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INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMINSSÍVEIS –ISTs
Letícia Marques- P5
1
SíFILIS
· Também pode ser chamada de LUES
· Lesões cutâneo-mucosas polimorfas
· Causada pelo Treponema pallidum (bactéria gram negativa)
· Transmissão pode ser sexual, sanguínea ou transplacentária
· Pode atingir os sistemas circulatório e nervoso
· É uma doença sistêmica de fácil detecção e tratamento. É possível tratar 100% dos casos, se a paciente fizer o tratamento adequado
· Lesão primária normalmente é indolor
· Período de incubação de 10 a 90 dias, com média de 21 dias
· Pelo tempo de infecção: Adquirida recente (com menos de 1 ano de evolução) ou adquirida tardia (com mais de 1 ano de evolução)
· Pelas manifestações clínicas: Primária, secundária, latente ou terciaria
Primária 
· Caracterizada pelo câncro duro
· Presença de úlcera única, indolor, endurecida, circular, medindo de 1 a 2 centímetros de diâmetro, com fundo liso, bordas infiltradas e cor de carne – protossifloma
· Normalmente não arde, não coça, não dói e não tem pus
· Surge entre 10 a 90 dias após o contágio
· Pode ter enfartamento ganglionar regional, o chamado “bulbão sifilítico”, que é indolor, móvel e sem sinais flogísticos, que aparece uma ou duas semanas após o aparecimento do cancro
· Persiste por 6 a 7 semanas e desaparece com ou sem tratamento
· Após o tratamento, cura rapidamente e deixa de ser infectante em 24horas
secundária
· Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial. Geralmente de 4 a 8 semanas após o cancro e duram de 3 a 12 semanas
· Roséolas sifilíticas (patognomônico) – erupções cutâneas de aspecto avermelhado ou arroxeado, principalmente nas palmas das mãos e plantas dos pés, bem como lesões úmidas nas áreas genitais que são muito contagiosas (bactérias)
· Lesões pápulas erosivas, pustulosas e hipertróficas que acometem as cavidades orais e genitais, as palmas das mãos e dos pés
· Pode causar sintomas sistêmicos como: febre, faringites, mialgias, artralgias, mal-estar, perda de peso, perda de cabelo e apetite. A adenopatia pode persistir por meses até o desaparecimento
LATENTE 
· Fase assintomática. Não aparecem sinais ou sintomas
· Apresenta sorologia positiva, mas não aparece nenhuma lesão
· Inicia quando desaparece as lesões secundárias e persiste até que surjam as manifestações terciarias
· É dividida em sífilis latente recente (menos de 1 ano de infecção) e sífilis latente tardia (mais de 1 anos de infecção)
· A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária
TERCIÁRIA 
· Pode surgir de 2 a 40 anos após o início da infecção
· Mais tardio e raro
· Lesões cutâneas, orais ósseas, cardiovasculares e neurológicas (neurosífilis), podendo levar à morte
 
Diagnóstico 
· Identificação do Antígenos: com campo escuro, coloração de lâminas ou imunofluorescência direta; tem uma sensibilidade de 74-86%
· Sorologias: VDRL (não treponêmicas) e FTAbs (reações treponêmicas)
· Se há um VDRL não reagente, significa que provavelmente não tem sífilis
· Se tem um FTAbs não reagente, pode ou não ter sífilis, pois pode estar no período de incubação 
· Se VDRL não reagente e FTAbs reagente: significa sífilis primária precoce ou doença de longa evolução que já foi provavelmente curada. Normalmente o FTAbs não negativa
· Se VDRL reagente e FTAbs não reagente: pode ser que seja um falso positivo e deve-se repetir os exames
· Se VDRL e FTAbs são positivos: doença não tratada ou tratada recentemente
· O VDRL é obrigatório como exame de rotina ginecológica e é disponibilizado pelo SUS 
· Nem sempre vai negativar com o tratamento. Pode ter a cicatriz imunológica 
Tratamento 
· Primaria, secundária e latente recente – penicilina G benzatina- 2,4 milhões U,I IM, 1,2 milhões U em cada glúteo, em dose única 
· Se alérgico a benzetacil, tem como opção a doxiciclina 100mg, via oral, de 12 em 12h por 15 dias. Porém, nas gestantes não pode usar doxiciclina, se ela for alérgica, será necessário fazer dessensibilização da paciente para usar a benzetacil.
· Latente tardia e terciária– penicilina G benzatina- 2,4 milhões UI, IM, 1,2 milhões U em cada glúteo, 3 doses (1x/semana) ou a doxiciclina por 30 dias.
· Neurossífilis – penicilina G cristalina – 1,8 a 2,4 milhões/ dia, EV, de em 4 hrs em 4 hrs ou infusão continua, por 14 dias. Ou cetriaxona 1g, EV ou IM, 1x/ dia por 10 a 14 dias
· Sempre tratar o parceiro e manter abstinência sexual até comprovação de cura
· Retratar: Quando persistir ou surgirem novos sinais da doença; quando tiver aumento de pelo menos duas titulações no teste não treponêmico, ou seja, quando o VDRL sobe; quando o título alto de uma prova não treponêmica não decrescer em ¼ ao longo do ano
Cranco mole 
· Pode ser chamado de cancróide, úlcera de ducreyi ou cancrela
· É comum em climas quentes e populações de baixo nível socioeconômico 
· É causado pelo Haemophilus ducreyi, que é um cocobacilo gram negativo
· Período de incubação: 2 a 5 dias
· Quadro clínico: úlceras genitais + linfadenopatia dolorosa
· Transmissão: sexo vaginal, anal ou oral
· Ocorrência: 1 mulher para cada 20 homens 
· A mulher pode ser assintomática 
· Aparecem pápulas ou vesículas com rápida progressão para úlcera única ou múltipla, dolorosa, com base amolecida e bordas escavadas com fundo purulento fétido, por infecção secundária (podendo causar destruição tecidual importante)
· Genitália externa: pode estar associada a adenopatia satélite, na maioria, unilateral, “bubão com cancróide”, que aparece após 7 a 14 dias por fusão de vários gânglios, que fistulizam frequentemente. Logo, no cancro mole tem fistulização da lesão 
· As manifestações sistêmicas são discretas
 
DIAGNÓSTICO 
· Clínico
· Pesquisa microscópica do H. Ducreyi – base da ulcera / aspirado do bubão - linfodono (corado pelo GRAM) em meio de cultura 
· PCR 
· Biópsia da lesão
Tratamento 
· O tratamento de 1ª escolha é Azitromicina 1g, via oral, em dose única, podendo usar ceftriaxona, ciprofloxacino, eritromicina 
· Tratar sempre o parceiro 
· Punção com agulha grosa do bubão quando existir
LINFOGRANULOMA VENÉRIO 
· Pode ser chamado de linfogranuloma inguinal ou doença de Nicolas-Favre-Durand 
· É uma doença infecciosa sistêmica e crônica
· O agente infeccioso é a Clamydia trachomatis
· O período de incubação de 7 a 21 dias
· Leve secreção matinal com aspecto de “clara de ovo”
· Ardor ao urinar e alteração na frequência urinária 
· Mulheres: vagina, vulva, e em alguns casos, colo do útero 
· Homens: lesões ocorrem na glande e no prepúcio, formando grandes feridas purulentas 
QUADRO CLÍNICO 
Primeira fase: pequena úlcera ou pápula indolor, precoce e fugaz. Geralmente, desaparece em 3-4 dias
Segunda fase aparece 4 dias depois, há invasão dos vasos linfáticos e comprometimento dos linfonodos regionais que, em duas semanas supuram, abscedem e podem fistulizar
Terceira fase: após alguns meses de processo supurativo linfonodal, tem associação de áreas de fibrose cicatricial com focos de abcesso e fistulização, levando à elefantíase e à estenose uretral e retal. Na mulher, o processo supurativo ocorre com maior frequência nos linfonodos perirretais, pela drenagem linfática da mucosa vaginal e do colo uterino (fístula estenose retal)
 
DIAGNÓSTICO 
· Pesquisa de clamídia na cultura cultura de secreção vaginal com pesquisa de clamídia, normalmente pede também micoplasma e ureaplasma
· PCR
· Todas as pacientes praticantes de sexo anal, que apresentarem úlceras anorretais, devem ser investigadas
Tratamento 
· Doxiciclina 100g, VO, 12/12h por 3 semanas. 
· Tratar o parceiro 
· Pode fazer punção com agulha grossa dos linfonodos flutuantes (descompressão)
· Considerar troca de antibiótico se não tiver melhora em 14 dias 
HERPES
· Herpes simples tipo 1 e 2 é um vírus de DNA de localização cutânea e de núcleos neuronais de gânglios sensoriais
· É a IST ulcerativa mais frequente
· É recorrente e incurável
· Transmissão: contato sexual 
· O risco de transmissãovertical ocorre quando a paciente tem lesão, se não tiver, não tem risco de infectar o bebê
QUADRO CLÍNICO 
Os primeiros episódios costumam ser mais intensos, pode ter disúria intensa, dor, infecção secundária à lesão, retenção urinaria e outra complicações
Episódio inicial: tem lesões avermelhadas bilaterais e múltiplas, com dor local moderada e intensa, linfadenopatia inguinal dolorosa
Evolução: aparece primeiro as vesículas, que depois viram pústulas, depois úlceras, depois uma crosta e desaparecem espontaneamente independente do tratamento ou não 
Complicações: meningite asséptica, retenção urinária, disfunção do sistema nervoso autônomo, disseminação cutânea visceral nos imunocomprometidos e nas gestantes.
Recidivas: parestesia, dor na nádega, prurido 
Fatores desencadeantes para a recorrência: trauma mecânico, tensão emocional, doença sistema, alteração imune, menstruação, febre, exposição ao sol, frio intenso, fadiga e estresse
 
Diagnóstico 
· Clínico 
· Na colposcopia e citologia aparecem células multinucleadas
· Cultura, isolando o vírus HSVem 90%, a partir das vesicular e pústulas
· Sorologia com IgM tipos 1 e 2 e IgG
· PCR
· Imunofluorescência direta com anticorpos monoclonais
Tratamento 
Serve para encurtar o curso da doença, diminuir intensidade e suprir com segurança e eficácia os episódios de herpes
Primeira linha: Aciclovir 400 mg, via oral, 3 x ao dia, por 7 a 10 dias ou 200mg, via oral, 5 x ao dia por 7 a 10 dias
Pode ser utilizado, também, o Valaciclovir 500 mg, 2 vezes ao dia, por 7-10 dias ou ainda o Fanciclovir 250 mg, 3 vezes ao dia, por 7-10 dia
Tratamento supressivo: tem como função reduzir a frequência das recidivas (paciente com mais de 6 episódios por ano) e melhorar ou amenizar a gravidade das lesões. Esta diminui a recorrência do herpes genital em 70-80%. A segurança e a eficácia foram documentadas entre pacientes que usam dose diária de Aciclovir por até 6 anos e Valaciclovir e Fanciclovir por 1 ano. Tais esquemas podem ser utilizados: Aciclovir 400 mg/dia (por 6 a 12 meses); Valaciclovir 500mg- 1g/dia; Fanciclovir 250 mg/dia
Donovanose 
· Agente: bactéria Callymatobacterium granulomatis (gram negativa)
· Também chamada de granuloma inguinal, granuloma venério ou granuloma contagioso
· É uma infecção extra genital sistêmica, pouco contagiosa, a qual possui uma evolução crônica e progressiva. 
· É mais frequente em negros
· Apresenta período de incubação de 3 a 6 meses
Quadro clínico 
· Lesão nodular única ou múltipla com localização subcutânea que pode erosar
· Apresenta uma ulceração bem definida e de crescimento lento, de cor vermelho vivo e sangrante
· Casos não tratados – podem evoluir causando serias complicações como ulceração, estreitamento da uretra, vagina ou ânus 
· Não ocorre adenite – formações dos gânglios na região genital
 
Diagnóstico 
· Clínico
· Esfregaço: corpúsculos de de Donovan
· A cultura de secreção tem alto custo e normalmente não é feita
· Biópsia da lesão 
· Na sorologia serão observados os corpúsculos de Donovan
TRATAMENTO 
· Azitromicina 1g, via oral, 1 x por semana ou 500 mg, via oral, 1 x ao dia por 3 semanas
Gonorreia 
· Pode ser chamada de blenorragia, blenorreia e gonorreia
· Agente etiológico: Neisseria gonorrhoeae, diplococo gram negativo, aeróbio ou anaeróbio facultativo
· Infecta epitélio colunar ou de transição, uretra, reto, endocervice, faringe e conjuntiva
· A transmissão é por via sexual, pelo canal de parto ou fômites (materiais contaminados)
· Homens: secreção purulenta amarelo-esverdeada, pela manhã, provocando odor e ardor ao urinar 
· Período de incubação: 4 a 7 dias
· Pode ter infecção não complicada de colo uterino, reto e garganta
· Pode complicar com DIP, infertilidade de causa tubária, gestação ectópica,dor pélvica crônica
· Se não tratada, pode acometer próstata, vesículas seminais, epidídimos, pele, articulações, endocárdio, fígado e meninges 
· Paciente com histórico de que está a muito tempo tentando engravidar e não consegue, deve pedir cultura com pesquisa para gonococo e clamydia, pois essa pode ser a causa
Quadro clínico 
· Assintomática 60 a 80% dos casos
· Sinais e sintomas: urogenitais, secreções endocervical, muco purulento, dor pélvica, dispaurenia, sangramento irregular, hiperemia vaginal, disúria e polaciúria
· Sinais e sintomas extragenitais são de acordo com o tipo de infecção, podendo ter uma infecção secundária. Cervicite com secreção purulenta visível no canal cervical ou presente em swabendocervical
 
DIAGNÓSTICO 
· Cultura de secreção vaginal pra gonococo
Tratamento 
· Ciprofloxacino 500mg, VO, dose única + azitromicina 1g, VO, dose única
· Pode ser Ciprofloxacino, Ceftriaxona, Cefixima ou Cefotaxima, mas sempre associado a 1g dose única de azitromicina 
· Tratar sempre o parceiro
· Oferecer tratamento para clamídia (normalmente elas estão associadas)
· Abstinência sexual durante o tratamento e desaparecimento dos sintomas
· Critério de cura: 1 cultura negativa 7 a 10 dias após o tratamento
CLAMÍDIA 
· Duas a três vezes mais presente que o gonococo 
· Normalmente acomete jovens sexualmente ativos menos que 24 anos
· Pode complicar com DIP, infertilidade e gestação ectópica, assim como a Gonorreia
· O agente é a Chlamydia.
· Tem 17 sorotipos
Quadro clínico 
· Uretrite: corrimento seroso, com ou sem infecção anal 
· Endocérvice é o local mais comum de infecção, que geralmente é assintomática
· Pode ter ectopia hipertrófica folicular periorificial com secreção mucopurulenta endocervical
DIAGNÓSTICO 
· O diagnóstico é feito pelo exame padrão de cultura da amostra endocervical. A especificidade é de 100%, já a sensibilidade 80-90%
· 15 a 25% dos homens infectados tem cultura uretral positiva
Tratamento 
· Doxaciclina 100ml, via oral 2x ao dia, por 7 dias
OBS: Quando tiver um paciente com gonococo ou clamídia, faz ciprofloxacina, azitromicina e doxiciclina. Uma caminha com a outra.
CONDILOMA – HPV 
· Agente: Papiloma Vírus Humano (HPV)
· Transmissão: via sexual 
QUADRO CLÍNICO 
Manifestação clássica: pele dolorosa, pequenas verrugas rugosas nas zonas genitais, anais ou garganta – “crista de galo”
· Mulheres: vulva, períneo, vagina e colo do útero, havendo, quase sempre, concomitância de corrimento vaginal 
· Homens: glande, prepúcio e bolsa testicular 
 Diagnóstico: 
· Clinico 
· Biópsia da lesão – dúvida de que lesão pode ser câncer (neoplasia intraepitelial – lesões pigmentadas, fixas, endurecidas ou ulceradas); não responsivas a tratamento convencional; aumento de tamanho ou número durante tratamento; paciente imunodeprimida 
· Lesões subclínicas: citologia cérvico-vaginal
Tratamento:
· Cauterização química (ATA 80-90%) 
· Criocoagulação 
· Exérese cirúrgica 
· Laserterapia 
· Imiquimod – substância moduladora de imunidade que pode ser associada aos demais tratamentos

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