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História do Direito

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Introdução à história do Direito e Constituições brasileiras. 
 
Começaremos com História do Direito brasileiro. O Brasil já teve sete constituições, a Constituição ocupa o topo do ordenamento jurídico, ela está no topo da pirâmide de Kelsen. 
 
 
Constituições Brasileiras: 1824 – 1891 – 1934 – 1937 – 1946 – 1967 – 1988  
 
1824 -  Independência do Brasil em 1822, constituição Elitista que contava com quatro poderes, sendo este quarto o poder moderador, centralizado na figura do Imperador. Esta constituição designou uma religião oficial, o catolicismo, o voto era censitário. 
 
1891 -  Em 1889 temos a proclamação da república com a queda do Imperador. Esta Constituição acaba com o poder moderador e ficamos apenas com os três poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo). O voto se amplia um pouco. Houve aqui a separação da Igreja e do Estado, não há mais religião oficial. Houve pela primeira vez a instituição do Habeas Corpus. 
 
· As Constituições brasileiras são como um pêndulo, ora elas foram democráticas, ora não.  
 
1934 - Constituição liberal, democrática. Entre 31 e 34 temos o período da Primeira República, que veio após a República Café com Leite, temos após 34 Getúlio Vargas assumindo, então esse entremeio é interessante. Em 1932 temos o movimento constitucionalista onde São Paulo clama por uma nova Constituição e temos assim a Constituição de 1934, onde temos o Direito ao voto das mulheres, porém ainda vetado voto de mendigos e analfabetos, temos também a presença de Direitos Trabalhistas. Juridicamente também aparece o mandado de segurança (uma classe de ação judicial que visa resguardar Direito líquido e certo) e a ação popular. 
 
1937- Em Dezembro de 1937 Getúlio aproveita a efervescência política, a "ameaça" comunista para instaurar o Estado Novo, então a nossa constituição de 34 durou pouco e foi outorgada (imposta) uma constituição autoritária. Dissolveu o congresso, revogou a Constituição de 34, suprimiu os partidos políticos, instituiu a censura e também determinou as eleições indiretas para Presidente da República. 
 
1946 - Após o Estado Novo veio a Segunda Guerra que enfraqueceu o poder de Vargas, apesar dele ter sido muito popular. Em 1946 uma Assembleia Constituinte ocorreu e foi promulgada uma constituição democrática. Voto de mendigos e analfabetos se torna facultativo. Esta constituição retomou a linha democrática, os Direitos Individuais, determinou o fim da censura, a volta das eleições diretas para presidente, equilíbrio dos poderes. Esta constituição permitiu desenvolvimento do país no Governo de Juscelino Kubistchek. 
 
1967 – Em 1964 temos o Golpe Militar e em 1967 temos uma constituição bastante autoritária. Temos os atos institucionais aqui. 
Pontos desta Constituição: 
A) Concentra no poder Executivo a maior parte do poder de decisão; 
B) Confere somente ao Executivo o poder de legislar em matéria de segurança e orçamento; 
C) Eleições indiretas para presidente da República; 
D) Estabelece pena de morte para crimes de segurança nacional; 
E) Restringe o Direito de Greve; 
F) Ampliação da justiça militar; 
G) Abre espaço para as leis de censura e banimento. 
 
1988 – Em 1984 temos as Diretas Já, em 1985 o Congresso elegeu Tancredo Neves, que faleceu e entrou Sarney, este por sua vez reduziu o seu próprio mandato e prometeu uma nova constituição, em 1986 aconteceram as eleições gerais houve voto, os deputados e senadores formaram a Assembleia Nacional Constituinte que redigiria a nossa Constituição. Esta constituição é considerada, então, uma carta política. A constituição de 1988 trouxe tudo o que temos hoje, como: Forma federativa, Separação dos poderes, os Direitos e Garantias Fundamentais e a Soberania Brasileira.  Tivemos novamente uma Constituição democrática e apenas aqui o voto de mendigos e analfabetos se tornou obrigatório.  
 
Os Direitos Primitivos ou Direitos Arcaicos: 
 
Tribos, Clãs e Comunidades Arcaicas 
 
Porque o ser humano passou a viver em sociedade, serem seres gregários(agrupados)? Primeiramente pela necessidade de defesa, mais tarde vieram os conflitos e a forma de resolvê-los era através da força. 
Sobre essa época temos uma referência bibliográfica importante: "A origem da família, da propriedade Privada e do Estado", de autoria de Engels. 
Tem a indicação de um filme também: "A guerra do Fogo" de Jan Annaud. 
Destes pequenos grupos surgiram as tribos, clãs e comunidades arcaicas. Alguns grupos organizados no patriarcado. 
Quem eram os líderes dos Patriarcado? Chefes Militares, Sacerdotes, Xamãs, Druidas, Feiticeiros... 
Fatores em comum destas comunidades: 
1º Normas não escritas; 
2º Tradição oral; 
3ºNatureza Consuetudinária (que se relaciona ao costume); ---> por exemplo a proibição do incesto, surgiu por um costume, é uma norma de natureza consuetudinária. 
4º Inequívoco teor sagrado ---> As normas tinham um inequívoco teor sagrado, por exemplo uma criança com problemas devido à incesto, era considerado um castigo de Deus. 
 
 
Transição para as primeiras civilizações 
 
1. Surgimento das cidades/urbanização 
2. Invenção e domínio da escrita 
3. Comércio/propriedade privada 
 
Conforme as tribos vão crescendo as normas vão ficando mais complexas pois com essa expansão surgem as cidades. A importância da cidade, do urbanismo, é uma questão imprescindível para entendermos Direito Romano/Grego. 
O comércio trouxe a troca de informações, culturas que ajudou nessa transição do Direito Arcaico para o Direito Antigo, assim como a ideia de propriedade privada. 
 
Perfil geral do Direito no Mundo Antigo 
 
1. Direito Penal, ramo por excelência (Regras Criminais) 
2. Penas Muito Cruéis 
3. Ordálios (juízos divinos) 
4. Lei de Talião/ Penas Pecuniárias 
5. Vingança Privada: Tônica do sentido punitivo da sociedade. 
 
As regras criminais eram para punir os crimes, eram penas cruéis par dar o exemplo. 
Os ordálios mostram que ainda havia muita afinidade entre a divindade e a lei 
Lei de Talião "olho por olho, dente por dente". 
Penas pecuniárias, aparecem multas para resolver danos. 
Vingança Privada, a própria pessoa podia se vingar quando sofresse algo, não havia o Estado intermediador como hoje. 
 
Código de Hamurabi e Lei de Talião 
 
Mesopotâmia (Séculos XVIII e XVII a.C.). A Babilônia era uma das cidades mais importantes da Mesopotâmia. 
Hoje o código de Hamurabi está no museu do Louvre, em Paris. 
O código foi escrito em Pedra, com letras cuneiformes, onde no topo há um desenho mostrando Hamurabi recebendo as leis deste código de Deus, esta pedra ficava exposta em espaços públicos. 
Sacerdotes + Elite militar/política/econômica = Governavam junto com Hamurabi, haviam três classes sociais distintas: 
1. Awelum (elite) 
2. Mushkenum (homens livres, mas que não faziam parte da corte como a elite - artesões, pequenos comerciantes...) 
3. Wardum (escravos, miseráveis) 
O código de Hamurabi não é a primeira lei escrita, existiram leis em argila, papiro que se perderam. Apesar dele não ter sido a primeira lei escrita, ele foi o primeiro que organizou, padronizou as leis. 
Hamurabi ao mandar escrever um código fez as vezes de um legislador, de um monarca e ele também tem o contato direto com os Deuses, como fica claro na imagem no topo do código. 
 
Teor do Código de Hamurabi  
 
Temos uma população com muitas crenças, então há leis que punem o sacrilégio, por exemplo. 
Se alguém furta bens do Deus ou da Corte deverá ser morto; e mais quem recebeu dele a coisa furtada também deverá ser morto. 
Se alguém rouba o filho de alguém deve ser morto. 
Se alguém difamar uma mulher consagrada ou de um homem livre tem o cabelo tosquiado. 
Se um escravo diz ao seu senhor : "tu não és meu senhor", será convencido disso e o senhor lhe cortará a orelha. 
Lei de Talião ("olho por olho, dente por dente") 
Corresponde aos artigos 196 a 214 do código de Hamurabi. Ela proclama a autodefesa, a própria vítima de uma agressão, crime, furto poderia se vingar. 
Talião -> vem da ideia de retaliação. 
Existe simetria na lei de talião, por exemplo se alguém arranca o olhode alguém, este deve ter o se arrancado, mas desde que as pessoas correspondam a mesma classe, um escravo não pode se vingar de alguém da elite, por exemplo, se eu quebrasse a costela de um escravo, sendo da elite, eu pagaria para o dono de escravo o dano sofrido. 
Indicação de leitura: Vigiar e punir – Michel Foucault. 
Porque a Lei de Talião não daria certo hoje? Primeiro porque estes crimes punidos eram crimes contra a coroa, contra a monarquia, eram leis para quem os atingia, hoje um crime atinge a sociedade. Além disto estas punições são ineficientes, elas não levam a regeneração, não levam a não incidência de novos casos. 
 
Grécia Antiga 
 
Para entendermos o Direito na Grécia Antiga vamos começar com as palavras que nos remetem a esta região: Democracia, Filosofia, Pólis (Cidades-Estado), Mitologia, Ágora, Justiça, Diáspora, Esparta, Egeu, Militarismo, Cidadania, Aristóteles, Arquitetura, Guerra, Maiêutica, Politeísmo, Ócio, Artes. 
As três características mais importantes para entender o Direito na Grécia Antiga são: Democracia, Filosofia e Pólis (Cidades-Estado). 
A Grécia passou pelos seguintes períodos: Arcaico, Clássico e Dominação Macedônica. 
 
Período Arcaico ( até 480 a.c.) 
 
O direito grego no período arcaico era consuetudinário (baseado no costume), desenvolvido no seio da própria família, era uma lei eterna e imutável, era ritualístico (caráter místico e religioso), baseado na tradição oral. 
Período Clássico (480 até 348 a.c.) 
 
No período clássico a Grécia era um conjunto de Cidades-estados, sendo a mais importante Atenas e depois vinha Esparta. Atenas deixou o legado mais importante para o Direito. 
A Grécia Antiga inaugura o conceito de democracia muito parecido como nós conhecemos hoje – Regime Político cuja soberania é exercida em nome do povo. 
Apenas 15% participava da vida política, excluem-se as mulheres, crianças, estrangeiros, escravos e os miseráveis. O conceito de cidadania era diferente do nosso, em relação a democracia que conhecemos hoje, mudava aqui quem de fato era povo, exercia a soberania. 
Era na Ágora que o povo se reunia para discutir a vida política, exercer a sua cidadania. 
Tudo o que temos de conhecimento da Grécia vem da poesia, Homero, Aristóteles, Filosofia, da arqueologia... 
Filosofia, os Gregos eram apaixonados por ela, lá viveram Sócrates (469 a 399 A.C.) e Platão (428 a 348 A.C.). Os gregos incorporaram várias ideias da filosofia na visão que eles tinham sobre direito, por exemplo o Lógos (lógica), o direito deve ser embasado em um raciocínio fundamentado, o direito deve ter uma lógica, os Gregos também utilizaram a razão para conceber o direito, usaram a oratória, ou seja a capacidade de conhecimento pela via oral (Os Sofistas foram os filósofos que defendiam a oratória, o debate através dela), os gregos também assimilaram a persuasão e temos também a Maiêutica, desenvolvida por Sócrates e que a rigor significava "Só sei que nada sei". 
As Cidades-estados viviam em conflito entre elas, temos o militarismo na Grécia, a Tirania. 
Os Gregos desenvolveram a ideia de criarem tribunais, os jogos olímpicos também é uma criação, além das influências para o mundo na arquitetura, nas artes e na literatura. 
Mitologia, politeísmo, os Gregos adoravam os seus Deuses. 
As diásporas foram grandes movimentos territoriais para a formação da Grécia. O Mar Egeu é um dos mais importantes da região da Grécia. 
 
Influência Grega no Direito Ocidental 
 
I. Influência da filosofia grega: Reflexão metódica sobre a liberdade, a política e a ética. 
II. Os gregos descartavam a ideia de que as leis são reveladas exclusivamente pelos Deuses ou que são apenas tradições herdadas. Apesar dos gregos terem seus Deuses, eles sabiam separar isto das leis, é o começo de uma laicização do Direito. 
III. A solidariedade cívica exige regras universais que valham para todos os casos e que não sejam a simples aplicação da prudência a cada caso concreto. O direito exige características universais, não de forma individualizada. 
IV. Reflexão Filosófica - Haveria um direito comum a todos os povos, um direito natural? Esta reflexão foi, muitos anos depois, chamada de jusnaturalismo.  
 
Organização Judiciária de Atenas (Tribunais): Areópago e Heliaia 
 
*Logógrafo - aqueles que redigiam os discursos jurídicos em Atenas, estes discursos eram apresentados nos tribunais. Escrever ester artigos era questão de honra, envolvia capacidade de eloquência, persuasão, oratória, retórica (atributos vindos da filosofia). Como era status o logógrafo não cobrava pelo seu discurso. 
 
 
I. Areópago - Composto por nove membros, não existe carreira de juiz aqui, eram apenas nove membros, todos da aristocracia ateniense e os cargos eram vitalícios. Aqui eram julgados crimes políticos, religiosos, contra o Estado. Funcionava como uma corte, mas não era estatal e remunerada. 
II. Heliaia (Pode ser traduzido como congresso) - Também era uma corte, esta podia contar com até 6.000 participantes pois ela funcionava como uma assembleia. Estes cidadãos que participavam são acima de 30 anos, eram escolhidos por sorteio. Era uma corte mais importante e alguns historiadores dizem que após sentença Em Areópago poder-se-ia recorrer na Heliaia, como se ela fosse uma segunda instância. 
 
Resolução de Controvérsias  
 
O direito precisava ser provado, Aristóteles deixou a chamada "Teoria da Classificação das provas" 
I. Provas Naturais – Provas oriundas das leis, das testemunhas, dos contratos, juramentos e das evidências empíricas.  
II. Provas Artificiais – Provas que vem do raciocínio, indícios, presunções e eloquência. 
 
Sicofantas: aquele que levantava falso testemunho. 
A parte do Direito Grego que é mais influenciada pelo contexto social, econômico e político são as leis. 
  
A Lei Positiva 
 
Leis e constituição de Drácon (621 A.C.) 
 
Draconiano = Ligado a uma lei dura, rígida e injusta. 
Dracon é considerado um pérfido legislador, imperador. 
Leis pautadas na construção de um ambiente de severidade. 
Passou para a história como um pérfido legislador. 
Não encontrou apoio em Atenas. 
Pena de morte para a maioria dos delitos. 
Instituição da escravidão por dívidas. 
 
Leis de Sólon (594 A.C.) 
 
Grande reformador, de origem aristocrática, revogou as leis draconianas. As leis de Sólon vigoraram por três séculos. 
Sinônimo de justiça e equidade; Reforma da propriedade: Anula dívidas e revogou o direito do credor de prender o devedor; liberta os escravos por dívida; os mais pobres dos homens livres passam a ter voz e assento nas assembleias.           
 
Direito Romano 
 
Roma Histórico Geral 
 
1. Realeza ou monarquia (753-509 a.c.) 
2. República (509 a.c. – 27 a.c.) 
3. Império (27 a.c. - 476 d.C.)             
A história de jurídica de Roma não tem a mesma cronologia da história geral. Foi dentro deste contexto histórico que surgiu a expressão Jus Civil (algo como direito do cidadão) que mais tarde tornaria-se o Direito Civil. 
Pensando na história geral de Roma vamos tratá-la de forma não linear. No ano zero temos o nascimento de Cristo, Cristo nasceu nos distritos de Roma. Roma dominou diversas regiões, então o seu sistema jurídico tem relação com a expansão territorial. O ano zero aconteceu dentro do final da República onde se iniciava o expansionismo que culminaria mais tarde na fase do império. A formação de Roma tem duas vertentes: mitológica e histórica. 
Mitologicamente, os romanos explicavam a origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo. Segundo a mitologia romana, os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália. Resgatados por uma loba, que os amamentou, foram criados posteriormente por um casal de pastores. Adultos, retornam a cidade natal de Alba Longa e ganham terras para fundar uma nova cidade que seria Roma.           
De acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da Península Itálica: gregos, etruscos e italiotas. São as chamadas famílias, que tinham patriarcas e eram a formação rudimentar dessa sociedade, estas antigasfamílias fundaram Roma e os representantes religiosos eram os chamados pontífices.  
O Cisma do Oriente é o nome dado à divisão da Igreja Católica, ocorrida em 1054, entre a Igreja chefiada pelo papa, em Roma, e a igreja chefiada pelo patriarca, em Constantinopla (antiga Bizâncio e atual Istambul). O Cisma foi o resultado de um constante distanciamento entre as práticas cristãs efetuadas pelas duas vertentes do catolicismo, além de representar uma disputa pelo poder político e econômico na região mediterrânica. 
A estrutura social foi evoluindo e durante a República surgiram os senadores, os cônsules (iam para as regiões dominadas administrar). A cidade de Roma na época da República foi se tornando cada vez mais complexa, foi a primeira cidade onde as pessoas moraram em apartamentos, moradias verticais que eram chamadas de cubículos, surgiu o cargo do pretor que cuidava de Roma, eram como prefeitos. Ainda na República Roma foi crescendo seu domínio, os militares foram tomando importância até que Júlio César, um militar, faz uma espécie de golpe e assume o poder, iniciando a ditadura e o Império. 
 No final do século, o imperador Teodósio estabeleceu, em 395, a divisão definitiva: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e Império Romano do Oriente, também chamado de Império Bizantino, com capital em Constantinopla. O império já estava se esfacelando, a ideia desta divisão era tentar manter o Império.   
Como todo grande território o Império começa a ficar vulnerável e em 476 d.C. temos a queda do Império Romano.      
 
Roma Histórico Jurídico 
 
1. Período Arcaico (753 a.C. - Séc. II a.C.) 
 
O direito aqui não separava o que era oral, cultura, moral, religião, direito, era um direito baseado nos costumes (consuetudinário), quem mandava no direito eram os pontífices e os chefes das famílias tradicionais. 
Com o surgimento da cidade de Roma e suas complexidades houve alteração do direito, tem-se um ambiente urbano onde surgem as classes sociais: patrícios, clientes e plebeus. A história mostra que esta classe tem acessos diferentes ao poder, a classe mais poderosa eram os patrícios (senadores vindos das antigas famílias que formaram Roma, que viviam em grandes casas chamadas Domus), os que trabalhavam para os patrícios eram os clientes. Não havia ascensão social. Tinham também os plebeus que moravam na periferia de Roma, eram artesões, pequenos comerciante que compunham a base da pirâmide social romana.  
Aconteceram revoltas armadas dos plebeus contra os patrícios e para conte-las foi feita a lei das doze tábuas. Esta lei foi um dos resultados da luta por igualdade levada a cabo pelos plebeus em Roma. Formava o cerne da constituição da República Romana e do mos maiorum (antigas leis não escritas e regras de conduta). Foi uma das primeiras leis que ditavam normas eliminando as diferenças de classes, atribuindo a tais um grande valor, uma vez que as leis do período monárquico não se adaptaram à nova forma de governo, ou seja, à República e por ter dado origem ao direito civil e às ações da lei, apresentando assim, de forma evidente, seu caráter tipicamente romano (imediatista, prático e objetivo). 
*Lei das Doze Tábuas: 
· Inspirada nas leis de Sólon; 
· Assegura direitos aos plebeus; 
· Positivação do direito guardado pelos patrícios e pontífices; 
· Laicizada; 
· Escrita em placas de bronze perdeu-se nas guerras contra os gauleses em 387 a.C. 
 
2. Período Clássico (Séc. II a.C. - Séc II d.C.) 
 
Pela primeira vez na história o processo foi dividido em fases judiciais: 
I. In Iure – Era conduzida pelo pretor (aquela figura que era o prefeito, desenvolve aqui o papel do magistrado), ele transforma a controvérsia civil em processo judicial. Cabe ao pretor observar os argumentos das partes e fixar como a demanda deve ser julgada. Como o pretor sentenciava? Por instruções por escrito, documentos solenes denominados fórmulas que pela primeira vez criam a possibilidade da formulação de súmulas (precedentes). 
II. Apud Iudicem – Conduzida por um arbítrio, escolhido pelas partes, é a fase decisória do processo, seguindo as diretrizes formuladas pelo pretor, o arbítrio determina a decisão que encerra a demanda. 
 
Muito do Direito Civil que temos hoje vem do Direito Civil Romano. Algumas das Heranças são: 
I. Lei das doze tábuas; 
II. Divisão do processo em fases; 
III. Adoção de precedentes (fórmulas); 
IV. Common Law (direito baseado no precedente); 
V. Recebemos os princípios gerais do Direito Civil, destacando dois: a proteção da boa fé e as obrigações; 
VI. Possibilidade de apelação contra uma decisão; 
VII. Codificação (a prática de organizar as leis em códigos). 
                A cultura das fórmulas criou o processo formulado, uma regra processual fundada na cultura do precedente, na cultura da fórmula, tão importante que alterou a lei das doze tábuas. Processo Formular: 
a. Conjunto de inovações no Direito Romano implementadas pelos pretores cujo centro repousa na criação de fórmulas para solucionar as causas jurídicas. 
b. Surgimento de uma cultura jurídica fundada nos precedentes. (Pela primeira vez a lei escrita perdeu força para os precedentes). 
c. Corpo Estratificado de regras aceitas e copiadas pelos pretores que se sucediam (isto traz segurança jurídica, os novos pretores eram formados nesta cultura das fórmulas seguidas pelos pretores anteriores.  
d. Desenvolvimento da jurisprudência clássica. 
 
3. Período Tardio ou Pós-clássico  
Aconteceu em Constantinopla. O imperador Justiniano em 530 D.C., tenta revitalizar o direito Romano para tentar manter o Império, resgatar aquele período clássico que havia acontecido em II A.C. e II D.C. 
Esta tentativa, através de resgates e pesquisas foi chamado Corpus Juris Civille (um compêndio de direito civil). Justiniano mandou pesquisar, juntar, organizar tudo ligado ao Direito Romano. Este Corpus é dividido em quatro grandes livros: 
I. Código de Justiniano (Conjunto de Constituições Imperiais); 
II. Digesto ou Pandectas (A doutrina produzida por séculos de dedicação ao direito); 
III. Institutas (Obras que compilavam os preceitos do Direito Romano); 
IV. Novelas (Novas leis para revitalizar o direito). -> é o único que olha para frente. 
Muito do que conhecemos sobre o direito Romano é graças a este Corpus Juris Civille. 
O Império Romano durou até 476 D.C. e ai entramos na Idade Média. 
 
Direito na Idade Média 
 
A Common Law surgiu na Inglaterra. Como era a Europa nesta época? O Regime Econômico era o Feudalismo, fundado na valorização da terra. Era um continente fragmentado em termos políticos, econômicos, militares. Eram unidades autônomas. No feudalismo o Sr. Feudal tinha autonomia sobre o seu feudo. Destacavam-se três forças políticas nesta época: A monarquia (reis absolutistas), a igreja (papa) e os nobres (podemos personificá-los nos Barões Feudais). 
Esta fragmentação fazia ora a monarquia se aliar ao clero, ora a monarquia se aliava aos barões, foram nestas alternâncias que surgiu a magna carta. 
Neste contexto de fragmentação era tão forte a disputa do poder que haviam duas jurisdições: tribunais reais e tribunais eclesiásticos, era uma briga acirrada, onde nas regiões mais ligadas a igreja tinha-se o tribunal do clero e vice versa. 
Foi dos tribunais reais que surgiu a Common Law. 
O rei mandava o juiz dos tribunais para as unidades autônomas para intermediar os problemas. A questão é que cada juiz julgava conforme a região e seus costumes, esta pulverização fez com que ocorresse uma centralização em Londres e as decisões não seguiriam mais os costumes locais, mas sim uma jurisdição única em Londres, baseada nos precedentes. A Common Law surge no séc. XII fundada na cultura preferencialmente dos precedentes. 
A Common Law vigora até os dias atuais, é o sistema jurídico dos EUA e Inglaterra. Neste sistema valem as chamadas casuísticas, ou seja, o Estudo dos casos. Características da Common Law: 
1) Não se trata de direito consuetudinário mas jurisprudencial; 
2) A regra de Direito é formatada sob um prisma casuístico (de casos);3) O papel da jurisprudência é mais relevante que o da legislação escrita; 
4) A doutrina na Inglaterra exerceu papel sistematizador; 
5) A base da Common Law é a razão a partir da qual os magistrados procuram estabelecer soluções justas em face dos casos concretos. 
 
Direito Canônico 
 
É um direito religioso. 
A igreja Romana no começo era perseguida pelos imperadores mas com o tempo se torna a religião oficial e ao começar a crescer precisou de organização. 
O código do Direito Canônico é o conjunto de normas (cânones) que orientam a disciplina eclesiástica, definem a hierarquia administrativa, os direitos e os deveres dos fiéis católicos, os sacramentos e possíveis sanções por transgressão das normas. 
Atualmente o direito canônico ainda é vigente. 
Encíclica é a jurisprudência do Direito Canônico. 
Há regras para quem faz parte do corpo da igreja, como o celibato, milícias papais (tropas)... 
 
Influências do Direito Canônico no Direito Ocidental: 
 
1. Jurisdição Territorial – a igreja logo no seu início já adotou esta divisão. 
2. Teoria da Pessoa Jurídica – a igreja criou uma personalidade jurídica, principalmente para organizar a propriedade, distribuir as competências, obrigações, responsabilidades, para que houvesse representação da igreja. 
3. Instituto do Direito de Família – Casamento, separação, nascimento. 
 
Penas do Direito Canônico durante o tempo. 
 
1. Espirituais: excomunhão, penitências, interdição da sepultura cristã, perda de direitos eclesiásticos.  
2. Temporais: pecuniárias (multas), confisco, exílio, deposição, prisão, torturas e pena de morte. 
 
Processo Inquisitorial  
 
A inquisição perseguia os hereges, bruxas, judeus, homossexuais, cavaleiros templários. 
Papa emitia um ofício e nomeava um inquisidor, que iria investigar e dar o veredito, este veredito passava por dois juízes ligados ao papa, mas estes não podiam alterar o veredito do inquisidor. 
Uma das regras é que a tortura era considera e reconhecida como instrumento para obtenção de provas.

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