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Apostila de Direitos Humanos

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DIREITOS HUMANOS 
 
 
O DIREITO INTERNACIONAL E OS DIREITOS HUMANOS 
 
O DIDH é aplicado a todo o tempo: em tempo de paz ou de conflito armado. Entretanto, de acordo com alguns 
tratados de DIDH, os Governos podem suspender algumas normas em situações de emergência pública que ponham 
em perigo a vida da nação, desde que tais suspensões sejam proporcionais à crise e sua aplicação não seja 
indiscriminada ou infrinja outra norma do direito internacional. No cenário internacional, em 1948, o pós guerra, foi 
marco de importantíssimas mudanças no cenário internacional onde foram possíveis inúmeras melhorias na esfera do 
homem, que mesmo em atrito com culturas e omissões governamentais, sem levar em consideração posturas políticas 
houve esta necessidade de trazer para o mundo regras de convivência, direitos humanos de proteção ao ser humano 
em si, em nome da evolução e perpetuidade da paz, ainda que a intolerância e a desigualdade estejam presentes em 
diversos locais, houve ganhos extraordinariamente significativos para a comunidade mundial. 
O Direito internacional dos direitos humanos (DIDH) tem como base fundamental a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos adotada e proclamada pela resolução 217 A da Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de 
dezembro de 1948. 
O DIDH é um conjunto de normas internacionais, convencionais ou consuetudinárias, que estipulam acerca d o 
comportamento e os benefícios que as pessoas ou grupos de pessoas podem esperar ou exigir do Governo. Os direitos 
humanos são direitos inerentes a todas as pessoas por sua condição de seres humanos. Muitos princípios e diretrizes 
de índole não convencional (direito programático) integram também o conjunto de normas internacionais de direitos 
humanos. 
As principais fontes convencionais do DIDH são os Pactos Internacionais de Direitos Civis e Políticos e de Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais (1966), as Convenções relativas ao Genocídio (1948), à Discriminação Racial (1965), 
Discriminação contra a Mulher (1979), Tortura (1984) e os direitos das Crianças (1989). Os principais instrumentos 
regionais são a Convenção Europeia para a Proteção dos Direitos Humanos (1950), a Declaração Americana dos 
Direitos e Deveres do Homem (1948), a Convenção Americana sobre os Direitos Humanos (1969) e a Carta Africana 
sobre os Direitos Humanos e dos Povos (1981). 
É fundamental lembrar que após a Segunda Guerra Mundial os povos em todos os continentes não deixaram 
em momento algum de recorrer ao conflito armado como resposta para suas disputas, e com a violência que as armas 
vinham proporcionando, a discussão de um Direito Humanitário, que abordasse a proteção humanitária em caso de 
guerra, além da questão do emprego de violência em conflitos armados, entre outras discussões similares, levaram a 
uma inevitável construção de um repertório jurídico de cunho humanitário que tivesse alcance internacional. Fazia-se 
necessário, na visão dos juristas, impor limites à liberdade e à autonomia dos estados conflitantes, garantindo com isso 
um progresso maior da matéria de Direitos Humanos em escala mundial. 
Mesmo assim, não bastaram as atrocidades constatadas ao fim do conflito mundial, para consolidar o Direito 
Internacional dos Direitos Humanos. Sua importância na agenda internacional vem com o advento da Carta das Nações 
Unidas em 1945, bem como a promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, consolidando 
realmente a importância do assunto no meio jurídico internacional. 
Assim, após o pioneirismo pré-guerra, o Direito Internacional dos Direitos Humanos progrediu a olhos vistos, 
sendo matéria de relevância, presente em estudos de juristas renomados e passando a ter um respeitoso corpus juris, 
integrado principalmente por: 
Carta das Nações Unidas (ou ainda Carta da ONU ou Carta de São Francisco); 
Declaração Universal dos Direitos Humanos; 
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos; 
Pacto Internacional dos Direitos Econômicos Sociais e Culturais, 
além de diversas convenções (tratados) internacionais. 
A finalidade do direito internacional dos direitos humanos (DIDH) é proteger a vida, a saúde e a dignidade das 
pessoas. 
O DIDH é aplicado a todo o tempo: em tempo de paz ou de conflito armado. Entretanto, de acordo com alguns 
tratados de DIDH, os Governos podem suspender algumas normas em situações de emergência pública que ponham 
em perigo a vida da nação, desde que tais suspensões sejam proporcionais à crise e sua aplicação não seja 
indiscriminada ou infrinja outra norma do direito internacional. 
No DIDH impõe-se obrigações aos Governos em suas relações com os indivíduos. Muitos opinam que os agentes 
não estatais – especialmente os que exercem funções de índole governamental – devem também respeitar as normas 
de direitos humanos, mas nada é definitivo a esse respeito. 
De acordo com os tratados de DIDH, as pessoas naturais não têm deveres específicos, mas podem ser 
declaradas responsáveis penalmente por violações que podem constituir crimes internacionais, como o genocídio, os 
crimes contra a humanidade e a tortura, os quais estão sujeitos também à jurisdição universal. 
Os Tribunais Penais Internacionais para a ex-Iugoslávia e Ruanda, recentemente constituídos, assim como o 
Tribunal Penal Internacional permanente, têm jurisdição a respeito das violações do DIDH. 
O sistema de supervisão do DIDH consiste em órgãos estabelecidos seja pela Carta das Nações Unidas, seja 
pelos principais tratados de DIDH. O principal órgão baseado na Carta das Nações Unidas é a Comissão de Direitos 
Humanos e a Subcomissão sobre a Promoção e a Proteção dos Direitos Humanos. A Comissão também estabeleceu 
“procedimentos especiais” durante os últimos vinte anos, isto é, a designação de relatores especiais, por temas ou por 
 
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países, e grupos de trabalho que, dentro do âmbito de suas competências, devem supervisar determinadas situações 
de direitos humanos e apresentar relatórios a respeito. 
Nos seis principais tratados de DIDH também se estipula a constituição de comitês de especialistas 
independentes para supervisionar a aplicação. 
O escritório do Alto Comissionado para os Direitos Humanos tem uma responsabilidade fundamental a respeito 
da proteção e promoção dos direitos humanos. A finalidade desse escritório é reforçar a efetividade dos mecanismos 
de direitos humanos das Nações Unidas, coordenar as atividades de promoção e proteção dos direitos humanos em 
todo o sistema das Nações Unidas, fomentar a capacidade nacional, regional e universal para promover e proteger os 
direitos humanos e difundir os instrumentos e documentos informativos de direitos humanos. 
Os tribunais e comissões de direitos humanos constituídos em virtude de tratados regionais de direitos humanos 
na Europa, América e África são diferenciais do DIDH. 
A Corte Europeia de Direitos Humanos é a instituição central do sistema europeu de proteção dos direitos 
humanos, instituída de conformidade com a Convenção Europeia de 1950. Os principais órgãos de supervisão regionais 
na América são a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana de Direitos Humanos. A 
Comissão Africana de Direitos Humanos e dos Povos é o órgão de supervisão instituído pela Carta Africana de 1981. 
Em nenhum tratado africano se estipula a constituição de uma corte de direitos humanos. 
No que tange à citada fase legislativa do Direito Internacional dos Direitos Humanos (DIDH), a fase de 
implementação inicia-se a partir da harmonização entre as jurisdições interna e internacional no sentido de conferir à 
temática Direitos Humanos o caráter de Regime Internacional, seja por normas reconhecidamente verificáveis, seja 
pela conscientização da inerência desse rol de direitos pela comunidade internacional. 
Desse modo, a interação dos Direitos por meio da sua complementaridade teleológica ganhaimportância no 
reconhecimento da capacidade processual internacional dos indivíduos, o que consolida a personalidade jurídica que 
estes possuem no âmbito interno, tal como expressa os artigos 2º e 4º da Declaração Universal dos Direitos Humanos; 
dita capacidade consolida-se com a supervisão internacionais dos órgãos nacionais de proteção, como por meio do 
sistema de relatórios e de resoluções adotadas na mais distintas cúpulas internacionais. 
Explicitamente, sob a consideração da proteção da pessoa humana como uma norma imperativa e inderrogável 
de Direito Internacional no que tange ao rol dos tratados de Direitos Humanos, i.e., normas de jus cogens – “direito 
imperativo ou constringente”, nos termos do artigo 53 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados: “É nulo um 
tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional geral”. Mais 
além, no mesmo sentido, o artigo 27 da mesma Convenção assevera que uma parte tem a possibilidade de invocar as 
disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado”, como também o artigo 60, § 5º. 
É de fundamental importância que se faça um paralelo entre o Direito Constitucional e o Direito Internacional dos 
Direitos Humanos. Na presente apreciação, o caso do Brasil servirá como ilustração. Desse modo, é necessário analisar 
os pontos convergentes entre a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e a atual Constituição da República 
Federativa do Brasil (1988), bem como o desdobramento do mais significativo documento internacional de direitos 
humanos no ordenamento constitucional brasileiro. A Constituição de 1988, conhecida informalmente por “Constituição 
Cidadã”, recebeu profunda inspiração da Declaração Universal de 1948, aproveitando suas emanações jurídicas 
fundamentais, chegando ao ponto de ser considerada por alguns como sendo sua mentora e matriz. Na época de sua 
promulgação, a Carta Política brasileira figurava no rol das Constituições nacionais que maior número de direitos e 
garantias fundamentais tutelava. Assim, a Constituição de 1988 abriga os compromissos anteriormente assumidos pelo 
Brasil no plano internacional, reforçando sua importância e materializando-os no plano interno. 
O diploma brasileiro assegura o mais amplo e detalhado elenco de direitos e liberdades individuais, coletivos e 
sociais, notadamente no artigo 5º e seus 78 incisos, os quais cobrem abrangente gama dos chamados direitos e 
garantias fundamentais. Pode-se afirmar, também, que a Constituição brasileira vai além da Declaração Universal, 
garantindo ainda outros direitos que surgiram e se consolidaram durante os quarenta anos que a separam da publicação 
da Declaração de 1948. Assim sendo, aos tratados internacionais em matéria de direitos humanos celebrados pelo 
Brasil se somam o diploma brasileiro assegura o mais amplo e detalhado elenco de direitos e liberdades individuais, 
coletivos e sociais, notadamente no artigo 5º e seus 78 incisos, os quais cobrem abrangente gama dos chamados 
direitos e garantias fundamentais. direitos e garantias fundamentais expressos na Constituição, complementando o que 
já está sacramentado. 
Igualmente, faz-se mister reconhecer os dispositivos de proteção que a Constituição de 1988 conferiu às normas 
de direitos humanos, dentre os quais cabe destacar a cláusula pétrea (artigo 60, IV), que resguarda de maneira absoluta 
qualquer tentativa de modificar os direitos e garantias individuais, sendo esses direitos, portanto, intocáveis depois de 
incorporados à legislação brasileira. Em suma, a Constituição de 1988 é o diploma constitucional brasileiro mais afinado 
e melhor identificado com os propósitos declaratórios, reconhecendo uma plêiade de Direitos Humanos como 
essenciais e fundamentais, inserindo-os no ápice do ordenamento jurídico pátrio. 
No que diz respeito à importância que ocupa a temática dos Direitos Humanos no âmbito constitucional brasileiro, 
o artigo 4º, inciso II, da referida Constituição, deixa absolutamente claro o comprometimento do Brasil com os Direitos 
Humanos, ao afirmar que o país é regido, nas suas relações internacionais, pela prevalência dos direitos humanos. 
Ademais, a Carta Magna brasileira confere tratamento especial aos Direitos Humanos, ao reconhecer sua eficácia 
imediata e universalidade, como fica bem evidente no artigo 5 º, LXXVIII, § 1º, o qual dispõe que as normas definidoras 
dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. 
O caráter de eficácia imediata é comprovado pela equivalência dos tratados e das convenções internacionais 
sobre direitos humanos às emendas constitucionais, conforme mudanças introduzidas pela Emenda Constitucional nº 
45/2004, a qual prevê que os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, que forem aprovados, em 
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
 
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equivalentes às emendas constitucionais. Portanto, verificamos que os tratados de direitos humanos gozam de status 
diferenciado quando dentro do ordenamento jurídico brasileiro, de acordo com as disposições constitucionais. 
É imprescindível que levemos em conta que, na medida em que caminhamos a passos largos no sentido da 
construção de uma ordem mundial mais justa e irreversivelmente mais globalizada e cosmopolita e, principalmente, 
mais humana, os tratados e os demais mecanismos internacionais de proteção global aos direitos humanos adquirem 
peculiar importância, por se tratar de tema transcendente revestido de um fundamento ético universal. 
No Brasil a Constituição Federal de 1988 recebeu profunda inspiração da Declaração Universal de 1948, 
aproveitando suas emanações jurídicas fundamentais, chegando ao ponto de ser considerada por alguns como sendo 
sua mentora e matriz, e sendo considerada entre as constituições a que mais trazia em seu rol direitos e garantias 
fundamentais, direitos e liberdades individuais, coletivos e sociais, notadamente no artigo 5º e seus 78 incisos, os quais 
cobrem abrangente gama dos chamados direitos e garantias fundamentais, sendo grande destaque as cláusulas 
pétreas previstas no Art. 60, que garante que não serão retiradas quaisquer garantias já postas em seu texto em prol 
do cidadão. 
 
 
 
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS 
 
 
A 24 de outubro de 1945, no rescaldo da Segunda Guerra Mundial, as Nações Unidas surgiram como uma 
organização intergovernamental com o propósito de salvar as gerações futuras da devastação do conflito internacional. 
A Carta das Nações Unidas estabeleceu seis corpos principais, incluindo a Assembleia Geral, o Conselho 
de Segurança, o Tribunal Internacional de Justiça, e em relação aos direitos humanos, um Conselho Social e 
Económico (ECOSOC). 
A Carta da ONU concedeu à ECOSOC o poder de estabelecer “comissões para os assuntos económicos 
e sociais e para a proteção dos direitos do homem.” Uma delas foi a Comissão das Nações Unidas para os Direitos 
Humanos, que, sob a presidência de Eleanor Roosevelt, viu a criação da Declaração Universal dos Direitos do Homem. 
A Declaração foi redigida por representantes de todas as regiões do mundo e abarcou todas as tradições 
legais. Inicialmente adotada pelas Nações Unidas a 10 de dezembro de 1948, é o documento dos direitos humanos 
mais universal em existência, delineando os direitos fundamentais que formam a base para uma sociedade 
democrática. 
A seguir a este ato histórico a Assembleia exigiu a todos os países membros que publicassem o texto da 
Declaração e que “fizessem com que fosse disseminada, exibida, lida e explicada principalmente nas escolas e noutras 
instituições educacionais, sem qualquer distinção baseada no estatuto político dos países ou territórios”. 
Hoje em dia, a Declaração é um documento vivo que foi aceito como um contrato entre um governo e o 
seu povo em todo o mundo. De acordo com o Livro de RecordesMundiais do Guinness, é o documento mais traduzido 
no mundo. 
 
HISTÓRICO DOS DIREITOS HUMANOS 
Em 1948, a nova Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos captou a atenção do mundo. Sob a 
presidência dinâmica de Eleanor Roosevelt, a viúva do presidente Franklin Roosevelt, uma campeã de direitos humanos 
por direito próprio e delegada dos Estados Unidos nas Nações Unidas, a Comissão elaborou o rascunho do documento 
que viria a converter–se na Declaração Universal dos Direitos do Homem. Roosevelt, creditada com a sua inspiração, 
referiu–se à Declaração como a "Carta Magna internacional para toda a Humanidade". Foi adotada pelas Nações 
Unidas no dia 10 de dezembro de 1948. 
No seu preâmbulo e Artigo 1.º, a Declaração proclama inequivocamente os direitos inerentes de todos os seres 
humanos: “O desconhecimento e o desprezo dos direitos humanos conduziram a atos de barbárie que revoltaram a 
consciência da Humanidade e o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e de crer, 
libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do Homem... Todos os seres humanos 
nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.” 
Os Estados–Membros das Nações Unidas comprometeram–se a trabalhar uns com os outros para promover os trinta 
artigos de direitos humanos que, pela primeira vez na história, tinham sido reunidos e codificados num único documento. 
Em consequência, muitos destes direitos, de várias formas, são hoje parte das leis constitucionais das nações 
democráticas. 
 
A CARTA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS 
A Declaração Universal dos Direitos do Homem é um padrão ideal sustentado em comum por nações no mundo inteiro, 
mas não possui nenhuma força de lei. Assim, desde 1948 até 1966 a tarefa principal da Comissão de Direitos Humanos 
das Nações Unidas foi criar um corpo de lei de direitos humanos internacional baseado na Declaração, para estabelecer 
os mecanismos necessários para fazer cumprir a sua implementação e uso. 
A Comissão de Direitos Humanos elaborou dois documentos principais: o Pacto Internacional dos Direitos Civis e 
Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais. Ambos se tornaram lei internacional em 
1976. Juntamente com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, estes dois Pactos constituem o que é conhecido 
como a “Lei Internacional de Direitos Humanos”. 
O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos enfoca questões como o direito à vida, à liberdade de expressão, à 
religião e votação. O Pacto Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais enfoca a alimentação, a 
 
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educação, a saúde e o refúgio. Ambos os pactos proclamam estes direitos para todas as pessoas e proíbem 
discriminação. 
O artigo 26.º do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos estabeleceu uma Comissão das Nações Unidas para 
os Direitos Humanos. Composta por dezoito peritos em direitos humanos, a Comissão é responsável por assegurar 
que cada signatário do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos cumpre os seus termos. A Comissão examina 
relatórios enviados pelos países de cinco em cinco anos, para se assegurar que eles estão a cumprir o Pacto, e emite 
conclusões sobre o funcionamento de um país. 
Muitos países que ratificaram o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos também concordaram que a Comissão 
para os Direitos Humanos pode investigar alegações de indivíduos e organizações cujos direitos foram violados pelo 
estado. Antes de apelar à Comissão, o queixoso deve esgotar todos os recursos legais nos tribunais desse país. Depois 
de investigação, a Comissão publica os resultados. Estas conclusões têm grande força. Se a Comissão mantém as 
alegações, o Estado deve tomar medidas para remediar o abuso. 
 
DOCUMENTOS DE DIREITOS HUMANOS SUBSEQUENTES 
Em adição aos pactos contidos na Carta Internacional dos Direitos Humanos, as Nações Unidas adotaram mais de 
vinte tratados principais elaborando ainda mais os direitos humanos. Estes incluem tratados para prevenir e proibir 
abusos específicos tais como tortura e genocídio e para proteger populações vulneráveis específicas tais como 
refugiados (Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados, 1951), mulheres (Convenção sobre a Eliminação de 
Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres, 1979), e crianças (Convenção sobre os Direitos da Criança, 
1989). Outros tratados cobrem a discriminação racial, a prevenção de genocídio, os direitos políticos de mulheres, 
proibição de escravidão e tortura. 
Cada um destes tratados estabeleceu uma comissão de peritos para regular a implementação das disposições do 
tratado pelos seus estados constituintes. 
 
CONVENÇÃO EUROPEIA DOS DIREITOS HUMANOS 
A Declaração Universal dos Direitos do Homem serviu como inspiração para a Convenção Europeia dos Direitos 
Humanos, um dos mais significativos acordos na Comunidade Europeia. A Convenção foi adotada em 1953 pelo 
Conselho da Europa, uma organização intergovernamental estabelecida em 1949 e composta de quarenta e sete 
Estados Membros da Comunidade Europeia. Este corpo foi formado para reforçar os direitos humanos e promover a 
democracia e o estado de direito. 
A Convenção é feita cumprir através do Tribunal Europeu de Direitos Humanos em Estrasburgo, França. Qualquer 
pessoa que afirme ser vítima de uma violação em qualquer um dos países da Comunidade Europeia que assinaram e 
ratificaram a Convenção poderá procurar ajuda no Tribunal Europeu. A pessoa deve primeiro ter esgotado todos os 
recursos no tribunal do seu país natal e ter apresentado um pedido no Tribunal Europeu de Direitos Humanos em 
Estrasburgo. 
 
INSTRUMENTOS DE DIREITOS HUMANOS PARA AS AMÉRICAS, ÁFRICA E ÁSIA 
Na América do Norte e do Sul, África e Ásia, documentos regionais para a proteção e promoção de direitos humanos 
estendem a Carta Internacional de Direitos Humanos. 
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos pertence aos estados interamericanos, as Américas, e entrou em 
vigor em 1978. 
Os Estados Africanos criaram a sua própria Carta dos Direitos Humanos e dos Povos (1981) e os Estados Muçulmanos 
criaram a Declaração dos Direitos Humanos do Cairo no Islão (1990). 
A Carta Asiática dos Direitos Humanos (1986) foi criada pela Comissão Asiática dos Direitos Humanos, fundada nesse 
ano por um grupo de juristas e ativistas de direitos humanos em Hong Kong. A Carta é descrita como “uma carta do 
povo”, porque nenhuma carta governamental foi emitida até ao momento. 
 
VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS PELO MUNDO 
Torturas, julgamentos injustos, liberdade de expressão restringida, as mulheres e as crianças, em especial, são 
marginalizadas de muitas formas, a imprensa não é livre em muitos países e os dissidentes são silenciados, com 
frequência de forma permanente, mortes de civis não combatentes nas mãos de insurgentes. Centenas de civis também 
foram mortos em ataques suicidas por grupos armados, escravidão. Em Myanmar o conselho militar esmagou 
manifestações pacíficas conduzidas por monges, fez buscas e fechou mosteiros, confiscou e destruiu propriedade, 
disparou, golpeou e deteve manifestantes e acossou e deteve como reféns amigos e familiares dos manifestantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM 
 
PREÂMBULO 
 
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente e dos direitos iguais e inalienáveis de todos os 
membros da família humana é o fundamento da liberdade, justiça e paz no mundo, 
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que 
ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo no qual os seres humanos gozem de liberdade 
de expressão e de crença e da liberdade do medo e da miséria, foi proclamado como a mais alta aspiração do homem 
comum, 
Considerando que é essencial, para que o Homem não seja obrigado a recorrer,como último recurso, à 
rebelião contra a tirania e a opressão, que os direitos humanos sejam protegidos pelo estado de direito, 
Considerando que é essencial para promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações, 
Considerando que os povos das Nações Unidas, na Carta, reafirmaram a sua fé nos direitos humanos 
fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos entre homens e mulheres, e que 
decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em maior liberdade, 
Considerando que os Estados–Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as Nações 
Unidas, a promoção do respeito universal e observância dos direitos humanos e liberdades fundamentais, 
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da maior importância para o 
pleno cumprimento desse compromisso, 
Agora, portanto, 
A Assembleia Geral, 
Proclama a presente Declaração Universal dos Direitos do Homem como um ideal comum a atingir por 
todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo–a 
constantemente no espírito, se esforcem, pelo ensino e pela educação, por desenvolver o respeito desses direitos e 
liberdades e por promover, por medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua 
aplicação universais e efectivas tanto entre as populações dos próprios Estados–membros como entre os povos dos 
territórios colocados sob a sua jurisdição. 
 
 
A DECLARAÇÃO UNIVERSAL E A CONSTITUIÇÃO DE 1988 
 
Eis aqui, na íntegra, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada pela Assembléia Geral das Nações 
Unidas (ONU) em 10/12/48. 
Em seguida indicamos seu correspondente na Constituição Brasileira de 1988: 
 
DIGNIDADE HUMANA 
I. Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e 
devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. 
 
Art. 5º, I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição. 
 
NÃO DISCRIMINAÇÃO 
II. Todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas nesta Declaração, sem 
distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, 
origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição. 
Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do 
território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma 
limitação de soberania. 
 
Art. 5º, XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais: 
Art. 5º, XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da 
lei; 
VIDA LIBERDADE SEGURANÇA 
III. Todo homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. 
 
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade... 
 
ESCRAVIDÃO 
IV. Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em 
todas as suas formas. 
 
TORTURA 
http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm
 
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V. Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. 
 
Art. 5º, III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; 
Art. 5º, XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os crimes definidos como hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
Art. 5º, XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 
Art. 5º, L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o 
período de amamentação; 
 
 
PESSOA HUMANA 
VI. Todo homem tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa humana, perante a lei.. 
 
Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e Distrito Federal, 
constituiu-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: ... III - a dignidade da pessoa humana 
 
IGUALDADE 
VII. Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm 
direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer 
incitamento a tal discriminação. 
 
Art. 5º, I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição. 
 
ACESSO À JUSTIÇA 
VIII. Todo homem tem direito a receber, dos tribunais nacionais competentes, remédio efetivo para os atos que 
violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.. 
 
Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
Art. 5º, LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. 
Art. 5º, LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou 
coação em sua liberdade de locomoção, pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa 
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 
Art. 5º, LXIX - conceder-se-á mandato de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data quando o responsável por ilegalidade ou abuso de poder 
Art. 5º, LXXI - conceder-se-á mandato de injunção sempre que a falta da norma regulamentadora torne inviável o 
exercício dos direitos e liberdades constitucionais, e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania. 
Art. 5º, LXXII - conceder-se-á habeas data : 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante... 
b) para a retificação de dados... 
Art. 5º, LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. 
Art. 5º, LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data e, na forma da lei, os atos necessários ao 
exercício da cidadania. 
 
HABEAS CORPUS 
IX. Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. 
 
Art. 5º, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária 
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
Art. 5º, LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontrem serão comunicados imediatamente ao juiz 
competente e a família do preso ou a pessoa por ele indicada; 
Art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais de permanecer calado, sendo-lhe assegurado a 
assistência da família e de advogado; 
Art. 5º, LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; 
Art. 5º, LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 
Art. 5º, LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem 
fiança. 
Art. 5º, LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável 
de obrigação alimentícia e a do depositário infiel. 
 
DEVIDO PROCESSO LEGAL 
X. Todo homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal 
independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação 
criminal contra ele. 
 
 
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Art. 5º, XXXVII- não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
Art. 5º, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude 
da defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para julgamento dos crimes dolosos 
contra a vida; 
 
INOCÊNCIA 
XI. Todo homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente, até que sua 
culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público, no qual lhe tenham sido 
asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. Ninguém será condenado por atos ou omissões que, 
no momento em que foram cometidos, não tenham sido delituosos segundo o direito nacional ou internacional. 
Tampouco será imposta penalidade mais grave do que a aplicável no momento em que foi cometido o delito. 
Art. 5º, XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; 
Art. 5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
Art. 5º, XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação 
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do 
valor do patrimônio transferido; 
Art. 5º, XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, a seguinte: 
) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos; 
Art. 5º, XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis; 
Art. 5º, LIV - ninguém será privado de liberdade ou de seus bens, sem o devido processo legal; 
Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com meios e recursos a ele inerentes; 
Art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
Art. 5º, LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. 
 
DIREITO À INTIMIDADE 
XII. Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua 
correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Todo homem tem direito à proteção da lei contra tais 
interferências ou ataques. 
 
Art. 5º, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo 
em caso de flagrante delito ou desastre ou para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial; 
Art. 5º, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados, e das comunicações 
telefônicas, salvo no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal; 
 
LIBERDADE DE IR E VIR 
XIII. Todo homem tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. Todo 
homem tem direito a sair de qualquer país, inclusive do próprio, e a ele regressar. 
 
Art. 5º, XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, 
nele entrar, permanecer ou dela sair com seus bens; 
 
XIV. Todo homem, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países. Este 
direito não poderá ser invocado contra uma ação judicial realmente originada em delitos comuns ou em atos 
opostos aos propósitos e princípios das Nações Unidas. 
 
Art. 5º, XLIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao 
exercício profissional; 
Art. 5º, LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da 
naturalização ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
Art. 5º, LII - não será concedida a extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; 
 
NACIONALIDADE 
XV. Todo homem tem direito a uma nacionalidade. Não se privará ninguém arbitrariamente da sua 
nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. 
 
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Art. 12, §2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos 
nesta Constituição. 
 
FAMÍLIA 
XVI. Os homens e as mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm 
o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua 
duração e dissolução. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes. A 
família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado. 
 
Art. 226 - A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
Art. 227 - É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, 
o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, 
à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 
Art. 229 - Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e 
amparar na velhice, carência ou enfermidade. 
 
PROPRIEDADE 
XVII. Todo homem tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. Ninguém será arbitrariamente 
privado de sua propriedade. 
 
Art. 5º, XXII - é garantido o direito de propriedade; 
Art. 5º, XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
Art. 5º, XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por 
interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos na Constituição; 
Art. 5º, XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, 
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; 
Art. 5º, XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto 
de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei os meios de financiar o 
seu desenvolvimento; 
Art. 5º, XXX - é garantido o direito de herança; 
 
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA 
XVIII. Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião. Este direito inclui a liberdade 
de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, 
pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular. 
 
Art. 5º, VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício de cultos religiosos 
e garantida, na forma da lei, a proteção nos locais de culto e as suas liturgias; 
Art. 5º, VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de 
internação coletiva; 
 
LIVRE EXPRESSÃO 
XIX. Todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão. Este direito inclui a liberdade de, sem 
interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e 
independente de fronteiras. 
 
Art. 5º, XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao 
exercício profissional; 
Art. 5º, IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de 
censura ou licença; 
 
ASSOCIAÇÃO 
XX. Todo homem tem direito àliberdade de reunião e associação pacíficas. Ninguém pode ser obrigado a fazer 
parte de uma associação. 
 
Art. 5º, XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ou públicos, independente de 
autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido 
prévio aviso à autoridade competente; 
Art. 5º, XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; 
Art. 5º, XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada 
a interferência estatal em seu funcionamento; 
Art. 5º, XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por 
decisão judicial, exigindo-se no primeiro caso o trânsito em julgado; 
Art. 1º, § único - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos, ou diretamente, nos 
termos desta Constituição. 
 
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Art. 10 - É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em seus 
interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão ou deliberação. 
Art. 14 - A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto secreto, com valor igual para 
todos... 
Art. 15 - É vedada a cassação de direitos políticos ... 
Art. 16 - A lei que alterar o processo eleitoral só entrará em vigor um ano após sua promulgação. 
Art. 17 - É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, ...os 
direitos fundamentais da pessoa humana ... 
 
 
ACESSO AO GOVERNO 
XXI. Todo homem tem o direito de tomar parte no governo do próprio país, diretamente ou por intermédio de 
representantes livremente escolhidos. 
Todo homem tem o direito de acesso em condições de igualdade, às funções públicas de seu país. A vontade 
do povo é a base da autoridade do poder público; esta vontade deverá ser expressa mediante eleições 
autênticas que deverão se realizar periodicamente, por sufrágio universal e igual, e por voto secreto ou outro 
procedimento equivalente que garanta a liberdade do voto. 
 
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
I - relação de emprego protegida ...; II - seguro-desemprego; III - fundo de garantia; IV - salário mínimo ... 
Art. 8º - É livre a associação profissional ou sindical ... 
Art. 9º - É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e 
sobre os interesses que devam por meio dele defender. 
Art. 11 - Nas empresas de mais de duzentos empregados é assegurada a eleição de um representante destes com a 
finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. 
 
SEGURANÇA SOCIAL 
XXII. Todo homem, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço 
nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos 
econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento de sua 
personalidade. 
 
Art. 5º, XXXIII - todos têm o direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, coletivo ou 
geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade ou do Estado; 
Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos 
Poderes Públicos em defesa de direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em 
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
 
XXIII. Todo homem tem direito ao trabalho, à livre escolha do emprego, a condições justas e favoráveis de 
trabalho e à proteção contra o desemprego. Todo homem, sem qualquer distinção, tem direito a igual 
remuneração por igual trabalho. Todo homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, 
que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se 
acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. Todo homem tem direito a organizar sindicatos 
e a neles ingressar para a proteção de seus interesses. 
 
Art. 5º, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a 
lei estabelecer; 
 
LAZER 
XXIV. Todo homem tem direito a repouso e lazer, inclusive à limitação razoável das horas de trabalho e a férias 
remuneradas periódicas. 
 
Art. 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados... 
 
BEM-ESTAR 
XXV. Todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família, saúde e bem-estar, 
inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito 
à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios 
de subsistência em circunstâncias fora de seu controle. 
A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas de 
matrimônio ou fora dele, têm direito a igual proteção social. 
 
Art. 230 - A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação 
na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. 
 
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INSTRUÇÃO 
XXVI. Todo homem tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e 
fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, 
bem como a instrução superior, está baseada no mérito. A instrução será orientada no sentido do pleno 
desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do homem e pelas 
suas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as 
nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção 
da paz. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos. 
 
Art. 205 - A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração 
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e a sua 
qualificação para o trabalho. 
 
CULTURA 
XXVII. Todo homem tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir das artes e 
de participar do progresso científico e de seus benefícios. Todo homem tem direito à proteção dos interesses 
morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor. 
 
Art. 5º, XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, 
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; 
Art. 5º, XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: 
a) a proteção às participações em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades 
desportivas; 
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, 
aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; 
Art. 5º, XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como 
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo 
em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; 
Art. 5º, XXX - é garantido odireito de herança; 
Art. 215 - O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e 
apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. 
 
ORDEM SOCIAL 
XVIII. Todo homem tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos 
na presente Declaração possam ser plenamente realizados. 
 
Art. 5º, XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do 
cônjuge ou dos filhos brasileiros sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus; 
Art. 193 - A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça social. 
 
DEVERES SOCIAIS 
XXIX. Todo homem tem deveres para com a comunidade, na qual é possível o livre e pleno desenvolvimento 
de sua personalidade. No exercício de seus direitos e liberdades, todo homem está sujeito apenas às limitações 
determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos 
e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma 
sociedade democrática. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos 
contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas. 
 
GARANTIAS 
XXX. Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer 
Estado, grupo ou pessoa do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à 
destruição de quaisquer direitos e liberdades aqui estabelecidos. 
 
Art. 5º, LXXVII - § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. 
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios 
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA 
 
 
CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS 
 
(Assinada na Conferência Especializada Interamericana sobre Direitos Humanos, 
San José, Costa Rica, em 22 de novembro de 1969) 
 
PREÂMBULO 
 
Os Estados americanos signatários da presente Convenção, 
 
Reafirmando seu propósito de consolidar neste Continente, dentro do quadro das instituições democráticas, um regime de 
liberdade pessoal e de justiça social, fundado no respeito dos direitos essenciais do homem; 
 
Reconhecendo que os direitos essenciais do homem não derivam do fato de ser ele nacional de determinado Estado, mas 
sim do fato de ter como fundamento os atributos da pessoa humana, razão por que justificam uma proteção internacional, 
de natureza convencional, coadjuvante ou complementar da que oferece o direito interno dos Estados americanos; 
 
Considerando que esses princípios foram consagrados na Carta da Organização dos Estados Americanos, na Declaração 
Americana dos Direitos e Deveres do Homem e na Declaração Universal dos Direitos do Homem e que foram reafirmados 
e desenvolvidos em outros instrumentos internacionais, tanto de âmbito mundial como regional; 
 
Reiterando que, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos do Homem, só pode ser realizado o ideal do ser 
humano livre, isento do temor e da miséria, se forem criadas condições que permitam a cada pessoa gozar dos seus direitos 
econômicos, sociais e culturais, bem como dos seus direitos civis e políticos; e 
 
Considerando que a Terceira Conferência Interamericana Extraordinária (Buenos Aires, 1967) aprovou a incorporação à 
própria Carta da Organização de normas mais amplas sobre direitos econômicos, sociais e educacionais e resolveu que 
uma convenção interamericana sobre direitos humanos determinasse a estrutura, competência e processo dos órgãos 
encarregados dessa matéria, 
 
Convieram no seguinte: 
PARTE I 
DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS PROTEGIDOS 
CAPÍTULO I 
ENUMERAÇÃO DE DEVERES 
 
 
ARTIGO 1. OBRIGAÇÃO DE RESPEITAR OS DIREITOS 
 
1. Os Estados Partes nesta Convenção comprometem-se a respeitar os direitos e liberdades nela reconhecidos e a 
garantir seu livre e pleno exercício a toda pessoa que esteja sujeita à sua jurisdição, sem discriminação alguma por motivo 
de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou social, posição 
econômica, nascimento ou qualquer outra condição social. 
 
2. Para os efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser humano. 
 
ARTIGO 2. DEVER DE ADOTAR DISPOSIÇÕES DE DIREITO INTERNO 
 
 Se o exercício dos direitos e liberdades mencionados no artigo 1 ainda não estiver garantido por disposições 
legislativas ou de outra natureza, os Estados Partes comprometem-se a adotar, de acordo com as suas normas 
constitucionais e com as disposições desta Convenção, as medidas legislativas ou de outra natureza que forem necessárias 
para tornar efetivos tais direitos e liberdades. 
 
CAPÍTULO II 
DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS 
 
ARTIGO 3. DIREITO AO RECONHECIMENTO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
 Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua personalidade jurídica. 
 
 
 
 
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ARTIGO 4. DIREITO À VIDA 
 
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde 
o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente. 
 
2. Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só poderá ser imposta pelos delitos mais graves, em 
cumprimento de sentença final de tribunal competente e em conformidade com lei que estabeleça tal pena, promulgada 
antes de haver o delito sido cometido. Tampouco se estenderá sua aplicação a delitos aos quais não se aplique atualmente. 
 
3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido. 
4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada por delitos políticos, nem por delitos comuns conexos com 
delitos políticos. 
 
5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no momento da perpetração do delito, for menor de dezoito 
anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a mulher em estado de gravidez. 
6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, indulto ou comutação da pena, os quais podem ser 
concedidos em todos os casos. Não se pode executar a pena de morte enquanto o pedido estiver pendente de decisão 
ante a autoridade competente. 
 
ARTIGO 5. DIREITO À INTEGRIDADE PESSOAL 
 
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua integridade física, psíquica e moral. 
 
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda 
pessoa privada da liberdade deve ser tratada com o respeito devido à dignidade inerente ao ser humano. 
 
3. A pena não pode passar da pessoa do delinqüente. 
4. Os processados devem ficar separados dos condenados, salvo em circunstâncias excepcionais, e ser 
submetidos a tratamento adequado à sua condição de pessoas não condenadas. 
5. Os menores, quando puderem ser processados, devem ser separados dos adultos e conduzidos a tribunal 
especializado, com a maior rapidez possível, para seu tratamento. 
6. As penas privativas da liberdade devem ter por finalidade essencial a reforma e a readaptação social dos 
condenados. 
 
ARTIGO 6. PROIBIÇÃO DA ESCRAVIDÃO E DA SERVIDÃO 
 
 1. Ninguém pode ser submetido a escravidão ou a servidão, e tanto estas como o tráfico de escravos e o tráfico 
de mulheres são proibidos em todas as suas formas. 
 2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obrigatório. Nos países em que se prescreve, 
para certos delitos, pena privativa da liberdade acompanhada de trabalhos forçados, esta disposição não pode ser 
interpretada no sentido de que proíbe o cumprimento da dita pena, imposta por juiz ou tribunal competente.O trabalho 
forçado não deve afetar a dignidade nem a capacidade física e intelectual do recluso. 
 
 3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios para os efeitos deste artigo: 
 
a. os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoa reclusa em cumprimento de sentença ou resolução 
formal expedida pela autoridade judiciária competente. Tais trabalhos ou serviços devem ser executados sob a 
vigilância e controle das autoridades públicas, e os indivíduos que os executarem não devem ser postos à disposição 
de particulares, companhias ou pessoas jurídicas de caráter privado; 
 b. o serviço militar e, nos países onde se admite a isenção por motivos de consciência, o serviço nacional que a lei 
estabelecer em lugar daquele; 
 c. o serviço imposto em casos de perigo ou calamidade que ameace a existência ou o bem-estar da comunidade; e 
 d. o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais. 
 
ARTIGO 7. DIREITO À LIBERDADE PESSOAL 
 
 1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoais. 
 2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pelas causas e nas condições previamente fixadas 
pelas constituições políticas dos Estados Partes ou pelas leis de acordo com elas promulgadas. 
 3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou encarceramento arbitrários. 
 4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões da sua detenção e notificada, sem demora, da 
acusação ou acusações formuladas contra ela. 
 5. Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra autoridade 
autorizada pela lei a exercer funções judiciais e tem direito a ser julgada dentro de um prazo razoável ou a ser posta em 
liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o 
seu comparecimento em juízo. 
 
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 6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal competente, a fim de que este 
decida, sem demora, sobre a legalidade de sua prisão ou detenção e ordene sua soltura se a prisão ou a detenção forem 
ilegais. Nos Estados Partes cujas leis prevêem que toda pessoa que se vir ameaçada de ser privada de sua liberdade tem 
direito a recorrer a um juiz ou tribunal competente a fim de que este decida sobre a legalidade de tal ameaça, tal recurso 
não pode ser restringido nem abolido. O recurso pode ser interposto pela própria pessoa ou por outra pessoa. 
 7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária 
competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar. 
 
ARTIGO 8. GARANTIAS JUDICIAIS 
 
 1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo razoável, por um juiz 
ou tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação 
penal formulada contra ela, ou para que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou 
de qualquer outra natureza. 
 2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não se comprove 
legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas: 
 
 a. direito do acusado de ser assistido gratuitamente por tradutor ou intérprete, se não compreender ou não falar o 
idioma do juízo ou tribunal; 
 b. comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação formulada; 
 c. concessão ao acusado do tempo e dos meios adequados para a preparação de sua defesa; 
 d. direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por um defensor de sua escolha e de comunicar-
se, livremente e em particular, com seu defensor; 
 e. direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado pelo Estado, remunerado ou não, segundo 
a legislação interna, se o acusado não se defender ele próprio nem nomear defensor dentro do prazo estabelecido pela 
lei; 
 f. direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no tribunal e de obter o comparecimento, como testemunhas 
ou peritos, de outras pessoas que possam lançar luz sobre os fatos; 
 g. direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-se culpada; 
 e 
 h. direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior. 
 3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação de nenhuma natureza. 
 4. O acusado absolvido por sentença passada em julgado não poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos 
fatos. 
5. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os interesses da justiça. 
 
ARTIGO 9. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E DA RETROATIVIDADE 
 
 Ninguém pode ser condenado por ações ou omissões que, no momento em que forem cometidas, não sejam 
delituosas, de acordo com o direito aplicável. Tampouco se pode impor pena mais grave que a aplicável no momento da 
perpetração do delito. Se depois da perpetração do delito a lei dispuser a imposição de pena mais leve, o delinqüente será 
por isso beneficiado. 
 
ARTIGO 10. DIREITO A INDENIZAÇÃO 
 
 Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a lei, no caso de haver sido condenada em sentença passada 
em julgado, por erro judiciário. 
 
ARTIGO 11. PROTEÇÃO DA HONRA E DA DIGNIDADE 
 
1. Toda pessoa tem direito ao respeito de sua honra e ao reconhecimento de sua dignidade. 
2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abusivas em sua vida privada, na de sua família, em seu 
domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas ilegais à sua honra ou reputação. 
3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais ingerências ou tais ofensas. 
 
ARTIGO 12. LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE RELIGIÃO 
 
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião. Esse direito implica a liberdade de conservar 
sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças, bem como a liberdade de professar e divulgar sua 
religião ou suas crenças, individual ou coletivamente, tanto em público como em privado. 
2. Ninguém pode ser objeto de medidas restritivas que possam limitar sua liberdade de conservar sua religião ou 
suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças. 
3. A liberdade de manifestar a própria religião e as próprias crenças está sujeita unicamente às limitações prescritas 
pela lei e que sejam necessárias para proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral públicas ou os direitos ou 
liberdades das demais pessoas. 
 
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4. Os pais, e quando for o caso os tutores, têm direito a que seus filhos ou pupilos recebam a educação religiosa e 
moral que esteja acorde com suas próprias convicções. 
 
ARTIGO 13. LIBERDADE DE PENSAMENTO E DE EXPRESSÃO 
 
 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de expressão. Esse direito compreende a liberdade de 
buscar, receber e difundir informações e idéias de toda natureza, sem consideração de fronteiras, verbalmente ou por 
escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por qualquer outro processo de sua escolha. 
 2. O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode estar sujeito a censura prévia, mas a 
responsabilidades ulteriores, que devem ser expressamente fixadas pela lei e ser necessárias para assegurar: 
 
a. o respeito aos direitos ou à reputação das demais pessoas; ou 
b. a proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da saúde ou da moral 
 públicas. 
 
 3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias ou meios indiretos, tais como o abuso de controles 
oficiais ou particulares de papel deimprensa, de freqüências radioelétricas ou de equipamentos e aparelhos usados na 
difusão de informação, nem por quaisquer outros meios destinados a obstar a comunicação e a circulação de idéias e 
opiniões. 
 4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a censura prévia, com o objetivo exclusivo de regular o acesso 
a eles, para proteção moral da infância e da adolescência, sem prejuízo do disposto no inciso 2. 
 5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda apologia ao ódio nacional, racial ou 
religioso que constitua incitação à discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência. 
 
ARTIGO 14. DIREITO DE RETIFICAÇÃO OU RESPOSTA 
 
 1. Toda pessoa atingida por informações inexatas ou ofensivas emitidas em seu prejuízo por meios de difusão 
legalmente regulamentados e que se dirijam ao público em geral, tem direito a fazer, pelo mesmo órgão de difusão, sua 
retificação ou resposta, nas condições que estabeleça a lei. 
 2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta eximirão das outras responsabilidades legais em que se houver 
incorrido. 
 3. Para a efetiva proteção da honra e da reputação, toda publicação ou empresa jornalística, cinematográfica, 
de rádio ou televisão, deve ter uma pessoa responsável que não seja protegida por imunidades nem goze de foro especial. 
 
ARTIGO 15. DIREITO DE REUNIÃO 
 
 É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem armas. O exercício de tal direito só pode estar sujeito às restrições 
previstas pela lei e que sejam necessárias, numa sociedade democrática, no interesse da segurança nacional, da 
segurança ou da ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e liberdades das demais 
pessoas. 
 
ARTIGO 16. LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO 
 
 1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se livremente com fins ideológicos, religiosos, políticos, 
econômicos, trabalhistas, sociais, culturais, desportivos ou de qualquer outra natureza. 
 2. O exercício de tal direito só pode estar sujeito às restrições previstas pela lei que sejam necessárias, numa 
sociedade democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem públicas, ou para proteger a saúde 
ou a moral públicas ou os direitos e liberdades das demais pessoas. 
 3. O disposto neste artigo não impede a imposição de restrições legais, e mesmo a privação do exercício do 
direito de associação, aos membros das forças armadas e da polícia. 
 
ARTIGO 17. PROTEÇÃO DA FAMÍLIA 
 
 1. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e deve ser protegida pela sociedade e pelo Estado. 
 2. É reconhecido o direito do homem e da mulher de contraírem casamento e de fundarem uma família, se 
tiverem a idade e as condições para isso exigidas pelas leis internas, na medida em que não afetem estas o princípio da 
não-discriminação estabelecido nesta Convenção. 
 3. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos contraentes. 
 4. Os Estados Partes devem tomar medidas apropriadas no sentido de assegurar a igualdade de direitos e a 
adequada equivalência de responsabilidades dos cônjuges quanto ao casamento, durante o casamento e em caso de 
dissolução do mesmo. Em caso de dissolução, serão adotadas disposições que assegurem a proteção necessária aos 
filhos, com base unicamente no interesse e conveniência dos mesmos. 
 5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos nascidos fora do casamento como aos nascidos dentro 
do casamento. 
 
 
 
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 ARTIGO 18. DIREITO AO NOME 
 
 Toda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes de seus pais ou ao de um destes. A lei deve regular a forma 
de assegurar a todos esse direito, mediante nomes fictícios, se for necessário. 
 
ARTIGO 19. DIREITOS DA CRIANÇA 
 
 Toda criança tem direito às medidas de proteção que a sua condição de menor requer por parte da sua família, da 
sociedade e do Estado. 
 
ARTIGO 20. DIREITO À NACIONALIDADE 
 
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. 
2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo território houver nascido, se não tiver direito a outra. 
3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua nacionalidade nem do direito de mudá-la. 
 
ARTIGO 21. DIREITO À PROPRIEDADE PRIVADA 
 
 1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo dos seus bens. A lei pode subordinar esse uso e gozo ao interesse 
social. 
 2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, salvo mediante o pagamento de indenização justa, por 
motivo de utilidade pública ou de interesse social e nos casos e na forma estabelecidos pela lei. 
 3. Tanto a usura como qualquer outra forma de exploração do homem pelo homem devem ser reprimidas pela 
lei. 
 
ARTIGO 22. DIREITO DE CIRCULAÇÃO E DE RESIDÊNCIA 
 
 1. Toda pessoa que se ache legalmente no território de um Estado tem direito de circular nele e de nele residir 
em conformidade com as disposições legais. 
 2. Toda pessoa tem o direito de sair livremente de qualquer país, inclusive do próprio. 
 3. O exercício dos direitos acima mencionados não pode ser restringido senão em virtude de lei, na medida 
indispensável, numa sociedade democrática, para prevenir infrações penais ou para proteger a segurança nacional, a 
segurança ou a ordem públicas, a moral ou a saúde públicas, ou os direitos e liberdades das demais pessoas. 
 4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso 1 pode também ser restringido pela lei, em zonas 
determinadas, por motivo de interesse público. 
 5. Ninguém pode ser expulso do território do Estado do qual for nacional, nem ser privado do direito de nele 
entrar. 
 6. O estrangeiro que se ache legalmente no território de um Estado Parte nesta Convenção só poderá dele ser 
expulso em cumprimento de decisão adotada de acordo com a lei. 
 7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo em território estrangeiro, em caso de perseguição por 
delitos políticos ou comuns conexos com delitos políticos e de acordo com a legislação de cada Estado e com os convênios 
internacionais. 
 8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou entregue a outro país, seja ou não de origem, onde 
seu direito à vida ou à liberdade pessoal esteja em risco de violação por causa da sua raça, nacionalidade, religião, condição 
social ou de suas opiniões políticas. 
 9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros. 
 
ARTIGO 23. DIREITOS POLÍTICOS 
 
 1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes direitos e oportunidades: 
 
 a. de participar na direção dos assuntos públicos, diretamente ou por meio de representantes livremente eleitos; 
 b. de votar e ser eleitos em eleições periódicas autênticas, realizadas por sufrágio universal e igual e por voto secreto 
que garanta a livre expressão da vontade dos eleitores; e 
 c. de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às funções públicas de seu país. 
 
 2. A lei pode regular o exercício dos direitos e oportunidades a que se refere o inciso anterior, exclusivamente por 
motivos de idade, nacionalidade, residência, idioma, instrução, capacidade civil ou mental, ou condenação, por juiz 
competente, em processo penal. 
 
ARTIGO 24. IGUALDADE PERANTE A LEI 
 
 Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conseguinte, têm direito, sem discriminação, a igual proteção da lei. 
 
 
 
 
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 ARTIGO 25. PROTEÇÃO JUDICIAL 
 
 1. Toda pessoa tem direito a um recursosimples e rápido ou a qualquer outro recurso efetivo, perante os juízes 
ou tribunais competentes, que a proteja contra atos que violem seus direitos fundamentais reconhecidos pela constituição, 
pela lei ou pela presente Convenção, mesmo quando tal violação seja cometida por pessoas que estejam atuando no 
exercício de suas funções oficiais. 
 
 2. Os Estados Partes comprometem-se: 
 
a. a assegurar que a autoridade competente prevista pelo sistema legal do 
Estado decida sobre os direitos de toda pessoa que interpuser tal recurso; 
b. a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; e 
c. a assegurar o cumprimento, pelas autoridades competentes, de toda decisão em que se tenha considerado 
procedente o recurso. 
 
CAPÍTULO III 
DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS 
 
ARTIGO 26. DESENVOLVIMENTO PROGRESSIVO 
 
 Os Estados Partes comprometem-se a adotar providências, tanto no âmbito interno como mediante cooperação 
internacional, especialmente econômica e técnica, a fim de conseguir progressivamente a plena efetividade dos direitos 
que decorrem das normas econômicas, sociais e sobre educação, ciência e cultura, constantes da Carta da Organização 
dos Estados Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires, na medida dos recursos disponíveis, por via legislativa 
ou por outros meios apropriados. 
 
CAPÍTULO IV 
SUSPENSÃO DE GARANTIAS, INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO 
 
ARTIGO 27. SUSPENSÃO DE GARANTIAS 
 
1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra emergência que ameace a independência ou segurança do 
Estado Parte, este poderá adotar disposições que, na medida e pelo tempo estritamente limitados às exigências da 
situação, suspendam as obrigações contraídas em virtude desta Convenção, desde que tais disposições não sejam 
incompatíveis com as demais obrigações que lhe impõe o Direito Internacional e não encerrem discriminação alguma 
fundada em motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião ou origem social. 
2. A disposição precedente não autoriza a suspensão dos direitos determinados seguintes artigos: 3 (Direito ao 
reconhecimento da personalidade jurídica); 4 (Direito à vida); 5 (Direito à integridade pessoal); 6 (Proibição da escravidão 
e servidão); 9 (Princípio da legalidade e da retroatividade); 12 (Liberdade de consciência e de religião); 17 (Proteção da 
família); 18 (Direito ao nome); 19 (Direitos da criança); 20 (Direito à nacionalidade) e 23 (Direitos políticos), nem das 
garantias indispensáveis para a proteção de tais direitos. 
3. Todo Estado Parte que fizer uso do direito de suspensão deverá informar imediatamente os outros Estados Partes 
na presente Convenção, por intermédio do Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos, das disposições 
cuja aplicação haja suspendido, dos motivos determinantes da suspensão e da data em que haja dado por terminada tal 
suspensão. 
 
ARTIGO 28. CLÁUSULA FEDERAL 
 
1. Quando se tratar de um Estado Parte constituído como Estado federal, o governo nacional do aludido Estado Parte 
cumprirá todas as disposições da presente Convenção, relacionadas com as matérias sobre as quais exerce competência 
legislativa e judicial. 
2. No tocante às disposições relativas às matérias que correspondem à competência das entidades componentes da 
federação, o governo nacional deve tomar imediatamente as medidas pertinente, em conformidade com sua constituição e 
suas leis, a fim de que as autoridades competentes das referidas entidades possam adotar as disposições cabíveis para o 
cumprimento desta Convenção. 
3. Quando dois ou mais Estados Partes decidirem constituir entre eles uma federação ou outro tipo de associação, 
diligenciarão no sentido de que o pacto comunitário respectivo contenha as disposições necessárias para que continuem 
sendo efetivas no novo Estado assim organizado as normas da presente Convenção. 
 
ARTIGO 29. NORMAS DE INTERPRETAÇÃO 
 
 Nenhuma disposição desta Convenção pode ser interpretada no sentido de: 
 
a. permitir a qualquer dos Estados Partes, grupo ou pessoa, suprimir o gozo e exercício dos direitos e liberdades 
reconhecidos na Convenção ou limitá-los em maior medida do que a nela prevista; 
 
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 b. limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou liberdade que possam ser reconhecidos de acordo com as leis de 
qualquer dos Estados Partes ou de acordo com outra convenção em que seja parte um dos referidos Estados; 
 c. excluir outros direitos e garantias que são inerentes ao ser humano ou que decorrem da forma democrática 
representativa de governo; e 
 d. excluir ou limitar o efeito que possam produzir a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e outros 
atos internacionais da mesma natureza. 
 
ARTIGO 30. ALCANCE DAS RESTRIÇÕES 
 
 As restrições permitidas, de acordo com esta Convenção, ao gozo e exercício dos direitos e liberdades nela 
reconhecidos, não podem ser aplicadas senão de acordo com leis que forem promulgadas por motivo de interesse geral e 
com o propósito para o qual houverem sido estabelecidas. 
 
Artigo 31. Reconhecimento de outros direitos 
 
 Poderão ser incluídos no regime de proteção desta Convenção outros direitos e liberdades que forem reconhecidos 
de acordo com os processos estabelecidos nos artigos 76 e 77. 
 
CAPÍTULO V 
DEVERES DAS PESSOAS 
 
ARTIGO 32. CORRELAÇÃO ENTRE DEVERES E DIREITOS 
 
1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a comunidade e a humanidade. 
2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos direitos dos demais, pela segurança de todos e pelas justas 
exigências do bem comum, numa sociedade democrática. 
 
PARTE II 
MEIOS DA PROTEÇÃO 
CAPÍTULO VI 
ÓRGÃOS COMPETENTES 
 
ARTIGO 33 
 São competentes para conhecer dos assuntos relacionados com o cumprimento dos compromissos assumidos 
pelos Estados Partes nesta Convenção: 
 
a. a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, doravante denominada a Comissão; e 
b. a Corte Interamericana de Direitos Humanos, doravante denominada a Corte. 
 
CAPÍTULO VII 
COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS 
 
SEÇÃO 1 — ORGANIZAÇÃO 
 
ARTIGO 34 
 A Comissão Interamericana de Direitos Humanos compor-se-á de 07 membros, que deverão ser pessoas de alta 
autoridade moral e de reconhecido saber em matéria de direitos humanos. 
 
ARTIGO 35 
 A Comissão representa todos os membros da Organização dos Estados Americanos. 
 
ARTIGO 36 
 1. Os membros da Comissão serão eleitos a título pessoal, pela Assembléia Geral da Organização, de uma 
lista de candidatos propostos pelos governos dos Estados membros. 
 2. Cada um dos referidos governos pode propor até 03 candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou 
de qualquer outro Estado membro da Organização dos Estados Americanos. Quando for proposta uma lista de 03 
candidatos, pelo menos 01 deles deverá ser nacional de Estado diferente do proponente. 
 
ARTIGO 37 
 1. Os membros da Comissão serão eleitos por 04 anos e só poderão ser reeleitos 01 vez, porém o mandato 
de 03 dos membros designados na primeira eleição expirará ao cabo de 02 anos. Logo depois da referida eleição, serão 
determinados por sorteio, na Assembléia Geral, os nomes desses 03 membros. 
 2. Não pode fazer parte da Comissão mais de um nacional de um mesmo Estado. 
 
 
 
 
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ARTIGO 38 
 As vagas que ocorrerem na Comissão, que não se devam à expiração normal do mandato, serão preenchidas 
pelo Conselho Permanente da Organização, de acordo com o que dispuser o Estatuto da Comissão. 
 
ARTIGO 39 
 A Comissão elaborará seu estatuto e submetê-lo-á à aprovação da Assembléia Geral e expedirá seu próprio 
regulamento. 
 
ARTIGO 40 
 Os serviços de secretaria da Comissão devem ser desempenhados pela unidade

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