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Parasitologia Humana Prova prática 1: Amebíase, Giardíase, Leishmaniose e Doença de Chagas Resumo por: Thalya Lopes Amebíase Entamoeba histolytica / Entamoeba dispar • Amebíase é a infecção sintomática ou assintomática causada pela E. histolytica • Todas as espécies de Entamoeba vivem no intestino grosso de humanos ou animais, exceto a Entamoeba moshkoviskii (vida livre) • Núcleo esférico ou arredondado e vesiculoso, com a cromatina periférica formada por pequenos grânulos justapostos e distribuídos regularmente na parte interna da membrana nuclear, lembrando uma roda de carroça; • Cariossoma pequeno, central ou excêntrico Amebíase • As amebas se distinguem umas das outras pelo tamanho do trofozoíto e do cisto, pela estrutura e pelo número dos núcleos nos cistos, pelo número e formas das inclusões citoplasmáticas (vacúolos nos trofozoítos e corpos cromatóides nos cistos) • Usualmente, encontramos os trofozoítos no intestino, nas úlceras, nas fezes diarréicas; os cistos imaturos ou maduros (bi ou tetranucleados) estão presentes nas fezes normais Entamoeba histoliytica TROFOZOÍTO • Geralmente tem um só núcleo, bem nítido nas formas coradas e pouco visível nas formas vivas. Examinando a fresco, apresenta-se pleomórfico, ativo, alongado, com emissão contínua e rápida de pseudópodes, grossos e hialinos; • Núcleo é bem visível e destacado, geralmente esférico • Membrana nuclear bastante delgada • Cromatina justaposta, internamente a ela é formada por pequenos grânulos, uniformes no tamanho e na distribuição, dando ao núcleo um aspecto de anel (aliança de brilhante). • Às vezes, o cariossoma apresenta-se formado por pequenos grânulos centrais, dando uma configuração, com a cromatina, de "roda de carroça". TROFOZOÍTO DE E.. histolytica TROFOZOÍTO DE E.. histolytica Entamoeba histoliytica PRÉ-CISTO • É uma fase intermediária entre o trofozoíto e o cisto. É oval ou ligeiramente arredondado, menor que o trofozoíto. • O núcleo é semelhante ao do trofozoíto. • No citoplasma podem ser vistos corpos cromatóides, em forma de bastonetes, com pontas arredondadas. Entamoeba histoliytica CISTO • São esféricos ou ovais • Eles aparecem como corpúsculos halinos, claros, às vezes de coloração palha, com as paredes refringentes. Os núcleos são pouco visíveis • Os corpos cromatóides, quando presentes nos cistos,têm a forma de bastonetes ou de charutos, com pontas arredondadas. Às vezes apresentam-se como massas de formas regulares; seu número é variável, mas, em geral, de um a quatro. CISTOS DE E. histolytica Diagnóstico • Laboratorial mediante encontro de cistos nas fezes • O número de cistos de Entamoeba histolytica liberados nas fezes oscila diariamente; e picos cíclicos ocorrem entre 7 e 10 dias; • Diagnóstico imunológico – ELISA e outros • Exames de imagem Método Direto • Material: Fezes frescas, recém emitidas, sem o uso de conservantes; • Objetivo: Pesquisar trofozoítos de protozoários em fezes diarreicas; • Protozoários detectados: Entamoeba coli, Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, • Procedimento: Colocar duas gotas de solução salina e uma gota de lugol em uma lâmina de microscopia; Transferir com a ponta de um palito uma pequena porção de fezes para a lâmina; Espalhar as fezes, fazendo um esfregaço e colocar a lamínula; Examinar no aumento de 100x e 400x; Observar no mínimo 3 lâminas. Método de Willis • Material: Fezes formadas frescas ou refrigeradas; • Objetivo: Pesquisar cistos de protozoários; ovos leves de helmintos (Ancilostomídeos); • Princípio: Flutuação devido ao aumento da densidade da solução; Preparar uma suspensão de fezes em solução saturada de cloreto de sódio ou açúcar na proporção de 1:10 • Procedimento: Colocar cerca de 10g de fezes em um frasco contendo a solução saturada; Dissolver as fezes em solução saturada usando um bastão; Filtrar as fezes em gaze; Encher um frasco com as fezes dissolvidas até o volume completar a borda do frasco; Colocar uma lâmina na borda do frasco até que ela entre em contato com o líquido; Deixar em repouso por 5 minutos; Método de Willis • Ovos e larvas são identificados no aumento de 100x; • Cistos e trofozoítos são observados no aumento de 100x e identificados no aumento de 400x Método de Faust • Centrífugo-flutuação em sulfato de zinco a 33% • Material: Fezes formadas frescas ou refrigeradas; • Objetivo: Pesquisar cistos de protozoários; ovos leves de helmintos (Ancilostomídeos); • Princípio do Método: Centrífugo-flutuação; • Preparar solução de sulfato de Zinco ou Sulfato ferroso – densidade de 1,18 O material deve ser observado rapidamente, pois o sulfato de zinco pode deformar os cistos e ovos. Giardíase • Giardia duodenalis: infecta vários mamíferos, inclusive humanos, aves e répteis; • Giardia muris: infecta roedores, aves e répteis • Giardia agilis: infecta anfíbios. • Giardia psittaci: periquitos • Giardia ardeae: garças azuis Morfologia - Giardia • Giardia apresenta duas formas evolutivas: o trofozoíto e o cisto. TROFOZOÍTO: forma de multiplicação CISTO: forma infectante Giardia TROFOZOÍTO • Formato de pêra, simetria bilateral • Face dorsal é lisa e convexa, enquanto a face ventral é côncava, apresentando uma estrutura semelhante a uma ventosa (disco adesivo) • Abaixo do disco, na parte ventral: presença de uma ou duas formações paralelas, em forma de vírgula, conhecidas como corpos medianos. • 2 feixes de fibras (axonemas) • 2 núcleos no interior do trofozoíto, na sua parte frontal: • 4 pares de flagelos - um par de flagelos anteriores, um par de flagelos ventrais, um par de flagelos posteriores e um par de flagelos caudais. Giardia • Trofozoíto = forma de multiplicação • Corpo achatado dorso-ventralmente • Disco adesivo • 2 núcleos (cariossomo sem cromatina periférica) • 2 feixes de fibras (axonemas) • 4 pares de flagelos • Corpos parabasais ou medianos (divisão nuclear) TROFOZOÍTO Giardia • Oval ou elipsóide • O cisto, quando corado, pode mostrar uma delicada membrana destacada do citoplasma. • 2 ou 4 núcleos • Número variável de fibrilas (axonemas de flagelos) • Corpos escuros com forma de meia-lua e situados no pólo oposto aos núcleos CISTO Giardia • CISTO = forma infectante • Oval ou elipsóides • Estruturas duplicadas do trofozoíto: • 4 núcleos •2 axonemas • Corpos escuros • Membrana dupla CISTO Diagnóstico de Giardia • PARASITOLÓGICO: Fezes formadas (método direto, sedimentação e flutuação com centrifugação) Diarréias (exame direto – trofozoítos perecem com rapidez) Fluido duodenal e biopsia jejunal (endoscopia) • IMUNOLÓGICO: Sem sensibilidade e especificidade Coproantígenos (ELISA) – resultados satisfatórios PCR – identificação do DNA da Giardia Leishmanioses • Leishmania – protozoário flagelado heteroxênico pertencente à família Trypanosomatidae • Hospedeiros vertebrados: silvestres (roedores, paca, tatu, gambá) e domésticos (cães, gatos, equídeos, muares) – Leishmania encontrada nos vacúolos digestivos dos macrófagos e demais células do sistema monocíticofagocitário, cutâneo ou visceral, conforme a espécie • Hospedeiros invertebrados: mosquitos dos gêneros Lutzomyia e Phlebotomus • Formas de vida: AMASTIGOTAS (vertebrados) e PROMASTIGOTAS (invertebrados) Leishmania • FORMA AMASTIGOTA As setas indicam amastigotas no interior de macrófagos Leishmania • FORMA PROMASTIGOTA DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE LEISHMANIOSE • A demonstração do parasito pode ser solicitada após a coloração dos esfregaços; • Nos casos de LV, as amostras clínicas mais comuns utilizadas são medula óssea e baço; • Amostras alternativas podem ser aspirado do fígado, amostras de biópsia, ou da camada leucoplaquetária do sangue periférico; DIAGNÓSTICOLABORATORIAL DE LESHMANIOSE Diagnóstico Leishmania • DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • EXAME PARASITOLÓGICO: Exame direto de preparações coradas (Giemsa ou Leishman): Mais apropriado nos casos de leishmaniose cutânea causada pela L. (L.) amazonensis Amastigotas As amostras de lesão podem ser obtidas por: - Escarificação (borda interna da lesão) - Biópsia com impressão por aposição - Aspiração (punção) • EXAME HISTOPATOLÓGICO Cultura: Meios NNN ou LIT (27ºC), 1 semana Promastigotas Métodos bioquímicos e imunológicos ® identificação de espécie Inoculação de animais (hamsters) observar aparecimento de lesões (~1 mês) Diagnóstico Leishmania • DIAGNÓSTICO IMUNOLÓGICO: 1) Intradermorreação de Montenegro (IRM) 2) Imunofluorescência indireta 3) ELISA A IRM apresenta-se negativa nos casos de leishmaniose cutâneo-difusa Diagnóstico Leishmania • DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO • Exame direto de preparações coradas (Giemsa ou Leishman): Pesquisa de formas amastigotas • Amostras: punção aspirativa de medula óssea, linfonodos, fígado e baço • Cultura: Pesquisa de formas promastigotas • Métodos bioquímicos (eletroforese de isoenzimas) e imunológicos (tipagem de anticorpos monoclonais) ou moleculares (PCR) podem ser usados para identificação da espécie. • Inoculação de animais (hamsters) Demonstração direta do parasito • Coleta do Material: A obtenção de uma amostra viável para o diagnóstico confiável requer alguns cuidados: - Preparo do local de onde será coletado o material (úlceras recentes são mais ricas em parasitos). - Deve ser realizada uma limpeza vigorosa do local da lesão com água e sabão, retirando-se resíduos de medicamentos ou outras substâncias, seguida de antissepsia com álcool a 70%; • Preparo do esfregaço: O esfregaço é realizado por escarificação da borda interna da úlcera ou da superfície de lesão fechada, utilizando-se lâminas de bisturi estéreis ou estilete; ou biopsia Demonstração direta do parasito • Preparação do esfregaço: O material obtido por escarificação ou biópsia deve ser distendido em lâminas de microscopia previamente limpas, desengorduradas e secas. Demonstração direta do parasito • Coloração: Após a confecção e a fixação do esfregaço, as lâminas serão coradas com Giemsa e observadas no microscópio óptico para pesquisa de formas amastigotas; Examinar as lâminas sob aumento de 40X e 100X (imersão em óleo), fazendo movimentos uniformes em zigue-zague, de forma a ler toda a lâmina, procurando evidenciar formas amastigotas; A avaliação exaustiva de um microscopista bem treinado contribui para a melhora da sensibilidade do método. Isolamento em cultura • Uso de fragmentos teciduais • A amostra deve ser transferida assepticamente para placa de Petri e dividida em pequenos fragmentos; Os fragmentos devem ser inoculados em tubos separados contendo meio de cultura NNN, e incubados a 26–28ºC; • A partir do quinto dia, pequenas amostras da fase líquida são coletadas para exame a fresco, procurando evidenciar formas promastigotas; • As Promastigotas crescentes são encontradas predominantemente na camada superior do líquido. • Os parasitas podem sobreviver por 3 a 4 semanas no meio NNN a 25 ° C. Diagnóstico Leishmania 1) Intradermorreação de Montenegro (IRM) Princípio: teste de hipersensibilidade tardia Técnica: inoculação de um extrato antigênico de promastigotas na face anterior do antebraço Leitura: após 48 horas medir o diâmetro da induração Interpretação: - Reação Negativa: ausência de qualquer sinal no local de inoculação ou presença de uma pápula com diâmetro < 5 mm - Reação Positiva: presença de pápula ou nódulo com diâmetro > ou = 5 mm Doença de Chagas • No hospedeiro vertebrado (homem) – TRIPOMASTIGOTA (sangue periférico), AMASTIGOTA (tecido, intracelular) • No hospedeiro invertebrado (barbeiro) – EPIMASTIGOTA (intestino médio, forma de multiplicação no inseto), TRIPOMASTIGOTA METACÍCLICO (luz do reto, forma infectante) EPIMASTIGOTA AMASTIGOTA TRIPOMASTIGOTA AMASTIGOTA DE T.cruzi AMASTIGOTAS DE T. cruzi EPIMASTIGOTAS DE T. cruzi Não confundir com o amastigota de Leishmania! A diferença é feita pela localização do cinetoplasto! -Na Leishmania: cinetoplasto bem próximo do flagelo -No epimastigota: núcleo > e cinetoplasto próximo ao núcleo PROMASTIGOTA DE Leishmania Cinetoplasto bem próximo do flagelo EPIMASTIGOTA DE T.cruzi Núcleo maior e cinetoplasto próximo a ele TRIPOMASTIGOTA DE T.cruzi Malária • Protozoários do gênero Plasmodium • Infectam hemácias • Vetor: mosquitos do gênero Anopheles • Formas de vida: GAMETÓCITOS (MACRO E MICROGAMETÓCITOS) OOCINETO OOCISTO ESPOROZOÍTOS CRIPTOZOÍTOS ESQUIZONTES MEROZOÍTAS TROFOZOÍTAS Trofozoíto Trofozoíto jovem - Formato de anel de brilhantes nas spp. P. vivax, P. falciparum, P. malariae e P. ovale Trofozoíto • Estágio mais visualizado nos exames microscópicos • Anel completo ou incompleto Trofozoíto ameboide Plasmodium falciparum • Trofozoítos jovens e gametócitos no sangue; • Hemácia parasitada de tamanho normal com raras granulações; • Gametócitos em forma de foice; • Trofozoíto em forma de anel; • Merozoítos, média de 24, na hemácia parasitada; Trofozoíto jovem em forma de anel Trofozoíto maduro Esquizonte imaturo Esquizonte maduro Micro e macrogametócitos Plasmodium vivax • Trofozoíto, esquizonte, merozoíto, gametócito presentes no sangue periférico; • Hemácia parasitada aumentada em tamanho e com granulações; • Raro poliparasitismo das hemácias; • Gametócitos redondos; • Trofozoítos ameboides; • Merozoítos, média: 16, em cada hemácia parasitada; Trofozoíto jovem Trofozoíto maduro Esquizonte imaturo Esquizonte maduro Microgametócito (masculino) Macrogametócito (feminino) Esquizonte Observar o número de merozoítos dentro da hemácia! No P. falciparum -> média de 24 No P. vivax -> média de 16 Gametócito Gametócitos em forma de foice Gametócitos redondos Diagnóstico de Doença de Chagas e Malária • Método direto Permite a visualização de parasitos vivos; • Distensão sanguínea Vantagens: - Permite melhor visualização da morfologia do parasito e das alterações do eritrócito parasitado; - Boa viabilidade para conferir o diagnóstico da gota espessa, em situações de dúvida; - Permite a determinação percentual da parasitemia, mediante a contagem de eritrócitos parasitados em 100 hemácias. Diagnóstico de Doença de Chagas e Malária • Distensão sanguínea Desvantagens: - A menor quantidade de sangue espalhada em uma única camada, distribuída em maior área da lâmina, dificulta encontrar hemácias parasitadas; - Não indicado para diagnóstico inicial, especialmente em pacientes com parasitemias baixas; - Leucócitos maiores e estágios mais avançados dos parasitos localizam-se nas bordas e final de esfregaço; - É necessário examinar uma área extensa para detectar todas as formas parasitárias. Diagnóstico de Doença de Chagas e Malária • Gota espessa Vantagens: - Maior probabilidade de se encontrar parasitos; - Concentração de maior quantidade de sangue desemoglobinizado numa área relativamente pequena; - Processo de coloração mais rápido, permitindo o processamento de grande número de amostras; - A distribuição dos parasitos e dos leucócitos se dá ao acaso em toda a amostra; - Maior facilidade de avaliação da parasitemia pela relação parasito/leucócito. Diagnóstico de Doença de Chagas e Malária • Gota espessa Desvantagens: - Alteração da morfologia do parasito durante o processo de desemoglobinização Tricomoníase •Trichomonas vaginalis • Célula plástica (pseudópodes – alimentos e fixação) • 4 flagelos anteriores • Membrana ondulante e costa • Axóstilo (sustentação) • Núcelo elipsoide(dupla membrana e nucléolo) SÓ EXISTE A FORMA DE TROFOZOÍTO! Trichomonas vaginalis Trichomonas vaginalis em exame de preventivo Trichomonas vaginalis Toxoplasmose • Toxoplasma gondii • Formas de vida: Taquizoíto. - apenas na fase aguda. Forma pseudocistos em tecidos e órgãos ou permanece livre nos líquidos orgânicos. Pouca resistência Bradizoíto - fase crônica. Forma cistos nos tecidos e órgãos. São os elementos infectantes Oocisto - Forma de vida encontrada somente nos enterócitos e nas fezes de felídeos Formas de vida do T. gondii TAQUIZOÍTO OOCISTO TAQUIZOÍTOS DE T. gondii Esfregaço de fluido peritoneal obtido de um camundongo inoculado em laboratório. BRADIZOÍTOS DE T. gondii BRADIZOÍTOS OOCISTO DE T. gondii
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