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01 - 205322-Aula202001-LIMPAJcurso-29280-aula-01-v1 - Relações de coordenação e subordinação entre termos da oração

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Aula 1: Relações de coordenação e subordinação entre 
termos da oração. Emprego dos sinais de pontuação. 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Estrutura básica da oração 1 
2. Como distinguir o adjunto adnominal do complemento nominal 19 
3. Pontuação com adjunto adverbial “solto” 33 
4. Palavras denotativas 36 
5. O que devo tomar nota como mais importante? 40 
6. Lista das questões apresentadas 41 
7. Gabarito 53 
Olá, pessoal! 
 A sintaxe trabalha o desempenho de cada palavra na oração. Assim, as 
palavras vão se juntar para ter uma função sintática e serão consideradas 
termos da oração. Veremos isso com muita calma nesta aula, pois isso é muito 
importante para vários outros assuntos, dentre eles a pontuação. 
Falaremos da sintaxe da oração, com a seguinte pergunta: 
Estrutura básica da oração 
O que é sintaxe? A sintaxe trabalha a relação das palavras dentro de 
uma oração. Basicamente uma oração deve ter um verbo e este verbo 
normalmente se flexiona de acordo com o sujeito (de quem se fala) e 
relaciona-se com o predicado (o que se fala), de acordo com a transitividade. 
Veja as frases a seguir para que fique tudo bem claro. Pautemo-nos na 
estrutura SVO (sujeitosverboscomplemento). 
 
1. O candidato realizou a prova. 
 2. duvidou do gabarito. 
 3. enviou recursos à banca examinadora. 
 4. tem certeza de sua aprovação. 
 5. viajou. 
 6. estava tranquilo. 
 
 
 
Toda vez que fazemos uma análise sintática, devemos nos basear no 
verbo. A partir dele, reconhecemos os outros termos da oração. Não se quer 
aqui que você decore todos os termos da oração, basta entendê-los, pois a 
banca CESPE tem uma forma bem própria de cobrar isso em prova. 
sujeito predicado 
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complemento é indireto. Na frase 3, há dois complementos exigidos pelo 
verbo: um(direto) e outro(indireto). 
A gramática dá o nome a todo complemento verbal de objeto, por isso o 
complemento verbal direto é o objeto direto (OD) e o complemento verbal 
indireto é o objeto indireto(OI). 
Já que entendemos que a transitividade é uma exigência do verbo, pois 
necessita de um complemento verbal, a gramática dá o nome a este processo 
de “Regência”, pois ele exige, rege o complemento. Se é um verbo que exige, 
é natural que a regência seja verbal. Há um capítulo na gramática que trabalha 
só isso: Regência Verbal (reconhecimento da transitividade do verbo), a qual 
veremos na aula 4. Este tema é constantemente cobrado nas provas do 
CESPE, por isso é muito importante atentarmos à estrutura abaixo. 
Veja: 
 
 
1. O candidato realizou a prova. 
 VTD + OD 
 2. duvidou do gabarito. 
 VTI + OI 
 3. enviou recursos à banca examinadora. 
 VTDI + OD + OI 
 
 
 
Mas não é só o verbo que pode ser transitivo. Nome também pode ter 
transitividade. Nomes como “certeza”, obediência, dúvida, longe, perto, fiel, 
etc são chamados de transitivos porque necessitam de um complemento para 
terem sentido. Alguém tem certeza de algo, dúvida de algo, obediência a 
alguém ou a algo. Alguém mora perto de outra pessoa ou longe dela. Alguém é 
fiel a algo ou a alguém. 
Estes nomes exigem transitividade, com isso há um complemento, o qual 
é chamado de complemento nominal (CN). 
Note que os complementos são elementos exigidos por verbo ou nome. 
Assim, são termos subordinados. 
Logicamente, há contextos em que o complemento não estará explícito 
na frase; por exemplo, se queremos dizer que alguém reside muito distante, 
podemos dizer que ele mora longe. Neste caso o nome “longe” deixou de ser 
transitivo, não exigiu o complemento nominal, pois este ficou implícito. Por 
isso não devemos decorar, mas entender o contexto, a funcionalidade. Se o 
complemento não está explícito, não temos de identificá-lo. Falamos que o 
nome exige complemento, mas tudo depende do contexto. 
Vimos que a regência verbal trata basicamente do complemento do 
verbo. Se há um nome que exige complemento, então temos a Regência 
Nominal. 
Regência Verbal 
sujeito predicado 
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Veja a frase 4: 
 
 
 4. O candidato tem certeza de sua aprovação. 
 VTD + OD + CN 
 
 
 
Note que o verbo “tem” é transitivo direto e “certeza” é o objeto direto. A 
expressão “de sua aprovação” não complementa o verbo, ela complementa o 
nome “certeza”: certeza de sua aprovação. 
O estudo da Regência Nominal, na realidade, é realizado para 
descobrirmos quais preposições iniciam o complemento nominal. 
Então atente quanto à diferença da oração 3 (VTDI + OD + OI) para a 4 
(VTD + OD + CN). 
Agora, vamos à oração 5. Note que o verbo “viajou” não exige nenhum 
complemento verbal. Então não há transitividade. Se quisermos uma estrutura 
posterior, naturalmente inseriremos uma ou mais circunstâncias. A essas 
circunstâncias damos o nome de adjunto adverbial. Poderíamos dizer que o 
candidato viajou a algum lugar, em determinado momento, o modo como 
viajou, a causa da viagem. Tudo isso são circunstâncias, as quais possuem o 
valor de lugar, tempo, modo e causa. Essas são as circunstâncias básicas, mas 
há mais e veremos adiante. 
Então veja como ficaria: 
 
O candidato viajou para São Paulo ontem confortavelmente a trabalho. 
 
 
 
O adjunto adverbial não ocorre só com verbo intransitivo, ele pode 
aparecer junto a qualquer verbo. Por exemplo, nas frases 1 a 3, poderíamos 
inserir o adjunto adverbial de tempo “ontem”. Na frase 4, poderíamos inserir o 
adjunto adverbial de causa: “devido a seu estudo”. 
Essas 5 frases possuem verbos com transitividade (VTD, VTI, VTDI) e 
sem transitividade (VI). Toda vez que, na oração, ocorrem esses tipos verbais, 
dizemos que eles são os núcleos (palavra mais importante) do predicado, 
assim teremos os Predicados Verbais, com a seguinte estrutura: 
 
Predicado verbal = VTD + OD 
 VTI + OI 
 VTDI + OD + OI 
 VI 
 
sujeito predicado 
Regência Nominal 
sujeito VI Adj Adv lugar Adj Adv 
tempo 
Adj Adv 
modo 
Adj Adv 
causa 
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Diferença entre subordinação e coordenação dos termos: 
O termo subordinado é aquele que depende de outro para ter sentido. 
Assim, complemento verbal ou nominal são termos subordinados. 
 
A indústria tem necessidade de profissionais qualificados. 
 
Cada termo tem seu núcleo (palavra mais importante). Havendo mais de 
um núcleo, passamos a ter uma relação de coordenação: 
 
A indústria e o comércio absorvem muitos profissionais de nível superior e técnico. 
 
 O termo “A indústria e o comércio” é o sujeito composto (os núcleos 
“indústria” e “comércio” estão coordenados), o verbo “absorvem” é transitivo 
direto e o termo “muitos profissionais de nível superior e técnico” é o objeto 
direto (termo subordinado), cujo núcleo é “profissionais”, e os termos 
“muitos”, “de nível superior e técnico” são os adjuntos adnominais. Dentro 
deste adjunto adnominal, há termos enumerados, coordenados: “superior” e 
“técnico”. 
 
Objeto direto: Vimos que esse termo é o complemento de um verbo 
transitivo direto. Ele tem como núcleo um substantivo ou palavra de valor 
substantivo. 
Perdi os documentos. 
Note que “documentos” é o núcleo(palavra mais importante do termo) do 
objeto direto e é um substantivo. O objeto direto se apresenta de diferentes 
formas. 
I - Objeto direto pleonástico: Normalmente, por uma questão de ênfase, 
antecipa-se o objeto, colocando-o no início da frase, e depois é repetido por 
meio de um pronome oblíquo átono. A esse objeto repetido damos o nome de 
objeto pleonástico ou enfático. É muito comum essa construção no diálogo, 
como um meio de o interlocutor retomar a fala do outro, emendando a sua 
postura diante do fato: 
- O que você acha desta roupa? 
- Essa roupa, ninguém a quer. 
A expressão “Essa roupa” é o objeto direto e o pronome “a” é o objeto 
direto pleonástico. Neste caso, ocorre a vírgula. 
II - Objeto direto preposicionado: aquele cuja preposição não é exigência do 
verbo, que é transitivo direto, mas ocorre por ênfase, para se evitar 
ambiguidade ou por necessidade do próprio complemento. 
 subordinação subordinação 
 
subordinação 
coordenação coordenação 
 sujeito + VTD + objeto direto + complemento nominal 
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Amo a Deus. (ênfase) 
Cumpri com a minha palavra. (ênfase) 
Ele puxou da espada. (ênfase) 
Aos mais desfavorecidos atingem essas medidas. (para evitar ambiguidade) 
Ninguém entende a mim. (necessidade do pronome “mim”) 
Note que os verbos amar, cumprir, puxar, atingir e entender não 
regem preposição, porque são transitivos diretos. Normalmente as provas 
perguntam se foram esses verbos que exigiram a preposição, mas nesses 
casos não foram eles que a exigiram. 
Nos três primeiros exemplos, perceba que pode haver a seguinte 
estrutura oracional: Amo Deus; Cumpri a minha palavra; Ele puxou a 
espada. A inserção da preposição, então, não foi exigida pelo verbo, ela 
apenas enfatiza o complemento. 
No quarto exemplo, se não houvesse a preposição “A” no início da 
expressão “Aos mais desfavorecidos”, certamente o leitor teria dificuldade em 
identificar o sujeito (Essas medidas atingiram os mais desfavorecidos ou 
os mais desfavorecidos atingiram essas medidas?). Essa dupla 
possibilidade de interpretação é chamada de ambiguidade. Numa situação 
formal, deve-se evitar essa ambiguidade para que o texto seja o mais claro 
possível. 
 No último exemplo, tem-se o pronome pessoal oblíquo tônico “mim”. Se 
não houvesse a preposição, esse pronome deveria ser oblíquo átono “me”. Isso 
será visto na aula de pronomes. 
III - Objeto direto interno (ou cognato): 
Foi visto que verbos intransitivos são aqueles que, por terem sentido 
completo, não reclamam um complemento (objeto). É comum, no entanto, o 
emprego desses verbos com um objeto, representado por um substantivo da 
mesma área semântica do verbo. Muitas vezes, o complemento tem o radical 
do verbo: 
Ele vive uma vida feliz. Dormi o sono dos justos. 
“Os sonhos mais lindos sonhei....” “E rir o meu riso...” 
 Essas estruturas são admissíveis em composições de canções, poemas 
ou prosas com fundo literário. Numa linguagem objetiva, com fundamentação 
argumentativa, essa construção deve ser evitada. 
IV – Os pronomes oblíquos átonos “me”, “te”, “se”, “o”, “a”, “os”, “as”, “nos”, 
“vos” cumprem a função sintática de objeto direto: Comprei um carro 
(comprei-o.). 
 
 Vamos a algumas questões! 
Questão 1: Prefeitura de São Paulo 2016 Assistente Gestão (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Há cidades, entretanto, que já existem há bastante 
tempo. (...) 
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 Nem mesmo o berço histórico da cidade existe mais, arrasado devido à 
destruição do Morro do Castelo em 1922. (...) 
 Há outros exemplos. Olinda, fundada em 1537, orgulha-se de ser 
patrimônio cultural da humanidade, mas esse título não lhe foi conferido em 
razão dos testemunhos que sobraram da cidade antiga, em grande parte 
substituída por construções em estilo eclético ou art déco do início do século 
passado. (...) 
 Em suma, não é muito comum encontrarem-se vestígios materiais do 
passado nas cidades brasileiras, mesmo naquelas que já existem há bastante 
tempo. (...) 
 Independentemente de qual tenha sido o estoque de materialidades 
históricas que tenham conseguido salvar da destruição, as cidades do país 
vêm hoje engajando-se decisivamente em um movimento de preservação do 
que sobrou de seu passado, em uma indicação flagrante de que muita coisa 
mudou na forma como a sociedade brasileira se relaciona com as suas 
memórias. 
Assinale a opção que apresenta um termo que exerce a função de objeto 
direto na oração do texto I em que ocorre. 
a) “esse título” (linha 6) 
b) “o berço histórico da cidade” (linha 3) 
c) “vestígios materiais do passado” (linhas 10 e 11) 
d) “muita coisa” (linha 16) 
e) “cidades” (linha 1) 
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois “esse título” ocupa a função 
de sujeito de “foi conferido”. 
 A alternativa (B) está errada, pois “o berço histórico da cidade” ocupa a 
função de sujeito do verbo “existe”. 
 A alternativa (C) está errada, pois “vestígios materiais do passado” 
ocupa a função de sujeito do verbo “encontrarem”. 
 A alternativa (D) está errada, pois “muita coisa” ocupa a função de 
sujeito do verbo “mudou”. 
 A alternativa (E) é a correta, pois o verbo “Há” está no sentido de 
existir. Na aula de concordância, vemos que esse verbo não possui sujeito. Ele 
é transitivo direto e o termo “cidades” é apenas o objeto direto. 
Gabarito: E 
 
 
Questão 2: TRE PI 2016 Analista Judiciário (banca CESPE) 
Fragmento do texto: O que talvez atraia seja a simplicidade do modelo — 
sem contar, naturalmente, o fato de que a alteração tende a beneficiar os 
grandes partidos. Hoje, o número de cadeiras a que uma agremiação tem 
direito na Câmara dos Deputados guarda relação com o total de sufrágios 
recebidos pela sigla (ou coligação). Figuras desconhecidas podem obter uma 
vaga no Poder Legislativo graças ao voto de legenda e ao desempenho de 
seus aliados, célebres ou não. Nada disso ocorre sob o distritão. Funcionando 
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como um pleito majoritário, o formato premia os candidatos mais populares 
de uma circunscrição. 
Os termos “grandes” (linha 3) e “mais” (linha 8) desempenham a função de 
adjuntos adnominais nas orações em que aparecem. 
Comentário: Na linha 3, o verbo “beneficiar” é transitivo direto e o termo “os 
grandes partidos” é o objeto direto, cujo núcleo é “partidos” e os termos “os” 
e “grandes” são os adjuntos adnominais. 
 Na linha 8, o verbo “premia” é transitivo direto e o termo “os candidatos 
mais populares de uma circunscrição” é o objeto direto, cujo núcleo é 
“candidatos” e os adjuntos adnominais são “os”, “populares” e “de uma 
circunscrição”. Observe que o vocábulo “mais” modifica o adjetivo 
“populares”. Assim, é um advérbio, ocupando a função de adjunto adverbial 
de intensidade. 
 Por tudo isso, a afirmação está errada. 
Gabarito: E 
 
Questão 3: TRE PI 2016 Analista Judiciário (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Figuras desconhecidas podem obter uma vaga no 
Poder Legislativo graças ao voto de legenda e ao desempenho de seus aliados, 
célebres ou não. Nada disso ocorre sob o distritão. Funcionando como um 
pleito majoritário, o formato premia os candidatos mais populares de uma 
circunscrição. Como consequência, votos dados a um determinado postulante 
são pessoais e intransferíveis. 
Os particípios “desconhecidas” (linha 1) e “dados” (linha 4) exercem funções 
sintáticas distintas nas orações em que ocorrem. 
Comentário: Na linha 1, a locuçãoverbal “podem obter” tem como sujeito o 
termo “Figuras desconhecidas”, cujo núcleo é “Figuras” e o adjunto adnominal 
é “desconhecidas”. 
 Na linha 4, o verbo de ligação “são” tem como sujeito o termo “votos 
dados”, cujo núcleo é “votos” e o adjunto adnominal é “dados”. 
 Como a questão afirma que as funções sintáticas são diferentes, está 
errada. 
Gabarito: E 
 
Questão 4: DPU 2016 Analista (banca CESPE) 
Fragmento do texto: A partir de então, a chamada assistência judiciária 
praticamente evoluiu junto com o direito pátrio. Sua importância atravessou 
os séculos, e ela passou a ser garantida nas cartas constitucionais. 
Na linha 2, o pronome “Sua” delimita o significado do substantivo 
“importância”, funcionando, na oração em que ocorre, como um termo 
acessório. 
Comentário: Na linha 2, o verbo “atravessou” tem como sujeito o termo “Sua 
importância”, cujo núcleo é “importância” e o adjunto adnominal é “Sua”. 
 É papel do adjunto adnominal ser caracterizador que delimita o 
significado do núcleo. O adjunto adnominal é um termo acessório da oração, 
por isso a afirmação está correta. 
Gabarito: C 
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Questão 5: TRE PA - 2007 - nível superior (banca CESPE) 
Fragmento do texto: A justiça eleitoral mineira mantém o projeto Justiça 
Eleitoral na Escola, voltado para crianças e adolescentes... 
O trecho “o projeto Justiça Eleitoral na Escola” completa o sentido do verbo 
mantém. 
Comentário: Esta questão aborda o conhecimento de subordinação e o 
princípio do objeto direto (completar o sentido do verbo). Note que o verbo 
“mantém” possui sujeito (“A justiça eleitoral mineira“). Esse verbo é transitivo 
direto (alguém mantém algo), então o termo “o projeto Justiça Eleitoral na 
Escola” é o objeto direto. Como sabemos que o objeto direto serve para 
completar o sentido do verbo (VTD), a afirmativa está correta. 
Gabarito: C 
 
Questão 6: Médico Perito INSS - 2009 - nível superior (banca CESPE) 
Fragmento do texto: O episódio transformou, no período de 10 a 16 de 
novembro de 1904, a recém-reconstruída cidade do Rio de Janeiro em uma 
praça de guerra, onde foram erguidas barricadas e ocorreram confrontos 
generalizados. 
A expressão “confrontos generalizados” desempenha a função sintática de 
complemento de “ocorreram”. 
Comentário: A expressão “confrontos generalizados” não completa o sentido 
do verbo “ocorreram”, porque ela não é um complemento verbal. Na 
realidade, essa expressão é o sujeito deste verbo. 
 Note que o verbo “ocorreram” está se flexionando no plural, justamente 
por concordar com o seu sujeito “confrontos generalizados”. 
 Nesta questão, na realidade, a banca quis induzir o candidato a pensar 
que “confrontos generalizados” fosse o objeto direto (quando afirmou que este 
termo completa o sentido do verbo). 
 Assim, não temos que decorar os termos da oração, mas entender o seu 
emprego. Um sujeito não completa o sentido do verbo. Esse papel é dos 
complementos verbais. Eles, sim, são usados na linguagem justamente para 
isso. 
Gabarito: E 
 
Objeto indireto: Pode também ser pleonástico: repetição, por meio de 
um pronome oblíquo, do objeto indireto. 
 Ao amigo, não lhe peça tal coisa. 
 Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como objeto indireto são 
“me, te, lhe, nos, vos, lhes”: 
Eu obedeci ao meu pai. Eu lhe obedeci. 
Questão 7: TCE PA 2016 nível superior (banca CESPE) 
Fragmento do texto: A Constituição Federal prevê que cabe ao presidente 
prestar contas anualmente ao Poder Legislativo. Por simetria, tal obrigação 
estende-se ao governador do estado e aos prefeitos municipais. 
O termo “ao Poder Legislativo” (linha 2) exerce a função de complemento da 
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forma verbal “prevê” (linha 1). 
Comentário: A afirmativa está errada, pois a expressão “ao Poder 
Legislativo” se encontra na oração do verbo “prestar”. Assim, o verbo 
“prestar” é transitivo direto e indireto, o termo “contas” é o objeto direto e “ao 
Poder Legislativo” é o complemento verbal indireto, isto é, objeto indireto, do 
verbo “prestar”, e não de “prevê”. 
Gabarito: E 
 
Questão 8: CNJ 2013 Analista Judiciário (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Como afirma Foucault, a verdade jurídica é uma 
relação construída a partir de um paradigma de poder social que manipula o 
instrumental legal, de um poder-saber que estrutura discursos de dominação. 
Assim, não basta proteger o cidadão do poder com o simples contraditório 
processual e a ampla defesa, abstratamente assegurados na Constituição. 
Na linha 4, o termo “do poder” relaciona-se sintaticamente com o termo “o 
cidadão”, modificando-o. 
Comentário: Com esta afirmação, a banca CESPE tentou induzir o candidato 
a pensar que os termos “do poder” e “o cidadão” possuem uma relação de 
dependência, de subordinação. Mas isso não ocorreu. O verbo “proteger” é 
impessoal, isto é, não se refere a um sujeito. Tal verbo é transitivo direto e 
indireto, o termo “o cidadão” é o objeto direto e “do poder” é o objeto 
indireto. Assim, ambos os termos complementam o sentido do verbo, e não há 
relação sintática entre eles. 
Gabarito: E 
 
Questão 9: MPU 2013 Técnico (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Dependerá da adesão dos demais ministros o êxito de 
um apelo feito pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), para que 
seja extinta a prática de esconder os nomes de investigados em inquéritos 
criminais na mais alta corte do país. 
Na linha 1, a expressão “o êxito” exerce função sintática de complemento 
direto da forma verbal “Dependerá”. 
Comentário: O verbo “dependerá” é transitivo indireto. Seu objeto indireto é 
o termo “da adesão dos demais ministros”, e o sujeito é o termo “o êxito de 
um apelo”. 
 Sabendo-se que o complemento direto de um verbo é o objeto direto, 
percebemos que a afirmativa está errada, pois “o êxito” é sujeito. 
Gabarito: E 
 
Questão 10: ABIN - 2010 - nível médio (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Tais dilemas decorrem, por exemplo, da tensão entre a 
necessidade de segredo governamental e o princípio do acesso público à 
informação ou, ainda, do fato de não se poder reduzir a segurança estatal à 
segurança individual, e vice-versa. 
A retirada da preposição de em “do fato” (linha 3) — que passaria a o fato — 
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O predicativo é constituído de adjetivo restritivo, que acumula uma 
característica chamada de transitória, pois depende da ação verbal para 
produzir o sentido desejado. Veja: 
Ela confirmou temerosa o crime. 
sujeito VTD predicativo do 
sujeito 
objeto direto 
 predicado verbo-nominal 
Durante ou após o ato de confirmar, ela ficou temerosa. Isso é a 
característica transitória do sujeito. Esta característica pode se deslocar na 
oração, desde que se separe por vírgula para não se confundir com o adjunto 
adnominal: 
Ela, temerosa, confirmou o crime. 
Temerosa, ela confirmou o crime. 
Ela confirmou o crime temerosa. 
Sabendo-se que o adjunto adnominal é o termo adjetivo de valor 
restritivo que está junto ao núcleo, note que a vírgula foi necessária nos dois 
primeiros exemplos para não se confundir predicativo com adjunto adnominal, 
pois o adjetivo “temerosa” está próximo ao núcleo do sujeito “ela”. No último 
exemplo, a vírgula não foi usada justamente porque não se confunde o 
predicativo do sujeito com o adjunto adnominal, haja vista que o adjetivo 
“temerosa” está distante do núcleo do sujeito. 
II - Predicativo do objeto direto (só pode ocorrer no predicado verbo-nominal) 
Carlos deixou Ana zangada. 
sujeito VTD OD predicativodo OD 
 predicado verbo-nominal 
Da mesma forma, a característica “zangada” ocorre após o ato de deixar. 
Por isso é transitória. 
III - Predicativo do objeto indireto (só pode ocorrer no predicado verbo-nominal) 
Gosto de meu filho sempre limpo 
VTI OI adjunto 
adverbial 
de tempo 
predicativo 
do OI 
 predicado verbo-nominal 
Note que o predicativo pode ser introduzido por preposição: 
Chamei-o de louco. 
 
Questão 12: TCE PA 2016 nível superior (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Não foi a lei que não funcionou, mas os responsáveis 
pelo dinheiro público que, por alguma razão, não a cumpriram. De que 
adiantaria, então, tornar a lei mais rigorosa, se nem nas condições atuais 
esses responsáveis estão sendo capazes de cumpri-la? O problema não está 
na lei. 
Na linha 3, o termo “mais rigorosa” funciona como um predicativo do termo “a 
lei”. 
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Comentário: A afirmativa está correta, haja vista que o verbo “tornar” é 
transitivo direto, o termo “a lei” é o objeto direto e “rigorosa” é o predicativo 
do objeto direto. Na realidade, o advérbio “mais” não faz parte do predicativo, 
por ocupar o papel de adjunto adverbial de intensidade. 
 Mas a banca tem deixado os intensificadores como parte do termo 
sintático. Por isso, ela confirmou a afirmativa como correta. 
Gabarito: C 
 
Questão 13: BSF 2014 nível superior (banca CESPE) 
Fragmento do texto: O próprio microblogue Twitter, intensamente debatido 
na mídia por sua contribuição à concisão, de certa forma cristalizou 
a tendência à escrita de textos enxutos. Anos antes de o microblogue cair na 
preferência de internautas no mundo inteiro, os blogues já ocupavam um 
lugar privilegiado na Internet, que pela primeira vez oferecia aos usuários a 
possibilidade de escrever, editar e publicar seus próprios textos. 
 A partir daí, navegar pela Internet deixou de ser um ato solitário, em 
que o usuário apenas entrava nas páginas e lia seus conteúdos. Com os 
recursos de interação cada vez mais expandidos, qualquer sítio é um convite a 
comentários, críticas e observações, o que obrigou os internautas a 
desenvolverem discursos de improviso e a defender seus pontos de vista. 
Os trechos “a tendência à escrita a textos enxutos” (linha 3), “um ato 
solitário” (linha 7) e “discursos de improviso” (linha 11) desempenham a 
mesma função sintática nas orações em que estão inseridos. 
Comentário: O verbo “cristalizou” e transitivo direto e o termo “a tendência à 
escrita de textos enxutos” é o objeto direto. 
 O verbo “ser” é de ligação. Assim, “um ato solitário” é o predicativo. 
 O verbo “desenvolverem” e transitivo direto e o termo “discursos de 
improviso” é o objeto direto. 
 Assim, essas expressões não desempenham a mesma função sintática. 
Gabarito: E 
 
Questão 14: Médico Perito INSS - 2009 - nível superior (banca CESPE) 
Julgue a frase quanto à correção gramatical: 
O fato de haver vacinação compulsória, foi apenas mais um dos elementos 
para que a população do Rio, insatisfeita com o “bota-abaixo” e insuflada pela 
imprensa, se revoltasse. 
Comentário: Vimos que é importante reconhecer os termos básicos da 
oração para que se evite a separação deles por vírgula. Justamente isso foi 
cobrado nesta questão. 
 Perceba que a vírgula antes do verbo “foi” separou o sujeito do seu 
predicado. Por isso há erro gramatical. 
Gabarito: E 
 
 
 
 
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Questão 15: Assembleia Legislativa ES 2011 nível superior (banca CESPE) 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 Evaristo de Moraes, com a autoridade de quem foi não apenas 
republicano histórico, mas ativo membro da propaganda republicana, ao 
relembrar as mais remotas origens do movimento republicano no Brasil 
— não das ideias republicanas, cujas primeiras manifestações são 
encontráveis ainda na colônia, mas do movimento republicano 
organizado —, declarou que foi a frustração que a inopinada troca de 
gabinetes em 1869, com o completo desrespeito das regras então 
vigentes, impôs aos membros mais radicais do partido liberal que levou 
à cisão desse partido, dando origem tanto ao partido liberal radical 
quanto ao partido republicano. 
 
Com relação ao emprego dos sinais de pontuação, seria mantida a correção 
gramatical do texto se a vírgula logo após o adjetivo “histórico” (linha 2) fosse 
excluída e se inserisse uma vírgula imediatamente após a forma verbal “foi” 
(linha 1). 
Comentário: O verbo “foi” é de ligação, o sujeito é o pronome “quem” e o 
predicativo composto é o termo “não apenas republicano histórico, mas ativo 
membro da propaganda republicana”. Note que não pode haver vírgula entre 
sujeito, verbo de ligação e predicativo. 
 Já a expressão correlativa de adição “não apenas...mas” (que será vista 
adiante), a qual une os dois elementos internos do predicativo do sujeito, 
pode ser dividida por vírgula, facultativamente. 
 Assim, pode-se retirar a vírgula após “histórico”; mas não se pode 
inserir a vírgula após o verbo de ligação “foi”. 
Gabarito: E 
 
Questão 16: Tribunal de Contas TO - 2009 - nível superior (banca CESPE) 
No trecho “Meu pai era um homem bonito com muitas namoradas”, o 
sintagma “um homem bonito com muitas namoradas” complementa o sentido 
do verbo. 
Comentário: O sintagma “um homem bonito com muitas namoradas” não 
complementa o sentido do verbo por não ser complemento verbal (objeto 
direto ou indireto), na realidade ele caracteriza o sujeito “Meu pai”, por ser o 
predicativo do sujeito. 
 Note que o verbo “ser” (“era”) é tipicamente um verbo de ligação. 
Gabarito: E 
 
Questão 17: ABIN - 2010 - nível médio (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Os sistemas de inteligência são uma realidade concreta 
na máquina governamental contemporânea, necessários para a manutenção 
do poder e da capacidade estatal. Entretanto, representam também uma fonte 
permanente de risco. Se, por um lado, são úteis para que o Estado 
compreenda seu ambiente e seja capaz de avaliar atuais ou potenciais 
adversários, podem, por outro, tornar-se ameaçadores e perigosos para os 
próprios cidadãos se forem pouco regulados e controlados. 
Os adjetivos “úteis” (linha 4), “atuais” (linha 5) e “perigosos” (linha 6) 
caracterizam os “sistemas de inteligência” (linha 1). 
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Comentário: Veja que agora a questão não usa a expressão “completar o 
sentido”, que cabe aos complementos verbais e nominal. Ela usa a expressão 
“caracterizam”, função típica do adjunto adnominal e do predicativo. 
 Esta questão cobrou a relação de subordinação e o paralelismo, isto é, a 
coordenação. Se todos os adjetivos enumerados na questão caracterizassem 
um só termo, haveria a coordenação; porém, não é isso que ocorre no texto. 
Os adjetivos “úteis” e “perigosos” são predicativos do sujeito e se referem a 
“Os sistemas de inteligência”. Portanto, qualificam esse sujeito. Já o adjetivo 
“atuais” é adjunto adnominal de “adversários”, qualificando-o. Portanto, a 
afirmativa da questão está errada, pois o referente não é o mesmo para todos 
os adjetivos. 
Gabarito: E 
 
Complemento nominal: Como já comentamos, a transitividade não é 
privilégio dos verbos: há também nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) 
transitivos. Isso significa que determinados substantivos, adjetivos e advérbios 
se fazem acompanhar de complementos. Esses complementos são chamados 
complementos nominais e são sempre introduzidos por preposição: 
1) complemento nominal de um substantivo: 
Você fez uma boa leitura do texto. 
sujeito VTD objeto direto complemento nominalPredicado verbal 
 
 
Note que o substantivo “leitura” é o nome da ação de “ler”. Como é 
natural o verbo ser transitivo, o substantivo também fica transitivo. Observe: 
Você leu o texto. 
sujeito VTD objeto 
direto 
 Predicado verbal 
Compare: Júlia aproveitou o momento. (objeto direto) 
Júlia tirou proveito do momento. (complemento nominal) 
 
2) complemento nominal de um adjetivo: 
Você precisa ser fiel aos seus ideais. 
sujeito locução verbal 
de ligação 
adjetivo na 
função de 
predicativo 
complemento nominal 
 Predicado nominal 
 Quem é fiel é fiel a alguma coisa. Assim, o adjetivo “fiel” é transitivo, ou 
seja, necessita de complemento. 
 
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3) Complemento nominal de advérbio: 
Você mora perto de Maria. 
sujeito verbo intransitivo advérbio na função de 
adjunto adverbial de lugar 
complemento 
nominal 
 Predicado verbal 
 
Note que o advérbio “perto” necessita de um complemento: perto de 
algo ou de alguém. Podemos dizer que o complemento nominal é mais uma 
função substantiva da oração: nos casos citados anteriormente, o núcleo dos 
complementos é um substantivo (texto, ideais, Maria). Pronomes e numerais 
substantivos, assim como qualquer palavra substantivada, podem 
desempenhar essa função. Observe o pronome “lhe” atuando como 
complemento nominal na oração seguinte: 
Não posso ser-lhe fiel: já empenhei minha palavra com outra pessoa. 
 (fiel a alguém) 
Observe que o complemento nominal não se relaciona diretamente com 
o verbo da oração, e sim com um nome que pode desempenhar as mais 
diversas funções. 
A realização do projeto é necessária à população carente. 
Adj. 
Adn 
núcleo do 
sujeito 
complemento 
nominal 
VL predicativo do 
sujeito 
complemento nominal 
 A banca CESPE não cobra os nomes dos termos na prova; mas, em seu 
estudo, você pode ficar na dúvida quanto à diferenciação entre o adjunto 
adnominal e o complemento nominal. Segue a regra geral. 
 
Como distinguir o adjunto adnominal do complemento nominal 
O adjunto adnominal formado por uma locução adjetiva pode ser 
confundido com o complemento nominal. Normalmente não haverá dúvida, 
pois, segundo o que foi visto, o adjunto adnominal é constituído de vocábulo 
que caracteriza o núcleo do termo de que faz parte. Já o complemento nominal 
é termo que completa o sentido de um nome. Há dúvida quando os dois 
termos são preposicionados. Por exemplo: 
A leitura do livro é instigante. 
A leitura do aluno foi boa. 
 Para percebermos a diferença, é importante passarmos por três critérios: 
1º critério: 
Adjunto adnominal: Complemento nominal: 
O termo preposicionado caracteriza o 
substantivo. 
 O termo preposicionado complementa 
um substantivo, adjetivo ou advérbio. 
Assim, em orações como “Estava cheio de problemas.”, “Moro perto de 
você.”, logo no primeiro critério já saberíamos que “de problemas” e “de você” 
são complementos nominais, pois completam o sentido do adjetivo “cheio” e 
do advérbio “perto”, respectivamente. 
 
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2º critério: 
O substantivo caracterizado pode ser 
concreto ou abstrato. 
 O substantivo complementado deve ser 
abstrato. 
 
Sabendo-se que um substantivo abstrato normalmente é o nome de 
uma ação (corrida, pesca) ou de uma característica (tristeza, igualdade) e que 
o substantivo concreto é o nome de um ser independente, que conseguimos 
visualizar, pegar (casa, copo). Nas orações “Trouxe copos de vidro.” e “Vi a 
casa de pedra.”, os termos “de vidro” e “de pedra” são adjuntos adnominais, 
pois caracterizam os substantivos concretos “copos” e “casa”, 
respectivamente. 
Se o substantivo for abstrato, devemos passar para o próximo critério: 
 
3º critério: 
O termo preposicionado é agente. O termo preposicionado é paciente. 
 
Este último normalmente é o cobrado em prova. Se os termos abaixo 
sublinhados são agentes, automaticamente serão os adjuntos adnominais. Se 
pacientes, serão complementos nominais. Veja: 
Adjuntos adnominais: 
O amor de mãe é especial. (agente: a mãe ama) 
A invenção do cientista mudou o mundo. (agente: o cientista inventou) 
A leitura do aluno foi boa. (agente: o aluno leu) 
Complementos nominais: 
O amor à mãe também é especial. (paciente: a mãe é amada) 
A invenção do rádio mudou o mundo. (paciente: o rádio foi inventado) 
A leitura do livro é instigante. (paciente: o livro é lido) 
Questão 18: Instituto Rio Branco 2016 Diplomata (banca CESPE) 
Fragmento do texto: O relato, como o filme, dá conta do trágico percurso de 
Uirá, da tribo Urubu-Kaapor, no Maranhão deste século, o qual um dia fica 
iñaron quando, após muitas desgraças comuns ao destino dos índios 
brasileiros, como fome, espoliação, epidemias, perseguições, perde também 
um dos filhos 
Os termos “trágico” (linha 1), “de Uirá” (linhas 1 e 2) e “deste século” (linha 
2) exercem a mesma função sintática, na oração em que ocorrem. 
Comentário: A afirmativa está correta, pois os termos são adjuntos 
adnominais, isto é, são termos caracterizadores de seus respectivos núcleos. 
 Na oração, o verbo “dá” é, neste contexto, transitivo direto e “conta” é o 
objeto direto. Tal substantivo é seguido de seu complemento nominal “do 
trágico percurso de Uirá”, cujo núcleo é “percurso” e seus adjuntos 
adnominais são “o”, “trágico” e “de Uirá”. 
 A expressão “no Maranhão deste século” é o adjunto adverbial de lugar, 
cujo núcleo é “Maranhão” e os adjuntos adnominais são “o” e “deste século”. 
O relato, como o filme, dá conta do trágico percurso de Uirá, da tribo Urubu-
Kaapor, no Maranhão deste século. 
Gabarito: C 
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Questão 19: Instituto Rio Branco 2016 Diplomata (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Ora, um dos argumentos que os “irônicos 
estrangeiros” mais invocam para isso é dizer que nós, Brasileiros, somos 
incapazes de forjar uma verdadeira trança, uma intrincada teia, um insolúvel 
enredo de “romance de crime e sangue”. Dizem eles que não é necessário 
nem um adulto dotado de argúcia especial: qualquer adolescente estrangeiro 
é capaz de decifrar os enigmas brasileiros, os quais, tecidos por um Povo 
superficial, à luz de um Sol por demais luminoso, são pouco sombrios, pouco 
maldosos e subterrâneos, transparentes ao primeiro exame, facílimos de 
desenredar. 
(...) 
A gente lê uma coisa dessas e fica até desanimado, julgando ser impossível a 
um Brasileiro ultrapassar Homero e outros conceituados gênios estrangeiros! 
A sorte é que, na mesma hora, o Doutor Samuel nos lembra que a conquista 
da América Latina “foi uma Epopeia”. Vemos que somos muito maiores do que 
a Grécia — aquela porqueirinha de terra! — e aí descansamos o pobre 
coração, amargurado pelas injustiças, mas também incendiado de esperanças! 
Sim, nobres Senhores e belas Damas: porque eu, Dom Pedro Quaderna 
(Quaderna, O Astrólogo, Quaderna, O Decifrador, como tantas vezes fui 
chamado); eu, Poeta-guerreiro e soberano de um Reino cujos súditos são, 
quase todos, cavalarianos, trocadores e ladrões de cavalo, desafio qualquer 
irônico, estrangeiro ou Brasileiro, primeiro a narrar uma história de amor mais 
sangrenta, terrível, cruel e delirante do que a minha; e, depois, a decifrar, 
antes que eu o faça, o centro enigmático de crime e sangue da minha história, 
isto é, a degola do meu Padrinho e a “desaparição profética” de seu filho 
Sinésio, O Alumioso, esperança e bandeira do Reino Sertanejo. 
No sintagma “os ‘irônicos estrangeiros’” (linhas 1 e 2), o vocábulo ‘irônicos’ é 
o núcleo do sujeito, o que é confirmadopelo emprego de “irônico” em “desafio 
qualquer irônico” (linhas 20 e 21). 
Comentário: Esta questão quer nos testar quanto à diferença entre o adjunto 
adnominal (um adjetivo) e o núcleo do sujeito (um substantivo). 
 Normalmente, isso é bem simples; mas neste caso note que tanto a 
palavra “irônicos” quanto “estrangeiros” podem ser substantivos ou adjetivos. 
Veja: 
os “irônicos estrangeiros” mais invocam para isso... 
 Os irônicos é que são estrangeiros ou os estrangeiros é que são 
irônicos? 
 Assim, a banca alertou quanto ao posicionamento do autor mais à frente 
no texto, pois ele afirmou que desafia qualquer irônico, seja ele estrangeiro 
ou Brasileiro. Como nesta segunda estrutura temos o objeto direto “qualquer 
irônico”, em que o núcleo é o substantivo “irônico”, fica fácil perceber que, 
para o autor, “irônicos” é o núcleo do sujeito e “estrangeiros” é apenas o 
adjunto adnominal na oração: 
os “irônicos estrangeiros” mais invocam para isso... 
 Por tudo isso, a afirmação está correta. 
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Gabarito: C 
 
Questão 20: TRE PI 2016 Analista Judiciário (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Por todos os ângulos que se contemple, parece 
inexistente a possibilidade de o chamado distritão conduzir a democracia 
brasileira a um patamar superior. (...) 
Problema semelhante ameaça programas voltados às minorias. No sistema 
proporcional, isso não acontece, pois todo sufrágio ajuda os demais 
postulantes da sigla ou aliança. 
Os termos “a possibilidade” (linha 2) e “às minorias” (linha 4) completam o 
sentido das palavras que lhes antecedem respectivamente: “inexistente” e 
“voltados”. 
Comentário: A afirmativa está errada, pois, na oração “parece inexistente a 
possibilidade”, o verbo de ligação “parece” é seguido do predicativo do sujeito 
“inexistente” e o termo “a possibilidade” é o sujeito. Assim, não houve 
complemento. 
 Na linha 4, realmente “à minorias” é complemento nominal, pois 
completa o sentido do adjetivo “voltados”. 
Gabarito: E 
 
Questão 21: Câmara dos Deputados 2014 Consultor Legislativo (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Ao vender Sochi como sede dos Jogos Olímpicos de 
Inverno de 2014, o presidente russo Vladimir Putin prometeu uma experiência 
única: turistas e atletas poderiam esquiar nas montanhas, onde é muito frio, e 
mergulhar em piscinas abertas de hotéis, onde o clima é mais ameno, no 
mesmo dia. Sochi é famosa como estância de veraneio de milionários russos. 
Pelo fato de o clima na região ser subtropical, a temperatura prevista para a 
Olimpíada já estava no limite do aceitável para a prática de esportes na neve: 
no inverno, é esperada a média de 6°C na altura do mar Negro, que banha o 
litoral. O que atletas e turistas encontraram ao chegar a Sochi, porém, foi um 
cenário muito mais inusitado. O calor na altura do mar atinge 20°C e, nas 
montanhas, 15°C. O calor intenso derreteu a neve nas pistas, forçou o 
cancelamento de treinos e prejudicou competições. Por trás dessa surpresa, 
um velho conhecido: o aquecimento global, fenômeno responsável por 
mudanças climáticas intensas que têm afetado o planeta no último século e 
que pôde ser notado em anomalias frequentes nessa última temporada de 
inverno no Hemisfério Norte e de verão, no Sul. 
Alexandre Salvador e Raquel Beer. Cadê o 
frio? In: Veja, fev./2014 (com adaptações). 
Os vocábulos “russos” (linha 5), “velho” (linha 13) e “global” (linha 13) 
exercem uma mesma função sintática no contexto em que ocorrem. 
Comentário: Os adjetivos “russos”, “velho” e “global” caracterizam os 
substantivos “milionários”, “conhecido” e “aquecimento”, respectivamente. 
Assim, todas cumprem a função sintática de adjunto adnominal e a afirmativa 
está correta. 
Gabarito: C 
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Questão 22: Assembleia Legislativa ES – 2011 – nível médio (banca CESPE) 
Fragmento de texto: Além disso, como o processo de amadurecimento do 
cérebro só se completa duas décadas depois do nascimento, o consumo 
precoce de álcool pode comprometer seriamente o desenvolvimento desse 
órgão vital, ao aumentar a probabilidade de aparecimento de problemas 
cognitivos, como falta de concentração, e de alterações de humor, como 
depressão e ansiedade. O abuso de bebidas alcoólicas pode, ainda, servir de 
porta de entrada para outras drogas e comportamentos de risco, como fazer 
sexo sem proteção 
No trecho “aparecimento de problemas cognitivos, como falta de 
concentração, e de alterações de humor” (linha 5), as expressões sublinhadas 
completam o sentido do termo “falta”. 
Comentário: Note que somente a expressão “de concentração” se liga ao 
substantivo “falta”. Já o termo “de alterações de humor” e também “de 
problemas cognitivos” se ligam ao substantivo “aparecimento”. Assim, já 
vemos que a questão está errada. 
 Além disso, nas expressões “falta de concentração” e “aparecimento 
de alterações do humor”, os termos em negrito são adjuntos adnominais, e 
não complementos nominais, pois são termos agentes. Por isso, eles não 
completam o sentido do nome, eles o caracterizam. Acompanhe: 
“faltar concentração” “falta de concentração” 
 VI + sujeito agente nome + adjunto adnominal (agente) 
 
“aparecerem alterações do humor” “aparecimento de alterações do humor” 
 VI + sujeito agente nome + adjunto adnominal (agente) 
Gabarito: E 
 
Questão 23: INCA - 2010 - nível superior (banca CESPE) 
Fragmento do texto: No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) presta 
atendimento universal e gratuito a 160 milhões de brasileiros que não têm 
planos de saúde privados. 
No trecho “a 160 milhões de brasileiros”, a preposição “a” é exigida devido à 
regência de “atendimento”. 
Comentário: Perceba que realmente é o substantivo “atendimento” que exige 
o complemento nominal. Os adjetivos “universal” e “gratuito” são apenas 
características deste substantivo e não exigem preposição. 
Gabarito: C 
 
Agente da passiva: Este termo será mais explorado nas próximas 
aulas, quando falaremos das vozes verbais. Cabe aqui perceber que ele é 
quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva analítica. É 
introduzido pelas preposições por (e suas contrações) ou, mais raramente, de: 
 A grama foi aparada pelo jardineiro. (voz passiva) 
 A casa estava cercada de ladrões. (voz passiva) 
 Aposto: Funciona na oração como uma ampliação, explicação, 
desenvolvimento ou resumo da ideia do termo anterior: 
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Este país, o Brasil, tem procurado desenvolver políticas econômicas 
aliando produção e sustentabilidade. 
Nessa oração, “Este país” é o sujeito, e “o Brasil” é aposto desse sujeito, 
pois explica o conteúdo do termo a que se refere. 
O aposto pode ser classificado em: 
I – explicativo: muito cobrado nas provas da banca CESPE quanto à 
pontuação, pois pode ser separado por vírgulas, dois-pontos, travessões e até 
por parênteses. Ele também pode vir antecipado de palavras denotativas de 
explicação do tipo: a saber, isto é, quer dizer etc. 
Raquel, contadora da empresa, está viajando. 
Só queria algo: apoio. 
Um trabalho – tua monografia – foi premiado. 
A ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) foi criada em 1999. 
II - enumerativo ou distributivo: é uma sequência de elementos, a qual 
chamamos de enumeração, usada para desenvolver uma ideia anterior. É 
separado por dois-pontos, e cada um dos elementos enumerados é separado 
por vírgula. Se houver apenas dois elementos enumerados, elespodem ser 
separados também pela conjunção “e”. 
Veja: 
Ganhei dois presentes: um tênis e uma camisa. 
As reivindicações dos funcionários incluíam muitas coisas: melhor 
salário, melhores condições de trabalho, assistência médica 
extensiva a familiares. 
III - resumitivo ou recapitulativo: é usado para condensar a ideia de 
termos anteriores, geralmente, por meio de um pronome indefinido. 
“Grana, poder, sucesso, nada sobrevive à marcha inexorável do tempo.” 
O sujeito composto “Grana, poder, sucesso” é resumido pelo pronome 
indefinido nada, por isso o verbo concorda com o aposto e se flexiona no 
singular. Note que este tipo de aposto é separado por vírgula do termo 
anterior. 
IV - especificativo ou apelativo: indica o nome de alguém ou de algo dito 
anteriormente. Note que não é separado por sinais de pontuação. 
O compositor Chico Buarque é também um excelente escritor. 
O estado é cortado pelo rio São Francisco. 
Observação: O aposto também pode se referir a uma oração: 
Esforcei-me bastante, o que causou muita alegria em todos. 
Palavras como o, coisa, fato etc. podem referir-se a toda uma oração. 
Nestes casos, obrigatoriamente haverá separação por vírgula. 
Questão 24: SEEDF 2017 nível superior (banca CESPE) 
Fragmento do texto: É essa revolução — exigência fundamental do 
movimento da educação nova — que Claparède compara à que Copérnico 
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realizou na astronomia, e que ele define, com tanta felicidade, nas seguintes 
linhas: “são os métodos e os programas que gravitam em torno da criança e 
não mais a criança que gira em torno de um programa decidido fora dela. 
Os travessões foram empregados no texto (1 e 2) para isolar uma expressão 
de natureza explicativa. 
Comentário: Os travessões separam o aposto explicativo “exigência 
fundamental do movimento da educação nova”. Assim, realmente é termo de 
valor explicativo. 
Gabarito: C 
 
Questão 25: FUB 2016 Superior (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Ela oferece 109 cursos de graduação, sendo 31 
noturnos e 10 a distância, além de 147 cursos de pós-graduação stricto sensu 
e 22 especializações lato sensu. Os cursos estão divididos em quatro campi 
espalhados pelo Distrito Federal: Darcy Ribeiro (Plano Piloto), Planaltina, 
Ceilândia e Gama. 
Os dois-pontos empregados imediatamente após “Distrito Federal” (linha 4) 
introduzem itens de uma enumeração. 
Comentário: A expressão enumerada “Darcy Ribeiro (Plano Piloto), 
Planaltina, Ceilândia e Gama” é o aposto enumerativo, por isso está precedido 
de dois pontos. Assim, a afirmação está correta. 
Gabarito: C 
 
Questão 26: CGE PI 2015 Auditor Governamental (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Uma casa tem muita vez as suas relíquias, lembranças 
de um dia ou de outro, da tristeza que passou, da felicidade que se perdeu. 
Supõe que o dono pense em as arejar e expor para teu e meu desenfado. 
Nem todas serão interessantes, não raras serão aborrecidas, mas, se o dono 
tiver cuidado, pode extrair uma dúzia delas que mereçam sair cá fora. 
O emprego de dois-pontos em substituição à vírgula logo após a expressão 
“suas relíquias” (linha 1) não geraria erro gramatical. 
Comentário: A palavra “lembranças” inicia o aposto, o qual explica a palavra 
“relíquias”. Veja que “lembranças” é o núcleo do aposto explicativo, o qual é 
estendido com as demais palavras grifadas abaixo. Como o aposto explicativo, 
quando se encontra no final do período, pode ser precedido de vírgula, 
travessão e até dois-pontos, a afirmativa está correta. compare: 
Uma casa tem muita vez as suas relíquias, lembranças de um dia ou de outro, 
da tristeza que passou, da felicidade que se perdeu. 
Uma casa tem muita vez as suas relíquias ; lembranças de um dia ou de 
outro, da tristeza que passou, da felicidade que se perdeu. 
Uma casa tem muita vez as suas relíquias: lembranças de um dia ou de outro, 
da tristeza que passou, da felicidade que se perdeu. 
Gabarito: C 
 
 
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Questão 27: CEF 2014 Médico do Trabalho (banca CESPE) 
Fragmento do texto: As moedas têm uma representação gráfica geralmente 
constituída por duas partes: uma sigla de designação abreviada para o padrão 
monetário, que varia de país para país, e o cifrão, símbolo universal do 
dinheiro, etimologicamente originado do árabe cifr. 
(...) 
 Após a viagem, Táriq teria mandado gravar, em moedas comemorativas, 
uma linha sinuosa, em forma de um esse maiúsculo (S), representando o 
longo e tortuoso caminho percorrido para alcançar o continente europeu. 
O emprego das vírgulas para isolar as expressões “símbolo universal do 
dinheiro” (linha 3) e “em moedas comemorativas” (linha 5) justifica-se pelo 
fato de que essas expressões exercem, nos períodos em que ocorrem, a 
mesma função sintática. 
Comentário: O termo “símbolo universal do dinheiro” é o aposto explicativo; 
já a expressão “em moedas comemorativas” é o adjunto adverbial de lugar. 
Assim, emprego das vírgulas que isolam esses termos justifica-se por regras 
diferentes. 
Gabarito: E 
 
Questão 28: FUB 2014 nível superior (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Na grande mídia, a ciência e a tecnologia ficam 
relegadas a segundo plano, restritas a notas e notícias isoladas, em uma 
cobertura que busca sempre valorizar o espetáculo e o sensacionalismo. A 
televisão aberta, principal veículo condutor de conteúdos culturais, não 
contribui como deveria para o processo de “alfabetização científica”, exibindo 
programas sobre o tema em horários de baixa audiência. 
A vírgula imediatamente após “aberta” (linha 4) foi empregada para separar 
dois termos de mesma função sintática, uma vez que tanto “aberta” quanto 
“principal veículo condutor de conteúdos culturais” (linha 4) exercem a função 
de adjunto adnominal do nome “televisão” (linha 4). 
Comentário: O substantivo “televisão” é caracterizado pelo adjetivo “aberta”, 
por isso este adjetivo é o adjunto adnominal. Já o termo “principal veículo 
condutor de conteúdos culturais” é o aposto explicativo, pois explica o mesmo 
substantivo. 
 Dessa forma, a afirmativa está errada. 
Gabarito: E 
 
Questão 29: CNJ 2013 Técnico Judiciário (banca CESPE) 
Fragmento do texto: No total, foram 16.227.736 páginas acessadas, o que 
representa um aumento de 244,59% em relação ao número obtido em janeiro 
de 2012, que foi de 4.709.335 páginas acessadas. Outro indicador importante, 
o número de visitantes únicos, obteve um significativo crescimento no 
período: 80,13%. Foram registrados 196.657 visitantes únicos em janeiro de 
2012, contra 354.248, em novembro do mesmo ano 
O trecho “o número de visitantes únicos” (linha 4) está entre vírgulas porque 
se classifica como aposto explicativo. 
Comentário: O termo “o número de visitantes únicos” realmente explica a 
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expressão “Outro indicador importante”, por isso é o aposto explicativo e deve 
ficar entre duas vírgulas. 
Gabarito: C 
 
Questão 30: ANS 2013 Superior (banca CESPE) 
Fragmento do texto: A avaliação das operadoras de planos de saúde em 
relação às garantias de atendimento, previstas na RN 259, é realizada de 
acordo com dois critérios: comparativo, cotejando as entre si, dentro do 
mesmo segmento e porte; e avaliatório, considerando evolutivamente seus 
próprios resultados. 
O sinal de dois-pontos logo depois de “critérios” (linha 3) está empregado 
para anunciar uma enumeração explicativa. 
Comentário: O sinal de dois-pontos sinaliza que em seguida há o aposto 
enumerativo, cujos núcleos são “comparativo” e “avaliatório”. Veja: 
... é realizadade acordo com dois critérios: comparativo, cotejando-as entre 
si, dentro do mesmo segmento e porte; e avaliatório, considerando 
evolutivamente seus próprios resultados. 
Naturalmente, tal termo enumerativo explica os “dois critérios”. Assim, a 
afirmativa está correta. 
Gabarito: C 
 
Questão 31: EBC – 2011 – Nível Médio (banca CESPE) 
Fragmento de texto: Para o professor Laurindo Leal Filho, da Universidade 
de São Paulo, um dos pioneiros na pesquisa sobre mídia pública no Brasil, 
esse não é um conceito fechado. 
A expressão “um dos pioneiros na pesquisa sobre mídia pública no Brasil” 
exerce, na oração, a função sintática de vocativo, pois se refere a uma pessoa 
citada anteriormente. 
Comentário: O termo “um dos pioneiros na pesquisa sobre mídia pública no 
Brasil” explica quem é o professor Laurindo Leal Filho. Assim, é um aposto 
explicativo, e não um vocativo. 
 Vocativo é um termo que evoca, chama alguém. Ele será visto adiante. 
Gabarito: E 
 
Questão 32: TCU - 2011 - Auditor Federal de Controle Interno (banca CESPE) 
Fragmento de texto: A mais ínfima felicidade, quando está sempre presente 
e nos torna felizes, é incomparavelmente superior à maior de todas, que só se 
produz de maneira episódica, como uma espécie de capricho, como uma 
inspiração insensata, em meio a uma vida que é dor, avidez e privação. Tanto 
na menor como na maior felicidade, porém, há sempre algo que faz que a 
felicidade seja uma felicidade: a faculdade de esquecer, ou melhor, em 
palavras mais eruditas, a faculdade de sentir as coisas, durante todo o tempo 
que dura a felicidade, fora de qualquer perspectiva histórica. 
No segundo período do texto, o trecho introduzido pelos dois pontos apresenta 
uma explicação do que o autor entende por “maior felicidade” (linha 5). 
Comentário: Primeiramente, note que período é o enunciado de sentido 
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completo com verbo. Assim, o segundo período iniciou-se na linha 4. O trecho 
após os dois-pontos “a faculdade de esquecer, ou melhor, em palavras mais 
eruditas, a faculdade de sentir as coisas, durante todo o tempo que dura a 
felicidade, fora de qualquer perspectiva histórica” é um aposto enumerativo 
que se encontra intercalado por outros termos. 
 Realmente os dois-pontos sinalizam uma explicação (com enumeração). 
O erro foi afirmar que haveria explicação da “maior felicidade”. O trecho 
enumerado explica simplesmente a “felicidade” (linha 6). 
Gabarito: E 
 
Questão 33: ABIN - 2008 - nível superior (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Não se podendo repetir a relação sujeito-objeto, é 
forçoso afirmar que seria impossível a reprodução exata de qualquer situação 
de pesquisa, o que ressalta a importância da descrição do fenômeno e o 
caráter vivo dos postulados teóricos. 
Logo após “pesquisa” (linha 3), estaria gramaticalmente correto e coerente 
com o desenvolvimento das idéias do texto o emprego do travessão simples 
no lugar da vírgula. 
Comentário: Note que o pronome demonstrativo “o” é um aposto e retoma a 
informação dita anteriormente; por esse motivo, pode ser separado também 
por travessão. 
Gabarito: C 
 
Questão 34: Tribunal de Contas TO - 2009 - nível superior (banca CESPE) 
Fragmento do texto: As ciências humanas e sociais contemporâneas 
exprimem essas necessidades da sociedade capitalista, ou seja, desse sujeito 
abstrato, mediante duas visões: a universalidade naturalista, deduzida de 
disciplinas como a neurociência ou a genética, e a diversidade do culturalismo 
empírico. 
No trecho “mediante duas visões: a universalidade naturalista, deduzida de 
disciplinas como a neurociência ou a genética, e a diversidade do culturalismo 
empírico”, o emprego dos dois-pontos introduz uma citação. 
Comentário: Não há uma citação (transcrição da fala de alguém), mas uma 
enumeração, pois “a universalidade naturalista e a diversidade do culturalismo 
empírico” é aposto enumerativo, por isso há o uso de dois-pontos. 
Gabarito: E 
 
Questão 35: ABIN - 2008 - nível médio (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Em 2002, o Congresso Nacional, por meio da Comissão 
Mista de Controle das Atividades de Inteligência, promoveu o seminário 
“Atividades de Inteligência no Brasil: Contribuições para a Soberania e para a 
Democracia”, com a participação de autoridades governamentais, 
parlamentares, acadêmicos, pesquisadores e profissionais da área de 
inteligência. 
Se o sinal de dois-pontos (linha 3) fosse substituído por travessão, estaria 
mantida a correção gramatical do título do seminário (linhas 3 e 4). 
Comentário: Perceba que, no título do seminário, “Contribuições para a 
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Soberania e para a Democracia” desempenha a função de aposto explicativo. 
Entende-se, portanto, que as “Atividades de Inteligência no Brasil” são uma 
forma de contribuir para a soberania e para a democracia. Por esse motivo, 
podem-se substituir os dois-pontos por travessão mantendo a 
gramaticalidade. 
Gabarito: C 
 
Questão 36: Assembleia Legislativa ES – 2011 – Procurador (banca CESPE) 
Fragmento de texto: 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 Essa forma de veicular denúncias e indícios reafirma muitos dos 
mitos acerca do fenômeno da corrupção. Podem-se inventariar alguns: a 
colonização portuguesa, que seria essencialmente patrimonialista, em 
contraposição ao “poder local” e ao “espírito de comunidade” da tradição 
anglo-saxã; a cultura brasileira, com seu universo miscigenado, tão 
criticado por perspectivas eugenistas do início do século XX, e sua 
“amoralidade macunaímica”, que não teria, mesmo após a 
independência e a República, conseguido separar o público do privado; 
a disjunção entre elites políticas e sociedade, como se as primeiras não 
fossem reflexo, direto e(ou) indireto, da última; a ausência de uma base 
educacional formal sólida como explicação para comportamentos não 
republicanos; por fim, a ausência e(ou) fragilidade de leis e de 
instituições capazes de fiscalizar, controlar e punir os casos de 
malversação dos recursos públicos, como se o país fosse “terra de 
ninguém”. 
 
As vírgulas que isolam o trecho “com seu universo miscigenado” (linha 5) 
poderiam ser substituídas por travessões, sem prejuízo para a correção 
gramatical do período e para o sentido do texto. 
Comentário: Todo o trecho “a cultura brasileira, com seu universo 
miscigenado, tão criticado por perspectivas eugenistas do início do século XX, 
e sua ‘amoralidade macunaímica’” caracteriza o termo “a cultura brasileira”. 
Todo esse termo composto pode ser entendido como aposto explicativo, por 
isso podemos separá-lo por dupla vírgula (como se encontra no texto), duplo 
parêntese ou duplo travessão. Veja: 
“Podem-se inventariar alguns: (...) a cultura brasileira, com seu universo 
miscigenado, tão criticado por perspectivas eugenistas do início do século XX, 
e sua ‘amoralidade macunaímica’, que não teria, mesmo após a independência 
e a República, conseguido separar o público do privado; (...)”. 
“Podem-se inventariar alguns: (...) a cultura brasileira (com seu universo 
miscigenado, tão criticado por perspectivas eugenistas do início do século XX, 
e sua ‘amoralidade macunaímica’), que não teria, mesmo após a 
independência e a República, conseguido separar o público do privado; (...)”. 
“Podem-se inventariar alguns: (...) a cultura brasileira − com seu universo 
miscigenado, tão criticado por perspectivas eugenistas do início do século XX, 
e sua ‘amoralidade macunaímica’−, que não teria, mesmo após a 
independência e a República, conseguido separar o público do privado; (...)”. 
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 Veja que a questão cobrou o duplo travessão apenas no termo "com seu 
universo miscigenado". Como você viu acima, essa pontuação cabe separando 
todo o termo adjetivo: com seu universo miscigenado, tão criticado por 
perspectivas eugenistas do início do século XX, e sua “amoralidade 
macunaímica". Se inseríssemos o duplo travessão apenas no termo menor, 
haveria incorreção gramatical e mudança de sentido, pois o segmento “tão 
criticado por perspectivas eugenistas do início do século XX, e sua 
‘amoralidade macunaímica’” deixaria de caracterizar “universo miscigenado” e, 
tendo em vista a nova pontuação, passaria forçosamente a caracterizar o 
termo “cultura brasileira”. Porém, “criticado” é masculino e “cultura” é 
feminino”. Assim, haveria mudança de sentido e problemas gramaticais 
quanto à concordância. Veja: 
“Podem-se inventariar alguns: (...) a cultura brasileira − com seu universo 
miscigenado−, tão criticado por perspectivas eugenistas do início do século 
XX, e sua ‘amoralidade macunaímica’, que não teria, mesmo após a 
independência e a República, conseguido separar o público do privado; (...)”. 
 Por isso, a pontuação pedida na questão transmite incorreção gramatical 
e mudança de sentido. 
Gabarito: E 
 
Outro termo importante é o vocativo, pois implica diretamente o uso de 
vírgula. 
Vocativo: é o termo sintático que serve para convocar, chamar um 
interlocutor a quem se dirige a palavra. É um termo independente: não faz 
parte do sujeito nem do predicado, por isso deve ser separado por vírgula. 
Veja que ele pode aparecer em posições variadas na frase. 
Júlia, venha cá. 
Veja, menina, aquela nuvem. 
Estamos aqui, meu amigo. 
 Adjunto adverbial: Vimos que o verbo intransitivo não exige 
complemento verbal, mas pode necessitar de adjunto adverbial para transmitir 
uma circunstância. Veja: 
 Adoeci. 
 Fui à praia. 
verbo intransitivo adjunto adverbial de lugar 
predicado verbal 
Na realidade, há dois tipos de verbos intransitivos. 
O primeiro diz respeito àquele que não exige nenhum termo que 
complemente seu sentido, como “Adoeci.”; “Juvenal morreu.”; “Um vendaval 
ocorreu.”. Esses verbos não necessitam de termo que os complete. Esse tipo 
de intransitividade mostra que o verbo por si só já transmite o sentido 
necessário; podendo o autor acrescentar termos acessórios para transmitir 
mais clareza ou ser mais pontual no sentido, por exemplo: “Adoeci por causa 
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do mau tempo.”; “Juvenal morreu anteontem.” e “Um vendaval ocorreu 
aqui.”. 
Por outro lado, existe a intransitividade que necessita de um termo que 
produza sentido. Se alguém diz que vai, tem que dizer que vai a algum 
lugar. Se alguém diz que voltou, tem que continuar a fala mostrando de 
onde voltou. Por isso muita gente confunde esse tipo de intransitividade com a 
transitividade indireta; mas há uma diferença muito grande, pois o termo que 
completa o sentido deste tipo de intransitividade transmite normalmente 
circunstâncias de lugar ou modo. Veja: 
Vou a São Paulo. Vim de Manaus. Estou bem. 
O objeto indireto apenas completa o sentido do verbo, ele não transmite 
valores circunstanciais de lugar ou de modo, sentidos que são demonstrados 
nos vocábulos “a São Paulo”, “de Manaus” e “bem”. Quando se quer saber se 
há circunstância de lugar ou modo, faz-se a pergunta “Onde?”, “Como?”, 
respectivamente. 
Didaticamente, podemos dividir o adjunto adverbial em dois tipos: 
Adjunto adverbial solto: O problema ocorreu naquela tarde de sábado. 
Adjunto adverbial preso: Eu estou bem. 
 Eu estou em São Paulo. 
 Eu vim de São Paulo. 
Caro aluno, esta divisão dos adjuntos adverbiais é apenas didática, não é 
cobrada em prova dessa forma, mas entendermos isso é importante para a 
pontuação. Veja que não é comum vermos vírgula separando adjuntos 
adverbiais presos, como as três últimas frases. Já com o adjunto adverbial 
solto, é natural podermos inserir a vírgula. Veja: 
O problema ocorreu, naquela tarde de sábado. 
Sintaticamente, o adjunto adverbial é o termo que modifica o verbo, o 
adjetivo ou o advérbio, atribuindo-lhes uma circunstância qualquer. 
 Os atletas correram muito. (modifica verbo) 
 Seu projeto é muito interessante. (modifica adjetivo) 
 O time jogou muito mal. (modifica advérbio) 
a) O adjunto adverbial pode ser representado por um advérbio, uma 
locução adverbial ou um pronome relativo. 
Deixei o embrulho aqui. (advérbio) 
À noite conversaremos. (locução adverbial) 
A empresa onde trabalhei faliu. (pronome relativo) 
 b) Pode ocorrer elipse (omissão) da preposição antes de adjuntos 
adverbiais de tempo e modo: 
 Aquela noite, ela não veio. (Naquela noite) 
 Domingo ela estará aqui. (No domingo) 
 Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (De ouvidos atentos) 
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Veja os principais valores semânticos dos adjuntos adverbiais: 
1) afirmação: Farei realmente a prova. 
2) negação: Não estarei presente. 
3) dúvida: Talvez eu lhe peça explicação. 
4) tempo: Ontem poucos fizeram comentários. 
5) lugar: A caixa ficou atrás do armário. 
6) modo: Todos saíram às pressas. 
7) intensidade: A criança chorava muito. 
8) causa: Tremiam de medo. (O medo causava a tremedeira) 
9) condição: Não vivemos sem ar. (O ar é a condição para que vivamos) 
10) instrumento: Machucou-se com a lâmina. 
11) meio: Viajaram de trem. 
12) assunto: Falavam sobre economia. (A economia era o assunto da conversa) 
13) concessão: Apesar do frio, tirou a camisa. (ideia de contraste: normalmente não 
se tira a camisa no frio) 
14) conformativa: Agiu conforme a situação. 
15) fim ou finalidade: Trabalhava para o bem geral. 
16) companhia: Voltei com meu amigo. (junto com ele) 
17) preço ou valor: O livro custou cem reais. 
Questão 37: TRE PI 2016 Analista (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Esse compartilhamento de referências pode advir tanto 
da interação social entre os indivíduos quanto do pertencimento a 
determinado contexto geográfico. 
O trecho “tanto da interação social entre os indivíduos quanto do 
pertencimento a determinado contexto geográfico” (linhas 1 e 2) exerce 
função de adjunto adverbial na oração em que ocorre. 
Comentário: A locução verbal “pode advir” é transitiva indireta e o termo 
“tanto da interação social entre os indivíduos quanto do pertencimento a 
determinado contexto geográfico” é apenas o objeto indireto composto. 
 É certo que o verbo “advir” também pode ser intransitivo. Neste caso, 
deve o termo posterior transmitir valor de lugar, por exemplo: 
Os imigrantes advieram dos países em guerra. 
 Porém, no texto, como os núcleos “interação social” e “pertencimento” 
não transmitem valor de lugar, tal verbo é transitivo indireto e o termo 
composto é objeto indireto. 
 Assim, a afirmação está errada. 
Gabarito: E 
 
Questão 38: TRE PI 2016 Analista (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Em oposição a essa perspectiva está a teoria da 
escolha racional, que considera o indivíduo o ator racional que procura 
maximizar seus benefícios agindo de acordo com seu interesse individual. 
A expressão “de acordo com” (linha 3) expressa causa 
Comentário: A expressão “de acordo com seu interesse individual” é um 
adjunto adverbial de conformidade, e não de causa. 
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Gabarito: E 
 
Questão 39: DPU 2016 Analista (banca CESPE) 
Fragmento do texto: O surgimento de lides provenientes das inúmeras 
formas de relação jurídica então existentes — e o chamamento da jurisdição 
para resolver essas contendas — já davainício a situações em que 
constantemente as partes se viam impossibilitadas de arcar com os possíveis 
custos judiciais das demandas. (...) 
 O termo atual também engloba atos jurídicos extrajudiciais, 
aconselhamento jurídico, patrocínio da causa, além de ações coletivas e 
mediação. (...) 
 Hoje, portanto, alguém que se vê incapaz de arcar com os custos que 
uma lide judicial impõe, mas necessita da imediata prestação jurisdicional, 
pode, mediante simples afirmativa, postular as benesses dessa prerrogativa, 
garantida pela Constituição Federal vigente. 
Os elementos “já” (linha 3), “atual” (linha 6) e “Hoje” (linha 9) desempenham 
a mesma função sintática nas orações em que ocorrem. 
Comentário: Os vocábulos “já” e “Hoje” são advérbios e ocupam a função 
sintática de adjuntos adverbiais de tempo. Porém, o adjetivo “atual” ocupa a 
função de adjunto adnominal. Assim, a afirmação está errada. 
Gabarito: E 
 
Questão 40: TCE PA 2016 Superior (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Quer dizer também que o ex-prefeito continua sujeito 
a todas as sanções previstas para aqueles que não prestam contas. Por essa 
razão, é necessário que haja a separação das contas — que devem, inclusive, 
ser processadas em autos distintos — quando ocorrer de o cargo de prefeito 
ser ocupado por mais de uma pessoa durante o exercício financeiro. Nesse 
caso, cada um será responsável pelo período em que ocupou o cargo. 
A expressão “Por essa razão” (linhas 2 e 3) introduz no parágrafo em que 
ocorre uma ideia de finalidade. 
Comentário: Veja que podemos substituir a expressão “por essa razão” por 
“por causa disso”, “devido a isso”. Assim, entendemos o valor de causa, e não 
de finalidade. Portanto, a afirmação está errada. 
Gabarito: E 
 
Questão 41: CEF 2014 Médico do Trabalho (banca CESPE) 
A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e 
vinhos são as mais comuns em todo o mundo” seria prejudicada, caso se 
inserisse uma vírgula logo após a palavra “vinhos”. 
Comentário: O termo “cervejas e vinhos” é o sujeito do verbo “são”, por isso 
realmente não pode haver inserção de vírgula entre essas duas palavras. 
Gabarito: C 
 
 
 
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Pontuação com adjunto adverbial “solto” 
 
É marcante nos adjuntos adverbiais a sua mobilidade posicional, pois 
este termo pode movimentar-se para o início, para o meio ou para o fim da 
oração. Essa mobilidade é percebida nos termos soltos, os quais não são 
exigidos pelo verbo, apenas ampliam o contexto com a circunstância. Isso é 
notado principalmente nos advérbios de lugar, tempo e modo; nos advérbios 
que modificam toda a oração (e não somente um termo); e nas locuções 
adverbiais: 
O custo de vida é bem alto em Brasília. 
Em Brasília, o custo de vida é bem alto. 
O custo de vida, em Brasília, é bem alto. 
O custo de vida é bem alto, em Brasília. 
 
 
Prefeitos de várias cidades foram a Brasília. 
A Brasília prefeitos de várias cidades foram. 
Prefeitos de várias cidades a Brasília foram. 
Naturalmente, você já percebeu o problema. 
Sim, eu sei. 
 
Quando a locução adverbial solta for de grande extensão e estiver 
antecipada da oração ou no meio dela, a vírgula será obrigatória. Se 
estiver no final, a vírgula será facultativa. 
Antes da última rodada, o time já se dizia campeão. 
O time, antes da última rodada, já se dizia campeão. 
O time já se dizia, antes da última rodada, campeão. 
O time já se dizia campeão, antes da última rodada. 
O time já se dizia campeão antes da última rodada. 
Questão 42: INSS 2016 Analista do Seguro Social (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Consta-nos que o autor, solicitado por seus numerosos 
amigos, leu há dias a comédia em casa do Sr. Dr. Estêvão Soares, diante de 
um luzido auditório, que aplaudiu muito e profetizou no Sr. Oliveira um futuro 
Shakespeare. 
A correção gramatical e o sentido do texto seriam mantidos caso o termo “em 
casa” (linha 2) fosse isolado por vírgulas. 
Comentário: Com esta afirmação, a banca queria iludir o candidato a 
perceber o adjunto adverbial “em casa” e naturalmente poderia ser separado 
por dupla vírgula. 
 Porém, faltou acrescentar também o adjunto adnominal “do Sr. Dr. 
Estêvão Soares”. Não pode haver vírgula separando o núcleo do seu adjunto 
adnominal, por isso a afirmação está errada. 
Gabarito: E 
 
 
Esta locução adverbial de lugar 
não é exigida pelo verbo, por 
isso se considera um termo 
solto, o qual pode receber 
vírgula. Compare com a 
seguinte. 
Esta locução adverbial de lugar 
é exigida pelo verbo, por isso 
não se considera termo solto, 
ela pode se mover na oração, 
mas não recebe vírgula. 
Os advérbios referem-se a toda 
a oração. 
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Questão 43: TRE PI 2016 Analista (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Para o entendimento da concentração da votação em 
determinado lugar, é necessário abordar a teoria do contextualismo 
geográfico, segundo a qual o comportamento dos eleitores é influenciado pelo 
ambiente sociogeográfico — seja pelas redes de interação social existentes, 
seja pela semelhança de experiências às quais os habitantes de uma região 
estão submetidos. 
A supressão da vírgula empregada logo após o substantivo “lugar" (linha 2) 
preservaria a correção gramatical do período. 
Comentário: Como o termo “Para o entendimento da concentração da 
votação em determinado lugar” é um adjunto adverbial antecipado e de 
grande extensão, a vírgula é obrigatória. 
 Assim, a afirmação está errada. 
Gabarito: E 
 
Questão 44: CNJ 2013 Técnico Judiciário (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos 
do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para promover o bem-
estar do cidadão, como a da aplicação da Lei Maria da Penha no âmbito dos 
tribunais; a do reconhecimento da paternidade voluntária; a do fortalecimento 
da ideia de conciliação no Judiciário; e a de valorização da vida. 
Na linha 1, a vírgula logo após “2012” poderia ser suprimida, sem prejuízo 
para a correção gramatical do texto, uma vez que a expressão “Em 2012” 
classifica-se como um adjunto adverbial de pequena extensão. 
Comentário: A afirmativa está correta, pois o termo “Em 2012” é o adjunto 
adverbial de tempo. Como tal termo é de pequena extensão, a vírgula é 
facultativa. 
Gabarito: C 
 
Questão 45: CNJ 2013 Técnico Judiciário (banca CESPE) 
Fragmento do texto: Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos 
do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para promover o bem-
estar do cidadão, como a da aplicação da Lei Maria da Penha no âmbito dos 
tribunais; a do reconhecimento da paternidade voluntária; a do fortalecimento 
da ideia de conciliação no Judiciário; e a de valorização da vida. 
O trecho “em parcerias com órgãos do Executivo e do Judiciário” (linhas 1 e 2) 
está entre vírgulas porque exerce função de adjunto adverbial intercalado na 
oração principal, estando deslocado em relação à ordem direta. 
Comentário: A afirmativa está correta, pois o termo “em parcerias com 
órgãos do Executivo e do Judiciário” é um adjunto adverbial de meio, o qual 
se encontra entre o verbo “promoveu” e o complemento verbal “campanhas 
importantes”. Assim, percebemos que ele realmente se encontra intercalado, 
isto é, deslocado em relação à ordem direta, por isso deve haver dupla 
vírgula. Compare a ordem direta e o deslocamento do termo: 
Adjunto adverbial na ordem direta: 
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Em 2012, o CNJ promoveu campanhas importantes, em parcerias com órgãos 
do Executivo e do Judiciário... 
Adjunto

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