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Reparo tecidual - conceitos básicos

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Medicina UNEB – Turma XIII 
P á g i n a | 1 
 
REPARO TECIDUAL 
A cicatrização de feridas é um processo fisiológico importante para manter a integridade da 
pele após a lesão que gerou a ferida. A cicatrização normal compreende três etapas sucessivas e 
sobrepostas, as quais incluem as fases inflamatória, proliferativa e de remodelação1. 
Após uma lesão na pele, o subendotélio, o colágeno e a tromboplastina (fator tecidual) são 
responsáveis por ativar a agregação plaquetária, culminando com a degranulação e liberação de 
quimiocinas e fatores de crescimento, de forma que o coágulo seja produzido e um estancamento 
seja alcançado. Tem-se estabelecida a fase inflamatória, que costumar terminar após 3 dias da 
lesão. As primeiras células a chegarem nesse local são os neutrófilos, que cumprem o papel de 
“limpar” o ambiente, removendo os detritos e as bactérias. Em sequência, surgem os macrófagos, 
que auxiliam para a melhor fagocitose de bactérias, ativam fibroblastos e células endoteliais, 
entretanto acabam danificando o tecido com a liberação de citocinas inflamatórias, 1. O coágulo 
formado fornece uma barreira que protege contra a entrada de novos microrganismos. Essa lesão 
também é responsável por liberar localmente histamina, serotonina e bradicinina, as quais são 
substâncias vasodilatadoras, aumentando o fluxo sanguíneo localmente. Isso impacta na aparição 
de sinais flogísticos, como calor e rubor. Além disso, há aumento da permeabilidade capilar, o 
que resulta em extravasamento de líquidos para o espaço extracelular e o edema2. 
A etapa seguinte é a fase proliferativa, que continua por dias a semanas e é caracterizada 
pelo acúmulo de células e tecido conjuntivo em excesso. A ferida formada abarca fibroblastos, 
queratinócitos e células endoteliais. Há a formação de um tecido de granulação, onde a matriz 
extracelular (MEC) inclui proteoglicanos, ácido hialurônico, colágeno e elastina, com o intuito de 
substituir a formação original do coágulo. Nessa fase, há a liberação de muitas citocinas e fatores 
de crescimento, como as das famílias do TGF-β, das interleucinas e dos fatores de angiogênese 
(fator de crescimento vascular epidérmico)1. 
A última etapa é a fase de remodelação, que dá prosseguimento ao processo de meses a 
anos, e requer um equilíbrio exato entre a apoptose e a produção de novas células. A degradação 
gradual da MEC e do colágeno tipo III, assim como a formação de colágeno tipo I são essenciais 
nessa etapa, uma vez que qualquer distúrbio nesse ponto pode levar à cicatrização excessiva, 
como a formação de queloides e cicatrizes hipertróficas ou ao desenvolvimento de feridas 
crônicas1. 
Além disso, existem três formas que lavam à cicatrização de uma ferida, dependendo da 
quantidade de tecido danificado e da existência de um processo infeccioso: primeira, segunda e 
terceira intenções. A cicatrização por primeira intenção ocorre quando as bordas da ferida são 
próximas e há pouca perda de tecido, pouco edema e nenhuma infecção, além do tecido de 
granulação não ser visível. A cicatrização por segunda intenção ocorre quando há perda 
demasiada de tecido, sem possibilidade de aproximação entre as bordas, havendo ou não 
infecção, culminando no fechamento por contração e epitelização da ferida. A cicatrização por 
terceira intenção ocorre quando há processo infeccioso na ferida, o qual é tratado primariamente 
e depois ocorre a aproximação das margens dessa ferida, a qual pode ser suturada2. 
 
 Medicina UNEB – Turma XIII 
P á g i n a | 2 
 
 
 
1. WANG, P.-H. et al. Wound healing. Journal of the Chinese Medical Association, v. 81, n. 2, p. 94–
101, fev. 2018. 
2. TAZIMA, M. DE F. G. S.; ANDRADE VICENTE, Y. A. DE M. V.; MORIYA, T. BIOLOGIA DA FERIDA E 
CICATRIZAÇÃO. Medicina (Ribeirao Preto. Online), v. 41, n. 3, p. 259, 30 set. 2008.

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