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RESENHA: FORMAS PRIMITIVAS DE CLASSIFICAÇÃO - MARCEL MAUSS, ÉMILE DURKHEIM

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RESENHA CRITICA: ALGUMAS FORMAS PRIMITIVAS DE CLASSIFICAÇÃO 
 A obra escrita por Émile Durkheim em 1903 junto com seu sobrinho Marcel Mauss, descreve as maneiras de classificação de tribos Australianas – assim chamadas em toda a obra, porem, aqui usarei mais o termo sociedades do que tribos – o artigo junta muito do pensamento de Durkheim e de seu sobrinho Mauss, tendo a abordagem teórica sociológica, mas a reflexão antropológica. 
Por mais que a palavra ‘’sociologia’’ seja atribuída a uma criação de Comte, a sociologia na frança ganha de fato força com trabalho e obra original de Durkheim. Mauss diferente do tio não se via como sociólogo, se via como cientista social, para discutir temas da humanidade como todo, o que hoje chamaríamos de antropologia. 
 No artigo é analisado o modo de classificação totêmica de sociedades da Austrália, para ter uma grande compreensão de outras formas de costume. Cada sociedade esta dividida em duas secções fundamentais que é chamado de fratrias, cada fratria contem um certo numero de clãs, cada clã possui seu totem representado por algo da natureza, como lagarto, ar, água, flores, etc. Todos do clã acreditam ser ‘’representantes’’ do elemento ou animal que esta presente no totem, sendo assim uma fratria de totem da água acredita que o ar existe por conta da fratria do totem de ar, assim vice e versa. O casamento entre os clãs são feitos de um totem para outro, assim q são formadas as relações de parentesco entre os totens que podem acabar virando um único totem, e tendo assim subdivisões de totem. Há de vir da determinada sociedade totêmica segurar o costume do totem principal por lembranças de seus antepassados, mas ao longo de tempos subtotens acabam virando totens e o novo simbolo de determinado clã, por acabarem no esquecimento de seus antepassados, tendo assim uma restruturação de determinado clã. 
 Um dos principais eixos para o entendimento do artigo é levar em consideração as representações sociais e a consciência coletiva, mesmo de maneira não totalmente explicita Durkheim junto com Mauss demonstra que a convivência em sociedade acontece sempre de maneiras naturais e que independente da sociedade sempre existe um poder coercitivo:
 “[...] se o totemismo é, de um lado, o agrupamento dos homens em clãs de acordo com os objetos naturais (espécies totêmicas associadas), é também, inversamente, um agrupamento dos objetos naturais segundo os agrupamentos sociais”.
 E na coerção ocorre a ligação de uma sociedade de costumes completamente diferente com a nossa sociedade. O artigo não há uma preocupação explicita com poder como já dito aqui, nem mesmo com ideologia, mas sim na representações sociais e consciência coletiva, que eram conceitos usados na escola de sociologia da França, mas a coercitividade presente no método de Durkheim sempre estará presente em relações humanas, ou seja, todas as relações humanas são coercitivas, seja por meio de leis que nos obriga a determinada conduta ou seja por meio de costumes e tradições ou formas de religiões como presente nas sociedades australianas no artigo. Toda e qualquer relação social é também uma relação de poder por conta da coerção.