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A coleta de dados do raciocínio clínico é feita por meio de 70% de história, 20% exame físico e 10% complementar – histórico, pré concepções. Exame clínico Constituído por anamnese + exame físico, é uma observação técnica do indivíduo, uma coleta de dados que tem o objetivo de traduzir sintomas e sinais em diagnóstico, reavaliação do quadro clínico e da terapêutica instituída e prever eventos. O médico precisa coletar dados que permitam conclusões fidedignas, registrar tudo que foi dito, estabelecer um tempo para ser dedicado, manter o foco, conquistar o paciente – para que ele consiga participar e se expressar de forma plena, levando às conclusões – e ser firme emocionalmente. Técnica de Rapport: Consiste em ser empático, se conectar ao paciente, entrelaçando os dois mundos, uma aliança terapêutica com o espelhamento como grande ferramenta. História clínica = anamnese = dados subjetivos Observação clínica = exame físico = dados objetivos Não ficar somente escrevendo, é preciso olhar para o paciente, falar com ele, se mostrar interessado e atento, e não oferecer prêmios indevidos ou informações desnecessárias. Raciocínio clínico 1. Escutar: Abordagem sistematizada que permita criar conexões = anamnese. 2. Observar: Juliana Monteiro Text Box Juliana Monteiro Observação sistematizada que acrescenta ao raciocínio = exame físico. 3. Pensar: Formulação diagnóstica que leva ao plano terapêutico = complementar. Anamnese infantil Antes de chegar na construção da anamnese padrão, é importante falar sobre as particularidades da semiologia pediátrica. • O atendimento varia de acordo com a idade • A relação não é somente médico-paciente e sim médico-família-paciente. • É de suma importância dar atenção à criança e não se preocupar somente em estar atendendo os desejos dos pais. • Checar os sinais vitais antes de qualquer coisa. • Muitas vezes pode ser necessário e mais inteligente iniciar o atendimento com a criança ainda no colo da mãe. • Deixar ouvido e garganta para o final da consulta, evitando reações que inviabilizem o restante. • A alimentação é um dos pontos mais importantes, sendo preciso que ela seja descrita de forma bem detalhada. A anamnese deve levar em consideração toda a evolução da criança até o momento da consulta, com a história do parto – pré-natal, parto e neonatal, além de ser necessário observar a curva de crescimento do bebê e o seu estado atual. Períodos encontrados: A. Pré-natal: embrionário – 1º trimestre, fetal precoce – 2º trimestre e fetal tardio – 3º trimestre B. Pós-natal: recém-nascido – 0 a 28 dias, lactente jovem – 29 dias a 3 meses, lactente – 3 meses até 2 anos, pré-escolar – 2 anos a 6 anos, escolar – 6 anos a 10 anos, pré-adolescente – 10 anos a 12 anos e adolescente – dos 12 aos 18 anos. Composição 1. Identificação: Data, local, horário, nome do paciente com idade, gênero, cor da pele, estado civil, religião, profissão/ocupação, naturalidade/procedência., informante da história – se for acompanhante indicar o grau de ligação – e nível de informação. Ex. UNIFACS – SSA – BA – 18/02/2021 – 08:00 J.P.S, 20 anos, branco, sexo masculino, solteiro, católico, estudante de administração, natural e procedente de salvador Informante: o paciente / Grau da informação: bom 2. Queixa principal Representa o que trouxe o paciente à consulta. Ex: dor de garganta há uma semana. 3. História da moléstia atual – HMA É registrado tudo que se relaciona com a doença: sintomatologia, época de início, evolução, quando, como e onde, caracterização completa da dor. Perguntas a serem feitas: • Aberta – O que o senhor está sentindo? • Focada – Qual parte dói mais? • Fechada – A perna dói quando o senhor anda ou quando está parado? Análise da dor: localização/irradiação, qualidade, intensidade, duração/frequência, evolução, fatores desencadeantes/associados de melhora ou piora, sintomas e situação atual. Antecedentes pessoais e familiares Pessoais: • Fisiológicos: desenvolvimento neuropsicomotor, puberdade, menarca/climatério/fluxo menstrual, gestações e abortos • Patológicos: vacinações, doenças anteriores, alergias, transfusões, cirurgias e traumatismos Familiares: saúde dos pais, irmãos, cônjuge, filhos, avós e primos, perguntar se tem alguém doente e em caso de falecimento, questionar o motivo do óbito, prestando atenção em doenças heredo-familiares, como DM, HA, IAM, AVC precoce – mulheres antes dos 65 e homens antes dos 55. Interrogatório sistemático É uma avaliação estruturada de cada um dos sistemas do corpo, constituindo um complemento da HMA, quando ela é bem feita, sobra pouco para o IS realizar e permite ao médico levantar possibilidades e reconhecer enfermidades que não guardam relação com o quadro sintomatológico registrado na HMA. Antes de iniciar os procedimentos, avisar ao paciente, explicar e pedir o consentimento e então começar pelo geral, depois ir para a superfície da pele e cabeça-pescoço, depois segue o sentido crânio-caudal. Não há a necessidade de ficar repetindo perguntas uma vez que a avaliação de cada sistema se inicia com uma pergunta geral e a partir dela vai ocorrendo o direcionamento necessário. Não induzir respostas por meio de perguntas que afirmam ou neguem o sintoma. Hábitos de vida Aborda estilo de vida – como ingestão de drogas, a quantidade e a frequência, o lazer, se possui a prática de exercício físico, como é a alimentação – pedindo detalhamento da dieta diária, ocupação atual e anteriores, se o paciente viajou recentemente., se é sexualmente ativo e quais os métodos contraceptivos usados. Em caso de etilismo, utilizar o questionário CAGE • Cut: necessidade de cortar o vício • Aborrecimento: se o paciente fica chateado com críticas ao vício. • Guilt: se o paciente sente culpa por ser viciado. • Eye-opener: se o paciente bebe assim que acorda, “cura ressaca” com bebida. Aqui é utilizado os 3’S de Sadler: 1º S = subsistência e condições de vida 2º S = relações afetivas profissionais e sociais e suas mudanças 3º S = sexo, contatos, satisfação e fatos marcantes. História psicossocial Relação do paciente com o próprio corpo, seus projetos de vida e sexualidade, renda, família, moradia, trabalho, grupo social e como ele se sente com o seu adoecer, suas repercussões e impactos. Ou seja, aqui também é vista uma perspectiva cultural que intermeia as relações interpessoais.
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