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Raphaela Faria Medicina XXIX ASPECTOS DA TRIAGEM DO RECÉM NASCIDO INTRODUÇÃO PNAISC está estruturada em princípios, diretrizes e eixos estratégicos. Tem como objetivo promover e proteger a saúde da criança e o aleitamento materno, mediante atenção e cuidados integrais e integrados, da gestação aos nove anos de vida, com especial atenção à primeira infância e às populações de maior vulnerabilidade, visando à redução da morbimortalidade e um ambiente facilitador à vida com condições dignas de existência e pleno desenvolvimento. TRIAGEM NEONATAL PROGRAMA NACIOANL DE TRIAGEM NEONATAL -PNTN Direcionado principalmente para o teste do pézinho - mod. biológica Rastreamento populacional Identificação distúrbios/doenças RN Tempo oportuno : intervenção adequada Modalidades: Biológica Auditiva Ocular Cardiopatias congênitas críticas Avaliação do frênulo lingual Avaliação displasia evolutiva do quadril Avaliação criptorquidia Raphaela Faria Medicina XXIX BIOLÓGICA PORTARIA GM/MS número 2.929: 14 de dezembro de 2012 Doeças: PNTN Fenilcetonúria Hipotireoidismo congênito Doença falciforme + outras hemoglobinopatias Fibrose cística Hiperplasia adrenal congênita Deficiencia de biotinidase Alteração da LEGISLAÇÃO MINEIRA NORMA: Lei 23561, de 13/01/2020 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA NORMA: LEI 14.154, DE 26/05/2021 Implementação primeira etapa: Ampliação: testagem doenças relacionadas excesso fenilalanina; patologias relacionadas à hemoglobina (hemoglobinopatias); toxoplasmose congênita Implementação segunda etapa: Galactosemia; aminoacidopatias; distúrbios do ciclo da uréia e distúrbios da beta oxidação dos ácidos graxos (deficiência para transformar certos tipos de gorduras em energia) Terceira etapa: doenças lisossômicas (afetam funcionamento celular) Quarta etapa: imunodeficiências primárias (problemas genéticos sistema imunológico) Quinta etapa: atrofia muscular espinhal (degeneração e perda de neurônios da medula da espinha e do tronco cerebral, resultando em fraqueza muscular progressiva e atrofia) A lei também prevê que, durante os atendimentos de pré-natal e de trabalho de parto, os profissionais de Raphaela Faria Medicina XXIX saúde devem informar à gestante e aos acompanhantes sobre a importância do teste do pezinho e sobre eventuais diferenças existentes entre as modalidades oferecidas no SUS e na rede privada de saúde. As vezes não há a ideia correta do quanto o teste do pézinho pode interferir na qualidade de vida do recém nascido. É imprescindicel orientar às mamães sobre a triagem adequada. TÉCNICA DA COLETA TESTE DO PÉZINHO Data: primeira amostra entre o 3º e o 5º dia Lavagem das mãos (higienização adequada) Luvas adequadas para o procedimento Posição: calcanhar abaixo do nível do coração (facilitar coleta de sangue) Assepsia calcanhar: algodão ou gaze esterilizada + álcool 70% Massagem: ativação da circulação Aguardar secagem completa do álcool Punção: Local adequado: uma das laterais da região plantar do calcanhar, local com pouca possibilidade de atingir o osso Aguardar formação gota grande de sangue Retirar primeira gota de algodão seco/gaze esterilizada Raphaela Faria Medicina XXIX FENILCETONÚRIA PKU: erro inato metabolismo Herança autossômica recessiva 1 : 21.000 RN em Minas Gerais Defeito metabólico: ↓ enzima Fenilalanina Hidroxilase Acúmulo do aminoácido Fenilalanina (FAL) no sangue Aumento: Fenilalanina e excreção urinária Ácido Fenilpirúvico A importância do diagnóstico precoce Teste de triagem: dosagem da quantidade fenilalanina do sangue do recém nascido Quando a dosagem for maior ou igual a 240 mcmol/L, o exame é considerado como suspeito para fenilcetonúria. Tratamento: Dieta especial com restrição da ingestao de proteinas naturais e uso de substituto proteico (mistura de aminoácidos). O tratamento deve ser mantido por toda vida. HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO Emergência pediátrica (1: 3.000 a 4.000) Incapacidade da glandula tireoide do Rn em produzir quantidades adequadas de hormonio tireoidiano Elevação TSH (defeitos primários) Triagem: dosagem TSH Diagnóstico: Dosagem de TSH 1. < 10 mUI/L: NORMAL; 2. 10 a 20 UI/L: NOVA AMOSTRA Resultado da segunda amostra: > 10 consulta urgente; < 10 mUI/L normal 3. > 20 mUI/L – CONSULTA URGENTE Confirmação diagnóstica: São realizadas dosagens de TSH e T4 livre, para confirmação diagnóstica e acompanhamento da doença. Exames séricos confirmatórios (valores de referência) TSH-VR= 0,3 – 5,6 microUI/mL; T4 livre-VR= 0,54-1,24 ng/dL. Raphaela Faria Medicina XXIX DOENÇA FALCIFORME Afecção genética com padrão de herança autossômico recessivo (1:3.000) Defeito estrutura da cadeia beta da hemoglobina Métodos: cromatografia líquida de alta resolução (HPLC) e a eletroforese por focalização isoelétrica (IEF) Confirmação Minas Gerais: métodos genéticos HEMOGLOBINOPATIAS Talassemias: mutações com desequilíbrio conteúdo quantitativo cadeias polipeptídicas Hemoglobinas variantes: mutações genes estruturais → formação moléculas hemoglobinas com características bioquímicas diferentes das hemoglobinas normais FIBROSE CÍSTICA Mucoviscidose ou doença do beijo salgado Doença hereditária grave: herança autossomica recessiva (1:10.000) Gene: CTFR (transporte membrana cloro e sódio) Diagnóstico Triagem neonatal: dosagem da tripsina imunorreativa (TIR) no sangue do recém-nascido. Resultado alterado: 1º amostra > 70 ng/ml. Solicitar 2º amostra. Resultado de 2º amostra alterado e/ou coleta com mais de 45 dias de vida: solicitar o teste do suor. Teste do suor (padrão ouro): confirmação da doença Resultado >60mEq/l. HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA Conjunto de síndromes: autossomica recessiva (1.10.000) Diferentes diferenças enzimáticas na síntese dos esteroides adrenais + Comum: deficiência 21-hidroxilase (95%) Virilização genital externo feminino Deficiência aldosterona: desidratação perda sal Triagem: dosagem 17 alfa- hidroxiprogesterona Raphaela Faria Medicina XXIX *Atentar principalmente à pacientes do sexo masculino. DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE Defeito no metabolismo da biotina Depleção da biotina endógena devido a uma incapacidade do organismo fazer a sua reciclagem ou de usar a biotina ligada à proteína fornecida pela dieta AUDIÇÃO: Teste da Orelhinha Realização: EOAE: emissões otoacústicas evocadas PEATE: potencial evocado auditivo do tronco encefálico Maternidade, antes alta hospitalar: 24 e 48 horas Se necessário: primeiro mês de vida Casos positivos: encaminhar diagnóstico/tratamento Neonato/lactente com indicador risco: Teste PEATE Primeira escolha → > prevalência perdas auditivas retro-cocleares não identificáveis por EOAE INDICADORES DE RISCO DE DEFICIENCIA AUDITIVA Antecedente familiar surdez permanente Consanguinidade Raphaela Faria Medicina XXIX UTI: + de 5 dias Ventilação extracorpórea / ventilação assistida Drogas ototóxicas: aminoglicosídeos /diuréticos alça Hiperbilirrubinemia Anóxia perinatal grave: Apgar 0 a 4 10 minuto ou 0 a 6 50 minuto Peso < 1.500 g Infecções congênitas: toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes, sífilis, HIV Anomalias craniofaciais Síndromes genéticas: Waardenburg, ALport, Pendred, entre outras VISÃO: Teste do Olhinho Exame inspeção + teste reflexo vermelho retina Primeiro exame físico do RN -> maternidade (repetição na atenção básica) Identificação de agravos opacificação do cristalino Retinoblastoma Catarata congênita Outros transtornos Sala escurecida (claridade causa miose pupilar) Criança:sentada/deitada (olhos abertos Raphaela Faria Medicina XXIX Examinador: distancia ~ 50 cm criança Oftalmoscópio direto: examinar ambas as pupilas Reflexo ocular deve ser visível e simétrico quanto à coloração e à intensidade em ambos os olhos Realizado: primeira consulta RN; e repetido aos 4, 6 e 12 meses e na consulta dos 2 anos de idade. CARDIOPATIAS CONGÊNITAS CRÍTICAS Fechamento ou restrição do canal arterial Cardiopatias com fluxo pulmonar dependente do canal arterial Atresia pulmonar Hipoplasia coração esquerdo Coartação aorta crítica Transposição grandes artérias 1 - 2 cada 1.000 RN vivos → cardiopatia congênita crítica ~ 30% alta hospitalar sem diagnóstico Evolução : Choque Hipóxia Óbito precoce Teste da Oximetria: coraçãozinho (Portaria 20, 2014) Aferição oximetria pulso → RN idade gestacional > 34 semanas Momento: entre 24 e 48 horas Locais: MSD e um dos membros inferiores Extremidades aquecidas Monitor com onda de traçado homogêneo Resultado normal: Saturação periférica maior ou igual a 95% em ambas as medidas (membro superior direito e membro inferior) Diferença menor que 3% entre as medidas do membro superior direito e membro inferior Resultado anormal: Medida SpO2 menor que 95% Diferença igual ou maior que 3% entre membros Raphaela Faria Medicina XXIX Nova aferição após 1 hora Resultado confirmado: ecocardiograma dentro de 24 horas seguintes AVALIAÇÃO FRÊNULO LINGUAL Teste da Linguinha Obrigatória realização protocolo avaliação frênulo da língua Identificação precoce de anquiloglossia Amamentação e linguagem Elementos: Aparencia ponta da língua Fixação frenulo na margem gengival inferior Elevação da língua (elevação mínima, apenas das bordas em direção ao palato duro, e elevação completa da língua) Projeção da língua Pontuações: zero a 8 (escores zero a 3) Raphaela Faria Medicina XXIX Teste da Linguinha: Indicação frenotomia → anquiloglossia severa Prejuízos à função da língua: amamentação Casos moderados ou duvidosos: seguimento Atenção Básica. AVALIAÇÃO DISPLASIA DO QUADRIL Displasia do desenvolvimento do quadril (DDQ) → quadril instável Displasia acetabular + frouxidão capsular Displasia → cavidade defeituosa (+ rasa e + aberta) Cabeça fêmur parcialmente desencaixada acetábulo e com movimento anômalo (instabilidade) Grau + intenso: luxação congênita do quadril Ausência sinais clínicos → instabilidade diagnosticada se pesquisada objetivamente Fatores predisponentes: hereditariedade, apresentação pélvica, oligoidrâmnio, sexo feminino Pesquisa: manobra Ortolani (dois primeiros dias vida) Seguimento puericultura: até 6 meses idade (manifestação tardia) Raphaela Faria Medicina XXIX MANOBRA DE ORTOLANI Criança: sem roupa, fora do berço, posição de adução e flexão de 900 quadris Joelhos servem para a preensão e ficam flexionados Em seguida: movimentos de abdução (abertura) e adução (fechamento) dos dois quadris. Manobra de Ortolani positiva: Sente-se nas mãos um estalido indolor, decorrente do encaixe da cabeça do fêmur no fundo do acetábulo, levando ao diagnóstico clínico. CRIPTORQUIDIA Anomalia congênita + comum nascimento Migração espontânea testículos: 3 meses Raramente após 6 - 9 meses Testículo não palpável primeira consulta ou retráteis: rastreamento realizado nas visitas rotineiras de puericultura Testículo não palpável aos 6 meses: encaminhamento à cirurgia pediátrica SAÚDE OCULAR A caderneta da criança pode ser lida pelo profissional com os pais, para orientar à situações que poderiam passar despercebidas. DEVE-SE SUSPEITAR DE DEFICIENCIA VISUAL: quando a criança tem grande dificuldade de fixar os olhos nos objetos, ou pessoas; parece desinteressada pelos brinquedos ou ambiente; traz muito perto dos olhos o que deseja ver; apresenta Raphaela Faria Medicina XXIX comportamentos como apertar ou esfregar os olhos, franzir a testa ou fixar o olhar em pontos luminosos. TAV: TABELA SNELLEN Localizada a 6 metros de distancia do examinado TABELA SNELLEN – ADAPTADA Crianças < 2 anos Impressão papel A4 Orientação retrato Distância 3 metros – fixa quadro Altura dos olhos do examinado Raphaela Faria Medicina XXIX Crianças iletradas 2 – 5 anos Impressão papel A4 Orientação retrato Distância 3 metros – fixa quadro Altura dos olhos do examinado Encaminhamento oftalmologista Crianças de 3 a 5 anos: Acuidade inferior a 20/40 Diferença de duas linhas entre os olhos Crianças de 6 anos ou mais com: Acuidade inferior a 20/30 Diferença de duas linhas entre os olhos Raphaela Faria Medicina XXIX SAÚDE AUDITIVA Audiometria: avalia capacidade identificar sons com diferentes frequências, permitindo definir o limiar auditivo Imitanciometria: funcionamento das estruturas da orelha média e da tuba auditiva. Deve-se suspeitar deficiência auditiva quando a criança: Estando dormindo, não acorda e nem reage a barulhos do ambiente, como porta batendo, vozes, brinquedos, como chocalhos, instrumentos musicais Não atende quando se fala com ela, ou só o faz quando está olhando para a pessoa Fala pouco ou não fala.
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