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Movimentos Messiânicos

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PREFEITURA DE NAVEGANTES
ESCOLA MUNICIPAL VILNA CORREA PRETTI 
PROFESSOR(A) : TATIANA NERI DISCIPLINA : HISTÓRIA
NAVEGANTES -SC, 02 de agosto de 2021.
 Atividades de agosto/2021- 3° Bimestre
	MATERIAL DE LEITURA- COLAR NO CADERNO
 Movimentos Messiânicos
O messianismo pode ser compreendido como uma crença na vinda de um messias, que anuncia e instaura uma época de felicidade e justiça.
Essa ideia vincula-se a uma tradição judaico-cristã inscrita no ideal de povo escolhido e representa, em parte, àqueles movimentos populares de cunho religioso que ocorreram no Brasil nas últimas décadas do século XIX e início do século XX.
Uma relação aparente que une esses movimentos, além das questões sociais, é o forte senso de coletividade, na medida em que sobrepuja as individualidades em nome do bem comum, envolvendo sempre a história e as necessidades do coletivo, na transformação da terra para todos e não para um só homem. O forte senso comunitário forma uma irmandade com leis próprias que reduzir as desigualdades.
O elemento religioso é outra característica, conectado nessas contestações sociais se encontra a questão do divino e conduz a crença em um messias, que assim como nos textos bíblicos, trará um tempo de paz e prosperidade ao povo.
O messias é alguém enviado por uma divindade para trazer a vitória do bem sobre o mal, ou para corrigir a imperfeição do mundo, permitindo o advento do Paraíso terrestre, tratando-se, pois, de um líder religioso e social.
Movimentos messiânicos no Brasil
No decorrer da Primeira República no Brasil (1889 – 1930), ocorreram movimentos sociais de contestação à ordem estabelecida, que se deram, em certa medida, ao avanço da propriedade produtiva no campo, à consolidação do poder dos coronéis e ao surgimento do “colonato”, acrescido das reformas urbanas e do fim da escravidão.
Diante do aprofundamento dessas contradições, o Brasil se tornou cenário profícuo ao surgimento de contestações populares. Em diversas regiões do o messianismo se insere nesse contexto como forma de reivindicações sociais e políticas, acrescidas do elemento religioso.
Canudos: (1895 – 1897)
Durante o governo de Prudente de Moraes, ocorreu uma das mais sérias revoltas dos primeiros momentos da República. Canudos, Bahia, deixou clara as mazelas da população rural nordestina , bem como o descaso e o desprezo das autoridades para com elas.
A crise financeira do início da República agravou a situação já miserável do sertão nordestino. O Quadro era propício aos surgimentos de discursos messiânicos como os de Antônio Conselheiro, que procurava consolar os sofredores com a crença de que chegaria o dia da justiça divina.
Conselheiro fundou uma comunidade agrária no sertão baiano que, no seu auge, reuniu em torno de vinte mil pessoas. O local ficou conhecido como Arraial de Canudos ou Arraial do Belo Monte.
A comunidade vivia em harmonia sob o comando místico do messias Conselheiro. O Sucesso da experiência desagradava os latifundiários, que viam diminuir a mão-de-obra barata, até então abundante naquela região.
Canudos tornava-se um fator de risco para a estrutura centenária de mando e de exploração, que havia sido criada na área rural brasileira. Várias expedições militares tentaram destruir o Arraial.
Foi necessária uma armada com quinze mil soldados para vencer os sertanejos que não lutavam apenas pela sua aldeia, lutavam, sobretudo, por um ideal, por uma forma de vida sem opressão e miséria.
O Contestado (1912 – 1916)
A exemplo de Canudos, o conflito do Contestado demonstrou a preferência das autoridades pelo interesse dos grupos econômicos dominantes.
	
	 PREFEITURA DE NAVEGANTES
ESCOLA MUNICIPAL MARIA IVONE MULLER DOS SANTOS 
PROFESSOR(A) : TATIANA NERI DISCIPLINA : HISTÓRIA
NAVEGANTES -SC, 02 de agosto de 2021.
 Atividades de agosto/2021-3° Bimestre
	MATERIAL DE LEITURA- COLAR NO CADERNO
Localizada na divisa com Paraná e Santa Catarina, a região do Contestado foi povoada por frentes pioneiras dedicadas à extração de madeira e erva-mate. Por volta de 1840, formou-se ali um povoado liderado por um beato chamado João Maria.
No final do século XIX, chegou à região a empresa norte-americana Brazil Railway, com propósito de construir uma ferrovia ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul e para tal, expulsou das terras milhares de posseiros e pequenos proprietários. O conflito estava armado.
Nesse ambiente de revolta surgiu um novo líder messiânico, o gaúcho Miguel Lucena de Boaventura, que se dizia herdeiro espiritual do beato João Maria, e por isso, adotou o nome de José Maria. Seu ideário pregava a justiça divina a favor dos explorados e incentivava a alegria de viver.
Sentindo-se ameaçados pela presença da Brazil Railway , os pequenos e médio proprietários do Sul decidiram se aliar ao beato contra os grandes proprietários e a companhia norte-americana. Teve início então uma guerra que durou quatro anos (1912 – 1916).
O Desenrolar do conflito foi dramático: a cada povoado que as tropas do governo destruíam, outro se formava, sob o comando de um novo líder espiritual.Foram necessários mais seis mil soldados e muitas armas pesadas para destruir definitivamente o Contestado.

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