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psicopatologia Lisandra Batista- Medicina 2020.1 Anamnese psiquiátrica: Ectoscopia/ Exame geral Antes da anamnese → avaliação de gravidade BEG, alerta, LOTE, eupneico, acianótico, corado, anictérico, hidratado, bem nutrido, marcha atípica, fácies atípica, atitude colaborativa, aparência bem cuidada. Avaliar a gravidade que o paciente está. Aparência: Higiene; estética do corpo; roupas; maquiagem; adereços. • Bem cuidada: higiene adequada, cabelos alinhados, unhas bem cortadas, dentes em mau estado de conservação, roupas e adereços adequados para a situação. • Descuidada: roupas sujas, rasgadas ou desalinhadas; odor fétido; cabelos despenteados; barba por fazer; dentes em mau estado de conservação; ou unhas sujas e compridas. Outras classificações da aparência: Bizarra: uso de adereço como bota, chapéu, óculos que não condiz com o ambiente. Extravagante: por estar muito eufórica mulheres exageram na maquiagem, unhas, roupas. Excêntrica Exibicionista.: roupas curtas, roupas para provocar (desenvolvem, normalmente, mania). Pacientes com: Depressão: na depressão, o desinteresse ou a falta de energia pode inviabilizar os cuidados pessoais; não sente mais prazer. Mania: aparência bizarra, exibicionista, extravagante. Alguns pacientes maníacos, contudo, podem apresentar uma aparência descuidada em função de uma intensa agitação; muito eufórico, traduz o que acredita na aparência. Esquizofrenia. Nos quadros apático-abúlicos, a aparência é descuidada. Nos hebefrênicos, costuma ser bizarra; normalmente tem prejuízo no autocuidado, perderam a energia para fazer as atividades no dia a dia. Demência: nos casos de demência que cursam com apraxia (perda da capacidade de realizar movimentos voluntários), frequentemente a aparência está descuidada. Atitude: Alguns comportamentos por parte dos pacientes são considerados desejáveis, no sentido de contribuírem positivamente para a realização da avaliação psiquiátrica: cooperante; colaborativa; amistosa; interessada. • Atitude não cooperante ou colaborativa Oposição: o paciente se recusa a participar da entrevista. Hostil: o paciente ofende, ameaça ou agride o examinador. De fuga: reflete o medo por parte do paciente. Suspicaz (ou de desconfiança): “você é mesmo médico?”, “por que o senhor está perguntando sobre isso?”. Querelante: o paciente discute ou briga com o examinador, por se sentir prejudicado; principalmente em pacientes internados. Lisandra Batista- Medicina 2020.1 Reivindicativa: o paciente exige, de forma insistente, que aquilo que julga ser seu; exemplo: sua alta. Arrogante: o paciente sente-se superior e trata como desdém o médico. Evasiva: o paciente evita responder a certas perguntas, sem se recusar explicitamente. Invasiva: o paciente deseja saber sobre a vida pessoal do examinador; tenta invadir a vida social do médico, refazendo a mesma pergunta ao médico. Esquiva: o paciente não deseja o contato social. Atitude desinibida: o paciente apresenta grande facilidade quanto ao contato social, podendo violar normas sociais; vida sexual descrita sem pudor, transmitindo sexualidade. Atitude jocosa: o paciente está frequentemente fazendo piadas, ou brincando com outras pessoas. Atitude irônica: as piadas e o tom de voz refletem sua arrogância e agressividade; quer provocar. Lamuriosa: o paciente queixa-se o tempo todo do seu sofrimento; não tem nada que o faz feliz, sem ponto de vista positivo, exemplo: paciente com depressão. Atitude teatral: o paciente parece estar fingindo ou exagerando, ou querendo chamar a atenção dos outros. Atitude sedutora: o paciente elogia e tenta agradar o examinador, ou tenta despertar o interesse sexual. Atitude pueril: o comportamento do paciente é como o de uma criança (faz pirraça, brinca, chama o médico de tio); isso pode ser um retardo mental ou outros tipos de doença. Atitude gliscroide (ou viscosa): o paciente é grudento; é difícil encerrar a conversa com ele. Atitude simuladora: o paciente tenta parecer que tem um sintoma (ou doença) na verdade ausente: Atitude dissimuladora: o paciente tenta ocultar um sintoma (ou doença) existente. Atitude indiferente: o paciente não se sente incomodado pela entrevista ou pela presença do médico. Manipuladora: o paciente tenta obrigar o médico a fazer o que ele, paciente, quer. Submissa: o paciente, passivamente, atende a todas as solicitações do examinador. Expansiva: o paciente deseja intensamente o contato social, e trata o médico como se fosse íntimo dele; acha que tem intimidade como se fossem amigos de infância. Amaneirada: o comportamento é caricatural. Por exemplo: tratar o médico de “vossa excelência”, ou curvar-se toda vez em que o vê. Descrever se o paciente estiver bem: aparência bem cuidada e atitude colaborativa. Mas se não estiver: atitude não colaborativa e descrever a aparência que ele está apresentando. Atenção: Atenção é o processo pelo qual a consciência é direcionada para determinado estímulo (de origem externa ou interna). Uma imagem perceptiva, um afeto, um pensamento. Há uma concentração da atividade mental sobre um objeto específico (ou poucos objetos) em detrimento dos demais. Sem a capacidade de seleção exercida pela atenção, a quantidade de informações externas e internas (distratores) que chegaria à nossa mente seria tão grande que inviabilizaria qualquer atividade psíquica. Atenção e outras funções psíquicas: A atenção e consciência; A atenção e sensopercepção (órgão de sentido); A atenção e memória (fixação de novas informações e evocação de antigas); A atenção e a vontade (se estamos com muita vontade o que acontece é chamar atenção); A atenção e afeto (traz felicidade, evoca memórias). Lisandra Batista- Medicina 2020.1 Principais funções da atenção: • Atenção seletiva: é a capacidade de prestar atenção em alguns estímulos e ignorar os demais. Exemplo: numa festa com muitas pessoas, decidimos focar numa única conversa e, assim, não percebemos o que estão falando as outras pessoas ao nosso redor. • A vigilância e detecção de sinal: envolve a espera passiva de um estímulo que pode surgir a qualquer momento. Exemplo: nesse estado encontra o salva-vidas, que tem que estar atento e agir rapidamente caso veja alguém se afogando. • A sondagem: consiste na procura ativa por um estímulo em particular. Exemplo: busca intencional de um determinado termo técnico em meio a um grande número de palavras de um artigo que estamos lendo. • A atenção dividida: representa a distribuição de nossos recursos de atenção entre duas ou mais tarefas que realizamos ao mesmo tempo. Exemplo: quando dirigimos um automóvel e, simultaneamente, ouvimos uma música pelo rádio. Atenção voluntaria e atenção espontânea: Atenção voluntária (ou ativa): relacionada a um esforço intencional, consciente, por parte do indivíduo na direção do objeto. A atenção espontânea (ou passiva, involuntária): consiste numa reação automática, não consciente e não intencional, do indivíduo aos estímulos externos. Atenção externa X Atenção interna: Atenção externa: projetada para fora do mundo subjetivo do sujeito, voltada para o mundo exterior. Atenção interna: se volta para os processos mentais do próprio indivíduo. Tenacidade e mobilidade da atenção: Tenacidade: é a capacidade de manter a atenção em determinado objeto por certo tempo. Mobilidade/vigilância: é a capacidade de, a qualquer momento, desviar-se da atenção de um objeto para outro. Alterações quantitativas: Hipoprosexia: consiste numa diminuição global da atividade da atenção, afetando tanto a tenacidade como a mobilidade. Estados de fadiga, tédio, sonolência, rebaixamento da consciência. Rigidez da atenção: a distração Hipertenacidade com hipomobilidade Exacerbação ou da atenção voluntaria, ou da espontânea Exemplo: ler um livro, depressão e vivência interna Labilidadeda atenção: a distraibilidade Hipotenacidade com hipermobilidade. É a atenção espontânea que predomina. Ocorre na mania. Nas intoxicações por álcool, anfetamina ou alucinógenos. Síndromes de ansiedade Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. TOC e ideias recorrentes Esquizofrenia e delírios ou alucinações. Internação involuntária: - quando o paciente coloca a própria vida em risco; - quando coloca a vida de outro em risco; - quando expõe a vida social muito longa.
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