Fatores que Afetam a Evolução da Gravidez

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04 - Fatores que Afetam a 
Evolução da gravidez
Biológicos
Socioeconômicos e culturais
Institucionais 
Comportamentais
Biológicos: 
1) Idade: 
→ Idade de Risco: < 15 anos ou > 35 anos
Menor que 15 anos: Imaturidade fisiológica e emocional 
Complicações: Prematuridade, baixo peso ao nascer (BPN), extremos de ganho de 
peso, anemias, pré-eclâmpsia, dificuldades no parto, mortes materna e fetal, 
crescimento intrauterino restrito (CIUR) - < 19 anos (adolescência é um fator de risco).
→ CIUR - Criança de baixo peso para a idade gestacional, apresentado alterações 
patológicas (pode ter problemas para o crescimento pós-natal e doenças crônicas na 
vida adulta)
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Maior que 35 anos: Efeitos do envelhecimento leva a risco de complicações
Complicações: Anormalidades placentárias (hemorragia e morte fetal), mola 
hidatiforme (Mulheres > 45 anos), tendência a parto prolongado (disfunção uterina e 
rigidez cervical), anomalias cromossômicas (síndrome de Down), natimortos, 
complicações devido a obesidade (diabetes e hipertensão)
Mola Hidatiforme: Tumor benigno que se desenvolve no útero como resultado de uma 
gestação não viável.
2) Peso: 
→ Peso pré-gestacional e Ganho de peso na gestação 
Quando deficientes: CIUR, morte fetal, prematuridade 
Quando excessivos: Complicações secundárias (DHG, diabetes, anemia), morte 
materna e fetal, dificuldade no parto, macrossomia fetal.
DHG - Doença Hipertensiva da Gestação: Pode levar a pré-eclâmpsia e eclampsia.
Risco: 
PPG: < 45 e > 75 kg (IMC > 30) 
IMCPG: <18,5 e IMC > 24,9 
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Ganho de peso recomendado na gestação
3) Estatura
→ O Ministério da saúde determina que grávidas abaixo de 145 cm se encontram 
dentro dos fatores de risco, enquanto Institute of Medicine reconhece uma faixa maior, 
sendo abaixo de 157cm já considerado risco.
→ Está relacionada com o estado nutricional materno pregresso (antes da gravidez)
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Complicações: 
→ Pequeno tamanho pélvico pode levar ao Crescimento Intra Uterino Reduzido 
(CIUR), que acarreta em complicações neonatais (baixo peso ao nascer, por exemplo)
→ Também surgem dificuldades no trabalho de parto devido a desproporção entre a 
cabeça do feto e o tamanho da pelve.
4) Antecedentes Ginecológicos
Idade da menarca: Indicador de maturidade fisiológica e estado nutricional
Idade Ginecológica: 
♦Idade cronológica - Idade da Menarca 
Risco: Idade ginecológica menor que 2 anos → Imaturidade para a reprodução 
Fluxo Menstrual: 
Escasso: Pode estar relacionado com desnutrição 
Excessivo: Implicações nutricionais, como anemias.
Uso de Anticoncepcionais: Modificações do estado nutricional e orgânico. 
5) Antecedentes obstétricos
Paridade: 
Risco: 
Primípara possui maior risco de Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG) 
Multípara possui maior ocorrência de obesidade e de placenta prévia (crescimento 
placentário em direção ao fundo uterino)
→ Possui risco de cervicodilatação precoce, que leva a um parto prematuro. 
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Intervalos interpartais
O ideal é que seja entre 2 e 5 anos, onde o risco é menor. 
6) Antecedentes Clínicos
Hipertensão Arterial
Cardiopatias (problemas no coração)
Pneumopatias (problemas no pulmão)
Nefropatias (problemas nos rins)
Edocrinopatias (Problemas Hormonais) 
Hemopatias (problemas sanguíneos) 
Epilepsia
Doenças Infecciosas 
Doenças autoimunes
Ginecopatias (problemas ginecológicos) 
Neoplasias (tumores) 
7) Doença obstétrica na gravidez atual
Desvio quanto ao crescimento uterino
Número de fetos e volume de líquido amniótico
Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada 
Ganho ponderal inadequado 
Pré-eclampsia e eclampsia
Amniorrexe prematura
Hemorragias
Insuficiência istmo-cervical
Aloimunização 
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Óbito Fetal 
8) Doenças infectocontagiosas 
→ Rubéola, toxoplasmose, sífilis, zika, HIV, etc
→ Infecção do trato urinário
→ Doenças do trato respiratório
Rubéola: 
→ Causada por vírus, é uma DIP transmitida geralmente pela emissão de gotículas das 
secreções de pessoas infectadas, bem como sangue, urina ou fezes do doente. 
→ Apresenta elevada toxicidade para os tecidos embrionários, notadamente no início 
da embriogênese.
Consequências: Aborto, natimortalidade, infecção da placenta e embrião, síndrome da 
rubéola congênita: Glaucoma, catarata, cardiopatias, surdez central ou coclear, 
cegueira, microftalmia e retardo mental. 
Medida de controle: Imunização de mulheres em idade fértil 
Toxoplasmose:
→ Agente etiológico é o toxoplasma gondii, um protozoário que tem o gato como 
hospedeiro definitivo e o homem, bem como outros animais, como hospedeiros 
intermediários. 
Infecção materna: Ingestão de cistos presentes em carnes mal cozidas ou por água, 
frutas e hortaliças contaminadas. 
Medida de controle: Evitar o contato com felinos e proteger-se do contato direto com 
material contaminado com excretas do animal. Cozinhar e higienizar bem verduras e 
frutas que forem consumidas cruas. 
Consequências: Prematuridade, baixo peso, CIUR, danos cerebrais, retina, coração e 
pulmões, morte.
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Sífilis:
→ IST, de evolução crônica, que pode produzir a forma adquirida e congênita da 
doença. 
→ A ocorrência de sífilis durante a gestação pode resultar em graves efeitos adversos, 
desde abortos e óbitos fetais até recém-nascidos vivos com sequelas diversas da 
doença. 
→ As consequências podem se manifestar até os dois anos de vida
Risco de acometimento fetal: 70 a 100%, dependendo da fase de infecção na gestante 
e do trimestre da gestação. 
Consequências: Diversos graus de severidade, anemia intensa, icterícia, hemorragias, 
lesões cutâneas, ósseas e nos sistemas nervoso e respiratório.
Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS)
Transmissão vertical do HIV - 65% dos casos ocorrem durante o trabalho de parto e os 
35% ocorrem na vida intrauterina. 
→ Aleitamento materno apresenta riscos adicionais.
→ A terapia antirretroviral deve ser administrada a todas as gestantes com o vírus HIV.
→ O parto deve ser cirúrgico (cesárea eletiva), antes do rompimento da bolsa. 
Fatores relacionados à transmissão vertical do HIV:
1. Fatores Virais, como carga viral;
2. Fatores maternos, Incluindo estado clínico e imunológico, presença de ISTs e 
outras coinfecções, estado nutricional e tempo de uso de antirretrovirais na 
gestação;
3. Fatores comportamentais, como uso de drogas e prática sexual desprotegida;
4. Fatores obstétricos;
5. Fatores inerentes ao recém nascido, como prematuridade e baixo peso ao nascer;
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6. Fatores relacionados ao aleitamento materno.
Zika Vírus: 
→ Transmitido pelo Aedes Aegypti, sexualmente e de forma transplacentária
→ Capaz de passar pela placenta e alcançar o feto
Consequências: Possível relação com microcefalia no feto e agressão ao SNC. 
Hepatite B e C
→ Alta transmissibilidade por via percutânea, sexual ou vertical (mãe → feto)
Consequências: Danos hepátcos
COVID- 19
→ Complicações maternas principalmente no último trimestre da gravidez e no 
puerpério, inclusive com casos de morte materna.
Transmissão:
→ Contato com pessoas infectadas, seja direto ou indireto
→ Pode ocorrer de forma vertical
Consequências:
→ Prematuridade e parto cesariana, maior risco de tromboembolias na gestante e 
puérperas
→ CIUR 
Hábitos comportamentais e de vida
Álcoolismo:
→ Síndrome Alcoólica Fetal
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Consequências: Baixo peso para IG, malformações na estrutura facial, defeitos no 
septo ventricular, malformações das mãos e pés, além de retardo mental que varia de 
leve a moderado. 
 - Problemas de comportamento e aprendizagem
→ Recomenda-se NÃO beber na gravidez,pois não há definição do que seria uma 
"Dose segura" 
Cigarro:
→ O Co possui maior afinidade pela hemoglobina, causando hipóxia
→ Corinina, um subproduto da nicotina, estimula a prostaglandina E2, que estimula o 
aborto e o parto prematuro
Consequências
→ CIUR 
→ BPN ( Menor que 200g em média) 
→ Menor Estatura
→ Alterações neurológicas
→ Maior risco de abortamento espontâneo 
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Drogas/ medicamentos 
Medicamentos: Devem ser discutidos com a obstétra
Drogas: 
Canabis: 
Pode levar ao baixo peso ao nascer e transtornos cognitivos e emocionais
Metanfetamina: 
Risco de mortalidade materna e neonatal, risco de CIUR, risco de pré-eclâmpsia, 
prematuridade, morte fetal, morte neonatal e morte infantil
Cocaína/crack: 
→ Alterações nos neurotransmissores resultam em prejuízos neurocomportamentais no 
recém nascido.
Para o feto: 
→ Prematuridade, baixo peso ao nascer, circunferência cefálica menor, menor estatura
Para a mãe: 
→ Convulsões, ruptura prematura das membranas e descolamento prematuro da 
placenta, pré-eclâmpsia grave, aborto espontâneo e complicações no parto