Buscar

Súmula Psicopatológica - Atitude

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

JOSÉ SA NTA NA FA RIA S NE TO - UES B 
 
1 Psiquiatr ia 
 
 
O comportamento (ou atitude), num sentido amplo – englobando a fala, os gestos, a 
mímica e os demais movimentos corporais –, seria tudo no exame psíquico. Todavia, 
parece mais interessante, na súmula psicopatológica, restringir o termo “atitude” àquela 
que está especificamente relacionada ao examinador e à entrevista. 
 
ALTERAÇÕES DA ATITUDE 
 
Quase não há termos técnicos para descrever as formas de atitude, sendo usadas basicamente palavras de uso 
corriqueiro. Alguns comportamentos por parte dos pacientes são considerados DESEJÁVEIS (contribuem positivamente 
para a realização da avaliação psiquiátrica): atitude cooperante, atitude amistosa, atitude de confiança, atitude 
interessada. Essas atitudes desejáveis em geral estão relacionadas a uma plena consciência de morbidade. 
 
As formas de atitude importantes do ponto de vista semiológico: 
1. Atitude não cooperante → descrição muito vaga, há diversas formas de não cooperar; não colabora com 
solicitações básicas na entrevista. 
2. Atitude de oposição (ou negativista) → paciente se recusa a participar da entrevista. 
3. Atitude hostil → paciente ofende, ameaça ou agride fisicamente o examinador. 
4. Atitude de fuga → reflete o medo por parte do paciente. 
5. Atitude confusa → parece não entender nada, não está na situação de entrevista. 
6. Atitude perplexa → assustado, parece não entender nada do que está acontecendo na entrevista. 
7. Atitude deprimida → paciente triste e desanimado de modo geral. 
8. Atitude suspicaz (ou de desconfiança) → “Você é mesmo médico?”, “Há microfones escondidos aqui?” e “Por 
que o senhor está perguntando sobre isso?”; costuma estar relacionada a uma atividade delirante. 
9. Atitude querelante → paciente discute ou briga com o examinador, por se sentir prejudicado ou ofendido. 
10. Atitude reivindicativa → paciente exige, de forma insistente, que aquilo que julga ser seu direito seja atendido. 
Por exemplo: ter alta da internação. 
11. Atitude arrogante → paciente sente-se superior e trata com desdém o médico. 
12. Atitude evasiva → paciente evita responder a certas perguntas, sem se recusar explicitamente. 
13. Atitude invasiva → paciente deseja saber sobre a vida pessoal do examinador; mexe, sem pedir autorização, 
nos objetos deste no consultório. 
14. Atitude de esquiva → paciente não deseja o contato social e foge dele. 
15. Atitude inibida (ou contida) → paciente não encara o examinador, e demonstra estar pouco à vontade. 
16. Atitude desinibida → paciente apresenta grande facilidade quanto ao contato social, não se sente constrangido 
ao falar até mesmo de sua vida sexual, podendo violar normas sociais e tornar-se inconveniente. Por exemplo: 
pode assediar sexualmente o entrevistador. 
17. Atitude jocosa → paciente está frequentemente fazendo piadas, ou brincando com as outras pessoas. 
18. Atitude irônica → as piadas e o tom de voz refletem sua arrogância e agressividade. 
19. Atitude lamuriosa → paciente queixa-se o tempo todo de seu sofrimento e demonstra autopiedade. 
20. Atitude dramática → reflete uma hiperemocionalidade. 
21. Atitude teatral → paciente parece estar fingindo ou exagerando, ou querendo chamar a atenção dos outros. 
22. Atitude sedutora → paciente elogia e tenta agradar o examinador, ou tenta despertar o interesse sexual deste. 
23. Atitude pueril → paciente comporta-se como uma criança (faz pirraça, brinca, chama o médico de tio etc.). 
24. Atitude gliscroide (ou viscosa) → paciente é grudento; é difícil encerrar a conversa com ele. 
Súmula Psicopatológica 
Atitude 
 
 
JOSÉ SA NTA NA FA RIA S NE TO - UES B 
 
2 Psiquiatr ia 
25. Atitude simuladora → paciente tenta parecer que tem um sintoma (ou doença) na verdade ausente. 
26. Atitude dissimuladora → paciente tenta ocultar um sintoma (ou doença) existente, com o objetivo, por 
exemplo, de receber alta da internação. 
27. Atitude indiferente → paciente não se sente incomodado pela entrevista ou pela presença do médico. 
28. Atitude manipuladora → paciente tenta obrigar o médico a fazer o que ele, paciente, quer, muitas vezes por 
meio de ameaças ou chantagem emocional. 
29. Atitude submissa → paciente, passivamente, atende a todas as solicitações do examinador. 
30. Atitude expansiva → paciente deseja intensamente o contato social, e trata o médico como se fosse íntimo; 
fala alto, é o “dono do pedaço”, comporta-se como se fosse muito importante. 
31. Atitude amaneirada → comportamento caricatural; por exemplo: tratar o médico de “vossa excelência”, ou 
curvar-se toda vez em que o vê. 
32. Reação de último momento → após intenso negativismo, quando o examinador já está desistindo do contato, 
o paciente começa a cooperar com a entrevista. 
 
O examinador não deve provocar ativamente qualquer atitude no paciente. A atitude do paciente deve ser 
ESPONTÂNEA, para uma avaliação fidedigna. 
 
A ATITUDE NOS PRINCI PAIS TRANSTORNOS MENTAIS 
 
Mania → atitude expansiva, desinibida, jocosa; ou então irônica, arrogante, hostil. 
 
Depressão → é comum uma atitude lamuriosa. Todavia, o desinteresse pode levar a uma atitude de indiferença. 
 
Esquizofrenia → nos quadros em que predominam os sintomas negativos ou na catatonia, pode haver indiferença em 
relação ao exame. Na catatonia, encontram-se muitas vezes uma atitude de oposição e a reação de último momento. 
Nos quadros paranoides, observa-se uma atitude suspicaz, hostil, querelante, ou de fuga. É típica da hebefrenia uma 
atitude pueril. 
 
Delirium, demência → no delirium e em quadros de demência avançada, pode haver indiferença em relação ao exame, 
em função da não compreensão do significado deste. 
 
Déficit mental → é muito característico um comportamento pueril. 
 
Epilepsia → na epilepsia do lobo temporal, assim como em outros distúrbios cerebrais relacionados a essa região do 
cérebro, observa-se um comportamento gliscroide. 
 
Transtorno conversivo e transtornos dissociativos → sempre há teatralidade. Costumam estar presentes também 
sedução, dramaticidade, simulação, puerilidade e manipulação. 
 
Fobia social e transtorno da personalidade esquiva → inibição é um elemento fundamental. 
 
Transtorno delirante, transtorno da personalidade paranoide → atitude querelante, reivindicativa ou suspicaz. 
 
Transtorno da personalidade antissocial → o sociopata apresenta um comportamento sedutor, manipulador e hostil. 
 
Transtorno da personalidade borderline → comportamento manipulador e hostil.

Continue navegando