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Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Diagnósticos sindrômicos Diagnósticos sindrômicos Principais síndromes clínicas • Síndromes gerais — Síndrome edematosa (anasarca); — Síndrome anêmica; — Síndrome hemorrágica; — Síndrome ictérica; — Síndrome consumptiva; — Síndrome febril aguda. • Síndromes cardiovasculares — Síndromes coronarianas agudas e crônicas; — Síndrome da insuficiência cardíaca; — Síndrome do baixo débito (choque). • Síndromes pulmonares — Síndrome da insuficiência respiratória; Síndrome É um conjunto de sinais e sintomas que tem uma relação fisiopatológica, podendo ser típicos de uma determinada doença. O reconhecimento de uma síndrome delimita o número de possíveis doenças causadoras, facilitando o raciocínio clínico. Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB — Síndromes pleuropulmonares. • Síndromes endócrinas — Síndrome do hipertireoidismo; — Síndrome do hipotireoidismo; — Síndrome de Cushing; — Síndrome metabólica. • Síndromes gastrintestinais — Síndromes disentérica; — Síndromes dispépticas; — Síndrome de má absorção intestinal; — Síndromes da insuficiência hepática; — Síndrome hepatoesplênica. • Síndromes renais — Síndrome nefrítica; — Síndrome nefrótica; — Síndrome urêmica. • Síndromes hematológicas — Síndrome anêmica; — Síndrome hemorrágica; — Síndrome da imunodeficiência: congênita ou adquirida; • Síndromes neurológicas — Síndrome meníngea; — Síndrome de hipertensão intracraniana; — Síndromes cerebrovasculares agudas: AVE hemorrágico e isquêmico. Síndrome edematosa Forças de Frank-Starling 1. Pressão hidrostática capilar; 2. Pressão oncótica do plasma; 3. Pressão do líquido intersticial; 4. Pressão coloidosmótica do interstício. Equilíbrio entre: Forças que promovem filtração (1 e 4) Forças que promovem o retorno do fluido ao vaso (2 e 3) Fisiologicamente Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Fisiopatologia do edema Redução da pressão oncótica vascular (albumina forma maior parte) Aumento da pressão hidrostática vascular Aumento da permeabilidade capilar Obstrução linfática Doenças hepáticas (que cursam com redução da síntese de albumina) → Exemplo: Cirrose e Hepatite crônica. Doenças renais que cursam com proteinúria acentuada: Glomerulopatias, doenças túbulo-intersticiais, LRA e DRC (cursam com síndrome nefrótica). Insuficiência cardíaca congestiva; Trombose; Insuficiência valvar venosa; Gravidez; Doença de Cushing (aumento da pressão oncótica intersticial); Bloqueador de canal de cálcio, Patologias que cursam com inflamação. Filariose; Vasculites; Neoplasias expansivas. Anamnese Localização: Restrito (uma perna só, periorbital, facial); Generalizado (anasarca, duas pernas edemaciadas). Duração Agudo (começou tem poucos dias ou semanas); Crônico (já se estende por meses, anos). Evolução Exemplo: “antes era só do joelho para baixo, mas agora pegou a perna toda”; antes era só à tarde”; “antes estava pior, mas agora melhorou” Sintomas associados Exemplos: Dispneia + edema (ICC); Urina espumosa (doenças renais); APP Hipertensão de longa data; IAM; Diabético de longa data, já com alteração visual; Etilismo crônico; Doenças inflamatórias no fígado. Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Exame Físico Localização: Restrito (uma perna só, periorbital, facial); Generalizado (anasarca, duas pernas edemaciadas). Consistência Duro (geralmente associado a processos em que há depósito de substâncias no interstício ou linfedema); Mole (geralmente está associado ao extravasamento de fluido do plasma) Intensidade Sinal de Godet/Cacifo (+/4+); Temperatura e Sensibilidade Edemas quentes e dolorosos estão associados a processos inf; Alterações da pele circunjacente Pele quente → inflamação; Pele fria, fibrosada → insuficiência venosa; Cianose → venoso; Palidez → arterial. Elasticidade Edema duro não forma Cacifo → linfático, hipotireoidismo; Elástico → inflamatório; Edema localizado Estase venosa (varizes, trombose venosa, insuficiência venosa); Linfático; Inflamação local Na insuficiência venosa de MI → edema mole, inelástico, piora ao longo do dia e melhora com elevação dos MI; Geralmente em uma das pernas só. Linfedema Edema duro, inelástico e indolor e com francas alterações da textura e estrutura da pele (grossa e áspera). Inflamatório Leve (+/2+), elástico, doloroso e com pele adjacente lisa, brilhante, vermelha e quente. Obs: angioedema (edema inf na face). Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Edema generalizado Insuficiência cardíaca; Hepatopatias; Nefropatias; Droga-induzida; Nutricional; Gravidez. Underfilling Mecanismo de formação de edema consequente à redução crônica do v. arterial efetivo; Retenção de sódio e água; Organismo se comporta como em estados de hipovolemia; Síndrome nefrótica, ICC e cirrose. Overfilling Mecanismo de transbordamento; Retenção renal de sódio por conta de patologia renal; Síndrome nefrótica, DRC, LRA. Fisiopatologias Edema renal Generalizado; Predominantemente facial e em regiões subpalpebrais; Evidente no período matutino; Retenção de sódio pelo rim; Hipoalbuminemia; Proteinúria nefrótica (acima de 3,5 g/24h) Edema ICC Generalizado; Predominantemente membros inferiores; Vespertino – região sacral em acamados; Mole, inelástico e indolor; Estertores pulmonares; Ritmo de galope; Jugulares túrgidas; Edema cirrose hepática Generalizado discreto; Predominantemente membros inferiores + ascite Mole, inelástico e indolor; Hipoproteinemia; Hiperaldosteronismo secundário Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Síndrome hemorrágica • Definição — Expressão clínica de estados mórbidos, hereditários ou adquiridos que se traduzem por uma tendência ao extravasamento sanguíneo (espontâneo ou provocado por causas mínimas), vulgo: hemorragia. Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB • Coagulopatia — Grupo heterogêneo de enfermidades hemorrágicas que afetam os diferentes mecanismos da hemostasia, podendo ser hereditárias ou adquiridas. • Avaliação clínica — Antecedentes familiares → hemofilia, doença de Von – Willbrand; — Início; — Comportamento clínico → extração de dentes com sangramento abundante, menstruação abundante e quantos absorventes usa no dia; — Espontânea ou traumática (?); — Cirurgias prévias → extração dentária com sangramento abundante, etc. — Transfusões prévias → principalmente perguntar quando o paciente alega que fez uma cirurgia simples, e precisou tomar bolsas de sangue, como a apendicectomia ou a colecistectomia. Importante perguntar o que foi transfundido (caso o paciente saiba), se foi plasma, plaquetas, hemácias; Hemostasia Sistema biológico, no qual elementos celulares e plasmáticos convivem, e cuja finalidade é manter o sangue líquido nos vasos Quando há lesão vascular, o sistema de hemostasia é ativado há formar um coágulo para deter a hemorragia e evitar hipovolemia Quando a reparação tecidual está completa, esse mesmo sistema de coagulação sessa e ocorre eliminação do coágulo (esses processos são concomitantes desde o início).Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB — Tratamentos prévios → tratamentos que alteram a coagulação (AAS, AINEs de modo geral); — Exames laboratoriais (vou explicar mais a frente); Perguntas importantes • Essa enfermidade é hemorrágica? • É familiar ou adquirida? • Afeta hemostasia primária, secundária ou a fibrinólise? • Existe outra doença associada que exacerbe a tendência a hemorragias? • Existe algum fármaco que o paciente usa que exacerbe a hemorragia? Alterações de hemostasia primária Alterações de hemostasia secundária Alterações da Fibrinólise • Alterações endoteliais • Alterações plaquetárias Púrpuras (secas e úmidas), petéquias e telangiectasias (desaparecem a digitopressão) Alteração nos fatores de coagulação Hematomas/ Hemorragias profundas/ Hemartoses Hemorragias tardias (em placas) Ativação demasiada dos fatores antitrombóticos Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Obs: púrpuras, petéquias e equimoses não são dolorosas, o que as diferencia é o tamanho; Obs: hematomas são dolorosos porque formam coágulos enormes entre o a pele e o tecido celular subcutâneo, provocando compressão de estruturas. Óbvio, se for um hematoma por trauma, é claro que vai doer. Porém, essa paciente da foto acima não sofreu trauma, mas tem cirrose hepática e deficiência do fator VII da coagulação. — Plaquetopenia < 30.000 → púrpuras secas/ petéquias em membros inferiores e abdome; — Plaquetopenia < 20.000 → epistaxe (espontânea, não traumática) e/ou púrpura úmida. Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB • Alterações em hemostasia primária Vasculite por IgA “Púrpura de Henoch-Scholein” (PHS) Vasculite mais comum na infância; Ocorre em qualquer população; Ligeiro predomínio em meninos; Mais comum entre 4 – 8 anos; Deposição de imunocomplexos formados por IgA; Feridas elevadas, não desaparecem a digitopressão. Critérios diagnósticos: Púrpura palpável, dor abdominal não localizada, artrite ou artralgia, alterações renais e biopsia com vasculite. Trombocitopenia Central (intramedular) Periféricas Neoplasias Mielodisplasias (produção ineficaz dos precursores celulares); Aplasia medular Imunes Não imunes Trombocitopenia imune primária Fármacos (heparina) Síndrome antifosfolipídeo LES CID Púrpura trombótica trombocitopênica Consumo (sepse) Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB • Alterações em hemostasia secundária Trombocitopatias Adquiridas Congênitas Síndrome Bernard Soulier Caracteriza-se por trombocitopenia e plaquetas gigantes; Ausência ou redução do receptor do fator de Von Willebrand → não ocorre adesão ao endotélio. Trombastenia de Glanzmann Deficiência do fator de agregação plaquetária; Ausência de agregação plaquetária e discrasia hemorrágica crônica. Síndrome de plaqueta grises Hepatopatias Síndrome hemolítico-urêmica Doença aguda fulminante; Trombocitopenia (destruição plaquetária), anemia hemolítica microangiopática e LRA; Costuma ocorrer em crianças pós- infecção por bactérias produtoras de toxinas Shiga (E.coli). Fármacos Congênitas Hemofilia A Deficiência de fator 8 da coagulação; Hemofilia B Deficiência de fator 9 da coagulação; Deficiência de Fator XI Doença de Von Willebrand Deficiência quanti ou quali do fator de Von Willebrand. Hepatopatias 90% dos fatores de coagulação são produzidos pelo fígado. Então, qualquer hepatopatia que altere a função hepática, vai comprometer a coagulação. Doença de Von Willebrand adquirida Geralmente, secundária a doenças linfo e mieloproliferativas. CID Adquiridas Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Hemorragia + Sinais Possíveis diagnósticos Icterícia Hepatopatia ou anemia hemolítica Hepatoesplenomegalia Hepatopatias e Síndromes linfoproliferativas Petéquias, púrpuras e equimoses Trombocitopenia e/ou trombocitopatia Anormalidades vasculares Hemangiomas Hemartroses Hemofilias Hematomas Hemofilias e/ou Traumas Hemorragia + infecções + dor óssea + síndrome anêmica Leucemias agudas • Achados laboratoriais — Contagem de plaquetas → normal é de 150.000 – 450.000 — Plaquetas gigantes → trombocitopatias Pseudotrombocitopenia Consequente à aglutinação das plaquetas ou, mais raramente, à formação de rosetas de plaquetas em torno dos neutrófilos, um fenômeno referido como satelitismo plaquetário. Erro diagnóstico. Não é trombocitopenia, mas trombocitopatia. Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB • Tempo de sangramento Técnica de Duke (pequeno furo na orelha) → tempo normal para hemostasia é de até 4 minutos; Técnica de Ivy (pequeno furo no antebraço) → 2 – 6 minutos para hemostasia; Técnica de Mielke* (pequeno furo no antebraço, mas feito com um dispositivo específico) → 6 – 9 minutos; *mais específico e sensível. Avaliação → trombocitopenia, trombocitopatia, doença de Von Willebrand e coagulopatias graves. • Tempo de coagulação Maior sensibilidade para hemorragia do que para trombose — TP → tempo de pró-trombina → avaliação da via extrínseca (Fator VII) — TT → tempo de trombina (ativa fibrinogênio em fibrina) — TTPA → tempo de tromboplastina parcial ativada → avaliação da via intrínseca (Fatores XIIa, XIa, IX e VIII). Obs: avaliação da via comum (Fatores X e V) é feita tanto no TTPA quanto no TP. Se o tempo de coagulação estiver alterado, quer dizer que o paciente tem falta de fator ou problema no fator? Não sabemos, por isso tem que ser feita as correções: — TP prolongado → corrigiu em plasma normal (déficit de algum fator); se não corrigiu em plasma normal quer dizer que o paciente tem algum inibidor (por exemplo: anticoagulante lúpico) que se liga ao fator impedindo seu funcionamento. Síndromes ictéricas — Não vou explicar o metabolismo todo da Bb não. É importante saber que a Bb indireta (lipossolúvel) vem da hemólise de eritrócitos e da destruição de proteínas hemoglobinadas (catalase, citocromo P450). Atravessa membranas lipídicas e, em RN, pode se depositar no encéfalo causando danos irreversíveis → kernicterius. Icterícia Sinal clínico que se caracteriza pela presença de mucosa, pele e escleras amareladas em consequência do aumento, geralmente acima de 2,5 mg/dL, de Bb no sangue. Presente desde alterações inatas do metabolismo de Bb (Sd. De Gilbert – def de UDP) até em doenças hepáticas, das vias biliares e hemolíticas. Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB — Bb direta é formada no fígado pela ação de proteínas hepáticas conjugadoras (UDP). Essa Bb direta é excretada nas vias biliares e vai para o sistema digestório. Lá, irá terminar seu metabolismo. Vale lembrar que os metabólitos da Bb direta que dão cor às fezes. Assim, em casos de acolia, colúria, icterícia... quer dizer que a hiperbilirrubinemia se dá por conta de aumento de Bb direta. Obs: pacientes com anemia falciforme, caso haja qualquer estresse ao organismo, como febre, pneumonias, desidratação, as hemácias podem sobre falcização e hemolisar; Colangite → Tríade de Charcot → síndrome febril, dor em hipocôndrio direito e icterícia. Diagnóstico diferencial Aumento da produção das Bb Diminuição da depuração de Bb Colestases Hemólise; Eritropoiese ineficaz; Hematomas; Transfusões Defeitos hereditários; Síndrome de Gilbert; Síndrome de C. Najjar; Síndrome de Dubin Johnson;Síndrome de Rotor. Doença hepatocelular Obstrução das vias biliares Colestase Síndrome clínica que se caracteriza pela incapacidade do hepatócito em excretar a bile OU Obstrução do fluxo biliar Causa mais comum de hiperbilirruibinemia Maior aumento proporcional da Bb direta Intra-hepática Doenças hepatocelulares (hepatites, etc) Doenças da árvore biliar intra- hepática (colangite esclerosante) Extra-hepática Coledocolitiase; Colangite (por cálculo ou obstrução) Colecistite calculosa; Tumor de cabeça de pâncreas; Tumores de vias biliares extra- hepáticas e de papila. Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB • Análises laboratoriais Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Obs: O teste de coombs é um tipo de exame de sangue que avalia a presença de anticorpos específicos que atacam as células vermelhas do sangue. Síndrome febris • Conceitos iniciais importantes — A febre não é uma doença, mas sim um sinal de alguma doença, infecciosa ou não; — Febre significa temperatura corpórea acima da faixa de normalidade (entre 36 e 37,4graus); Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB — Pode ser causada por transtornos do próprio cérebro ou por substâncias que influenciam os centros termorreguladores. • Febre VS Hipertermia — HIPERTERMIA: É uma síndrome provocada por exposição excessiva ao calor com desidratação, perda de eletrólitos e falência dos mecanismos termorreguladores corporais. Tem como principais causas: 1) exposição direta e prolongada ao sol 2) permanência em ambiente muito quente 3) deficiência dos mecanismos de dissipação do calor corporal; — FEBRE: É uma resposta fisiológica na qual a temperatura corporal é aumentada devido a um reajuste do ponto preestabelecido de regulação do calor no hipotálamo (“Set point”). Na febre os mecanismos periféricos de perda e/ou conservação de calor encontram-se intactos. A alteração ocorrida dá-se a nível central no reajuste do “Set point” hipotalâmico. • Características semiológicas da febre — Início → súbito ou gradual. Ex: febre na pneumonia, malária e infecções urinárias, geralmente, tem início súbito; Obs: febre de origem obscura – maiores que 39,5°, com duração de 3 semanas ou mais (contínua ou não) e sem que haja definição diagnóstica após 3 dias de investigação hospitalar ou após 3 consultas ambulatoriais. — Intensidade → febre leve (até 37,5°), febre moderada (37,6° – 38,5°) e febre alta (> 38,6°); — Duração → Febre prolongada é aquela que dura mais de uma semana. Ex: TB, septicemia, malária, endocardite infecciosa, febre tifoide, colagenoses, linfomas, pielonefrite, brucelose e esquistossomose. — Modo de evolução A) Febre contínua, sempre acima do normal e com variações de até 1 grau → comum nas doenças do SNC, pneumonia pneumocócica, etc; B) Febre irregular ou séptica → picos muito altos intercalados com temperaturas baixas; C) Febre remitente → há hipertermia diária com variações de mais de 1 grau e sem períodos de apirexia. Comum na septicemia, endocardite bacteriana, neoplasias, brucelose aguda, etc D) Febre intermitente → hipertermia é clinicamente interrompida por um período de temperatura normal. Por exemplo: paciente tem febre vespertina, mas de manhã e à noite não; ou paciente tem febre de 2 em 2 dias ou de 3 em 3 dias. Comum na malária, tuberculose, abscessos piogênicos, pielonefrite aguda com bacteremia, etc; E) Febre recorrente → períodos de apirexia que duram dias/ semanas até que sejam interrompidos por períodos de febre. — Término A) Em crise → a febre desaparece subitamente, geralmente associada à sudorese intensa e prostração. B) Gradual Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Febre maculosa Doença infecciosa, causada por bactéria do gênero Rickettsia, transmitida por carrapato-estrela; Febril aguda; Fase inicial → febre, cefaleia, dor no corpo e náuseas; Fase crítica → hemorragias generalizadas, convulsões, edema e IR. EXANTEMA MÁCULO- PAPULAR (3º - 5º dia) → não descartar FMB mesmo se não houver exantema, porque 10% não apresentam. Recomenda-se a começar o tratamento até o 5º dia. Indivíduo com febre, cefaleia, mialgia, história de picada de carrapatos e/ou contato com animais domésticos/ silvestres; Tenha frequentado área sabidamente de transmissão da FMB nos últimos 15 dias e/ou apresente exantemas/ manif. Hemorrágicas. Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Febre amarela Arbovirose, transmitida pelo Aedes (FA urbana) e Hemagogus (FA silvestre); Primatas não humanos são os principais hospedeiros e Aedes principal vetor. Período de incubação no humano → varia entre 3-6 dias, com o período de transmissibilidade ocorrendo 1 dia antes dos sintomas até 3- 4 dias após o início da doença (período em que ocorre a viremia). Doença febril aguda de curta duração (máx 12 dias); Bifásica → cerca de 10% dos casos sofre recidiva e piora sintomatológica após cerca de 3 – 4 dias*; 90% dos casos → ocorre remissão dos sintomas até 3 – 4 dias; Febre alta súbita, sinal de Faget, cefaleia, mialgia, náuseas, vômitos, prostração e calafrios. 10% dos casos → febre, vômitos em borra de café, icterícia, dor abdominal em quadrantes superiores, equimoses, gengivorragia, epistaxe, insuficiência renal aguda (IRA), obnubilação e coma. Exame → desidratação, epigastralgia intensa, hepatomegalia moderada, icterícia com congestão conjuntival e hemorragias. Evolução → alterações do ritmo resp, soluços, bradicardia e hipotensão; Obs: convalescença é rápida; Obs: óbitos costumam ocorrer entre 6 – 7 dia, mas pode haver óbitos após o 10° dia por conta de sepse secundária, NTA e pneumonia. Laboratório → leucocitose com desvio a esquerda e eosinopenia, evoluindo no 3 – 4 dias para leucopenia, com linfocitose e eosinopenia. TGP (> 1000), ureia e creatinina altas – indicadores de gravidade; Hiperbilirrubinemia (Bb direta); TAP elevado e VHS baixo ou zero. Diagnóstico → PCR ou sorologia (mais comum). Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Leptospirose 10% → forma grave (doença de Weil*) → icterícia, hemorragias e IR. (adultos jovens masc. principalmente). Obs: leptospirose é causa clássica de síndrome pulmão-rim (nefrite intersticial aguda). Obs: em crianças a doença de Weil é muito incomum. Então, incialmente outras causas, como sepse, devem ser encaradas como prioridade nesse grupo. Doença febril aguda causada por uma bactéria; Roedores como principal reservatório; Bactéria penetra ativamente na pele, causando capilarite disseminada, acarretando perda de fluido para o terceiro espaço. Clínica → período de incubação de 5 – 14 dias; Maioria assintomática ou com sintomas leves e inespecíficos; Pode haver caráter bifásico → inicia-se com febre alta, calafrios e mialgia intensa (principalmente panturrilhas), cefaleia e dor retrorbitária. Dor abdominal, náuseas e vômitos frequentes e intensa hiperemia conjuntival podem estar presentes. Ocorre melhora em até 1semana. Laboratório → leucocitose com neutrofilia e desvio para a esquerda além de trombocitopenia, hemoconcentração (devido a desidratação) e possível anemia. VHS sempre elevado. Escórias nitrogenadas estão sempre elevadas na forma grave, aumento progressivo de ureia e creatinina. Níveis de potássio estão normais ou reduzidos. Transaminases elevadas (até 4x). Bilirrubinas aumentadas, sendo que a direta está maior. Urina → proteinúria, piúria e hematúria macroscópica(forma grave). TAP alargado. Diagnóstico → sorologia, isolamento em cultura ou PCR. Porém, a simples suspeita diagnóstica já é indicativo para início de tratamento. Tratamento → hidratação adequada, analgésicos e antitérmicos e evitar o uso de AINEs. Forma anictérica (leve a moderada): doxicilina 100 mg, VO, 12/12h por 5 – 7 dias; Forma ictérica (grave): penicilina G cristalina 1,5 mi de unidades, IV, 6/6h por 7 dias e Ceftriaxone 1g, IV, a cada 24h por 7 dias. Malária Doença febril aguda causada por protozoário do gênero Plasmodium; Brasil → vivax (90%) e falciparum; Picada do mosquito fêmea Anopheles, com maior atividade noturna; Mais comum na Amazônia; Ciclo passa pelos hepatócitos e nos eritrócitos. Vivax infecta reticulócitos e falciparum todos os tipos de hemácias; Período de incubação vai de 9 – 40 dias; Febre é o principal sintoma → terçã ou quartã. Cefaleia, mialgia, sintomas gastrintestinais e ao exame físico, hepatoesplenomegalia e icterícia podem estar presentes Diagnóstico → microscopia com a visualização do parasito em lâminas com gota espessa (maior contagem da parasitemia) e distensão (maior valor para identificação da espécie) coradas pelo Giemsa Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Dengue Doença febril aguda, causada por vírus da família Flaviridae transmitido pelo Aedes; Classicamente urbana e costuma acontecer em surtos nos períodos de chuva. Clínica → início abrupto com febre, cefaleia, adinamia, mialgia, artralgia e dor retrorbitária. Exantema maculopapular é comum, podendo ser pruriginoso e surgindo, geralmente, após apirexia. Cursa, classicamente, no máximo 7 dias e na maioria dos casos não há complicações. Pequena parcela dos pacientes → entre 3 – 7 dias há sinais de alarmes importantes que indicam perda de líquido para o terceiro espaço e possível choque hipovolêmico. Laboratório → leucopenia, trombocitopenia e hemoconcentração (nenhuma dessas alterações confirma ou exclui o diagnóstico de dengue). O diagnóstico é puramente clínico. Tratamento → tratamento da sintomatologia, sendo que é necessário evitar AINEs devido à disfunção plaquetária presente nessa doença e que pode ser agravada pela ação dessas drogas. Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Síndrome consumptiva • Introdução e definições — Perda de peso INVOLUNTÁRIA maior que 5% do peso habitual em um período de 6 – 12 meses; — Afecção relativamente comum e muito antiga na história humana, sendo motivo de consulta em cerca de 8% das consultas (seja como QP ou como outro sintoma); Chikungunya Doença febril causada por vírus do gênero Alphavirus transmitido pelo Aedes; Fase aguda semelhante à dengue; Fase crônica é descrita como o continuísmo das dores articulares (característica principal), as quais podem durar meses ou anos e evoluir para dor incapacitante. Diagnóstico → sorologia (IgM + após 5 dias do início dos sintomas); Tratamento → manejo dos sintomas e deve-se evitar AINEs e AAS até que a suspeita de dengue tenha sido afastada. Zika Doença febril causada por vírus do gênero Flavivirus e transmitida pelo Aedes; Tratamento → acetaminofeno (paracetamo) ou dipirona para febre e controle da dor. No caso das erupções pruriginosas, os anti- histamínicos podem ser considerados. Evitar AINEs. Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB — Importante causa de internamento hoje em dia, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento; — Pode indicar um sinal importante de gravidade da doença; — Estudo norte americano realizado em um hospital terciário → 25% dos pacientes que apresentam perda de peso involuntária morrem em 1 ano; • Etiologias Neoplasias (45,3%) Distúrbios psiquiátricos (16,9%) Doenças do TGI (9,7%) Endocrinopatias (7,2%) Afecções reumáticas (6,8%) Infecções (5,5%) Origem indeterminada (3,5%) • Fisiopatologia Redução da ingestão de alimentos + Metabolismo acelerado + Aumento da perda de energia — Perda de peso → resulta de uma desordem multifatorial; Obs: aumento da ação da CCK anorexígena (bem descrita no envelhecimento). • Classificação da perda de peso — Perda de peso involuntária + aumento do apetite → redução do gasto energético ou perda de calorias → DM descompensado, hipertireoidismo, síndrome de má absorção, atividade física intensa, feocromocitoma. — Perda de peso involuntária + redução do apetite → malignidades, endocrinopatias, doenças crônicas, doenças infecciosas (TB, infecções fúngicas e parasitárias, HIV), doenças do TGI, doenças psiquiátricas (depressão, fase maníaca do distúrbio bipolar), uso de drogas lícitas e ilícitas e isolamento social. — Perda de peso voluntária → afecções psiquiátricas (causas principais). • Investigação clínica e diferencial — Investigar → apetite, atividade física, padrão de perda de peso, duração, voluntária ou não; ❖ 9 “D”s – etiologias ➢ Dentição: alteração da cavidade oral; ➢ Disfagia; ➢ Distúrbio do paladar; ➢ Diarreia; ➢ Depressão; ➢ Doença crônica; ➢ Demência; ➢ Disfunção (física, cognitiva ou psicossocial) ou dependência; ➢ Drogas. ❖ MNEMÔNICO DOS DIFERENCIAIS – MEALS ON WHEELS — (M)edication → medicamentos; — (E)motional problems → problemas emocionais; Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB — (A)norexia nervosa, alcoolismo; — (L)ate life → paranoia (distúrbios psiquiátricos); — (S)wallowing → deglutição; — (O)ral factors → fatores orais; — (N)o Money → problemas financeiros; — (W)andering → alterações comportamentais; — (H) → hiper/ hipotireoidismo, hiperparatireoidsimo, hipoadrenalismo; — (E)nteric problems → problemas intestinais; — (E)ating → problemas para se alimentar sozinho; — (L)ow salt, low cholesterol → dieta sem sal e gordura; — (S)tones, social problems → problemas sociais. • Exame físico — Geral, incluindo IMC; — Pele e fâneros; — ACV e AR; — ABD + toque retal; — Linfonodos; — Exame neurológico + mental. • Exames complementares iniciais — Hemograma, PCR, eletrólitos, glicemia, função renal e hepática, TSH e T4 livre, sorologias para HIV, parasitológico de fezes (PF), sumário de urina (SU), RX de tórax e PPB (tuberculose) — Rastreamento de neoplasias. Síndrome anêmica (não ta 100% top pq dimona n deu aula e não achei no youtube uma legal). — Sua definição se dá pelo nível de Hb < 13 no homem e Hb < 12 na mulher; — Em adultos sadios, 1% dos eritrócitos são produzidos e degradados diariamente, sendo que os 99% que restam circulam no sangue por aproximadamente 120 dias; • Fisiopatologia — Resulta da redução da meia vida dos eritrócitos (< 110 dias) sem aumento compensatório na produção de reticulócitos OU quando a produção de eritrócitos é menor que a destruição fisiológica. Diminuição da produção Diminuição da meia vida eritrocitária Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Deficiência de ferro, cobalamina e folato; Diminuição de EPO; Aumento da apoptose dos eritroblastos → mielodisplasias; Defeitos intrínsecos do progenitor eritróide → hipoplasia, displasia; Alteração de medula óssea; Sangramentos extensos; Hemólise — Anemia é sempre sinal de uma doença subjacente, uma vez que não é um diagnóstico em si, mas a manifestação de outro quadro, podendo ser, inclusive, o principal sinal; — O que, basicamente, nos mantém vivo? Oferta de oxigênio aos tecidos oferecida por três sistemas básicos → coração, pulmões, sangue (hemácias). “Quanto mais lentamente uma anemia demora para se instalar, maior o poder adaptativo do organismo” - Primeira adaptação cardíaca básica → aumentoda Fc e do DC para tentar aumentar a perfusão tecidual na periferia. Não ocorre aumento de aporte de oxigênio, mas aumento da quantidade de vezes que o sangue será passado nos tecidos (enganar as células); Obs: Por isso anemia diminui o limiar isquêmico em pacientes com angina → aumento do trabalho cardíaco - Primeira adaptação pulmonar básica → aumento do trabalho pulmonar (taquipneia); - Terceira adaptação sanguínea → alteração da curva de dissociação de o2 com a Hb na periferia. Hb fica menos ávida pelo O2 na periferia para facilitar sua difusão às células; • Quadro clínico — Ausência de sinais ao exame físico descarta existência de anemia? Não, pois anemias podem evoluir de maneira gradativa começando, inclusive, de maneira assintomática. • Classificação fisiopatológica — Hipoproliferação medular (“fábrica”) ou Hiperproliferação celular (“periferia”); — Problemas de fábrica: faltar matéria prima (ferro, b12, b9), falta de salário (EPO) ou invasão (neoplasias, doenças infiltrativas como sarcoidose); Quadro clínico da doença subjacente Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB — Problemas de periferia: hemólise, sangramentos, etc. Assim, a medula reage com hiperproliferação. Obs: TODA anemia por sangramento crônico gera anemia por hipoprodução. • Alterações do VCM (volume corpuscular médio) — O deixam hemácias pequenas? Anemia microcítica Alterações no grupo heme → anemia ferropriva (pouco ferro), anemia sideroblastica (redução de protoporfirina) — Alterações nas globinas → talassemias — O que deixam as hemácias grandes? Anemia macrocítica Redução de B12 e Ácido fólico →prejudicamento do processo de condensação da cromatina na eritropoiese causando o aumento do VCM. MTX e zidovudina podem causar também ( Abuso de álcool, hipotireoidismo e doença hepática (anameia macrocítia não megaloblástica) — O que deixam as hemácias normais de tamanho? Anemia normocítica Início da anemia ferropriva Anemia de doença crônica Infiltração medular e aplasia eritrocitária. • Alterações do CHCM e HCM — Normocrômica. — Hipercrômica → problemas na membrana da hemácia → esferocitose hereditária (principal causa de anemia hipercrômica); — Hipocrômica → anemia ferropriva, anemia sideroblástica, talassemia e anemia de doença crônica.. Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB • Diferenciação de anemias por hemólise por subprodução → contagem de reticulócitos. Se houver pouco reticulócito, quer dizer que a medula está produzindo poucas células precursoras. (SEMPRE PEDIR HEMOGRAMA COM RETICULÓCITOS) • Como mensurar reticulócitos? IPR normal = 1. • Causas de hemólise — Adquiridas → hiperesplenismo, doenças autoimunes — Hereditárias → defeitos enzimáticos (G6PD), hemoglobinopatias (falciforme), esferócitos; — Traumáticas → impactos, macrovascular (próteses valvares), microvasculares (CIVID, púrpura trombocitopênica trombótica, síndrome hemolítico-urêmica). — Infecciosas → malária, toxinas, hemoglobinúria paroxística noturna, etc. • Anemias carenciais Anemias → ferropriva, deficiência de b12 e de b9 RDW > 15 (alto) → variação do tamanho das hemácias, uma vez que nas anemias carenciais a medula fraciona a matéria prima, o que provoca variação. Obs: RDW < 15 (talassemias). • Poiquilocitose — “O jeitão das hemácias” → forma que as hemácias se apresentam Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Depranócitos (eritrócitos em forma de foice) = anemia falciforme. Dacriócitos = “lágrimas” da medula ao ser invalida. Causando hemácias em formato de lágrimas. Eritropoiese acontecendo fora da medula, inclusive em lugares que ocorriam produção de hemácias fetais, como fígado e baço. Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Leptócitos (hemácias em alvo) → ocorre por problemas na maturação da membrana eritrocitárias → hemoglobinopatias Esferócitos – esferocitose, anemia hemolítica autoimune Esquizócitos → causas mais comuns são as alterações microvasculares que podem causar as anemias microangiopáticas,
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