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1 Resumo de doenças renais: SÍNDROME NEFRÍTICA: • As doenças glomerulares que se apresentam com síndrome nefrítica são caracterizadas por inflamação do glomérulo. • Geralmente apresenta hematúria, grumos de células vermelhas na urina, azotemia ( produtos nitrogenados com alta concentração- creatinina ), oligúria ( produção de urina abaixo do normal ) e hipertensão leve a moderada. • A proteinúria ( proteína na urina ) e o edema são comuns, mas não são tão graves quanto aqueles da síndrome nefrótica. • Geralmente, é característica da glomerulonefrite proliferativa aguda, que é um grupo de doenças que se caracterizam histologicamente por proliferação difusa de células glomerulares, associadas ao influxo de leucócitos e geralmente causadas por complexos imunológicos. SÍNDROME NEFRÓTICA: • Certas doenças glomerulares quase sempre produzem síndrome nefrótica. • Além disso, muitas outras formas de glomerulopatias primárias e secundárias. • Fisiopatologia: As manifestações da síndrome nefrótica incluem proteinúria massiva, com perda diária de 3,5 g ou mais de proteína ( menos em crianças ), hipoalbuminemia, edema generalizado e hiperlipidemia e lipidúria. • Há o desarranjo nas paredes glomerulares resultando em permeabilidade aumentada para proteínas plasmáticas. • Associada a doença sistêmica. NEFRITE TÚBULO-INTERSTICIAL: • Este grupo de doenças renais é caracterizado por alterações histológicas que envolvem predominantemente os túbulos e os interstícios. • A injúria túbulo-intersticial crônica pode ocorrer em doenças que afetam primariamente o glomérulo e pode ser a causa da evolução dessas doenças. • A nefrite túbulo-intersticial secundária está presente em síndromes renais vasculares, císticos e metabólicos ( diabetes ), nos quais também pode contribuir para o dano progressivo. • Pode ser aguda ou crônica. • A nefrite túbulo-intersticial aguda tem início clínico rápido e é caracterizada histologicamente por edema intersticial, frequentemente acompanhado por inflamação leucocítica do interstício e dos túbulos e necrose focal. • Na crônica, há infiltração predominantemente com leucócitos mononucleares, fibrose intersticial proeminente e atrofia tubular espalhada. • Diferem das injúrias glomerulares pela ausência, nos estágios iniciais, dos marcos de injúria glomerular como as síndromes nefrítica e nefrótica e pela presença de defeitos na função tubular. ➢ É atestada clinicamente pela poliúria ou noctúria, perda de sais, acidose metabólica e defeitos isolados na reabsorção ou secreção tubular. PIELONEFRITE E INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO: • Pielonefrite é um distúrbio renal que afeta os túbulos, interstício e pelve renal. • Ocorre em duas formas: a pielonefrite aguda é causada por infecção bacteriana e é a lesão renal associada à infecção do trato urinário. 2 Resumo de doenças renais: • A pielonefrite crônica é mais complexa: a infecção bacteriana assume o papel dominante, mas outros fatores estão envolvidos na sua patologia. • É uma complicação séria que envolve a bexiga ( cistite ), os rins e os sistemas coletores ( pielonefrite ), ou ambos. • A infecção bacteriana pode ser inicialmente assintomática ( bacteriúria assintomática ) e permanecer localizada na bexiga sem desenvolvimento de infecção renal. Porém geralmente se espalha para o rim. • Os agentes etiológicos responsáveis por 85% dos casos de infecção do trato urinário, são os bacilos gram-negativos que são habitantes normais do trato intestinal. A Escherichia coli é a mais comum, seguda por Proteus, Klebsiella e Enterobacter. Na maioria dos casos, os organismos infectantes são derivados da própria flora fecal do paciente ( infecção endógena ). • Existem duas formas pelas quais as bactérias podem alcançar os rins: através da corrente sanguínea ( infecção hematógena ) e a partir do trato urinário inferior ( infecção ascendente ). • Geralmente, a infecção hematógena ocorre por meio da obstrução ureteral em pacientes debilitados. • A infecção ascendente é a causa mais comum e a bexiga e a urina da bexiga são estéreis, então é necessário: ➢ A colonização da uretra distal e do introito ( na mulher ) pelo coliforme bacteriano, que se adere às células epiteliais da mucosa. ➢ Da uretra para a bexiga, os organismos entram durante cateterização uretral ou outra causa ( uretra pequena nas mulheres ). ➢ A obstrução do trato urinário e estase da urina: há um esvaziamento incompleto e volume residual de urina aumentado. ➢ A incompetência da válvula vesicouretral permite que as bactérias subam do ureter até a pelve renal. PIELONEFRITE AGUDA: • É uma inflamação supurativa do rim causada por infecções bacterianas e algumas vezes virais, seja hematógena e induzida por um espalhamento septicêmico ou ascendente e associada ao refluxo vesiculoureteral. • Os marcos morfológicos são uma inflamação supurativa intersticial em áreas, agregados intertubulares de neutrófilos e a necrose tubular. • A supuração pode ocorrer como abcessos focais nítidos envolvendo um ou dois rins que pode se estender para grandes áreas, mas geralmente atinge os polos superior e inferior. • Inicialmente, a inflamação neutrofílica está restrita ao tecido intersticial. No entanto, a reação envolve os túbulos e produz um abcesso com destruição dos túbulos comprometidos e se estendem com o néfron envolvido até os túbulos coletores e podem afetar os glomérulos. • Três complicações são comuns: ➢ A necrose papilar é vista principalmente em diabéticos e naqueles com obstrução do trato urinário e geralmente, uma ou todas as pirâmides podem estar envolvidas. ➢ A pionefrose é observada quando há obstrução total ou quase completa, particularmente quando é alta no trato urinário. O exsudato supurativo é incapaz de drenar e enche a pelve renal, os cálices e o ureter de pus. ➢ O abscesso perinéfrico é uma extensão da inflamação supurativa através da cápsula renal para o tecido perinéfrico. ➢ Após a fase aguda da pielonefrite, a cura ocorre e o infiltrado neutrofílico é substituído por um que é composto de macrófagos, células plasmáticas e linfócitos, os focos inflamatórios são substituídos por cicatrizes irregulares fibrosas, caracterizadas por atrofia tubular, fibrose intersticial e um infiltrado linfocítico. 3 Resumo de doenças renais: • Pode ser causada por obstruções do trato urinário, instrumentação, refluxo vesicoureteral, gravidez, diabetes mellitus. • Quando é clinicamente aparente, o início é súbito, com dor no ângulo costovertebral, febre, mal-estar ( infecção ), disúria, piúria, achado de grumos leucócitos ( envolvimento renal ). • Geralmente não se complica e segue um curso benigno e os sintomas desaparecem dentro de poucos dias pela terapia antibiótica. • Em alguns casos, quando relacionado a algumas doenças como diabetes melito ou imunodeficiência, pode ser mais grave, levando a episódios septicêmicos repetidos e a necrose papilar pode levar à falência renal aguda. PIELONEFRITE CRÔNICA: • É um distúrbio no qual a inflamação túbulo-intersticial crônica e a cicatrização renal estão associados com o envolvimento patológico dos cálices e da pelve. • É um causa importante da doença renal em estágio terminal. • Pode ser dividida em duas formas: crônica associada ao refluxo e crônica obstrutiva. • Nefropatia de refluxo ocorre como resultado da infecção urinária ou refluxo vesicouretral congênito e do refluxo intrarrenal. • O refluxo pode causar cicatrização e atrofia de um rim ou causar insuficiência renal crônica. • A pielonefrite obstrutiva crônica, as infecções recorrente sobrepostas nas lesões obstrutivas levam a ataques de inflamação e cicatrização. Podem gerar atrofia do parênquima e resultar em insuficiência renal. • Os marcos são cicatrizes grosseiras, nítidas e corticomedulares sobrepondo os cálices sobrepostos, grosseiros e deformados, e o achatamento daspupilas. • Pode ser insidiosa no começo ou apresentar manifestações agudas, como dor nas costas, febre, piúria frequente e bacteriúria. • A perda de função tubular gera poliúria e noctúria. • Pode evoluir para insuficiência.