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3 ORGANIZAÇÃO DO SUS

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3. ORGANIZAÇÃO DO SUS
DECRETO 7.508/2011
ORGANIZAÇÃO DO SUS
· O SUS é constituído pela conjugação das ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde executados pelos entes federativos, de forma direta ou indireta, mediante a participação complementar da iniciativa privada, sendo organizado de forma regionalizada e hierarquizada;
REGIÕES DE SAÚDE 
· ESPAÇO GEOGRÁFICO contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes (vizinhos);
· Delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados;
· Finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde;
· As regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado em articulação com os municípios, respeitadas as diretrizes gerais pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite – CIT;
· Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais, compostas por Municípios limítrofes, por ato conjunto dos respectivos Estados em articulação com os Municípios;
· Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de:
· As regiões de Saúde serão referência para as transferências de recursos entre os entes federativos;
· Exemplo do estado do Paraná tem 22 regiões de saúde, cada região com uma coloração (com municípios vizinhos que possuem características socioculturais e econômicas semelhantes);
HIERARQUIZAÇÃO
· O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde se inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo com a complexidade do serviço;
· Portas de entrada: serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS Acesso às ações e aos serviços de saúde;
· Atenção primária à saúde (APS) ou Atenção básica é a porta de entrada do sistema, quando o usuário procura a unidade básica de saúde para auxílio;
· Os serviços de atenção hospitalar e os ambulatoriais especializados, entre outros de maior complexidade e densidade tecnológica, serão referenciados/encaminhados pelas Portas de Entrada;
· Retorno do usuário para a rede de atenção primária é conhecido como contrarreferência;
· Ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado em saúde em todas as suas modalidades, nos serviços, hospitais e em outras unidades integrantes da rede de atenção;
· O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saúde será ordenado pela atenção primária e deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco individual e coletivo e no critério cronológico, observadas as especificidades previstas para pessoas com proteção especial;
· Ou seja, a atenção primária que irá coordenar e ordenar os atendimentos para os outros tipos de serviço e essa primeira avaliação vai ser baseada na avaliação de risco (etiqueta com cores diferentes);
· A população indígena contará com regramentos diferenciados de acesso, compatíveis com suas especificidades e com a necessidade de assistência integral à sua saúde;
· Para assegurar ao usuário o acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS, caberá aos entes federativos (estado, união e municípios):
· Garantir a transparência, a integralidade e a equidade no acesso às ações e aos serviços de saúde;
· Orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de saúde;
· Monitorar o acesso às ações a aos serviços de saúde;
· Ofertar regionalmente as ações e os serviços de saúde;
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
· CONJUNTO DE AÇÕES E SERVIÇOS de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde;
· As RAS estarão compreendidas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores (CIB ou CIT);
· A integralidade da assistência à saúde se inicia e se completa na RAS, mediante referenciamento do usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas Comissões intergestores;
· Integralidade vai ser baseada nesse serviço de referência e contrareferência dentro da RAS, enxergergando o indivíduo como um todo que precisa uma atenção integral a saúde;
· PNAB : A atenção Básica será a principal porta de entrada e centro de comunicação da RAS, coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizadas na rede;
PLANEJAMENTO DA SAÚDE
· O processo de planejamento da saúde será ascendente e integrado;
· Ascendente significa que vai partir dos municípios para os estados e para a união (de baixo para cima);
· Compatibilizando-se as necessidades das políticas de saúde com a disponibilidade de recursos financeiros;
· O planejamento de saúde é OBRIGATÓRIO para os entes públicos e será indutor de políticas para a iniciativa privada;
· A compatibilização será efetuada no âmbito dos planos de saúde, que são documentos resultante do planejamento integrado dos entes federativos e deve conter metas de saúde, que a partir delas consegue avaliar as eficácias das ações dos serviços de saúde disponibilizados no âmbito público;
· O CNS (conselho nacional de saúde) estabelecerá diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, de acordo com as características epidemiológicas e da organização de serviços nos entes federativos e nas Regiões de Saúde;
· No planejamento devem ser considerados os serviços e as ações prestados pela iniciativa privada, de forma complementar ou não ao SUS, os quais deverão compor os Mapas da Saúde regional, estadual e nacional;
MAPA DA SAÚDE
· É a descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e iniciativa privada;
· Considera a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho medido a partir dos indicadores de saúde do sistema;
· O Mapa da Saúde será utilizado na identificação das necessidades de saúde e orientará o planejamento integrado dos entes federativos, contribuindo para o estabelecimento de metas de saúde;
· O planejamento da saúde em âmbito estadual deve ser realizado de maneira regionalizada a partir das necessidades dos Municípios, considerando o estabelecimento de metas de saúde;
FERRAMENTAS QUE PODEM AUXILIAR NO PLANEJAMENTO DA SAÚDE:
RENASE
· A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde (envolvem serviços de promoção, proteção e recuperação) compreende todas as ações e serviços que o SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade da assistência à saúde;
· A cada dois anos, o Ministério da Saúde consolidará a publicará as atualizações da RENASES;
· Os Estados, O distrito Federal e os Municípios poderão adotar relações específicas e complementares de ações e serviços de saúde, em consonância coma RENASES, respeitas as responsabilidades dos entes pelo seu financiamento;
RENAME 
· A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais compreende a seleção e a padronização de medicamentos indicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS;
· A RENAME será acompanhada do Formulário Terapêutico Nacional (FTN) que subsidiará a prescrição, a dispensação e o uso dos seus medicamentos;
· A cada dois anos, o MS consolidará e publicará atualizações da RENAME, do FTN e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas;
· O Estado, o DF e o Município poderão adotar relações específicas e complementares de medicamentos, em consonância com a RENAME, respeitadas as responsabilidades dos entes pelo financiamento;
· O acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica pressupõe, cumulativamente:
1. Estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS;
2. Ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no exercício regular de suas funções no SUS;
3. Estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica complementar
4. Ter a dispensação do medicamento em unidades indicadas pela direção do SUS;
ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA
· Um desafio permanente da gestão do SUS é o fortalecimento dos vínculos Inter federativos (comunicaçãoentre os entes da federação: união, estado e município), e é necessário para que haja a consolidação do Sistema (SUS);
· Essa articulação ocorre por conta das COMISSÕES INTERGESTORES que são:
· Decreto 7508 traz uma nova possibilidade da comissão Intergestores REGIONAL;
CONTRATO ORGANIZATIVO DA AÇÃO PÚBLICA DA SAÚDE
· Traduz os acordos de colaboração entre os entes federativos (união, estados e municípios) para a organização da rede interfederativa de atenção à saúde, em cada região de saúde, apresentando-se como um instrumento da gestão estratégica, compromissada com a transparência e a ética da gestão pública;
· Objetivo: organização das ações e dos serviços de saúde, sob a responsabilidade dos entes federativos em uma Região de Saúde, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência aos usuários;
RESUMINDO
· Decreto 7.508/2011 Organização do SUS
· Regiões de saúde;
· Hierarquização;
· Redes de Atenção à Saúde;
· Planejamento da Saúde;
· Mapa da Saúde;
· RENASE;
· RENAME;
· Articulação interfederativa;
· COAP;
QUESTÕES 
1) (UFG 2017) Em relação ao SUS, o Decreto n.7.508, de 28 de junho de 2011, reitera um de seus princípios, a saber:
(A)a regionalização
(B)a autonomia
(C)a acessibilidade
(D)a racionalidade
2) (UFG 2015) (...) Em 2011, o Decreto n. 7508 dispõe sobre a organização do Sistema Único de Saúde (SUS), o planejamento, a assistência à saúde e a articulação interfederativa e inova trazendo os conceitos de:
(A) Termo de Compromisso de Gestão e serviços especiais de acesso aberto
(B) Colegiado de Gestão Regional e agenda de prioridades
(C) Mapa da Saúde e Comissão Intergestores Regional
(D) Plano Diretor de Regionalização e Programação Pactuada Integrada
3) (UFG 2015) Buscando o aprimoramento do Pacto pela Saúde e a produção de uma mudança que melhore a governança do sistema, algumas definições sobre a organização do SUS foram dispostas por meio do Decreto 7508/2011. Dentre as definições arroladas, qual não foi proposta por esse decreto?
(A) Portas de entrada do sistema
(B) Redes de Atenção à Saúde
(C) Instrumentos de Planejamento
(D) Relação Nacional de Medicamentos
4) (USP 2018) Considerando os princípios da descentralização e da regionalização e a regulamentação da Lei 8.080/90 pelo Decreto no 7.508 de 28 de Junho de 2011, o protagonismo da gestão local no SUS é concentrado:
(A) na esfera municipal
(B) na esfera estadual
(C) nas organizações sociais de saúde
(D) na esfera federal
(E) nas regiões de saúde
5) (USP 2016) A organização da Rede de Atenção à Saúde exige definição de Regiões de Saúde. Cada Região de Saúde é definida por meio
(A) das Conferências Municipais de Saúde
(B) do último Censo Demográfico
(C) do acordo entre os Serviços de Saúde
(D) da pactuação entre Estado e Município
(E) das Portarias especificas em nível federal
6) (USP 2018) A organização do acesso universal ao cuidado integral deve ocorrer por meio das Redes de Atenção Saúde. A rede de atenção de uma Região de Saúde tem por composição mínima: 
(A) um conjunto de postos de saúde, maternidade, centro de oncologia e ambulâncias bem equipadas para pacientes se deslocarem para grandes centros urbanos
(B) serviços de atenção primária, urgência e emergência, atenção psicossocial, atenção ambulatorial especializada e hospitalar e vigilância em saúde
(C) um rol de procedimentos na rede de serviços municipais que garanta acesso exclusivo para seus próprios munícipes, contemplando todos os pontos de atenção
(D) um instrumento de pactuação dos gestores municipal e federal que garanta a referência de todos os casos de média e alta complexidade para hospitais universitários.
(E) a cobertura plena da Estratégia de Saúde da Família, um hospital com 30 leitos, um hospital psiquiátrico e uma maternidade voltada ao atendimento de gestantes de alto risco
7) Com relação às redes de atenção à saúde no SUS, conforme definidas pelo Decreto 7508 de 2011, é correto afirmar que elas:
(A) estarão compreendidas no âmbito de uma região de Saúde, ou de várias delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas comissões Intergestores
(B) tem como única porta de entrada a atenção primária em saúde e são pactuadas na Comissão Intergestora Tripartite
 A palavra única está errada!
(C) incluem obrigatoriamente a população indígena nas pactuações de âmbito municipal, independentemente de suas especificidades
 Dependem de suas especificidades!
(D) organizam apenas as ações da atenção especializada e hospitalar pelo Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde com a finalidade de planejar as ações de cada serviço. 
 A palavra apenas está errada! 
 SEMPRE DESCONFIAR DE PALAVRAS COMO: APENAS, ÚNICA, OBRIGATORIAMENTE, INDEPENDENTE!
(E) são espaços geográficos contínuos, constituídos por agrupamentos de Municípios limítrofes e delimitados a partir de identidades culturais, econômicas e sociais
 Essa definição é de REGIÃO DE SAÚDE e não REDE DE SAÚDE!
8) De acordo com o Decreto n. 7508/2011, no que diz respeito ao planejamento em saúde:
(A) os serviços e as ações de saúde prestados pela iniciativa privada, de forma complementar, devem ser desconsiderados
Devem ser considerados sim!
(B) a elaboração, em âmbito estadual, deve partir do Plano Estadual para os Planos Municipais, levando-se em conta as necessidades dos municípios e as metas de saúde estabelecidas
 O planejamento deveria ser ascendente partindo do município para o estado!
(C) a construção do plano de saúde deverá ser ascendente e integrada, ouvidos os respectivos Conselhos de Saúde, compatibilizando-o às necessidades das políticas de saúde e à disponibilidade financeira 
(D) o Colegiado de Gestão Interregional identificará as necessidades de saúde e orientará o planejamento integrado entre os municípios, estabelecendo metas de saúde
 Não é o colegiado de gestão inter-regional que identificará!

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