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Análise Crítica do Projeto do Trem Bala

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Análise Crítica do Projeto do Trem Bala Shangai-Pudong
O projeto gira em torno da construção de um trem de levitação magnética (Maglev)  que opera em Shangai, na China. Esta é a primeira linha de trem comercial de  alta velocidade de levitação magnética no mundo. A linha de trem foi criada para ligar o Aeroporto Internacional de Shangai-Pudong aos arredores do centro de Pudong, onde os passageiros poderiam trocar para o metrô de Xangai para continuar sua viagem ao centro da cidade
O Maglev de Xangai dificilmente poderia ser considerado um sucesso comercial. Devido à sua tecnologia exclusiva, Shanghai Maglev não poderia ser ligado ao sistema subterrâneo de trânsito em massa de Shangai , e, como tal, praticamente não leva a lugar algum.Passageiros queixam-se frequentemente que o trem Maglev não contribui para deixá-los em qualquer lugar conveniente e eles ainda têm de tomar um táxi para seus destinos. É caro - 50 yuan (5,40 U$D ) para uma passagem só de ida) - que também afasta os potenciais passageiros. Como resultado, os vagões só atendem 20% da capacidade, fazendo com que o serviço  não seja comercialmente viável.
O projeto é tido como um sucesso nas áreas de tecnologia, orçamento e prazo para entrega, então qual é a fonte do seu insucesso comercial? O planejamento não foi feito de maneira a levar em consideração as demandas dos consumidores deste serviço. O custo elevado e a pouca praticidade no que se refere a transportar os passageiros a centros de atividades, faz com que o investimento não seja revertido de maneira eficiente. Dessa forma, o trem acaba se tornando um meio de transporte muito utilizado por turistas, porém de pouca funcionalidade para os cidadãos chineses.
A fase de planejamento é a fase responsável por detalhar tudo aquilo que será realizado pelo projeto, isso inclui cronogramas, interdependência entre atividades, alocação de recursos envolvidos, análise de custos, etc. Como essa fase não foi bem desenvolvida, os problemas aparecem durante a execução do projeto. A partir daí, passou a se buscar uma forma de viabilizar o projeto através de uma extensão da linha já existente, ligando Shangai a Hangzhou.
A linha Shanghai-Hangzhou é basicamente uma ligação local no delta do rio Yangtze, onde Xangai detém uma posição de liderança. A construção da ferrovia Shanghai-Hangzhou estava programada para começar no final de 2006. Acreditou-se geralmente que a linha estaria operando até 2010, quando Shanghai acolheria a World Expo. No entanto, a construção da linha foi suspensa.
O congresso confirmou que um dos principais motivos para a suspensão foram as preocupações ligadas à radiação de moradores que vivem ao longo da rota proposta. No entanto, apesar das muitas oposições ao projeto, este ainda é uma grande fonte de discussão, tendo em vista que a sua aprovação continua pendente.
Uma das pessoas que defende a não-realização do projeto de expansão é o professor Li Hong, pesquisador do Instituto de transporte NDRC: "O  custo do bilhete de ida (150 Yuan) é obviamente muito alto para as pessoas comuns", diz ele,. Ele também disse que as tarifas altas já tinham ajudado a fazer o Maglev de Shangai  um fracasso comercial. "Sua receita bilhete é de apenas 100 milhões de yuans por ano, por isso vai demorar 100 anos para retornar o investimento”.
Ou seja, os problemas da linha não serão resolvidos através da construção de uma nova linha, que, aliás, trata-se de um caro, incerto e dispendioso projeto. O foco da solução deve rodar em torno da resolução dos dois problemas principais, que são o preço da passagem e os pontos onde o trem leva seus passageiros.
O que poderia resolver o problema seria a prática da integração entre os diferentes modos de transporte urbano. Através da criação de um “Bilhete Único” (de modo semelhante ao que acontece no Rio de Janeiro), os dois problemas citados seriam sanados. O custo de um bilhete único, levando passageiros aos seus destinos através do uso de vans ou ônibus, seria significativamente menor do que o preço da passagem somado a uma corrida de táxi (prática comum de acordo com os passageiros).
Assim, a margem de lucro perdida com a criação de um bilhete único seria compensada pelo volume de passageiros que tenderia a aumentar em uma escala bem maior. Essa solução é bem menos dispensiosa e da uma solução que os passageiros necessitam, além disso, sua efetividade é comprovada pela experiência em outros grandes centros urbanos.
Portanto, fica claro ao analisar este projeto, que ainda que os detalhes técnicos estejam bem estabelecidos e sejam bem executados, é vital que se realize um planejamento holístico, que analise as diversas variáveis que determinam o sucesso de um projeto. Caso o planejamento seja mal desenvolvido ou deficiente, os problemas aparecem durante a fase de execução, e levam a decisões emergenciais como a já citada expansão da linha.

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