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Anamnese Médica: Técnicas e Objetivos

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Aula 01
 Anamnese e Técnicas de facilitação
BIBLIOGRAFIA: Semiologia Médica de Celmo Celeno Porto; parte III cap.6		 25.02.2021
 INTRODUÇÃO A ANAMNESE								 
· Anamnese é o nome dado para o primeiro contato entre médico e paciente, antes da análise de sinais e sintomas, no qual o paciente relata suas queixas, duração etc.
· É praticamente uma entrevista!!
· OBS: semiologia médica é a análise de sinais e sintomas, desenvolvendo o raciocínio clínico
· OBS: propedêutica é o conjunto de técnicas e procedimentos pelos quais um paciente é examinado
· Objetivos: 
a. estabelecer condições para uma relação adequada entre médico e paciente (é recomendado não fazer anotações nesse momento, apenas conversando)
b. conhecer, por meio da identificação, os determinantes epidemiológicos que influenciam o processo saúde-doença de cada paciente
c. fazer a história clínica, registrando com detalhes (e em ordem cronológica) os fatos e acontecimentos eu podem estar relacionados a queixa do paciente
d. buscar pelo histórico do paciente (conhecer estilo de vida, condições socioeconômicas...)
e. avaliar os sintomas de cada sistema corporal (orientar o exame físico e definir a necessidade de exames complementares)
f. estabelecer procedimentos terapêuticos adequados
· a anamnese é a parte mais difícil do método clínico, mas é também a mais importante!!
(ajuda a ver o paciente como um todo, até porque o foco não deve ser tratar só a doença em si)
· Como fazer uma boa anamnese?
· chamar o paciente pelo nome (ou no máximo senhor/senhora), indicando respeito
· demonstrar interesse e atenção no que ele tem a dizer
· autocontrole, educação e domínio de suas reações
· investigar bem os sintomas para fazer um exame físico mais objetivo (bom nível de conhecimento)
· OBS: SINAL x SINTOMA
· Sintoma: sensação subjetiva anormal sentida pelo paciente e que não pode ser visualizada (aferida, palpada, percebida)
· Sinal: dado objetivo anormal que pode ser percebido (por meio da palpação, exames subsidiários)
· ex: mal estar é sintoma e febre é um sinal
· Qual é a duração adequada da anamnese?
· é bem variável, mas em média 10min p/ doenças agudas e 30 a 60min para doenças crônicas
· podemos aproveitar o exame físico para continuar conversando com o paciente e fazer novas indagações por meio da observação (flexibilidade da técnica)
 TIPOS DE ANAMNESE
· Não diretiva/não dirigida: deixa o paciente relatar da forma que quer sem interferências do médico
· Diretiva/direta/dirigida: temos um esquema básico que conduz a entrevista de modo objetivo 
 TÉCNICAS DE FACILITAÇÃO
· Apoio: usar afirmações de apoio despertam segurança ao paciente
· Facilitar o relato do paciente por meio de sua postura, ações ou palavras (ex: balançar a cabeça indica que você compreende o problema mencionado e está atento)
· Reflexão: buscar repetir as palavras mais significativas
· Esclarecimento: procurar definir de maneira mais clara o que o paciente sente 
· Confrontação: mostrar ao paciente algo acerca de suas próprias palavras ou comportamento (ex: “Você diz que está tudo bem, mas por que está com lágrimas nos olhos?”)
· Interpretação: observações a partir do que vi anotando
· Resposta empática: intervenção do médico (ex: oferecendo lenço se o paciente chora)
 ELEMENTOS COMPLEMENTARES DA ANAMNESE
a. Identificação: 
· Item indispensável para uma boa comunicação entre médico e paciente
· Pode ser perguntado: nome, idade, gênero/sexo, etnia, profissão, residência (onde mora?), nome do responsável e/ou acompanhante
· Consta na identificação se o paciente tem algum plano de saúde e qual é
b. Queixa Principal e Duração (QD): 
· É o motivo da consulta
· Como perguntar: Por que o senhor me procurou? Qual o motivo da consulta? O que está te incomodando?
· Única parte do prontuário que pode ser escritas com as palavras do paciente (sem termos técnicos)
c. História de doença atual (HMA ou HPMA):
· Registro cronológico e detalhado do problema de saúde
· OBS: identificar o sintoma-guia (é o sintoma ou sinal que permite recompor a história da doença atual com mais facilidade e precisão; ex: convulsão é o sintoma-guia da epilepsia)
· Como se analisa um sintoma: início, características do sintoma, fatores de melhora/piora, relação com outras queixas, situação atual...
d. Interrogatório somatológico (ISDA):
· ISDA: interrogatório somatológico sobre diversos aparelhos (sistemas do corpo)
· Avaliação detalhada dos sintomas de cada sistema corporal
· Busca existência ou ausência de sintomas relacionados
· permite ao médico levantar possibilidades e reconhecer enfermidades que não guardam relação com o quadro sintomatológico registrado na HDA
e. Antecedentes pessoais e familiares (AP e AF)
· Conhecimento do estado de saúde do passado e presente do paciente
· Busca por fatores pessoais e familiares que influenciam no estado saúde-doença
· Antecedentes pessoais podem ser fisiológicos (como gestação, desenvolvimento sexual) ou patológicos (doenças sofridas pelo paciente, alergias...)
f. Hábitos de vida (ANAMNESE PSICOSSOCIAL I)
· Documentar hábitos: alimentação, exercícios físicos, tabagismo
g. Condições socioeconômicas e culturais (ANAMNESE PSICOSSOCIAL II)
· Avaliação das condições do paciente, quais são as atividades de lazer, se possui alguma religião...
OBS: itens C e D não serão estudados esse semestre!!	
 COMO FAZER AS ANOTAÇÕES
· Data e horário
· Identificação completa
· Informante se tiver (responsável pela criança por exemplo)
· Confiabilidade: é confiável se o paciente parecer bem e não é confiável se o paciente parecer confuso
 			
 						 Aula 02
 Etapas do desenvolvimento da personalidade
BIBLIOGRAFIA: Reynaud, Michel; Consoli, Silla. Psicologia Médica		 04.03.2021
 INFORMAÇÕES GERAIS
· Fatores que influenciam a formação da personalidade: fatores genéticos, criação e o aparelho psíquico
· Zona erógena: áreas de prazer (não necessariamente sexual)
· As fases recebem o nome de acordo com a zona erógena relacionada 
· Componentes do pensamento: sensações(ex: passou o frio), percepção(ex: uma coberta faz passar o frio)
 NASCIMENTO E INFÂNCIA							 
· O início da personalidade de uma pessoa começa em seu nascimento, com a ideia de filho que os pais têm sobre a criança e a forma como agem com ela (o desejo de ser melhor que seus pais por exemplo)
· Atrito bebê real x imagem do filho imaginário: a mãe fica deprimida e frustrada – fase de adaptação Blues (2 semanas) + pressão da sociedade (você deveria estar muito feliz, não frustrada)
· Os cuidadores da criança também desempenham um papel importante, porque passam a ela um modelo de proteção
CONCEITO DE “MÃE SUFICIENTEMENTE BOA” P/ WINNICOTT
· OBS: a criança deve aprender a espera (desilusão) de maneira progressiva porque uma desilusão bruta destrói a experiência de continuidade da criança e ameaça a organização de seu ego (pode levar ao desenvolvimento de psicoses)
· ensina o filho sobre a espera sem maus tratos 
· Conceitos de Spitz: 
· o sorriso do bebê é um reflexo, mas ele aprende que cada vez que ele sorri os outros o agradam – aprende um recurso de conseguir o que quer
· angústia/estranhamento: reconhece alguém que não é a continuidade da mãe e não vai trata-lo da mesma maneira
 FASES DO DESENVOLVIMENTO
1. Fase Oral 
· Começa na infância, quando a chupeta e a mamadeira resolvem o incômodo do bebê
· patologias relacionadas : compulsão alimentar, bulimia, dependência química, alcoolismo
· não necessariamente o prazer é na ingesta de algo, anoréxicos tem prazer em não comer por exemplo e é relacionado à boca
· egoísmo e imaturidade marcantes (a frustração precisa ser resolvida, por qualquer coisa que seja – o paciente tem medo de não dar conta da dor física e emocional)
2. Fase Anal
· Início na infância também: 
- o bebê aprende a ter controle do ato de defecar por exemplo (ex: entende que quando ele defeca a mãe o limpa e vai embora; se não defecar recebemaior atenção)
- 3* fator de Spitz: a criança aprende o que significa não 
· Busca por maior atenção de qualquer modo que seja, baixa autoestima e medo de falar não
· Patologias relacionadas: pessoas prolixas, detalhistas e presenteadoras (o tempo todo busca agradar o outro), perfeccionismo – TOC, superstição exagerada
· Fatores que podem levar alguém a desenvolver essas patologias: genética, criação, experiências de vida
3. Fase Fálica
· Zona erógena: órgãos genitais – mas não necessariamente fala de sexualidade e libido
· Início: 3 a 7 anos (autoconhecimento) 
· Complexo de Édipo - Triangulação: o menino deseja inconscientemente a morte do pai para ter a mãe, e a menina deseja a morte da mãe para ter o pai (porque é o maior exemplo que tem)
· OBS: variantes (pais ausentes ou orfanatos – busca alguém para fazer parte dessa triangulação seja algum cuidador/professor etc) 
· Complexo positivo: menina deseja o pai e menino deseja a mãe X Complexo negativo: deseja alguém do mesmo sexo e deseja a morte de alguém do sexo oposto
· Pais suficientemente bons: a criança	quer dormir na cama com os pais e isso é normal, mas deve haver limites (não deve se tornar um hábito)
· Patologias: competitividade (busca colocar tudo em triangulação – se os pais gostam de mais de um filho/minha amiga prefere outros amigos a mim), ciúmes, “neurose”(sabemos que algo nos faz mal mas não conseguimos fazer isso de forma diferente)
4. Período de latência
· Patologias: transtorno de conduta, ansiedade grave, depressão, TOC..
· Acalma a situação da fase fálica
· Desenvolvimento intelectual e socialização
· 7 anos até adolescência
5. Fase genital
· Adolescência
· Personalidade já formada 
· Não tem patologias específicas porque pode ser uma união de outras fases!!!
· Traumas na adolescência podem mudar o comportamento mas não necessariamente
 Aula 03
 Identificação, Queixa principal e duração
BIBLIOGRAFIA: Semiologia Médica de Celmo Celeno Porto; parte III cap.6	 11.03.2021
 COMO OBTER A IDENTIFICAÇÃO
· Identificação sempre no início do prontuário, anotando data e horário
· Deve ser feita pelo médico, secretária, recepcionista ou até pelo próprio paciente
· Os dados são flexíveis
· Deve ser registrada em tópicos!!!
· Dados demográficos e epidemiológicos: idade, procedência e profissão atual 
 DADOS DA IDENTIFICAÇÃO
 2 º semestre I Propedêutica Médica: Anamnese I Universidade São Francisco
· 
· Nome
· Primeiro dado da identificação
· Chamar pelo nome evitando designar pelo número do leito, apelido ou pelo diagnóstico
· Registrar o nome completo com ortografia correta e completa de acordo com os documentos de identidade
· Nome social pode ser usado após o registro do nome completo (ex: José da Silva (nome social: Maria da Silva))
· Em pacientes que foram adotados ou em processo de adoção colocar o nome do documento
· Idade e Data de nascimento
· Idade (anos) ou idade (anos e meses na pediatra)
· Data de nascimento (dia/mês/ano)
· É importante p/ o diagnóstico de doenças específicas de cada faixa etária, principalmente
· Sexo
· Há enfermidades que só ocorre em determinado sexo (ex: hemofilia é transmitido por mulheres mas só se manifesta no homem; cisto de ovário só ocorre em quem tem ovário)
· Definido em documentos pessoais 
· O gênero é opcional (ex: José da Silva é homem, mas ainda não fez a mudança de sexo documentada – coloca gênero masculino na frente do sexo)
· Cor/etnia
· Registro da cor da pele (branca, preta, parda) ou etnia (branca, negra, amarela)
· Registro idem documentação (pessoa autodeclarada branca/preta/parda)
· Importante porque determinadas doenças são mais frequentes em cor da pele branca ou preta
· Estado civil
· Casado, solteiro, divorciado, viúvo e separado (não mora junto e etc mas nos documentos ainda é casado)
· OBS: união estável é reconhecida legalmente
· Importante para análise se IST, análise de possíveis questões emocionais..
· Em crianças estado civil não se aplica (escrever: não se aplica ou deixar em branco)
· Profissão
· Ocupação atual 
· Local de trabalho
· Possibilidade de contato/comunicação
· O ambiente de trabalho pode envolver fatores que podem agravar uma afecção (asma, déficit auditivo, fraturas, quedas...)
· Naturalidade
· Cidade e estado onde o paciente nasceu (estado em sigla)
· Nacionalidade é a nação onde o paciente nasceu (obs: a nacionalidade é brasileirA mesmo que o paciente seja homem)
· Procedência
· Cidade e estado que ele residiu pela última vez
· Em casos de paciente em trânsito, a procedência pode se confundir com a residência, então depende do referencial 
· Registro da procedência territorial é importante p/ o repasse financeiro municipal, dados epidemiológicos
· Residência
· Endereço da residência atual (rua, avenida, número, complemento, bairro, cidade, estado)
· Movimentos migratórios são importantes p/ a epidemiologia
· Em regiões rurais: bairro/estrada/qual km/ nome da propriedade/cidade/estado
· Endereços eletrônicos podem ser adicionados como complemento (email, celular)
· Nome da mãe
· Nome completo da mãe idem documentação para diferenciar pacientes homônimos (que tem nomes iguais)
· Em caso de adoção consta o que está no documento (mesmo que já esteja com a família adotiva)
· Filiação (opcional): nome completo dos pais
· Filiação opcional em relações homoafetivas: filiação 1 (nome) e/ou filiação 2 (nome)
· Só se for necessário: nome do responsável/cuidador/acompanhante e colocar a relação que tem com o paciente!!
· Religião
· Ateu, católico, agnóstico..
· Pode ter relação no processo saúde-doença (banho de cristais etc, não come carne por um período grande)
· Para crianças e incapazes registrar a religião seguida pela família
· Filiação a órgãos da previdência (plano de saúde)
· Público (SUS) ou privados (bradesco, amil, unimed..)
· Ter conhecimento p/ facilitar o encaminhamento p/ exames complementares, outros especialistas ou hospitais em caso de internação
OUTROS DADOS QUE PODEM SER COLOCADOS:
· Escolaridade em crianças
· Endereço de pais se forem separados (crianças com guarda compartilhada)
· Endereço de um filho (p/ pacientes idosos com Alzheimer por ex)
· Profissão e idade dos pais
DADOS EM QUE ESCREVEMOS NÃO SE APLICA:
· Ex: estado civil em crianças de 1 ano, local de trabalho em pessoas aposentadas, profissão de bebês.
· OBS: NÃO PODE DEIXAR NENHUM ITEM EM BRANCO OU INCOMPLETO (ex: endereço Santa Helena é incompleto, é rua? É bairro?)
 QUEIXA E DURAÇÃO (QD)
· É UM SINAL OU UM SINTOMA, É O TÍTULO DA ANAMNESE!!
· Sinal ou sintoma: pode ou não ser anotado entre aspas
· Não deve ser caracterizada (intensidade, tipo, irradiação, fatores de melhora e de piora etc
· Registrar em poucas palavras – evitar colocar mais de uma queixa (qual é o mais incômodo?)
· Colocar quanto tempo isso vem acontecendo
OBSERVAÇÕES
· Registrar as palavras do paciente evitando termos chulos – não substituir por termos técnicos (na QD é dor de cabeça e na HMA podemos por cefaleia)
· Não aceitar rótulos diagnósticos (percepção diagnóstica do paciente – mesmo que esteja correta não se pode escrever o diagnóstico na QD)
· É o sintoma mais relatado pelo paciente (o que mais te incomoda?)
ÉPOCA DO INÍCIO DO SINTOMA PRINCIPAL
· Quando o senhor começou a sentir isso?
· Se a pessoa não consegue dar uma data , relacionar os sintomas com acontecimentos/época do ano (foi antes do seu aniversário? No natal você já estava sentindo isso?)
EXEMPLOS
· Pressão alta há 1 ano é um diagnóstico, portanto não deve estar na QD
· Dor no joelho desde 12/02/2018 – SUBSTITUIR POR dor no joelho há 3 anos
 SITUAÇÕES ESPECIAIS
· Pode ser aceito um procedimento ou diagnóstico 
· Encaminhamento p/ avaliação pré operatória (ex: encaminhado p/ avaliação pré operatória de colecistectomia ou transferido da Santa Casa de Bragança Paulista p/ realização de cateterismo)
· Interconsulta (avaliação solicitada p/ avaliação de nódulo pulmonar)
 Aula 04Bioética, antecedentes pessoais e familiares
BIBLIOGRAFIA: Semiologia Médica de Celmo Celeno Porto; parte III cap.6	 18.03.2021
 BIOÉTICA
· Ser ético é proceder o bem, não prejudicar o próximo
· Deontologia: conjunto de regras, fruto da tradição, que indicam como deverá comportar-se o indivíduo na qualidade de membro de um grupo social determinado
· Moral deontológica é uma ética aplicada que orienta uma dada profissão (normas são estabelecidas pelos próprios profissionais – gerando códigos, ex o Código de Ética Médica)
· Ética médica segundo a OMS: um estado de completo bem estar físico, mental e social
· Bioética é a ética que envolve questões humanas
· Existem 2 tipos de bioética:
· Situação limite: início e fim da vida
· Cotidiana: relacionada com condições de adversidade (fome, falta de acesso à saúde..)
· OBS: Bioética clínica é a condição subjetiva que o indivíduo irá adquirir ao longo do período estudantil e profissional
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA
	Beneficência
	· Equilibrar a relação risco-benefício
· Procurar atender os interesses do paciente, nem sempre expressos e conscientes
· O médico deve ter convicção e informação técnica
· Busca a promoção da saúde e prevenção de doenças
· Ex: puericultura
	Não maleficência
	· Não fazer o mal ao paciente
· Evitar danos ao paciente
· Ex: não socorrer um paciente é fazer mal a ele
	Autonomia 
	· Assegura ao paciente o direito de tomar decisões em tudo que se refere ao processo saúde-doença
· Reconhecer que o paciente tem o domínio sobre a sua vida e sua intimidade
· Crianças e pessoas intelectualmente deficientes: o princípio deve ser exercício pela família ou responsável legal
	Justiça 
	· Fazer sempre o que é justo pelo paciente
· Determina a justa, equitativa e universal distribuição de bens e benefícios em tudo o que se refere à saúde
· Oferecer oportunidades semelhantes em toda a sociedade
· Atuação dos médicos com absoluta isenção
· Outros valores da bioética:
· Respeito a alteridade: respeitar a diferença do outro
· Sigilo: respeitar o segredo sobre as informações do paciente (capítulo IX do sigilo profissional)
· Ato médico:
- componente técnico
- componente da ética
- componente das qualidades humanas (respeito ao paciente, integridade no exercício da profissão, compaixão pela dor do próximo e fazer tudo o que estiver ao alcance da ci6encia médica para aliviar a dor do próximo)
· Capítulo XIII – PUBLICIDADE MÉDICA DO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
É vedado ao médico:
Art. 111: permitir que sua participação na divulgação de assuntos médicos, em qualquer meio de comunicação de massa, deixe de ter caráter exclusivamente de esclarecimento e educação da sociedade
Art. 112: divulgar informação sobre o assunto médico de forma sensacionalista, promocional ou com conteúdo inverídico (ex: antes e depois)
Art. 113: divulgar, fora do meio científico, processo de tratamento ou descoberta cujo valor ainda não esteja expressamente reconhecido cientificamente pelo órgão competente (ex: ivermectina p/ COVID)
Art.114: anunciar títulos científicos que não possam comprovar e especialidade ou área de atuação p./ a qual não esteja qualificado e registrado no Conselho Regional de Medicina
Art. 115: participar de anúncios de empresas comerciais, qualquer que seja sua natureza, valendo-se de sua profissão (ex: fazer propaganda de Nestle p/ falar de seus benefícios)
Art. 116: apresentar como originais quaisquer ideias, descobertas ou ilustrações que na realidade não o sejam
Art. 117: deixar de incluir, em anúncios profissionais de qualquer ordem, seu nome, seu número no CRM, estado da federação em que está escrito e o registro de qualificação de especialista (RQE) quando anunciar a especialidade
 ANTECEDENTES PESSOAIS 
· Considera-se avaliação do estado de saúde, conhecendo fatores que influenciem no processo saúde-doença
· Os antecedentes pessoais podem ser fisiológicos ou patológicos!!
· Fisiológicos:
· Gestação e nascimento 
- como decorreu a gravidez
- medicações durante a gestação
- condições do parto(normal, cesárea?)
- condições da criança ao nascer/alta com a mãe(a criança é prematura?)
- ordem de nascimento (é o primeiro filho?)
- número de irmãos..
· Desenvolvimento psicomotor/neural 
- dentição (quando apareceu o primeiro dente?)
- engatinhar e andar
- fala
- desenvolvimento físico (altura, peso)
- controle dos esfíncteres (quando conseguiu sair da fralda?)
- aproveitamento escolar
· Desenvolvimento sexual
- puberdade (quando começou?)
- menopausa (quando foi a última menstruação?)
- sexarca (idade da primeira relação sexual)
- orientação sexual (atualmente usam- se siglas como HSM, HSH, MSH, MSM, HSHM, MSHM, indicando quem (H homem ou M mulher) faz sexo (S) com que gênero)
· OBS: gestação e nascimento não são aspectos relevantes em uma consulta com idosos por exemplo
· Esse tipo de questionário deve ser realizado em um ambiente privado, para respeitar a privacidade do paciente!!
· OBS: os questionamentos patológicos devem ser feitos de acordo com a idade do paciente (ex: não se pergunta se crianças de 2 anos possuem demência)
· Patológicos:
· Doenças sofridas pelo paciente 
- na infância: teve sarampo?varicela?caxumba?
- obs: em adultos precisa perguntar sobre TODOS os sistemas - quais doenças você tem? Há quanto tempo?
- se o paciente não tem escrevemos “nega patologias cardíacas” por exemplo
- se o paciente tem escrevemos “portador de hipertensão há 5 ano” por exemplo
MODELO DE ORDEM DE QUESTIONAMENTO
a. doenças infectocontagiosas (tuberculose, meningite, hepatite, IST, covid, gripe)
b. doenças neurológicas (AVE, enxaqueca, epilepsia, demência)
c. doenças psiquiátricas (depressão, TOC, ansiedade)
d. auditivo (otites de repetição, labirintite)
e. ocular (miopia, glaucoma, catarata)
f. nariz/seios paranasais (sinusites de repetição, rinite alérgica)
g. doenças respiratórias (episódios anteriores de pneumonia, asma)
h. doenças cardiovasculares (HAS, dislipidemias, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, arritmias) 
i. aparelho digestório (refluxo, úlcera, pedra na vesícula)
j. doenças gênito urinárias (infecção de trato urinário de repetição, insuficiência renal)
k. doenças endocrinológicas (DM, hipo ou hipertireoidismo)
l. doenças miostioarticulares (artrite reumatóide, atrose, osteoporose)
m. doenças do aparelho hemolinfopoiético (anemias – p/ o paciente entender,perguntar se ele tem alguma doença do sangue)
n. doenças neoplásicas (câncer cerebral, câncer de pulmão, câncer de próstata..)
· Alergias
- alimentares (ovo, leite, camarão)
- medicamentosa (qual medicamento? O que aconteceu quando vc tomou esse remédio?)
- doenças alérgicas (asma, urticária)
- picada de insetos
· Internações (motivo e idade)
· Cirurgias (quais? Idade e motivo)
· Traumatismos (tipo de trauma; quando ocorreu?)
· Transfusões sanguíneas (motivo e quando ocorreu)
· História obstétrica
- gestações (G), partos normais (P), abortos (A), cesáreas (C)
- ex: G2, P0, A0, C2
- em pacientes masculinos se pergunta o número de filhos
· Vacinas (qual vacina? Quando foi aplicada?)
· Medicamentos em uso
- nome do princípio ativo, posologia, quem prescreveu
- pode escrever: paciente faz uso de medicamento para hipertensão, mas não sabe dizer qual
 ANTECEDENTES FAMILIARES
· Estado de saúde de pais, irmãos e filhos (se tiver)
· OBS: todas as doenças que forem perguntadas devem ser negadas ou afirmadas
· Se for casado, estado de saúde do cônjuge (se for doença contagiosa ou relevante)
· Se houve falecimento (de pais por exemplo, perguntar a causa do óbito e a idade!!)
· Questionar sempre sobre: AVC, enxaqueca, DM, HAS, doença arterial coronariana, alergias, câncer, varizes (pq essas doenças tem muita relevância e pode ser de família)
 Aula 05
 		 Anamnese psicossocial
BIBLIOGRAFIA: Semiologia Médica de Celmo Celeno Porto; parte III cap.6	 25.03.2021
 HÁBITOS E ESTILO DE VIDA
· Alimentação
· Avaliar o estado nutricional através de seus hábitosalimentares
· Anamnese alimentar: alimentação quantitativa e qualitativa
- Questionar principalmente sobre o consumo a base de carboidratos, proteínas, gorduras, fibras, bem como água e outros líquidos
- OBS: a pirâmide alimentar varia com a idade, as figuras indicam uma alimentação adequada para um adulto
· Como perguntar: o que você normalmente come de café da manhã? Que horas você acorda? O suco que vc toma é coado? Quanto de suco você costuma tomar? Qual tipo de carne você come? O milho que vc come é no salgadinho, em conserva ou natural?
· Referência: alimentação adequada de acordo com idade, sexo e função desempenhada (ex: alimentação de um médico em consultório e de um pedreiro)
· Discriminar alimentação habitual, especificando o tipo e a quantidade dos alimentos ingeridos
· Recordatório alimentar de 24h: de manhã até a noite 
· Conclusões: alimentação quantitativa e qualitativamente adequadas, reduzida ingestão de fibras, insuficiente ingestão de proteínas sem aumento compensador de carboidratos (ex: veganos que não substituem), déficit calórico global, baixa ingestão de líquidos, consumo de calorias acima das necessidades, alimentação puramente vegetariana, alimentação láctea predominante ou exclusiva..
· Ocupação atual e anterior
· Detalhes sobre natureza do trabalho alimentado (substâncias que o paciente entra em contato, características do ambiente, movimentos repetitivos, grau de ajustamento do trabalho, ambiente esfumaçado, contato com lã/penas/animais/livros velhos..
· Chamamos esses dados de história ocupacional e Medicina do trabalho
· Podemos colocar dados de uma ocupação anterior
· Atividade física
· Questionar sobre a prática de esportes (quantas vezes na semana, qual tipo)
· Relação: IAM (infarto agudo do miocárdio) e sedentarismo, doenças degenerativas da coluna e trabalhos braçais
· Crianças principalmente: importante limitar utilização de tela, estimular atividade física, ir em parques tipo taquaral..
· Conclusões: pessoa sedentária, atividade física moderada, atividade física intensa e constante, atividade física ocasional
· Hábitos 
	Tabagismo
	· tempo de duração, que tipo, com que frequência, há quanto tempo você fuma
· Bebida alcoólica (tempo de duração, natureza, quantidade e frequência)
· Relações: tabagismo dos pais podem afetar desenvolvimento de crianças 
	Bebida alcóolica
	· Binge drinking: 5+ doses em uma ocasião (homem) ou 4+ doses (mulher) - a dose é 350ml de cerveja, 140ml de vinho ou 40ml de destilado POR SEMANA
· Riscos do binge drinking: acidentes de trânsito, gravidez indesejada, comportamento social, IAM, overdose alcoólica..
· Conclusões: uso ocasional de bebida, uso ocasional em grande quantidade, uso frequente em quantidade moderada..
· Questionário em 4 pontos: 2 respostas positivas identificam 75% dos dependentes alcoólicos
a. Necessidade de diminuir o consumo de bebida?
b. Sente-se incomodado por críticas a bebida
c. Sensação de culpa ao beber
d. Necessidade de beber no início da manhã?
	Drogas ilícitas 
	Maconha, cocaína, LSD, anabolizantes ou sedativos (causam dependência e estão relacionados a doenças cardíacas, renais, hepáticas..)
· EX: paciente nega tabagismo mas cônjuge é fumante
 CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS E CULTURAIS
· Habitação 
· Zona rural/urbana
· Casa própria ou alugada
· Material de construção: paredes (tijolo, barro, são pintadas?), chão (piso, terra batida?), telhado (laje, telhas aparentes, plástico?)
· Ruas com asfalto ou terra batida
· Condições sanitárias: é água encanada, bica, poço?
· Relação número de cômodos/habitantes; com quem o paciente dorme?
· Proximidade com aterros sanitários/ribeirões
· Animais na casa: quantos, de que tipo, são vacinados? (leishmaniose..)
· Vivência: desabamentos, enchentes..
· Casas de alto padrão: piscina, jardins, são cuidados com que frequência? (ex: aedes aegypti)
· Condições socioeconômicas
· Situação profissional e tipo de trabalho
· Quantos habitantes trabalham e contribuem com o rendimento familiar?
· Rendimento mensal aproximado: é suficiente?
· Se há dependência econômica (bolsas de escola por ex)
· Todo médico precisa conhecer as possibilidades econômicas de seu paciente (principalmente para aquisição de medicamentos)
· A maior parte de doenças crônicas exige o uso contínuo de um ou + medicamentos: a não adequação do prontuário resulta em abandono do tratamento
· Condições culturais
· Grau de escolaridade (alfabetizado ou não – nível cultural baixo, médio ou elevado)
· Religiosidade (é praticante?)
· Costumes relacionados a raça ou ao grupo social ao qual pertencem
· Vida conjugal e relacionamento familiar
· Relacionamento entre pais, irmãos, filhos, cônjuge..
· Dinâmica familiar e ajustamento familiar (diferentes estruturas familiares)\
· Relacionamento sexual (questionamento difícil, associado ao amadurecimento profissional e sólida formação científica)
EXEMPLOS – HÁBITOS E ESTILO DE VIDA
1. Alimentação: acorda as 7h, toma 1 copo de café com leite e come um pão com manteiga. As 10h, um copo de leite com 3 bolachas maisena. Almoça meio dia, geralmente 2 colheres de arroz, uma concha de feijão, um bife, salada de alface e não come legumes. O lanche da tarde, as 16h, é sempre um copo de leite e um pão com manteiga. Janta as 20h, o mesmo do almoço.
Conclusão: baixa ingesta de legumes
2. Ocupação atual e anterior:
· Do menor, não se aplica
· Pai: sempre foi agricultor (morango) e mãe empregada doméstica, atualmente aposentada
3. Atividade física: paciente ativo (criança) ou se for adulto, perguntar sobre 
Conclusão: sedentário
4. Hábitos: 
· do menor, não se aplica
· pais não bebem; pai fumante
· pais negam uso de drogas como maconha, cocaína e crack
· se o paciente for adulto, descrever tempo de uso, qtde e frequência (obs: perguntar por nome da droga)
 	EXEMPLOS – CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS E CULTURAIS
1. Habitação: mora em zona rural, casa própria, rua de terra. A casa tem água encanada de poço e fossa externa, a coleta de lixo é realizada 2x na semana. Tem luz elétrica e o banheiro é dentro da casa. A casa possui 5 cômodos (2 quartos, sala, cozinha e um banheiro); em um quarto dormem os pais e no outro o paciente (de 9 anos) e seu irmão (d 11 anos). Não há proximidade com ribeirões, mas existe um aterro sanitário próximo. Têm dois cachorros, castrados e vacinados.
2. Condições socioeconômicas: pai agricultor e mãe não trabalha. A renda familiar aproximada é de R$ 1.800, 00 (salário do pai); não recebem bolsa família ou qualquer outra ajuda governamental. Os pais acham a renda familiar suficiente.
· OBS: sempre somar a renda de todos os moradores (e os benefícios , se houver recebimentos) e chegar a um valor numérico aproximado (entre 2 e 3 salários mínimos; +- 2mil reais etc)
3. Condições culturais: 
· Se o paciente for menor, ex: 3ª série (anotar o nível cultural dos pais)
· Se o paciente for adulto só a escolaridade dele
· Perguntar sobre a religião e hábitos (ex: católico praticante, frequenta igreja semanalmente)
4. Vida conjugal e familiar: vivência harmoniosa do paciente com seus pais; refere brigar muito com o irmão mais velho (11 anos)
 Aula 06
 Modelo psicodinâmico da personalidade
BIBLIOGRAFIA: Semiologia Médica de Celmo Celeno Porto; parte III cap.6	 22.04.2021
 AS INSTÂNCIAS DA PERSONALIDADE
· No final do sec. XIX, os quadros de epilepsia eram muito comuns e foi a partir de casos dessa doença que Freud percebeu a presença do inconsciente
· Alguns pacientes tinham convulsões diferentes (caem no fogo e se queimam, outros sabiam que iam ter convulsões e sentam antes, outros nem perdem a consciência)
· Freud buscou um médico francês para estudar melhor esse processo de consciência/inconsciência – esse médico era Charcot que hipnotizava pacientes(ex: paraplégicos (que não tinham causa específica do pq ficaram paraplégicos) quando hipnotizados conseguiam andar, mas no normal não)
· Teoria de Freud: quando nascemos já temos as 2 (consciente e inconsciente) e desenvolvemosinstâncias da personalidade baseados nesses 2:
· Id totalmente inconsciente: é o primeiro a se formar (ex: bebê na fase oral não tem consciência do que é esperar ou do porquê não está sendo atendido, então chora e fica impulsivo)
· Ego parte consciente e parte inconsciente: resultante da briga entre ide (satisfação dos desejos) e superego (percepção de ética) – é a sua “personalidade”
· Superego parte consciente e parte inconsciente: se forma com todas as censuras que recebemos (código moral/ético) 
· Obs: ego e superego se formam juntos
· Na vida toda temos as 3 instâncias, mas não temos acesso ao ide
· É importante ter o equilíbrio entre as 3 instâncias
· id grande e superego pequeno é uma pessoa impaciente, impulsiva, egoísta e que não aceita receber não (existem pessoas agressivas e outras não) 
psicopatas não tem superego, só id e ego (o ego faz ele manipular e planejar meios de satisfazer o id, mas ele não tem consciência de ética/moral porque o superego não se forma)
obs: o bebê também não tem um superego formado, mas não atua como um psicopata porque ainda está aprendendo as percepções e não tem força também
· superego grande e id pequeno é uma pessoa menos valia, autoestima baixa, insegura (pais muito exigentes e intolerantes podem promover esse tipo de situação)
 RETORNO DO RECALQUE
· seleção de informações para o inconsciente; manter algo no inconsciente (esconder o acesso a uma informação para não causar angústias – ex: a triangulação da fase fálica)
· podemos modular o equilíbrio e o recalque na vida adulta também – quanto menos medo tivermos do id, mais acesso e controle temos sobre ele (ex: sabemos que o id é assim, que ele é impulsivo até conseguir seus desejos por mais absurdos que sejam – p/ conhecer melhor o id: escrever sonhos)
· teoria do iceberg: a ponta é o ego, a água é o superego (uma barreira) e o fundo do iceberg é o id
· investimento: id investindo no ego 
· contra investimento: resistência do superego aos investimentos do id
EXEMPLOS
· crianças, mesmo que já tenham o superego, podem morder amigos para conseguir algo mas a mesma pessoa não vai fazer isso quando adulto 
· o superego da criança que morde é menor do que o superego da criança que não morde
· tem mais relação com o equilíbrio das 3 instâncias em pessoas diferentes – leitura psíquica de cada um (cada pessoa tem um tanto de cada e isso varia com situações, fases da vida..)
· em um velório você fala “parabéns” ao invés de “meus pêsames” 
· não é atoa que acontece esses erros (mesma coisa de trocar o nome de pessoas, fazer piadas com peso “como vc engordou né?”), é algo inconsciente que conseguiu mais força do que o superego
· extra: psicopatologia da vida cotidiana (volume 4 dos livros de Freud)
· sonhos: o que sonhamos é sempre inconsciente/ um desejo do id
· se o sonho vier com um material recalcado ficamos angustiados
· dividido em latente e manifesto: latente (não sabemos como contar) x manifesto (o que lembramos e sabemos como contar)
· pode ser um exemplo de retorno do recalque porque os sonhos são sempre id
· relacionamentos abusivos sempre, como um ciclo
· é ruim mas é a satisfação de um desejo
· preferimos ficar no conhecido e ruim do que desconhecido
· pode ocorrer também a transferência, que é a projeções de situações antigas em novas situações
 Aula 07
 Benefícios 1º e 2º das doenças e transferências
BIBLIOGRAFIA: Semiologia Médica de Celmo Celeno Porto; parte III cap.6	 29.04.2021
 BENEFÍCIOS 1º e 2º 
· também chamados de ganhos (ao invés de benefícios)
· reação patológica do aparelho psíquico
· benefícios primários:
· sempre inconscientes (a pessoa não tem noção) e pode causar a doença
· ex: pessoas ansiosas (TAG transtorno de ansiedade generalizada) são perfeccionistas e rígidas com elas próprias, se ocupam com muitas tarefas e sempre se queixa disso, mas quando o outro tenta dividir o trabalho ela não delega a função (cobra o outro com a mesma rigidez com que ela se cobra) porque teme a angústia (que aparece quando está relaxado)
· o benefício é o prazer do id em se sentir produtivo/poderoso (se acha infalível)
· benefícios secundários:
· consciente: a pessoa não causa a própria doença e tem consciência de que a doença está trazendo um benefício (ex: crianças doentes conseguem mais tempo com a mãe e podem faltar da escola)
· inconsciente: a pessoa não causa a própria a doença e tem consciência do mal estar, mas inconscientemente tem uma sensação de prazer do id 
- ex: homens sexualmente impotentes e com infecção urinária ficam felizes de pensar que a impotência sexual pode ser devido as infecções urinárias
- pessoas com crises de pânico podem ter pavor de uma nova crise, e recebem maior atenção de uma pessoa próxima como forma de apoio (um ganho)
- pensando assim diminui um pouco a angústia e inconscientemente essas pessoas tentam continuar com a doença por causa do benefício (tomar antibiótico errado por ex)
 TRANSFERÊNCIAS E CONTRA TRANSFERÊNCIAS
· também chamado de projeções e contra projeções (obs: diferente do mecanismo de defesa chamado de projeção)
· transferência: relações de desigualdade (ex: médico e paciente)
· sentimentos em função dessa relação (ex: o paciente se comportando para com o médico)
· OBS: em relações de igualdade (ex: colegas de classe) não se usa o termo transferência
· transferência negativa: pacientes mal educados com o médico em uma primeira consulta (isso pode indicar problemas anteriores (um médico da infância que fez mal a ele ou outra coisa)) – quando isso acontece é porque a figura do médico p/ ele indica uma autoridade negativa
· transferência positiva: REVER
· contra transferência: resposta à transferência
· ex: recebemos um paciente mal educado e o respondemos mais grosseiros ainda (isso é uma contratransferência negativa)
· se a transferência era do paciente p/ o médico, a contratransferência é o sentimento do médico para com o paciente
 Aula 08
 			 Mecanismos de defesa
BIBLIOGRAFIA: Semiologia Médica de Celmo Celeno Porto; parte III cap.6	 06.05.2021
 CONCEITOS GERAIS
· são comportamentos que diminuem tensões e angústias (as tensões podem ser desejos)
· alguns desejos, se forem satisfeitos, trazem grandes angústias (ex: após brigar com a irmã desejamos que ela suma mas se ela sumir a angústia seria maior ainda)
· estão no ego, mas são inconscientes (desejos do id)
· vários deles são normais e necessários, mas outros são patológicos – ainda podem ser normais que se tornaram patológicos (a persistência os deixou patológicos)
· sonhos são completamente id 
· no caso de pesadelos, ainda é um desejo do id (ex: sonhar que uma pessoa é assaltada – o assalto não é um desejo mas tem algo por trás desse assalto que atenderia o id)
 EXEMPLOS:
· recalque
· pulsão (desejo) - o recalque é um mecanismo de defesa essencial (constitutivo do inconsciente) porque controla os desejos do id (ex: triangulação da fase fálica)
· pode ser patológico se a barreira do superego não estiver sendo suficiente – ex: o pai é alcoólatra e ela se apaixona por um dependente químico, e não consegue terminar mesmo sabendo que isso a afeta porque é por isso que ela se atrai
· OBS: se a barreira for ineficiente não indica que SEMPRE será patológico (as vezes o id precisa ser satisfeito)
· a triangulação tem reflexos em relacionamentos amorosos (nos baseamos no exemplo deles para saber o que buscamos em uma relação amorosa – mas não podemos nunca buscar exatamente todas as características do pai (por ex) porque isso indica problemas)
· regressão
· é o retorno das fases do desenvolvimento (ex: regredi a fase oral então me comporto nas características dessa fase, mas não do mesmo modo de quando eu era criança)
· pode ser patológico se persistir, mas normalmente é essencial 
· toda doença recorre a regressão porque o id recusa estar errado/falível - nos traz de volta uma crença/uma força para lidar comaquela doença, diminuindo a tensão interna (ex: na fase oral quando criança sabemos que tem alguém para cuidar de nós, alguém “mais forte”)
· ex: paciente doente que não regride (após um acidente o paciente fraturou as pernas e os braços e precisa de alguém que alimente ele, dê banho etc – se não regride não permite esses cuidados)
· ex: regressão 100% patológica (mulher descobre que o marido a traía e continuou com ele)
- apesar de perdoar ela desenvolveu um ciúme exagerado, seguia ele etc
- o id do marido se encheu e em um impulso atirou nela
- após o atendimento médico passou a regredir para a fase oral, exigindo necessidades básicas– o id sabe dos benefícios disso e se aproveita (até porque impede que o marido brigue com ela nessas condições)
· o exemplo acima é 100% inconsciente mas não necessariamente é totalmente inconsciente, por exemplo se uma pessoa finge estar doente (é consciente e inconsciente)
· reversão através do oposto
· a satisfação do desejo é tão desesperadora que faz o oposto (sempre patológico)
· ex: sádico e masoquista se complementam, mas não consideram isso uma patologia (a não ser que o masoquista seja muito machucado) – nesse caso a satisfação do masoquista é desesperadora, e passa a se comportar da forma oposta
· deslocamento
· a pessoa tem uma angústia intensa que o aparelho psíquico que não consegue lidar, então desloca essa angústia para um objeto/ um ser de menor valor por ex
· o transtorno gira em torno do objeto fóbico de barata por exemplo (na tentativa de matar uma barata e exterminar a agonia de ter uma barata presente a mulher pegou o filho com muita força (para tirá-lo de perto da barata) que deslocou seu braço)
· o fóbico é o maior conhecedor do objeto fóbico
· obs: é mais fácil desviar o maior medo para o objeto do que lidar com esse medo (ex: nesse caso o maior medo da mulher é perder toda a família na guerra (em um ambiente sujo cheio de baratas) como sua mãe – é mais fácil odiar barata do que lidar com esse medo)
· a barata traz um prazer que é não lidar com o medo
· obs: nossos medos são aprendidos
· isolamento 
· isolamento é tirar o conteúdo afetivo desse pensamento 
· é sempre patológico e inconsciente (a dor fica tão insuportável que o aparelho psíquico nos deixa insensíveis diante dessa situação, porque estar sensível é doloroso)
· a racionalização é um conjunto de isolamentos (não demonstra sentimento nenhum em relação a nada)
· o superego é muito mais forte que o id (o id está vivenciando a dor e o superego resolve o problema do id) – na racionalização o superego reconhece que a pessoa não consegue lidar
· anulação retroativa
· ocorre em pessoas que tem TOC
· totalmente consciente, nos forçamos a pensar algo oposto ao pensamento obsessivo
· ex: acabamos de desligar o celular e estamos pensando “deveria ter atendido porque era uma notícia ruim”, o mecanismo de defesa pensa algo oposto
· formação reativa
· fobia social: acha que o outro está avaliando de forma negativa
· não consegue apresentar trabalhos, dirigir etc – trava ao se expor 
· vai de encontro ao próprio medo (ex: dar aula é se expor muito mas é o que eu quero)
· negação
· ex: dependente químico que minimiza ou nega o problema
· quando fica dias sem beber e tem sintomas de abstinência de álcool se nega a acreditar que é por causa da bebida
· projeção
· projetamos no outro algo que é da minha responsabilidade p/ diminuir a angústia
· ex: acho que a professora me deu nota baixa porque não gosta de mim, a culpa é dela e não minha por não ter estudado
· clivagem
· sempre patológico
· não consigo ver a pessoa como um todo porque o todo me angustia
· ex: filho de um alcoólatra divide o pai em lado bom e lado ruim, então pensa que o pai é o lado bom, mas quando bebe fica insuportável (a culpa mudou a personalidade do pai, e não o próprio pai)
· sublimação
· impulso inconsciente que é sublimado para algo socialmente valorizado (ex: desviei meu momento de lazer para os meus estudos)
· se não sente falta ou não causa danos ao paciente não tratamos como patologia
· ex: pessoa agressiva que esconde (finge não ser agressiva) normalmente, mas se torna cirurgião de tórax e vê a cirurgia como uma forma de causar dano (apesar de o objetivo na cirurgia seja recuperar outro dano – a doença)
· idealização
· é o resultado de uma clivagem, pode ser bom ou ruim
· não reconhece que fez a clivagem e não reconhece o objeto ruim
· reconhece o objeto bom com características boas exageradamente boas 
· ex: paciente que idealiza o médico porque o medo de enfrentar a doença é muito grande (é patológico quando acreditamos na idealização do paciente)
 Aula 09
 Anamnese pediátrica e consulta do adolescente
BIBLIOGRAFIA: Semiologia Médica de Celmo Celeno Porto; parte III cap.6	 13.05.2021
 ANAMNESE PEDIÁTRICA
· a pediatria é uma assistência global em um período da vida em desenvolvimento
· períodos (infância é o período recém nascido até o escolar)
· recém-nascido: 0-28 dias
· lactente: 29 dias a 2 anos
· pré escolar: 2 aos 7 anos
· escolar: 7 a 10 anos
· adolescente: 11 a 19 anos (flexibilidade, depende da pessoa)
· identificação
· idem anamnese do adulto, com algumas complementações
· idade: horas, dias, meses ou anos (colocar em anos e meses)
· grau de escolaridade (colocar apenas o ano de estudo – fundamental, médio.. e detalhamento na anamnese psicossocial que horário frequenta a escola etc)
· profissão e/ou idade dos pais
· endereço eletrônico dos pais e/ou endereços físicos (guarda compartilhada)
· filiação (pai e mãe)
· informante ou responsável
· religião sempre a mesma dos pais (mesmo que ela ainda não tenha uma)
· queixa e duração
· é informada pelo responsável e depende da nossa capacidade de observação e percepção
· mesmo se percebemos que seja outra coisa anotamos do jeito que o informante falou
· perguntar: teve gemência? Choro? Dor? 
· Antecedentes pessoais fisiológicos (parte + diferente em comparação com o adulto)
· Divididos em 3 momentos: pre natal, natal e pós natal
· Duração da gestação: pré natal (duração da gestação), pré termo (menos de 37 semanas), termo (37 a 42 semanas), pós termo (acima de 42 semanas)
· Pré natal: intercorrências (HAS, diabetes gestacional, infecção do trato urinário..), vacinas que a gestante tomou durante a gravidez (gripe, covid, dupla adulto, hepatite B), exames laboratoriais que a mãe tenha feito (toxoplasmose, hepatite B, rubéola etc), exames 
radiológicos ( quando vc fez ultrassom? Deu normal?), medicações que a mãe tomou (antimicrobianos, vitaminas.. em que período gestacional?)
· Se teve algo é bom colocar em que período da gravidez em semanas, meses ou trimestres
· Natal: tipo de parto (peso, comprimento, perímetro cefálico), atermo/termo ou pos termo, intercorrência no parto (sangramento, risco infeccioso etc), apgar (acima de 7 é bom), relatório de alta hospitalar, exames no momento do nascimento, grupo sanguíneo, medicações durante o nascimenro/hemoderivados (transfusões)
· Pós natal: exames, testes de triagem neonatal (pezinho, coraçãozinho, orelhinha...), desenvolvimento neuropsicomotor*, medicamentos e vacinas (que medicamento? Qual a dosagem? Quem prescreveu?) – só perguntar vacinas obrigatórias do SUS (PMI)
· OBS: ESSAS INFORMAÇÕES TEM NOS CARTÕES DE PRÉ NATAL E NO CARTÃO DE NASCIMENTO!!
*quando a criança começou a andar? Segurar a cabeça?
Já sabe cores? Reconhece animais? Já fala? Fala letras, sílabas ou palavras?
Atividade escolar: brinca? Já escreve? Tem amigos?
Quando foi o desfralde? E os primeiros dentes? Teve algum problema na queda do coto umbilical? Quando caiu?
OBS: PERGUNTAS MUITO ESPECÍFICAS NÃO SÃO NECESSÁRIAS DE ACORDO COM A FAIXA ETÁRIA!!
· Antecedentes pessoais patológicos
· Doenças ou infecções congênitas, cromossomopatias (ex: infecções comuns TORCHSZ (toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, herpres, sífilis, zika vírus e hiv))
· Seguimos o sentido crânio caudal!
SN: meningite, encefalite
DP (doenças psiquiátricas): depressão, TOC, pânico – em criançasd 1 mês não se aplica
OONG (otorrino): otite, conjuntivite, resfriado, lábio leporino
SR: Pneumonia, bronquiolite
SCV: cardiopatias congênitas
SD (digestório): diarreia, refluxo, enterocolite
SE: DM, síndrome metabólica
SLH: anemia, icterícia
SU: ITU, RVU
Doenças infectocontagiosas: varicela, covid, pele e anexos, dermatite atópica ou de contato
NEGAR 2 DOENÇAS EM CADA UM!! 
· Hábitos e estilo de vida
· Alimentação: leite materno exclusivo em livre demanda? Tem hora específica para mamar? Qual comida já come? Quanto? Que horas mais ou menos? Qual é o conteúdo da mamadeira?
· Ocupação (pais):
· Atividade física
· Hábitos (pais): tabagismo, etilismo, alcoolismo
· Condições socioeconômicas culturais
· Habitação (animais na habitação? A criança tem muito contato? O animal tem vacinas como raiva, V8 ou V10? Tem comorbidades?
· Socioeconômica (pais)
· Culturais (criança e pais): se a criança tiver em idade escolar anotamos relação com os amigos, dificuldades ao falar ou no aprendizado
· Familiar: dorme com os pais? Dorme sozinho?
· Lactente: constituição de laços afetivos com a família, ajuste da família ao bebe, envolvimento dos pais nos cuidados da criança, inserção do trabalho na rotina familiar
· Pré escolar e escolar: padrão de sono, atividades de lazer e culturais, uso de tecnologias (quanto tempo? Ela entra em sites sozinhas?)
· a partir de 3 anos o médico deve estabelecer um diálogo com a criança (você gosta de comer verduras? E doces?
 ANAMNESE DO ADOLESCENTE
· Adolescência é o período de transição entre a inf6ancia e a vida adulta
· ECA: 12 a 18 anos
· OMS: 12 a 20 anos incompletos
· Puberdade não é sinônimo de adolescência!!
· UNICEF divide em 2 períodos a partir da classificação da OMS: fase inicial (10 a 14 anos0 e fase final (15 a 19 anos)
· Hebiatria: especialização da pediatria
· Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento físico
· Atua como pediatria em casos de doenças, mas tem conhecimento de alterações hormonais, urológicas, ginecológicas, dermatológicas, ortopédicas e psicológicas
· Relação triádica mas não conjunta
· Primeiro momento: médico, adolescente e família
· Anamnese: antecedentes pessoais fisiológicos e patológicos, antecedentes familiares, imunizações, alimentação, QD e HMA
· Segundo momento; médico e paciente
· Hábitos pessoais, vida escolar, relacionamento familiar, relações sociais, violência
· Repetir QP e HMA 
· Exame físico (assegurar privacidade e confidencialidade com a presença de outro profissional no recinto)
· O sigilo médico será quebrado com o conhecimento e consentimento do adolescente quando for absolutamente necessário (gravidez, uso de drogas, não adesão a tratamentos, necessidade de realização de procedimentos) ou houver riscos de vida p/ si ou para terceiros (ex: suicídio)
· Terceiro momento: médico, adolescente e família
· O adolescente não responde legalmente por si, exames complementares, medicamentos
· A família pode solicitar um tempo sozinho com o médico (deixar claro que o sigilo não será quebrado a não ser que seja fundamental p/ o tratamento)
 Aula 10
 			 Anamnese do idoso
BIBLIOGRAFIA: Semiologia Médica de Celmo Celeno Porto; parte III cap.6	 20.05.2021
 ANAMNESE DO IDOSO
· Envelhecimento: processo dinâmico e progressivo, com modificações bioquímicas, morfológicas, funcionais e psicológicas, reduzindo a capacidade de adaptação ao meio ambiente, tornando o paciente idoso uma pessoa com maior vulnerabilidade 
· Envelhecimento populacional (aumento da população idosa na sociedade) por meio da redução da mortalidade prematura por doenças agudas e crônicas e diminuição da taxa de natalidade
· Processo de envelhecimento depende da passagem do tempo, estilo de vida e fatores socioculturais 9é impossível estabelecer o momento exato que um indivíduo se torna idoso)
· Classificação da ONU e OMS
· Idosos em países de renda média/baixa: 60 anos ou +
· Idosos em países com renda alta: 65 anos ou +
· Muito idosos: a partir de 80
· Princípios básicos
· Deve ser tratado como capaz e dono de suas vontades e deve ser tratado de senhor/senhora (se o paciente pedir para ser chamado de você pode deixar de usar o termo senhor/senhora)
· Sintomas apresentados podem ter relação com várias doenças
· Perguntas devem ser dirigidas ao paciente, mas caso não consiga/saiba responder podemos perguntar ao acompanhante (familiar ou cuidador)
· Linguagem simples, sem termos técnicos
· Identificação
· Idem identificação do paciente adulto
· Grau de confiabilidade 
· Endereço completo/acrescentar o contato de um familiar (ex: Pedro (filho) – 19 9**** ****)
· Estado civil (muito importante) – colocar só viúvo, não viúvo há 6 anos
· Religião (muito importante também pq as vezes tem atividades dentro da igreja etc)
· Plano de saúde (muito importante pq demanda + exames complementares)
· Confiabilidade pode ser um item da identificação mas não é obrigatório (é uma observação ex: confiabilidade baixa (pedir p/ vir acompanhante na prox consulta))
· Queixa principal e duração
· Perguntar o que + incomoda ele (porque são portadores de muitas queixas)
· Queixa do paciente x queixa do familiar (definir o que está incomodando mais, sem desvalorizar nenhuma das 2 queixas)
· Alucinações, agitação psicomotora, rebaixamento do nível de consciência, sonolência e inapetência podem ser efeitos de uma infecção ou efeito adverso de medicamento nos idosos!!
· Antecedentes pessoais
· Fisiológicos (+ importante é a menopausa)
· Patológicos (itens de maior relevância: internações por motivos de doença, cirurgias, vacinação, medicações de uso contínuo)
· OBS: pedir p/ trazer a caixa dos remédios que toma frequentemente (anotar princípio ativo, dosagem, quem prescreveu) e insistir no questionamento de auto medicação; perguntar se recentemente ele está tomando algum remédio diferente
· OBS: colocar tipo 2 cesáreas, uma com 30 uma com 35anos, histerectomia com 50anos
· Vacinas obrigatórias: tétano, hepatite, pneumonia, gripe todo ano, COVID
· Antecedentes familiares
· Idem adulto
· Ênfase: neoplasias, doenças cardio, DM, doenças demeniciais
· N* de filhos e se ocorreu óbito
· Anamnese psicossocial
· Hábitos/estilo de vida
· Alimentação (obs: não come carne nunca pq não tem dente – recomendamos cortar em pedaços menores, passar por um dentista etc)
· Hábitos pessoais: tabagismo, alcoolismo, drogas ilícitas, exposição a fatores de risco (como sexo desprotegido) 
· Atividade física
· Ocupação atual e anterior (as vezes está deprimido porque pararam de trabalhar)
· Condições socioeconômicas e culturais: habitação (reside sozinho, existência de escadas, barras de apoio, boa iluminação etc), condição socioeconômica (planejamento terapêutico)
· Condições de escolaridade/cultural: vida religiosa, costumes (grupos de 3ª idade, viagens)
· Ajustamento/dinâmica familiar: relacionamento entre os moradores da residência
 Aula 11
 			 Anamnese psiquiátrica
BIBLIOGRAFIA: Semiologia Médica de Celmo Celeno Porto; parte III cap.6	 27.05.2021
 ANAMNESE PSIQUIÁTRICA
· Fenomenologia: tentar afastar o julgamento do médico durante a anamnese 
· Ex: paciente diz estar deprimida mas está bem cuidada, maquiada, de unhas feitas etc 
· Diante dessa paciente pensamos que ela está bem, mas devemos desconsiderar esse julgamento porque não conhecemos a paciente ainda
· Tipos de entrevista
· Diretiva: o médico faz perguntas voltadas para a anamnese (anamnese psico, QD, HMA..)
· Não diretiva: ?
· OBS: pacientes (idosos principalmente) se prolongam muito quando uma pergunta é feita pelo médico, então interrompemos o paciente p/ não perder o raciocínio clínico (vamos continuar e daqui a pouco o senhor continua a sua história? Vai ser muito importante p/ um próximo item)
· Identificação
· Nome
· Nome social (em caso de transgêneros) 
· Idade
· Data de nascimento
· Filiação
· Sexo
· Profissão
· Local de trabalho
· Procedência
· Endereço
· Naturalidade
· Nacionalidade
· Raça· Estado civil
· Religião
· Plano de saúde
· Informante 
· OBS: informante e nome social são itens “não obrigatórios”, se o paciente não possuir não colocamos esses itens!!
· Se o paciente não tem informante e não se lembra de um item colocar não se lembra!!
· Queixa e Duração
· Ex: paciente diz que veio ao PS por causa da hipertensão e dor na nuca há 3 meses (o senhor tem isso há 3 meses mas pq veio aqui hoje e agora? Essa dor ela some e volta? Quando foi a ultima vez que ela voltou?)
· OBS: não colocar diagnósticos na QD (ex: substituir infarto por “coração acelerado”, se a paciente fala que está com depressão perguntar o que é depressão pra ela)
· A maioria das doenças psiquiátricas vão se instalando (durações longas como 8 meses) mas tem agravamento (ex: há um mês piorou)
· Ex: QD em tentativas de suicídio que não sabemos a duração não colocamos a duração
· Antecedentes pessoais fisiológicos
· Idem adulto
· Menarca, sexarca, menopausa, início da puberdade..
· Desenvolvimento psicomotor e neural é muito importante na psiquiatria: nasceu doente e precisou ficar internado? Demorou pra largar chupeta e fralda? Demorou para falar? Na escola teve dificuldades no aprendizado? 
· Antecedentes pessoais patológicos
· Idem adulto
· Obs: muitas doenças fora da neuro podem levar a problemas psiquiátricos (endócrino, DSTs)
· Medicamentos de uso contínuo: como toma? qual remédio? Qual dosagem? Quem prescreveu? Há quanto tempo você toma? 
· Antecedentes familiares
· Parentes + próximos, cônjuge, filhos
· Perguntar DM, HAS, COVID, enxaqueca, AVC
· Perguntar sobre doenças psiquiátricas no geral (alguém na sua família tem problema de nervoso? E de esquecimento? alguma doença psiquiátrica de ansiedade, depressão, fica ouvindo vozes?)
· Anamnese psicossocial
· Alimentação idem adulto (recordatório alimentar importante) – alterações no apetite podem indicar problemas psíquicos (ex: anorexia)
· Hábitos e estilo de vida: uso de álcool e drogas e outros itens idem adulto
· Ocupação (ex: pessoas com borderline ou transtorno de personalidade iniciam várias atividades mas não levam nenhuma adiante)
· Condições socioeconômicas e culturais idem adulto (por que não mora junto da família? É devido aos hábitos? Como são as condições da habitação?)
· Outros itens idem adulto

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