR ORIFÍCIO ÚNICO Cancro mole ÚNICA, INDOLOR, VEGETANTE INDOLOR UNILATERAL, GRANULOMA SUBCUTÂNEO Danovanose INDOLOR ÚNICA DOLOROSA, FISTULIZAÇÃO POR BICO DE REGADOR Linfogranuloma venéreo MULTIPLAS VESÍCULAS DOLOROSAS DOLOROSA BILATERAL ASSOCIADA A PRÓDROMOS Herpes ÚNICA, INDOLOR, COM FUNDO LIMPO INDOLOR, QUE NÃO FISTULIZA Sífilis
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