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EAD 2º sem (FISIOTERAPIA PREVENTIVA) - UNIDADE 2

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GABARITO 
1- B
UNIDADE 2
NÍVEIS DE PREVENÇÃO
           
Antes de falar sobre preveção devemos rever alguns conceitos sobre saúde, doença e história natural da doença, pois a só entendendo o precesso de saúde e doença conseguiremos ter sucesso na prenvenção da mesma.
· SAÚDE: Segundo a Organização Mudial da Saúde (OMS): “A saúde é o completo bem estar, físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade”.
             Essa definição tem a força de reconhecer que qualquer conceito significativo de saúde deve incluir todas as dimensões da vida humana e tal definição deve ser positiva. Entretanto, a definição tem sido muito criticada por ser muito idealistica em suas expectativas para o completo bem estar e muito estática ao ver a saúde como um estado, em vez de um processo dinâmico que requer esforços constantes e atividades para mantê-la (DELIBERATO, P.C.P.,2002; JEKEL, KATZ, ELMORE, 2001).
· HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA
A história natural de uma doença é o seu curso normal na ausência de intervenção.
Antes de um processo patológico começar em um indivíduo, isto é durante o período de pré-doença, pode-se imaginar esse indivíduo como sendo possuidor de vários fatores que favorecem a ocorrência ou que resistem à doença. Esses fatores incluem carga genética, características demográficas (especialmente idade), exposições ambientais, história nutricional, meio social, capacidade imunológica e padrões comportamentais (JEKEL, KATZ, ELMORE, 2001).
            Ao longo do tempo, a soma total desses e de outros fatores podem causar o início do processo patológico, seja de forma lenta (como ocorre geralmente nos casos de doenças não infecciosas), seja de forma súbita (como ocorre comumente nos casos de doenças infecciosas).
            Se o precesso que produz a doença já está em seu curso, diz-se que ela está em seu periodo latente ou de incubação (oculto). Se a doença subjacente for detectada por métodos razoavelmente seguros, um rastreamento no periodo de latência pode representar um lapso de oportunidade, durante o qual a detecção precoce seguida de tratamento favorece uma maior chance de cura ou, pelo menos de tratamento efetivo.
            Quando a doença está suficientemente avançada para produzir manifestações clínicas, diz-se se acha no período sintomático (manifesto). Mesmo neste eastágio, quanto mais precocemente a condiçao for tratada, maior probabilidade terá o tratamento de retardar a morte ou complicaçoes graves ou, pelo menos, de fornecer a oportunidade para uma reabilitação efetiva (JEKEL, KATZ, ELMORE, 2001).
            A questão central para estudos de prevenção (testes de campo) e para estudos de tratamento (ensaios clínicos) é se a instituição alterará a história, através de uma medida de prevenção ou de tratamento, de maneira favorável, retardando ou evitando manifestaçóes clínicas, complicações ou mortes.  Muitas intervenções não evitam o progresso da doença, mas retardam sua progressão de modo do que a doença não chega a ocorrer durante o tempo de vida do paciente ou ocorre em um período da vida mais tardio do que ocorreria se não tivesse havido intervenção (JEKEL, KATZ, ELMORE, 2001).
· PREVENÇÃO        
Um conceito útil de prevenção que foi desenvolvido, ou pelo menos popularizado no contexto clássico, por Hugh leavell veio a ser conhecido como os niveis de Leavell (1965). Com base neste conceito, todas as ativiedades dos médicos e de outros profissionais da saúde têm o objetivo da prevenção.
Perkins (1938), exprimiu a filosofia da prevenção: “enfrentar ou interceptar uma causa conduz a prevenir ou fazer cessar seu efeito”. Com ela torna-se compreensível que as ações preventivas possam ser exercidas em qualquer dos períodos da história natural da doença, para evitar que o estímulo-doença se estabeleça no indivíduo, ainda durante o periodo pré-patogênico (LESER et al 2002).
 Tal conceito permite que o campo da prevenção abranja também o tratamento das doenças, visando a essa interrupção do processo-doença. Procura-se assim prevenir ou reduzir o grau de duração da incapacidade, impedir a instalação de sequelas e, em ultima instância, evitar a morte. 
A prevenção também abrange as medidas adotadas depois que tenham estabilizado, em diferentes graus, alterações anatômicas ou fisiológicas, que constituem sequelas, com o objetivo de prevenir a perpertuação do estado de incapacitação pela utilização da capacidade restante. 
As tais medidas de: 
 reabilitação física precisam ser acrescentadas, em muitos casos, outras de reabilitação social, tendo em vista a reintegração de indivíduos na sociedade (LESER et al 2002).
Com este vasto e complexo campo de ação, tornou-se conveniente, classificar as medidas de prevenção segundo as fases de história natural da doença em que sejam aplicáveis. Portanto o que será prevenido depende do estágio de saúde ou de doença em que se encontra o indivíduo que recebe o cuidado preventivo (LESER et al 2002).
Segundo Deliberato (2002), Leavell e Clark (1965) propuseram a classificação em três fases as quais se dividem em 5 níveis:
· 1) Prevenção primária
1o Nivel: Promoção da saúde
2o Nivel: Proteção específica
 
· 2) Prevenção secundária
              3o Nivel: Diagnóstico e tratamento precoce
              4o Nivel: Limitação do dano   
 
· 3) Prevenção terciária
5o Nivel: Reabilitação
 
Abaixo a ilustração da divisão dos niveis de prevenção.
 
 
 
Estágio da                           Nível de Prevenção                                  Tipo de Resposta
Doença
 
Pré-doença                            Prevenção primária                           Proteção da saúde e
                                                                                                          Proteção específica 
Doença latente                       Prevenção secundária                     Diagnóstico pré-sintomático
                                                                                                          e Tratamento precoce
Doença Sintomática              Prevenção terciária                           Limitação da Incapacidade 
                                                                                                           para doença Sintomática
                                                                                                                      
 
 
· PREVENÇÃO PRIMÁRIA E PRÉ PATOGENESE
A prevenção primária impede que o processo da doença se estabeleça, ao eliminar as causas das doenças ou aumentar a resitencia à molestia. 
Portanto, faz parte deste nível as medidas aplicáveis no período pré-patogênico, ou seja, quando o individuo está saudável (JEKEL, KATZ, ELMORE, 2001).
 
1O NIVEL DE PREVENÇÃO - PROMOÇÃO À SAÚDE
O primeiro nivel de atenção a saúde ou prevenção tem como objetivo:
· a promoção da saúde, portanto as medidas aplicáveis a esta fa se visam melhorar o grau de saúde do homem, aproximando o ótimo do ideal descrito na definição da OMS e não a prevenção de doença ou de um grupo de doenças (LESER et al 2002).
Exemplos:
· Nutrição adequada
· Ambiente seguro
· Comportamento prudente
 
As astividades que promovem a saúde geralmente contribuem para a prevenção de uma variedade de doenças, bem como para o incremento de uma sensação de saúde e vigor. Constituem em mudanças não médicas, como as mudanças no estilo de vida, na nutrição e no ambiente.
Tais atividades podem requerer melhorias estruturais na sociedade para capacitar a maioria das pessoas a tomar parte nelas. As melhorias estruturais requerem mudanças sociais que tornem as escolhas saudévies mais fáceis ou pelo menos possíveis. Por exemplo, a modificação alimentar pode ser difícil caso não haja disponivel nos pontos de venda ao consumidor e com um custo razoável, uma variedade de alimentos baixos em gorduras, sal e açúcar e ainda assim saborosos e ricos em nutrientes (JEKEL, KATZ, ELMORE, 2001).
Os exercicios fisicos são mais dificeis, caso andar de bicilceta ou correr forem atividades de risco, devido au trafego de automóveis e a violência social.
Aindamais fundamental à saude é assegurar as necessidades básicas da vida, incluindo estar livre da pobreza, da poluição ambiental e da violência.
A promoção da saúde se aplica tanto as doenças infecicosas como as não infecciosas. 
· As infecciosas são reduzidas em frequencia e em gravidade onde a água é pura, onde dejetos são descartados adequadamente, onde os artrópodes e vetores animais de doenças sào controlados.
A aglomeração de pessoas promove a disseminação de doenças infecciosas. Enquanto que acomodações e ambientes de trabalhos adequados tendem a minimizar a dissiminaçào de doenças infecciosas. Nos alojamentos de quartel, 
por exemplo, os soldados dormem com seus travesseiros na cabeceira da cama e outros com seus travesseiros nos pés da cama, em padrão alternado, podendo reduzir a dissiminação de doenças respiratórias, pois isto dobra a distância entre os tratos respiratórios superiores durante o sono (NÃO INFECCIOSAS)
 (JEKEL, KATZ, ELMORE, 2001).
 
2 O NIVEL DE PREVENÇÃO - PROTEÇÃO ESPECÍFICA
Se as mudanças para a promoção de saúde no ambiente, na nutrição e no comportamento não são totalmente eficázes, poderá ser necessário empregar a proteção específica.
Os três maiores objetivos de da prevenção primária por proteção específica são:
1. Prevenção de doenças específicas (p. ex., pelo uso de vacinas e profilaxia antimicrobiana);
2. Prevenção de situações de deficiências específicas (p. ex., pelo uso de sal com iodo para prevenir o bócio por deficiência de iodo e pelo uso do fluor para prevenir cáries dentárias, tratamento farmacológico da hipertensão a fim de previnir danos subsequentes a um orgão vital;
Prevenção de lesões específicas e de exposições tóxicas (p. ex., o uso de dispositivos de proteção (EPI- Equipamentos de Proteção Individual) como protetores de ouvido em ambientes barulhentos). O uso de cintos de segurança, air bags, capacetes, luvas a fim de prevenir lesões corporais, óculos para prevenir lesões ou contaminação pela mucosa ocular.
 
Algumas medidas dão proteção específica, enquanto também contribuem para um objetivo mais geral de promoção da saúde. 
A fluoretação nos abastecimentos de água, por exemplo, nao somente previne cáries (proteção específica), mas também promovem ossos e dentes mais fortes como uma medida nutricional de promoção a saúde.
(JEKEL, KATZ, ELMORE, 2001).
 
· PREVENÇÃO SECUNDÁRIA E PATOGENESE OU DOENÇA LATENTE
O nivel de prevenção secundário integram medidas aplicáveis no período patogênico, antes que se estabeleçam sequelas 
(JEKEL, KATZ, ELMORE, 2001).
Na fase de patologia precoce, os pacientes não apresentam sintomas ou estes são de natureza tal que não os induzem a se considerar doentes. 
O diagnóstico já é possível nesta fase, em alguns casos, mediante o emprego de recursos propedêuticos disponíveis. Em outros casos, com os conhecimentos e recursos atuais, o diagnóstico só é possivel quando a doença já alcançou a fase avançada
 (LESER et al 2002).
 
· 3 O NIVEL DE PREVENÇÃO - DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PRECOCE
Segundo Leser (2002) este nivel visa o diagnóstico precoce e o pronto atendimento.
 Mais cedo ou mais tarde, dependendo do indivíduo, um processo de doença como aterosclerose da artéria coronáriana progredirá o suficiente para se tornar detectável por testes médicos, considerado como o estágio latente (oculto) da doença.
· Para muitas doenças não infecciosas e infecciosas:
 o desenvolvimento de testes de rastreamento torna possivel detectar doenças latentes em indivíduos considerados em risco. Diagnóstico pré-sintomático e tratamento através de programas de rastreamento são referidos como prevenção secundária, pois são uma linha secundária de defesa contra a doença. Apesar de não previnirem a causa que dá inicio ao processo de doença, podem prevenir a progração para o estágio sintomático.
Os objetivos deste nivel são:
a. Recuperar a saúde, pela cura completa, quando possivel;
b. Impedir que a doença continue a evoluir, previnindo a ocorrencia de complicações ou a instalação de sequelas;
c. Reduzir o grau e duração de incapacidade;
d. Evitar a propagação da doença a outros indivíduos, quando se tratar de doença transmissível 
(LESER et al 2002).
 
4 O NIVEL DE PREVENÇÃO – LIMITAÇÃO DA DO DANO
            O quarto nível de prevenção inclui as medidas, entre as quais se destaca ainda o tratamento, aplicáveis depois que a doença já alcançou estágios mais avançados, visando a limitação da incapacidade.
            A necessidade de atuar quando a doença já alcançou um estágio clinicamente avançado decorre, algumas vezes, da falta de conhecimento que permitam o diagnóstico precoce ou por não terem sido utilizadas medidas existentes e eficientes da fase primária ou do terceiro nivel (diagnóstico precoce) 
(LESER et al 2002).
             
· PREVENÇÃO TERCIÁRIA E DOENÇA SINTOMÁTICA
            Medidas aplicáveis no período patogênico, depois de instalado sequelas.
 
5 O NIVEL DE PREVENÇÃO - REABILITAÇÃO
Apesar de muitas pessoas ficarem surpresas ao verem reabilitação sendo designada como forma de prevenção, esta designação é apropriada porque a reabilitação pode minimizar os danos causados pela doença e, desse modo, evitar que resultem em total incapacidade social funcional.
· Por exemplo, uma pessoa que sofreu uma AVE (Acidente Vascular Encefálico) possivelmente apresentará sequelas motoras o que pode causar prejuízos na função e, portanto nas AVDs (Atividades da Vida Diária). Esta pessoa pode ser reabilitada e isto pode capacitá-la a evitar sequelas adversas associadas à inatividade prolongada
 (JEKEL, KATZ, ELMORE, 2001).
 
RESUMO:
Os três niveis de prevenção definem as várias estrategias disponíveis aos profissionais:
· na promoção da saúde e 
· na prevenção de doenças, 
· de danos e 
· de incapacidade em varios estágios da história natural da doença.
· A primária evita seu estabelecimento, ao eliminar sua causa e ou aumentar a resistência à mesma; 
· a secundária interrompe o processo da doença ao detectá-la e tratá-la no estágio pré-sintomático; 
· a terciária limita danos físicos e consequencias sociais das doenças sintomáticas 
(JEKEL, KATZ, ELMORE, 2001). 
 
	Níveis de aplicação da medicina preventiva segundo Leavell & Clarck (1976)
	Prevenção Primária
	Prevenção Secundária
	PrevençãoTerciária
	Promoção da Saúde
 
educação sanitária;
bom padrão de
nutrição, ajustado às
várias fases de
desenvolvimento da
vida;
atenção ao
desenvolvimento da
personalidade;
moradia adequada,
recreação e
condições agradáveis
de trabalho;
aconselhamento
matrimonial e
educação sexual;
genética;
exames seletivos
periódicos”
	Proteção
Específica
 
uso de
imunizações
específicas;
atenção à higiene
pessoal;
hábito de
saneamento do
ambiente;
proteção contra
riscos
ocupacionais;
proteção contra
acidentes;
uso de alimentos
específicos;
proteção contra
substâncias
carcinogênicas;
evitação contra
alérgenos
	Diagnóstico e tratamento
 
precoce
medidas individuais e coletivas
para descoberta de casos;
pesquisas de triagem exames
seletivos;
objetivos:
curar e evitar o processo da
doença;
evitar a propagação de
doenças contagiosas;
evitar complicações e
sequelas;
encurtar o período de invalidez
	Limitação da invalidez
 
tratamento adequado
para interromper o
processo mórbido e
evitar futuras
complicações e
sequelas;
provisão de meios para
limitar a invalidez e
evitar a morte;
	Reabilitação
 
prestação de
serviços
hospitalares e
comunitários para
reeducação e
treinamento, a fim
de possibilitar a
utilização máxima
das capacidades
restantes;
educação do
público e
indústria, no
sentido de que
empreguem o
reabilitado;
emprego tão
completo quanto
possível;
colocação
seletiva;
terapia
ocupacional em
hospitais;
utilização de asilos
	 
	 
	 
	 
	 
 
 
Referência:
            DELIBERATO, P.C.P. Fisioterapia Preventiva Fundamentos e Aplicações. Ed. Manole, São Paulo: 2002.
ELMORE, J.G.; JEKEL, J. F.; KATZ, D. L. Epidemiologia, bioestatística e medicina preventiva. Ed. Artmed, Porto Alegre: 2005.
LESER, W. Elementos de epidemiologia geral. Ed. Atheneu, Rio de Janeiro: 2000.
 
FISIOTERAPIANO POSTO DE TRABALHO
· 1. CONCEITO DE TRABALHO E SUA ORIGEM
 
O trabalho é a atividade desenvolvida pelo homem com o objetivo de produzir riqueza. A história do trabalho começa quando o homem procura os meios adequados para satisfazer suas necessidades. À medida que a satisfação pessoal é atingida, ampliam-se as necessidades e criam-se as relações sociais que determinam a visão histórica do trabalho. Assim o trabalho permanece subordinado às formas sociais historicamente limitadas e às correspondentes organizações técnicas, caracterizando o chamado modo de produção. De acordo com Braverman, citado por Deliberato (2002), toda a sociedade é um momento no processo histórico, somente podendo ser entendida como parte integrante e indissociável desse processo.
· Escravismos, feudalismo e capitalismo são exemplos de formas sociais desenvolvidas e estruturadas nas relações que dominam o processo e a organização do trabalho sob determinadas circunstâncias, originam as relações fundamentais desse processo. Assim, o momento histórico é compreendido pela maneira como os homens produzem os meios materiais, ou seja, a riqueza.
De forma conceitual podemos dizer que o processo de trabalho é o resultado da combinação do objeto, dos meios, da força e do produto do trabalho.
· O objeto do trabalho é a matéria que se encontra em seu estado natural; já a matéria-prima é aquela que sofreu intervenção do homem, mas ainda não foi convertida em produto. 
· Os meios de trabalho são os instrumentos que o homem utiliza para realizar a transformação da matéria e o ambiente em que o corre essa transformação.
· A força de trabalho representa a energia humana usada no processo de transformação, mas não pode ser confundida com o próprio trabalho, que nesse caso representa o rendimento da força de trabalho. Finalizando, 
· 0 produto é o valor criado pelo trabalho e corresponde ao objeto produzido para satisfazer as necessidades do homem. 1
O longo período de mais de quinhentos mil anos compreendido entre o aparecimento do homem e a formação das primeiras sociedades humanas divididas em classe é comumente denominado pré-história. Nesse período observa-se a formação e a organização primitiva das relações básicas das sociedades humanas.1
A evolução pode ser compreendida com a análise de quatro pontos fundamentais:
1. A passagem da vida nas cavernas naturais para as cabanas em pedra e madeira;
2. O desenvolvimento de conhecimentos técnicos aplicados na fabricação de instrumentos de pedra empregados na caça, na pesca, na luta corporal com animais de grande porte ou com outros homens;
3. A passagem para convivência em grupos, com a prática sistemática de atividades coletivas;
4. O desenvolvimento do pensamento e da religião pela reciclagem permanente das formas de explicação dos fenômenos naturais observados empiricamente.
 
No século XVIII houve uma grande mudança nos processos de trabalho. A população cresceu aceleradamente, o que estimulou a produção em grande escala, pois havia mão de obra abundante proveniente da migração para as cidades. Esse momento estabelece o surgimento das primeiras preocupações com a racionalização da produção e com o comportamento do indivíduo diante de sua tarefa.1,2
A especialização das etapas da produção começou a ser considerada um meio eficiente de proporcionar destreza ao trabalhador no desempenho de suas atividades, ao mesmo tempo servia de propósito de minimizar a tempo do processo de produção.
Nesse período, as jornadas de trabalho eram:
 extensas e os salários baixos, fato que condicionava o trabalhador para que ele vivesse no trabalho, porém sem que suas necessidades básicas fossem supridas.
No século XIX surgiram propostas que o salário devia ser proporcional à produção de cada trabalhador. Mesmo sem alterar a prática dos processos produtivos, o trabalhador passou a ser motivo de preocupação e questionamentos. A motivação, a melhoria do ambiente de trabalho e a monotonia produzida pela especialização, fatores que afetam diretamente a vida do trabalhador no local de trabalho, passaram a ser teorizados timidamente e em algumas poucas empresas.
A partir desse momento surge o capitalismo, cujo marco exponencial é o momento definido como revolução industrial, caracterizado pela evolução tecnológica aplicada à produção e a consequente revolução, tanto nos processos produtivos como nas relações sociais.
A revolução industrial apresenta duas fases. A primeira, que compreende o período entre 1760 e 1850, corresponde ao momento das transformações tecnológicas e sociais promovidas basicamente no setor têxtil, da máquina ao vapor em substituição às antigas fontes de energia usadas até então (força manual, tração animal, energia hidráulica).
A segunda fase ocorreu entre 1859 a 1900, caracterizada pela expansão do uso da máquina a vapor em mais países da Europa, nos EUA e na Ásia. Essa expansão é acompanhada por novos avanços tecnológicos, especialmente a descoberta da eletricidade cidade e de vários tipos de combustíveis derivados do petróleo usados como força motriz, à invenção do rádio e dos motores de explosão, e o automóvel, o invento mais representativo desse período.
As duas fases da Revolução Industrial correspondem a uma etapa importante :
no crescimento do capitalismo, englobando o período entre o séc. XIX e a primeira guerra mundial (1914 - 1918), principalmente assentando a livre concorrência e por isso denominado capitalismo liberal.
Durante esta fase que se arrasta até os dias atuais, a produção industrial é automatizada e os meios de comunicação se se expandem vertiginosamente. A energia elétrica substitui definitivamente a energia a vapor.
No século XX, implanta-se definitivamente a indústria mecanizada com produção automatizada, observando-se um avanço tecnológico espetacular.
Taylor (1887), por meio de métodos empíricos, estabeleceu técnicas para uma administração voltada à produção individual com base para um maior e melhor desempenho geral da indústria. Pesquisou métodos e concretizou maneiras eficientes para o desempenho das máquinas e dos trabalhadores.
Com os princípios tayloristas, ou seja, a divisão do trabalho em atividades simples e previamente definidas, a utilização de mão de obra não especializada passou a ser amplamente possível e viável. Assim, a indústria assumiu a controle do processo e pôde, consequentemente, aumentar sua produtividade à custa de mão de obra não especializada.
Essa mão de obra era formada por imigrantes e sulistas que possuíam condições de vida prévia praticamente desumana, vivendo em quase regime de escravidão, seja nos seus países de origem, seja nas propriedades rurais do sul dos EUA.
A doutrina estabelecida buscava a racionalização da produção, trazendo como consequência o aumento da produtividade e a motivação econômica do trabalhador.
Taylor afirma: 
“Prosperidade para o funcionário significa, além de salários mais altos dos que os recebidos habitualmente pelos obreiros de sua classe, o aproveitamento dos homens de modo mais eficiente, habituando-os a desempenhar os tipos de trabalhos mais elevados para os quais tenha aptidões naturais e atribuindo-lhes sempre que possível esses gêneros de trabalho”
 (RODRIGUES 1995).
Henry Ford, um adepto ao taylorismo, acreditava que uma das necessidades básicas para a prosperidade do trabalhador referia-se aos aspectos físicos do local de trabalho. Assim, defendeu que a condição essencial para obter satisfação no trabalho seria dispor os locais de trabalho com amplas acomodações, devidamente limpas e ventiladas.
O taylorismo e o fordismo proporcionaram melhore condições de trabalho, tanto no aspecto motivacional como nas questões relativas ao planejamento do cargo e do ambiente físico.
Taylor valorizou os trabalhadores e lhes forneceu condições para que estes ganhassem, de forma proporcional à sua produção. Contudo, a forma racional de execução de tarefas, apresentadas pelo taylorismo, levou o trabalhador a um desgaste físico quase desumano, numa visão atual, porém tornou a tarefa mais significativa, além de representaro início dos estudos acerca do comportamento humano do trabalho.
Resumidamente, podemos considerar que as ideias de Taylor continuam vivas, porém ainda inseridas implicitamente em diferentes escalas sociais ou filosofias administrativas ligadas à produção. Logo, não podemos desprezá-las ao analisar, as condições de trabalho oferecidas nos dias atuais.
A organização do trabalho é um processo que envolve as atividades do trabalhador e as relações sócio profissionais com seus pares e com a hierarquia concretizadas em uma determinada estrutura organizacional.
Considerando essa conceituação, podemos perceber que a visão de taylor-fordiana representa o primeiro modelo científico de organização do trabalho, pois visa racionalizar a produção de forma específica, mantendo a mecanização, produção em massa e elevados índices salariais.
As premissas desse modelo vêm sendo amplamente questionadas, pois além de uma elevação da produtividade observou-se, também, um decréscimo na qualidade de vida no trabalho, considerando-se as jornadas de trabalho prolongadas, a fadiga física e mental dos trabalhadores e especialmente o esvaziamento do conteúdo significativo das atividades laborais, gerando como produto final a insatisfação do indivíduo durante o cumprimento de suas tarefas.
Hoje em uma escala muito maior e muito mais rápida, um novo sistema econômico e social está tomando forma, e também deve transformar praticamente todo o conjunto de relações sociais. 
Assim, a nova economia desponta com algumas características marcantes, como:
1. Nivelamento das hierarquias e dos produtos que hoje são produzidos mais sob medida;
2. Necessidade de uma melhor qualificação profissional à medida que o trabalho braçal vem sendo continuamente substituído pelo trabalho mental;
3. Aparecimento de alianças e complexas redes de fornecimento, reduzindo a integração vertical;
4. Surgimento de novos nichos; Imposição de um ritmo constante de atualização e de mudanças, com as empresas sendo obrigadas a operar em um ritmo cada vez mais intenso.
 
Considerando essas características: é necessária uma mudança de paradigma, com a transformação da:
· prática gerencial e administrativa, 
· a otimização global, 
· a produção integrada, 
· a diversificação e a integração de produtos e usuários, 
· a elevada qualidade e baixo custo de produção, 
· a educação básica e o treinamento contínuo, longos contratos de trabalho e altos índices salariais, visando assim não só a saúde do trabalhador, mas de todo conjunto de valores envolvidos nas relações sociais.
Dessa forma, rompemos com o modelo taylor-fordiano ao deixar de privilegiar a produtividade pela mecanização e passar a promovê-la pela humanidade desses ambientes produtivos.
Essa nova realidade deve ir além da troca de tecnologia, deve promover descentralização das decisões, à integração entre o trabalhador e produto final, 
· a flexibilização hierárquica, 
· a liberdade de criação, 
· o incentivo à participação, 
· a valorização e a qualificação constante dos trabalhadores.1,2
Com o objetivo de avaliar a qualidade de vida no trabalho incluem:
 remuneração digna, identidade com a tarefa, ciclos completos, autoridade no trabalho, criatividade na tarefa e feedback quanto ao trabalhado feito, enquanto o fator negativo a ser eliminado diz respeito ao estresse 
(COUTO 2001).
O trabalho é uma necessidade, um processo contínuo entre o homem e a natureza determinado pela forma concreta em que ocorre a produção, a distribuição, o intercâmbio e o consumo dos meios de vida pelos diferentes grupos humanos. Assim, o trabalho implica um processo de reprodução social e de consumo. 
· Resumindo, o trabalho representa o processo central que influencia a vida e a morte dos seres humanos. 1
 
2. POSTO DE TRABALHO
Posto de trabalho pode ser definido como a menor unidade produtiva que envolve o homem, o equipamento utilizado na realização da tarefa e o ambiente de trabalho, assim uma fábrica é composta por um conjunto de postos de trabalho. 
Fazendo uma analogia, o posto de trabalho seria equivalente a uma célula, onde o homem é o núcleo e o restante da célula seriam os equipamentos e o ambiente circundante. 
Para que uma fábrica funcione bem, é necessário que os postos de trabalho que a compõem também estejam funcionando adequadamente. E para isso, os postos de trabalho devem ser arranjados e dimensionados aos seus respectivos trabalhadores para se tornarem seguros, eficientes e confortáveis. 2
O arranjo físico (layout) é o estudo do posicionamento dos diversos elementos que compõe o posto de trabalho. E esses devem seguir alguns critérios funcionais e ergonômicos na hora da distribuição espacial desses elementos. 
Os critérios são: 
importância, 
frequência de uso, 
agrupamento funcional (referem-se à natureza dos elementos) enquanto, 
a sequencia de uso,
 intensidade de fluxo e ligações preferenciais (referem-se às interações entre os mesmos). 
Por exemplo: O painel de um ônibus é uma dos elementos do posto de trabalho do motorista e deve ser arranjado de forma ergonômica, o painel e seus mostradores devem ser distribuídos espacialmente segundo os critérios abaixo, tornando o trabalho confortável, seguro e possibilitando um melhor desempenho do trabalhador.
· Importância: o instrumento, ou equipamento que for mais importante e for constantemente utilizado devem estar mais próximos e da fácil acesso ao trabalhador.
· Frequência de uso: quanto mais frequente o uso de um elemento, mais próximo ele deve ficar do trabalhador.
· Agrupamento funcional: os elementos de semelhantes funções e ou que deve ser usados de forma integrada devem ser colocados próximos, para facilitar a tarefa.
· Sequência de uso: ordenar de forma temporal e espacial os elementos utilizados no posto de trabalho. Os mais utilizados devem estar mais próximos do trabalhador.
· Intensidade e Fluxo: Os elementos que tem maior intensidade de fluxo (movimentos corporais, equipamentos, materiais) são colocados próximo entre si.
· Ligações preferenciais: Elementos de diferentes fluxos, (visuais, auditivas, controles), porém com ligações, devem estar próximos.
 
Além do arranjo físico, o posto de trabalho também deve ser dimensionado atendendo a média antropométrica dos ocupantes do posto de trabalho, assim, o trabalhador será capaz de adotar uma postura mais confortável, seus alcances e movimentos estarão adequados ao posto. Outros fatores a serem considerados no dimensionamento são as ferramentas, dimensão das máquinas, equipamentos e interação com outros postos de trabalho e os ambientais (iluminação, ventilação, umidade do ar, ruído, ambiente externo).
· As dimensões consideradas de modo geral, mais importantes são: 
alturas das superfícies de trabalho, 
alcances proximais (medida do alcance máximo das mãos do trabalhador que deve ser feita com os cotovelos flexionados e com o braço encostado no tronco, sem flexionar o dorso) e
 alcances distais (medida do alcance máximo das mãos do trabalhador que deve ser feita com os cotovelos estendidos e os ombros fletidos, sem flexionar o dorso),
 espaço para acomodar os membros inferiores, dimensionamento das folgas, altura para visão e ângulo de visual.
Para atender as normas de ergonomia nos postos de trabalho foram criadas normas obrigatórias, que quando seguidas tendem a garantir um padrão mínimo de qualidade nos postos de trabalho. 
Na década de 80 deu-se inicio a ISO (International Standardization Organization) – Organização Internacional para Padronização, que nada mais é do que uma entidade de padronização e normatização que tem por finalidade aprovar normas internacionais como as normas técnicas, normas de procedimentos, como por exemplo, normas sobre mobiliário. No Brasil, essa entidade é representada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Existem mais de 30 normas técnicas em ergonomia.
 
Existem duas formas de analisar e ou adaptar o posto de trabalho:
· o enfoque Taylorista e o enfoque Ergonômico.
 
1. O Taylorista:
Baseado no estudo dos movimentos e no tempo gasto para executá-losé chamado de estudos de tempos e movimentos, ou seja, essa forma de analisar o posto de trabalho se baseia na economia de movimentos.
 Será calculado um tempo padrão, que é o tempo necessário a um operário experiente executar o trabalho, e esse deve ser realizado com o mínimo de movimentos necessários e no menor tempo possível. Isso leva a simplificação e repetição dos movimentos, o que resulta numa produção mais eficiente, porém com o inconveniente de sobrecarregar os grupos musculares utilizados na execução dos movimentos. 
Ou seja, do ponto de vista da empresa, utilizar o tempo padrão como modelo de trabalho é muito lucrativo em curto prazo, pois traz velocidade e acelera a linha de produção. E do ponto de vista do trabalhador pode ser desastroso devido à repetição de padrões simples de movimentos aumentando o risco de lesões do sistema musculo esquelético envolvido na tarefa.2
 
 
2. O ergonômico:
            Baseando num conjunto de conhecimentos relativos ao homem e a relação com seu respectivo posto de trabalho. No enfoque ergonômico, as máquinas, ferramentas, equipamentos, materiais, imobiliários, ambiente bem como a parte organizacional do trabalho são adaptados às características biomecânicas e psicofisiologicas dos trabalhadores de modo a gerar conforto, segurança e eficiência aos trabalhadores.
 Nesse enfoque o homem é considerado de fato, o núcleo do posto de trabalho, compreender suas necessidades é primordial para criar um posto adaptado para cada trabalhador e isso é considerado um posto de trabalho ergonomicamente correto, onde o trabalho é adaptado ao homem e não o contrário.
 
· Na adequação do posto de trabalho podemos adotar diversos critérios de avaliação como, por exemplo:
tempo gasto na operação, o índice de erros e acidentes (Taylorista).
 Mas a postura e o esforço exigido para realização de cada tarefa é primordial do ponto de vista ergonômico. 
· Os principias métodos de avaliação postural utilizados são:
 RULA, REBA, OWAS.2
 
Para facilitar a compreensão podemos dividir a ergonomia em 5 áreas da atuação aplicadas ao trabalho.
 
· Área 1. Ergonomia na organização do trabalho pesado:
 planeja o sistema de trabalho para as atividades de alto dispêndio energético, para tornar a atividade possível de ser realizada sem ser fatigante (a fadiga é decorrente da atividade muito pesada anaeróbia (sem oxigênio) e por um longo período que acaba liberando acido lático no sangue, podendo causar a acidose metabólica. Além disso, essas atividades pesadas também causam inúmeras microlesões no sistema musculoesquelético  diretamente envolvido com o trabalho em questão, o que gera a dor de início tardio, também conhecida como dor do dia seguinte, muito confundida com a dor em queimação  causada  pela presença de acido lático no sangue que acontece durante a atividade pesada e até 3 ou 4 horas após essa atividade, depois disso o ácido lático e metabolizado e excretado e a dor que segue é devido ao  processo inflamatório necessário para reparação das microlesões.
 
· Área 2.Biomecânica aplicada ao trabalho:
 está é a maior área de aplicação prática da ergonomia em relação ao trabalho. Nessa área estudamos os movimentos humanos sob a luz da mecânica, ou seja:
estudamos as diversas posturas no trabalho e a prevenção de lesões e fadiga, estudamos a coluna e a prevenção de lombalgias, estudamos os membros superiores e inferiores e as causas de DORTS (distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho) e também estudamos os postos de trabalhos onde os trabalhadores trabalham sentados ou que levantam e ou transportam cargas, sempre com o intuito de entender o trabalho, conhecer os fatores de risco para lesões e minimizar e ou excluir esses fatores de ricos.
 
· Área 3. Adequação ergonômica geral do posto de trabalho: 
nessa área, planejar postos de trabalhos ergonômicos é o objetivo e para isso, é necessário saber:
 a antropometria (medida dos seguimentos corporais, e seus ângulos de conforto e desconforto) ou a média antropométrica dos ocupantes do cargo, para conceber postos de trabalhos adequados tanto para se trabalhar em pé como sentado, tanto para trabalho leve, quanto pesado, atendendo 90% das necessidades da população que atua nesses postos de trabalho.
 
· Área 4. Prevenção da fadiga no trabalho: 
nessa área a ergonomia propõe regras capazes de diminuir ou compensar os fatores de risco das sobrecargas que geram fadiga física e ou psíquica.
 
· Área 5. Prevenção do erro humano:
 essa área procura adotar medidas necessárias para que o indivíduo acerte no seu trabalho. Nem toda forma de erro humano é decorrente de más condições ergonômicas, porém elas são causas frequentes no erro humano.3
 
 
· 3. ASPECTOS PSICOFISIOLÓGICOS
Ao analisar as relações do homem com o trabalho, descobrimos aspectos, uns momentâneos e outros duradouros desta interação. 
· A monotonia a fadiga, a motivação, e o estresserepresentam quatro desses importantes aspectos, que devem ser considerados fatores de interesse a todos aqueles que realizam analises a projetos sobre as condições humanas de trabalho.
Em relação à adaptação ao trabalho, sabe-se que em determinados dias e horários o organismo mostra-se mais apto, havendo nesses momentos um rendimento maior e menos riscos à saúde física e mental dos trabalhadores. Porém, diversos fatores condicionam esses estados positivos e favoráveis do organismo humano. Esses fatores são divididos em:
· intrínsecos (natureza pessoal, ritmo circadiano) 
· extrínsecos (treinamentos, organização específica do trabalho).
A monotonia é outro fator a ser considerado na relação entre o homem e o trabalho. 
Esta pode ser definida como a reação do organismo em um ambiente uniformemente pobre de estímulos ou poucas variações de situações excitadoras. 
Os sintomas mais comuns de monotonia são:
· a sensação de fadiga,
· sonolência, 
· morosidade 
· e uma diminuição do nível de atenção.
Além disso, ruídos contínuos (altos ou baixos), calor excessivo e isolamento social também intensificam os riscos de aparecimento de monotonia. Isso ocorre, pois tarefas repetitivas diminuem o nível de excitações cerebral, causando uma diminuição geral das reações do organismo.
Há duas consequências mensuráveis da monotonia: 
· a diminuição da atenção 
· e o aumento de tempo de reação. 
· A fadiga pode ser entendida como o efeito de um trabalho continuado, que tende o provocar redução reversível da capacidade do organismo e uma degradação qualitativa desse trabalho. A fadiga é causada por um conjunto complexo de fatores. Inicialmente temos fatores fisiológicos, os quais estão diretamente ligados com a intensidade e duração do trabalho físico e intelectual. Depois, há a ação de fatores psicológicos, como a monotonia e a desmotivação e em seguida, os fatores ambientais (iluminação, ventilação, ruídos) e organizacionais (relacionamento com a chefia e colegas de trabalho).
Uma pessoa fatigada tende a aceitar padrões mais pobres de precisão e segurança. Esta tendência leva à simplificação da tarefa, com a eliminação de tudo aquilo que não parece essencial.
As atividades com excesso de carga mental retardam as respostas sensórias e aumentam a irregularidade das respostas motoras. Com a elevação da complexidade das tarefas, a fadiga também causa desorganização das estratégias do trabalhador para atingir seus objetivos.
· . Existe no comportamento humano algo que faz a pessoa perseguir um determinado objetivo por certo tempo. Esse algo pode ser determinado de garra, determinação, impulso ou motivação.
Um trabalhador motivado produz mais e melhor, ao mesmo tempo apresenta menores riscos de lesão, pois sofre menos efeitos da monotonia e da fadiga, além de não ser pressionado pela hierarquia superior, já que não necessita de supervisão constante.
O fato primordial de motivação é o salário.
· O estresse representa outro aspecto psicofisiológico da adaptação do homem ao trabalho.
Na sociedade moderna o avanço tecnológico, o aumento da competição, a pressão de consumo, a ameaça de perda do emprego e outras dificuldadesdo dia-a-dia representam aos trabalhadores fontes constantes de estímulos estressantes. 1
Pessoas estressadas apresentam modificações perceptíveis de comportamento.
 Ocorre perda de autoestima e da autoconfiança:
 surgem os problemas como o sono caracterizado pela insônia, há manifestações de agressividade e início de consumo excessivo de álcool, fumo ou drogas. 
Depois surgem alterações neuroendócrinas:
 as quais interferem nas funções fisiológicas e interferem nas defesas naturais do organismo,
tornando-o mais vulnerável.
 
Algumas causas principais do estresse são:
· o conteúdo do trabalho;
· sentimentos de incapacidade;
· condições de trabalho;
· fatores organizacionais;
· pressões socioeconômicas.
 
Como o estresse é multifatorial e afeta cada pessoa de maneira diferente, não é possível estabelecer uma única forma de prevenção, mas um conjunto de medidas que devem ser estabelecidas e dentre elas, citamos: 
· enriquecimento da tarefa, 
· a restauração do posto de trabalho, 
· readaptação de ferramentas e instrumentos de trabalho, 
· intensificação de contatos sociais, 
· treinamento frequente, 
· reorganização de cargos e salários e a disponibilização de atividades de saúde nos níveis preventivos e de tratamento.
Programas integrados executados em longo prazo e reavaliados periodicamente constituem uma ferramenta poderosa para minimizar fontes de estresse.
"A fisioterapia do trabalho é uma das áreas mais novas e promissoras dentro da nova e promissora profissão de Fisioterapia!" 
(VERONESI, 2008)
Historicamente a fisioterapia demonstrou à sociedade sua importância, conquistando, a cada dia espaço em especialidades bem definidas e fundamentadas cientificamente em resultados. Desde os primórdios os recursos da fisioterapia já tramitavam no conhecimento popular, assim como as ervas medicinais. Os povos mais antigos já utilizavam os recursos da natureza, tais como o sol, o calor, a água e a eletricidade para fins terapêuticos, de alívio da dor e na cura de doenças. Emergindo a necessidade da população em buscar cura ou manter a saúde com recursos naturais. Diversos momentos históricos podem ser observados com a participação direta ou indireta da fisioterapia e de seus recursos.
 No âmbito da Saúde do Trabalhador foi com a Revolução Industrial que foram desenvolvidos trabalhos para recuperar os trabalhadores acidentados e criados diversos tipos de ginástica e exercícios com a finalidade de aumentar a produtividade. As jornadas de trabalho abusivas de mais de 16 horas diárias, o trabalho infantil e todo o contexto de exploração dos operários e camponeses pela classe dominante geraram uma quantidade de novas doenças em grande parte da população.
           Diante da necessidade em se ter um profissional especializado que atendesse essa alta demanda de adoecimentos relacionados ao trabalho, surge uma nova especialidade que atende aos agentes etiológicos destes acometimentos em sua base – o movimento, a postura, o sistema musculotendíneo. Em meados de 1998 os profissionais de fisioterapia passaram a ter alguma visibilidade, principalmente por sua atuação junto ao processo de reabilitação dos trabalhadores lesionados. Para o tratamento fazia-se necessário compreender o processo etiopatogênico, e destes estudos surgiram a intervenção deste profissional junto a projetos e programas preventivos dentro das empresas, como ginástica de pausa.
 
· 4. ATUAÇÕES DO FISIOTERAPEUTA DO TRABALHO      
Participar efetivamente dos exames admissionais, periódicos e demissionais;
· Analisar o ambiente de trabalho para identificar fatores de riscos a saúde dos trabalhadores (Segmento em Sobrecarga Biomecânica – SSB) e propor medidas corretivas e preventivas;
· Realizar análise ergonômica do trabalho (AET);
· Participar de Comitê de Ergonomia (COERGO);
· Intervir praticamente em ações preventivas, como campanhas, feiras de saúde, Ginástica Laboral, Ginástica de Pausa, treinamentos;
· Contribuir para a adequada execução da Normas Regulamentadoras;
· Realizar tratamento fisioterapêutico como medida de prevenção secundária;
· Realizar a integração e reinserção de colaboradores pós-lesões que retornam a suas atividades laborativas;
· Realizar laudos cinesiológicos-funcionais para passivos trabalhistas;
· Realizar assistência técnica judicial (CREFITO, 2009).

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