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Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 Dorso • Estratimeria da coluna o Pele o Tela subcutânea o Fáscia muscular o Músculos (uma camada superficial, relacionada com o posicionamento e o movimento dos membros superiores, e camadas profundas, que estão relacionadas com a postura, o movimento ou a manutenção da posição do esqueleto axial) o Ligamentos o Coluna vertebral o Costelas (na região torácica) o Medula espinal e meninges (membranas que recobrem a medula espinal) o Vários nervos segmentares e vasos. o A coluna vertebral vai do crânio até o ápice do cóccix • Função da coluna vertebral: o Protege a medula espinal e os nervos espinais o Sustenta o peso do corpo superior ao nível da pelve o Garante um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo e uma base alargada sobre a qual a cabeça está posicionada e gira o Tem participação importante na postura e na locomoção (o movimento de um local para outro). • Vértebras o A coluna vertebral normalmente possui 33 vértebras, sendo organizada em 5 regiões: ▪ Cervical: 7 vertebras ▪ Torácica: 12 vertebras ▪ Lombar: 5 vertebras ▪ Sacro: 5 vertebras fundidas ▪ Cóccix: 4 vertebras fundidas – resquício da cauda humana o Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Estrutura básica das vertebras o São estruturas presentes em qualquer vértebra de qualquer região – com excessão das vertebras fundidas o São elas: ▪ Corpo vertebral: estrutura arredondada e grande, que tem a epífise anular e o osso esponjoso (com medula óssea vermelha). A articulação entre os corpos é do tipo sínfise (os discos intervertebrais são fibrocartilaginosos, caracterizando uma sínfise) ▪ Pedículo: estrutura que liga o corpo – anterior – com a porção posterior da vértebra ▪ Lâmina do arco vertebral: se projetam e formam o processo espinhoso ▪ Incisuras vertebrais: localizada na transição entre o pedículo para a lâmina. Quando se junta a superior com a inferior eles foram o forame intervertebral, onde sai o nervo espinal. ▪ Processo espinhoso: é a parte da vertebra que a gente consegue palpar sobre a pele. Os mais famosos são da C VII e T I (ponto de dor com estudo ou quando troca o travesseiro), pois são os mais salientes. Local de fixação de ligamentos e músculos ▪ Processo transverso: local de fixação de ligamentos e músculos ▪ Processo articular superior e inferior: eles são a articulação de uma vértebra com as adjacentes (superior e inferior). Essa articulação é a zigapofisária, uma articulação sinovial, plana que permite movimentos de deslizamento. Cada articulação faz pouco movimento, mas o conjunto de articulações nos permite a mobilidade da coluna. Esses processos também são responsáveis por ajudar a manter as vertebras adjacentes alinhadas. Ele sustenta o peso quando a pessoa se mexe, troca de posição (é uma sustentação temporária) – com exceção da L V que sustenta peso mesmo na posição ortostática. Elas que dão a mobilidade da coluna vertebral. ▪ Forame vertebral: conjunto de forames que formam o canal vertebral • Doenças que acometem a coluna: o Espondilite anquilosante ▪ Doença reumática em que o corpo produz anticorpos contra a membrana sinovial da articulação das vértebras (art. dos processos articulares), gerando perda do movimento e, com o tempo, o disco degenera. Outras doenças acometem a coluna nas zigapofisárias como a artrite reumatóide e lúpus Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Hérnia de disco ▪ Hérnia: estrutura que está fora da sua região anatômica e que não deveria estar onde ela está ▪ Hérnia de disco: é quando o núcleo pulposo rompe o anel fibroso e extravasa, indo em direção ao nervo espinal começando a comprimir a medula ou o nervo. ▪ 90% dos casos são tratados com fisioterapia e medicamento. Em casos de cirurgia é feito uma Laminectomia (corta-se a lâmina da vertebra para retirar o núcleo pulposo que está comprimindo o nervo espinal). • Vértebras cervicais o Sua característica mais marcante é a presença do forame transversário oval no seu processo transverso → passagem à artéria vertebral (menos na C VII, que possui o forame, mas a artéria não passa por ele = forame menor ou ocluso). o Possuem a estrutura básica e C III a C VII são vertebras cervicais típicas e possuem grandes forames vertebrais, pois precisam acomodar a intumescência cervical da medula espinal (inervação dos MMSS) o As suas vértebras de transição podem ter características especificas como: ▪ Processo espinhoso bífido (pela inserção dos mm. interespinais do pescoço), mas que não estão em todas as cervicais, apesar de se ter em grande parte dessas vértebras. ▪ C7 tem processo espinhoso mais longo que os demais e conseguimos palpar ▪ O forame vertebral é triangular e grande ▪ Seus processos articulares superiores são inclinados, não estão no plano vertical, são horizontalizados. ▪ Unco: elevação no corpo vertebral (processo uncinado). Pode estar presente em T I, ou estar ausente em C VII – vertebras de transição – o que pode gerar confusão ▪ Tubérculo anterior e posterior (fixação aos músculos cervicais laterais) o Atlas – C I ▪ Atlas = Titã que carregou o mundo nas costas ~ associação pelo fato dela segurar o crânio ▪ Características especiais: • 2 massas laterais • Arco anterior • Arco posterior • Processo transverso • Forame transversário • Faces articulares • Sulco da artéria vertebral (voltado para superior, no arco posterior) o o Áxis – C II ▪ Áxis = eixo (possui um dente que se articula com o arco anterior do atlas, o que permite o movimento de rotação da cabeça – como no movimento de “não” que a cabeça faz) ▪ É a mais forte das vertebras cervicais; C I, que sustenta o crânio, gira sobre C II ▪ Ela possui: • Corpo • Pedículo • Lâmina • Processo espinhoso • Processo transverso • Forame transversário • Dente do Áxis Iignorar o nome atlas que ta na imagem → era da imagem de cima Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Correlações clínicas ▪ Fratura do enforcado: fratura da C II que atinge o bulbo (controle visceral) → pessoa morre de lesão medular alta e não por asfixia. ▪ Instabilidade atlanto axial na síndrome de Down: esses indivíduos podem possuir instabilidade entre a C I e a C II, o que pode gerar afastamento entre essas vértebras, o que é um risco de lesão medular. • Vértebras torácicas o Fóveas costais: exclusividade delas, pois é onde as cabeças da costela se articulam com a vértebra. São articulações sinoviais planas e são elas a fóvea costal superior, a fóvea costal inferior e a fóvea costal do processo transverso. Nem sempre teremos 3 fóveas costais: TX, TXI e TXII não possuem a fóvea costal inferior, a TX possui só superior e do processo transverso e TXI e TXII apenas a superior. Isso ocorre, pois as duas últimas costelas são as flutuantes e antes delas tem as falsas. o A vertebra de transição são muito parecidas, então para se concluir se a vertebra é a TXII ou a LI devemos observar se há a presença da fóvea costal superior nela para ser a TXII. o T V a T VIII possuem todos os elementos típicos das vertebras torácicas Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o As primeiras vertebras torácicas possuem características em comum com as cervicais (T I a T IV). T I possui um processo espinhoso longo, semelhante ao da vertebra saliente, além de possuir uma fóvea costal completa na margem superior do seu corpo para a 1ª costela e uma hemifóveas em sua margem inferior, o que contribui para formar a face articular para a costela II o T IX a T XII possuem características semelhantes as vertebras lombares, como possuir os tubérculos semelhantes aos processos acessórios o A maior parte da transição nas características da região torácica para a região lombar ocorre ao longo da extensão de uma única vértebra: T XII. Em geral, sua metade superior tem caráter torácico, apresentando fóveas costais e processosarticulares que permitem movimento basicamente giratório, enquanto sua metade inferior tem caráter lombar, sem fóveas costais e com processos articulares que permitem apenas flexão e extensão. Consequentemente, a vértebra T XII está sujeita a estresses de transição que fazem com que seja a vértebra fraturada com maior frequência. o Características das torácicas: ▪ Processo articular verticalizado, estando no plano frontal da vértebra. ▪ Processo espinhoso verticalizado ▪ Corpo vertebral é maior que o cervical e menor que o lombar – se afunila o • Vértebras lombares o Não há fóveas costais nem forame transversário o Possuem: ▪ Processo articular no plano sagital (mediano) ▪ Processo mamilar (inserção dos mm. Multífidos e mm. intertransversários no dorso) ▪ Processo espinhoso quadrangular ▪ Processo acessório (inserção dos mm. intertransversários) fica no processo transverso o Sustentam grande peso → possuem corpos maiores o A vértebra L V, caracterizada por seu corpo e processos transversos fortes, é a maior de todas as vértebras móveis. Sustenta o peso de toda a parte superior do corpo. O corpo de L V é bem mais alto Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 anteriormente; portanto, é o principal responsável pelo ângulo lombossacral entre o eixo longitudinal da região lombar da coluna vertebral e o do sacro o o Correlação clínica: ▪ Espinha bífida: quando a coluna vertebral não se fecha corretamente na parte posterior, ficando bifurcada (não há o encontro das lâminas e consequentemente não há o processo espinhoso), deixando a medula espinal exposta. Não fecha osso, músculos, tela subcutânea e nem a pele → mielomeningocele (meninges expostas, não há atividade motora ou sensitiva, ficando similar a lesão medular). ▪ Espinha bífida oculta: pele, tela subcutânea e músculos se fecham, mas a vertebra não (por isso oculta). Ela é geralmente descoberta por meio de raios X e não repercute na vida do indivíduo; A espinha bífida (nos dois casos) pode ocorrer em qualquer nível, não apenas lombar, mas se for muito alta, para o diafragma e é incompatível com a vida. • Vertebras sacrais o Estrutura muito fácil de ser identificada o Possui: ▪ Forames sacrais anteriores ou pélvicos ▪ Forames sacrais posteriores ou dorsais ▪ Base do sacro e Ápice do sacro ▪ Tem a forma de um triângulo invertido ▪ Promontório da base do sacro: é a parte mais anterior do sacro Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Possui diferença entre os sexos: ▪ Comprimento (maior no homem) ▪ Largura (mais largo na mulher) ▪ Curvatura (mais curvo no homem) ▪ Peso (mais pesado no homem) ▪ Saliência dos acidentes ósseos (maior saliência nos homens) o • Vértebra coccígea: o Osso fundido, remanescente da cauda o Possui cornos coccígeos • Radiografia o Em uma visão anterior da coluna lombar identificamos os processos transversos, espinhoso (estrutura comprida, “nariz”), pedículos (“olhinhos”), corpo da vértebra. o Obs: Sacralização de L5 = é a fusão de L5 com o Sacro. o Obs 2: Vértebra de transição = é uma vértebra extra entre L5 e sacro. Não causa nenhum problema para o indivíduo. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Curvaturas da coluna vertebral o Em indivíduos adultos, a coluna vertebral possui quatro curvaturas: cervical, torácica, lombar e sacral o As curvaturas (cifoses) torácica e sacral (pélvica) são côncavas anteriormente e são curvaturas primárias (se desenvolvem durante o período fetal e são conservadas durante toda a vida adulta) o As curvaturas (lordoses) cervical e lombar são côncavas posteriormente e são curvaturas secundarias (começam a aparecer na região cervical durante o período fetal, mas só se tornam evidentes na lactância, elas são mantidas principalmente por diferenças na espessura entre as partes anterior e posterior dos discos IV). o Desenvolvimento motor normal da criança ▪ Sustentar a cabeça: 3 meses ▪ Sentar: 6 meses ▪ Engatinhar: 9 meses ▪ Andar: 12 meses o As alterações nas curvaturas dos indivíduos recebem nomes específicos na ortopedia ▪ Lordose: curvatura lombar aumentada = posição de lorde ▪ Cifose: curvatura torácica aumentada ▪ Escoliose: desvio no plano frontal o É comum, na fisioterapia, chamarem de lordose qualquer curvatura cervical ou lombar e quando tem um aumento eles chamam de hiperlordose cervical ou lombar. Já as curvaturas torácicas e sacrais são chamadas de cifose e quando apresentam aumentam que passam a ser hipercifose torácica ou sacral. • Articulações do dorso: o Podem ser: ▪ Dos corpos vertebrais ▪ Dos arcos vertebrais ▪ Crânio vertebrais ▪ Dos processos articulares (as zigapofisiárias) – sinoviais planas o Sínfises: ▪ São as formadas/representadas pelos discos intervertebrais ▪ Esses discos são formados por um anel fibroso e um núcleo pulposo → derivados da notocorda ▪ Função do disco: proporcionar mobilidade a coluna e impedir que os choques mecânicos ocorram entre os corpos vertebrais. ▪ Anel fibroso: mais grosso anteriormente e mais fino posteriormente (por isso esse é o local mais propicio para que se tenha o extravasamento do núcleo em direção à medula e aos nervos espinais– hérnia) ▪ A dor da hérnia de disco é devido ao rompimento do anel fibroso, que é inervado em sua periferia e devido a compressão do nervo espinal pelo núcleo pulposo. ▪ A espessura do disco é variável, sendo maior na região lombar, o que permite mais movimento. Considerando a espessura relativa (ou seja levando em conta o tamanho do corpo vertebral e a espessura do disco) vemos que a é maior na cervical e na lombar, com isso são locais de maior movimento, ou seja, são locais mais propensos a hérnia de disco ▪ Obs: um disco normal na Ressonância magnética temos um halo escuro e um centro mais claro. Quando ocorre protrusão ele vai para frente e quando ocorre extrusão temos o rompimento do anel e a formação da hérnia em si. ▪ Obs 2: articulação dos uncos vertebrais são geralmente consideradas como articulações sinoviais, mas fogem um pouco da regra já que não possuem todos os elementos da art. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 (cápsula, cartilagem e cavidade articular), mas chamam de sinovial por ter um líquido sinovial presente. Com o tempo os uncos se degeneram e acabam gerando problemas de artrose na coluna cervical. ▪ Obs 3: forma de evitar hérnias de disco é fortalecendo a musculatura, mantendo a postura correta, fazendo atividades físicas regulares e não ganhando peso. Além disso, para evitar artrose do joelho e de quadril devemos evitar ganho de peso o o Articulação Atlanto occipital ▪ Há entre o atlas e o osso occipital do crânio ▪ Articulação sinovial elipsóide, não possui disco articular e realiza movimentos de flexão e extensão (movimento do sim). o Articulação atlantoaxial mediana: ▪ Entre o atlas e o áxis. ▪ Faz o movimento do não com a cabeça → faz rotação do crânio com o dente do áxis articulando com o arco anterior do atlas o Articulações costovertebrais ▪ Entre as costelas e as vertebras – visto em tórax o Articulação Sacroilíaca: ▪ Art. anterior com seu lig. ▪ Art. posterior com seu lig. ▪ Ligamento interósseo: fixa melhor o sacro com o ílio, é bem estável • Ligamentos do dorso o Ligamento longitudinal anterior: anterior ao corpo da vértebra. Limita a extensão. É um estabilizador da coluna. o Ligamento longitudinal posterior: posterior ao corpo da vértebra. Limita a flexão. Ele se prolonga até o crânio se fixando na base do crânio e essa continuidade do ligamento longitudinal posterior se Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 chama membrana tectória. Ele também está envolvido com as hérnias de disco, pois impede a formação delas na região central, fazendo com que elas se formem posterolateralmente. o Ligamento amarelo: fica vinho com o formal. Ele une as lâminas vertebrais de uma superior comuma inferior. Importante nas anestesias, pois a agulha o atravessa antes de chegar no canal vertebral, com isso sentimos uma resistência. o Ligamento interespinhal: fica entre os processos espinhosos. o Ligamento supra espinhal: posterior aos processos espinhosos – o Ligamento nucal: prolongamento do supraespinal e vai até o crânio sendo ponto de fixação para músculos. o Ligamentos intertransversários: entre os processos transversos. o Membrana atlanto occipital anterior: continuação do ligamento longitudinal anterior o Membrana atlanto occipital posterior: continuação do ligamento o Membrana atlanto axial anterior: continuação do ligamento longitudinal anterior o Membrana atlanto axial posterior: continuação do ligamento o Ligamento cruciforme o Ligamentos alares o o Artrose: degeneração da cartilagem articular – raio x → perda do espaço articular radiográfico. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o o Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Vascularização da coluna o As vértebras são irrigadas pelos ramos periosteais e equatoriais das principais artérias cervicais e segmentares e seus ramos espinais. Os ramos espinais que irrigam as vértebras são ramos das: ▪ Artérias vertebrais e cervicais ascendentes, no pescoço ▪ Artérias intercostais posteriores, na região torácica ▪ Artérias subcostais e lombares, no abdome ▪ Artérias iliolombares e sacrais laterais e mediana, na pelve. o Os ramos periosteais e equatoriais originam-se dessas artérias à medida que cruzam as faces externas (anterolaterais) das vértebras. o Os ramos espinais entram nos forames intervertebrais e dividem-se nos ramos anteriores e posteriores do canal vertebral, que seguem até o corpo vertebral e o arco vertebral, respectivamente, e dão origem aos ramos ascendentes e descendentes, que se anastomosam com os ramos do canal vertebral de níveis adjacentes. o Os ramos anteriores do canal vertebral emitem artérias nutrícias para os corpos vertebrais. o Os ramos espinais continuam como artérias radiculares, distribuídas para as raízes posteriores e anteriores dos nervos espinais e seus revestimentos, ou como artérias medulares segmentares, que continuam até a medula espinal. o o As veias espinais formam plexos venosos ao longo da coluna vertebral tanto dentro (plexo venoso vertebral interno) quanto fora (plexo venoso vertebral externo) do canal vertebral. o As veias basivertebrais, que são grandes e tortuosas, formam-se dentro dos corpos vertebrais e emergem dos forames nas superfícies dos corpos vertebrais (principalmente na face posterior) e drenam para os plexos venosos vertebrais externo e principalmente interno. o As veias intervertebrais (IV) recebem veias da medula espinal e dos plexos venosos vertebrais enquanto acompanham os nervos espinais através dos forames IV para drenar para as veias vertebrais do pescoço e veias segmentares do tronco. o Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Inervação da coluna vertebral o Além das articulações dos processos articulares ou zigapofisárias (inervadas pelos ramos articulares dos ramos mediais dos ramos posteriores), a coluna vertebral é inervada por ramos recorrentes meníngeos dos nervos espinais. o Esses ramos retornam através do forame IV, porém alguns ramos permanecem fora do canal. o Os ramos fora do canal inervam os anéis fibrosos e o ligamento longitudinal anterior; o Os ramos recorrentes inervam o periósteo, os ligamentos amarelos, os anéis fibrosos posteriormente, o ligamento longitudinal posterior, a parte espinal da dura-máter e os vasos sanguíneos dentro do canal vertebral. • Músculos do Dorso → NOTA, SE BASEAR NA DIVISÃO DO BERG, NO FINAL DA PARTE DE DORSO o Os músculos do dorso são divididos em intrínsecos do dorso (próprios do dorso) e extrínsecos do dorso. o Músculos extrínsecos do dorso: ▪ Mais externos ▪ Mais superficiais ▪ Pontos de fixação no esqueleto apendicular – MMSS ajudam no movimento de membro superior – e no esqueleto axial – nas costelas, ajudando nos movimentos respiratórios ▪ Inervação pelos ramos ANTERIORES dos nervos espinais ▪ Músculos superficiais e intermediários, que produzem e controlam os movimentos dos membros e respiratórios, respectivamente ▪ Músculos trapézio, latíssimo do dorso, levantador da escápula e romboides (superficiais) ▪ Músculos serráteis posteriores superior e inferior (intermediários) – músculos respiratórios superficiais, porém desempenham uma função mais provavelmente proprioceptiva do que motora ▪ São inervados por ramos anteriores de nervos espinais (o m. trapézio é inervado pelo NC XI) e que atuam predominantemente nos membros. ▪ Os estratos que estão nessa classificação são o vertebroapendicular, espinoapendicular profundo e espinoapendicular superficial • VA → Quadrado do lombo, psoas maior e psoas menor • EAP → Romboides maior e menor e Levantador da escápula • EAS → Trapézio e Latíssimo do dorso o Músculos intrínsecos do dorso: ▪ São músculos próprios do dorso ▪ Incluem os músculos profundos que atuam especificamente sobre a coluna vertebral, produzindo os seus movimentos e mantendo a postura. ▪ Possui pontos de inserção apenas no esqueleto axial – maior estabilidade nos movimentos da coluna ▪ Suas origens também são no esqueleto axial ▪ Inervação pelos ramos posteriores dos nervos espinais, predominantemente ▪ Atuam nos movimentos da coluna vertebral (manutenção da postura) ▪ O estrato Tr (transversários) e PoTS (pós transversários superficiais) são estratos que embora sejam tratados como intrínsecos, possuem também características dos extrínsecos, seja Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 funcional, neural ou embriológica. Portanto, compõem o estrato mais superficial do grupo dos intrínsecos, ficando adjacente aos extrínsecos. ▪ Os estratos presentes aqui são os transversários, os pós-transversários profundo, pós- transversários médios e os pós-transversários superficiais • Tr → o 1) Longo da cabeça e do pescoço, retos anterior e lateral da cabeça, e escalenos anterior, médio e posterior o 2) Intertransversários (anteriores e posteriores do pescoço; do tórax; mediais e laterais do lombo) o 3) Levantadores das costelas • PoTP → Camada dos "segmentares" o Rotadores curtos e longos (do lombo - inconstantes ou pouco desenvolvidos, do tórax e do pescoço); o Interespinais (do lombo, do tórax - pouco desenvolvidos e do pescoço); Retos posterior maior e menor da cabeça; o Oblíquos superior e inferior da cabeça; Multífidos (do lombo, do tórax e do pescoço) • PoTM → Camada dos "multissegmentares" o Semi-espinal (do tórax, do pescoço e da cabeça); o Eretores da espinha: ▪ Iliocostal do lombo (parte lombar, torácica e do pescoço) ▪ Longuíssimo do tórax, do pescoço e da cabeça ▪ Espinal do tórax do pescoço e da cabeça (inconstante) • PoTS → Camada "contentora" o 1) Esplênio do pescoço e da cabeça o 2) Serrátil posterior inferior e posterior superior • Músculos extrínsecos do dorso o São subdivididos em duas camadas, uma camada superficial e uma camada intermediária → DE ACORDO COM O MOORE o Camada superficial ▪ Músculo trapézio: possui parte ascendente, descendente e transversa • Origem no processo espinhoso até TXII e inserção no cíngulo do membro superior (extremidade acromial – da clavícula), no acrômio e na espinha da escápula • Sua ação vai depender da parte que está contraindo: o Só a parte descendente: elevação da escápula o Só a parte transversa: faz a adução da escápula o Só a parte ascendente: deprime a escápula – o Todas as partes em conjunto fazem adução da escápula o Movimentos no cíngulo do membro superior • A inervação desse músculo é feita pelo décimo primeiro par de nervos cranianos, o nervo acessório, que passa profundamente ao m. trapézio. • Localiza-se no estrato Espinoapendicular superficial (EAS) ▪ Músculolatíssimo do dorso: “latus” = grande (latim) → maior músculo entre os extrínsecos • Origem nos processos espinhosos e na aponeurose toracolombar e inserção na parte proximal do úmero • Age na rotação medial do membro superior e na adução e extensão do ombro. • Inervação: nervo toracodorsal (ramos anteriores dos nervos espinais), ▪ → plexo somático → plexo braquial → nervo toracodorsal • Realiza movimentos no cíngulo do membro superior • Localiza-se no estrato Espinoapendicular superficial (EAS) Obs: o trígono da ausculta é formado pelo latíssimo, trapézio e margem medial da escápula. É um dos pontos para ouvir ruído pulmonar, na base do pulmão. Geralmente pede-se para que o paciente coloque os braços para frente e se curve, fazendo com que o trígono aumente e com isso, podemos auscultar adequadamente Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ Músculo levantador da escápula: abaixo do m. esternocleidomastóideo e do m. trapézio • Origem nos processos transversos das vertebras cervicais e inserção no ângulo superior da escápula. • Principal ação: elevação da escápula – como diz no nome; outras ações: estende a coluna cervical (atuação nos dois lados e com escápula fixa) e flexão lateral da coluna cervical (atuação em um único lado); Movimentos no cíngulo do membro superior • Inervação: nervo dorsal da escapula (ramo anterior de C5 → vai p posterior → desce profundamente ao músculo) • Localiza-se no estrato espinoapendicular profundo (EAP) ▪ Músculo romboide maior: mais achatado e inferior ao menor • Origem nos processos espinhosos e inserção na escápula • Realiza adução com um pouco de elevação das escápulas e movimentos no cíngulo do membro superior • Se insere da espinha da escápula para baixo • Inervação: nervo dorsal da escápula (ramo anterior de C5 → vai p posterior → desce profundamente ao músculo) • Profundo ao músculo trapézio • Localiza-se no estrato espinoapendicular profundo (EAP) ▪ Músculo romboide menor: mais cilíndrico e superior ao maior • Origem nos processos espinhosos e inserção na escápula • Realiza adução com um pouco de elevação das escápulas e movimentos no cíngulo do membro superior • Se insere da espinha da escápula para baixo • Inervação: nervo dorsal da escápula (ramo anterior de C5 → vai p posterior → desce profundamente ao músculo • Profundo ao músculo trapézio • Localiza-se no estrato espinoapendicular profundo (EAP) o Camada intermediária ▪ Músculo serrátil posterior superior: abaixo dos músculos trapézio, romboide, da escápula e do músculo levantador da escápula • Origem nos processos espinhosos e inserção da segunda até a quinta costela. • Função: elevar as costelas e abrir o tórax (importante na inspiração, agindo como sinergista na respiração ao abrir a caixa torácica); Transição funcional, logo atuam como Extensores, Rotadores, contentor/Propriocepção • É inervado pelos ramos musculares dos nervos intercostais (nome dado ao ramo anterior do nervo espinal quando está no tórax) • Localiza-se no estrato pós-transversários superficiais (PoTS) ▪ Músculo serrátil posterior inferior: abaixo apenas do músculo latíssimo do dorso • Origem nos processos espinhosos e inserção da nona à décima segunda costelas. • Função/ação: abrir a caixa torácica auxiliando na respiração, traciona as costelas para inferior; Transição funcional, logo atuam como Extensores, Rotadores, contentor/Propriocepção • É inervado pelos ramos musculares dos nervos intercostais (nome dado ao ramo anterior do nervo espinal quando está no tórax) • Localiza-se no estrato pós-transversários superficiais (PoTS) o DE ACORDO COM O ARQUIVO QUE OS PROFESSORES DISPONIBILIZARAM, A melhor divisão desses músculos se dá pela divisão em camadas. Como estamos na parte dos músculos extrínsecos do dorso, a melhor divisão das camadas dessa região seria pelos estratos Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ Vertebroapendicular (VA) • Relaciona-se com os músculos que se ligam à parte anterior dos processos transversos e ao corpo vertebral • Existem apenas na região lombar da coluna vertebral e predominantemente atuam nos movimentos dos membros inferiores • Os principais músculos presentes nessa região são o músculo quadrado do lombo, músculo psoas maior e músculo psoas menor, que agem no movimento no cíngulo do membro inferior e são inervados pelos ramos anteriores do nervo espinal. • São músculos que são vistos melhor na visão anterior, olhando-se pela parede posterior do abdome • Músculo quadrado do lombo o É um músculo quadrilateral, que forma uma lâmina espessa na parede posterior do abdome o É inervado pelos ramos anteriores dos nervos T12 e L1-L4 o Ação: estende e flete lateralmente a coluna vertebral e fixa a costela XII na inspiração; ligado ao movimento no cíngulo do membro inferior • Músculo psoas maior o É longo, espesso e fusiforme o Está lateralmente as vertebras lombares o Passa atras (posteriormente) ao ligamento inguinal, para se fixar no trocanter menor do fêmur o É inervado pelos ramos anteriores dos nervos L1, L2 e L3. o Ação: flete a coxa (junto com o m. ilíaco); flete a coluna lateralmente; equilibra o tronco; individuo sentado → atua inferiormente como o m. ilíaco para fletir o tronco; ligado ao movimento no cíngulo do membro inferior • Músculo psoas menor o É medial ao psoas maior o Vai da vertebra TXII até a linha pectínea o É inervado pelos ramos anteriores dos nervos lombares (L1 e L2) o Atua conjuntamente com o psoas maior, o ilíaco e o iliopsoas na flexão da coxa na articulação do quadril e na estabilização dessa articulação ▪ Espinoapendicular (EAS ou EAP) • É subdividido em profundo e superficial • É a musculatura mais posterior ou superficial do dorso e possui, em comum, a fixação no cíngulo do membro superior e no processo espinhoso das vértebras • Está relacionada aos movimentos dos membros (principalmente o superior) • São inervados através dos ramos anteriores dos nervos espinais (NE) e nervo acessório, no caso do músculo trapézio (NC XI). • EAP → Romboides maior e menor e Levantador da escápula (descrito acima) • EAS → Trapézio e Latíssimo do dorso (descrito acima) Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Músculos intrínsecos do dorso o É dividido em três camadas: camada superficial, camada intermédia e camada profunda o Todos eles são inervados pelos ramos POSTERIORES dos nervos espinais o Camada superficial ▪ Músculo esplênio da cabeça: esplênio = curativo (forma similar) • Origem nos processos espinhosos e inserção na cabeça e no processo mastoide • Possui fibras obliquas em V. • Ele é responsável por revestir e manter os músculos profundos a ele em posição. • Inervado por ramos posteriores e anteriores dos nervos espinais • Localize-se no estrato pós-transversário superficial ▪ Músculo esplênio do pescoço • Origem nos processos espinhosos e inserção nos processos transversos cervicais. • Ação: realiza extensão da coluna cervical (contração dos dois lados) e flexão lateral da coluna cervical junto com o m. levantador da escápula (contração unilateral) • Ele é responsável por revestir e manter os músculos profundos a ele em posição. • Inervado por ramos posteriores e anteriores dos nervos espinais • Localize-se no estrato pós-transversário superficial o Camada intermédia ▪ Músculo eretor da espinha: maior músculo do dorso, possui forma de pássaro e ocupa toda a camada intermédia • Se localiza em um sulco, entre o processo espinhoso e o ângulo da costela → calha costoespinal • Principal extensor da coluna vertebral e quando atua em apenas um lado, promove a flexão lateral da coluna • É dividido em três partes, que são as três colunas de músculos o Músculo iliocostal do lombo: possui uma parte lombar, torácica e iliocostal(do pescoço). o Músculo longuíssimo: possui uma parte torácica, uma parte do pescoço e uma da cabeça (no processo mastóide) o Músculo espinal: possui uma parte torácica, uma do pescoço (que é inconstante e varia entre os indivíduos) e uma da cabeça (que é a margem medial do m. semiespinal da cabeça). • As partes se sobrepõem e com isso a parte da cabeça fica mais medial, a do pescoço é intermédia e a do tórax é mais lateral • Localiza-se no estrado pós-transversário médio • Inervado pelo ramo posterior do nervo espinal o Camada profunda ▪ Músculos transversos espinais: tem origem nos processos transversos e se inserem nos processos espinhosos. Estão presentes no sulco entre eles. • Músculos semiespinais: são mais superficiais e maiores; Localiza-se no estrado pós- transversário médio e são inervados pelo ramo posterior do nervo espinal o Músculo semiespinal da cabeça: ▪ Músculo digástrico possuindo uma intersecção tendínea. ▪ Origem nos processos transversos começando em T7 e inserção na cabeça (parte posterior do crânio). Ação: extensão da cabeça. ▪ Inervação: 2 nervos – occipital maior e o nervo occipital terceiro. o Músculo semiespinal do tórax e do pescoço: é mais profundo. ▪ Origem nos processos transversos e inserção no espinhoso. ▪ Ação: quando age nos dois lados estende o pescoço e o tórax, quando age só de um lado faz a rotação do pescoço ou do tórax para o lado contralateral Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Músculos multífidos: o São intermédios o Se originam de uma vértebra e se inserem da terceira, quarta e quinta vértebra acima da primeira, tendo então um comprimento médio. → calha transversoespinal o São muitos no tórax e na lombar (onde se fixam nos processos mamilares). o Origem no processo transverso e inserção no processo espinhoso. o Quando age nos dois lados estende a coluna, mas quando age apenas de um lado rotaciona a coluna contralateralmente. o Sua ação mais importante é na estabilização da coluna. o Inervado pelos ramos posteriores do nervo espinal • Músculos rotadores: o São mais profundos o Saem de uma vértebra para se inserir logo na de cima (curto) ou na segunda acima da primeira (longo), tendo então um comprimento menor. → calha transversoespinal o São mais evidentes na região torácica, mas também existem na lombar. o Eles estendem a coluna, quando agem nos dois lados o Rotaciona contra lateralmente, quando age apenas em um lado o Ação mais importante é estabilizar a coluna. o Inervado pelos ramos posteriores do nervo espinal ▪ Outros músculos menores: são pequenos profundos e tem ação na propriocepção e na estabilização da coluna (principalmente). • Músculos interespinais do pescoço (também existem na lombar): o Realizam a extensão da coluna, são muito pequenos o Responsáveis por gerar o processo espinhoso bífido nas vértebras cervicais. o Localiza-se no estrato pós transversário profundo, na calha transversoespinal • Músculos intertransversários: o Estão entre os processos transversos ao longo de toda a coluna. o Realizam a flexão lateral da coluna e são importantes na estabilização dela. o Na lombar podem ser mediais (que são menores e estão no processo acessório da vértebra lombar) ou laterais (que são maiores). o Localiza-se no estrato transversário (Tr) • Músculos levantadores das costelas: o Origem nos processos transversos e inserção nas costelas. o Eleva e abre um pouco, ajudando na respiração. o Estão presentes apenas no tórax, na região torácica. o Ajudam na flexão lateral da coluna quando a costela está fixa. o Podem ser longos (se fixa na segunda costela abaixo) ou curtos (se fixam na costela logo abaixo). o Localiza-se no estrato transversário (Tr) o Irrigação: ▪ o músculo latíssimo do dorso é irrigado pela artéria toracodorsal que é uma continuação da artéria subescapular, que por sua vez é ramo da artéria axilar. ▪ Já os demais músculos do dorso são irrigados pelos ramos dorsais das aa. intercostais posteriores da aorta abdominal Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o DE ACORDO COM O ARQUIVO QUE OS PROFESSORES DISPONIBILIZARAM, A melhor divisão desses músculos se dá pela divisão em camadas. Como estamos na parte dos músculos intrínsecos do dorso, a melhor divisão das camadas dessa região seria pelos estratos ▪ Transversário (Tr) • Mais anterior do grupo, está posterior ao estrato vertebroapendicular • Composto por músculos com fixação predominante nos processos transversos e costelas, sendo esse último uma referência ao elemento costal embrionário. • Se caracteriza pela transição nervosa (inervação mista entre ramo anterior e posterior do NE) e funcional (flexão lateral como principal ação muscular), o que marca o início dos estratos intrínsecos propriamente ditos • Os músculos inseridos aqui são os: o 1) Longo da cabeça e do pescoço, retos anterior e lateral da cabeça, e escalenos anterior, médio e posterior o 2) Intertransversários (anteriores e posteriores do pescoço; do tórax; mediais e laterais do lombo) o 3) Levantadores das costelas • Os músculos dessa região são de transição funcional, ou seja, realizam flexão anterior, flexão lateral e elevação das costelas ▪ Pós transversários posteriores (PoTP) • Estão entre o processo transverso e espinhoso das vértebras, formando a calha transversoespinal • Os músculos PoTP são fixados nos processos transversos e espinhosos das vertebras e nas lâminas do arco vertebral. • Os músculos presentes nessa camada são os da camada dos “segmentares” e são: o Músculos rotadores curtos e longos (do lombo - inconstantes ou pouco desenvolvidos, do tórax e do pescoço) o Músculos interespinais (do lombo, do tórax - pouco desenvolvidos e do pescoço) o Músculos retos posterior maior e menor da cabeça. o Músculos oblíquos superior e inferior da cabeça o Músculos multífidos (do lombo, do tórax e do pescoço) • ▪ Pós transversários mediais (PoTM) • Estão localizados na região entre os ângulos das costelas e o processo espinhoso das vértebras, chamada de calha costoespinal • Os músculos presentes nessa camada são os da camada “multissegmentar” e são: o Músculos Semiespinhal (do tórax, do pescoço e da cabeça) o Músculos Eretores da espinha: ▪ Iliocostal do lombo (parte lombar, torácica e do pescoço) Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ Longuíssimo do tórax, do pescoço e da cabeça ▪ Espinal do tórax do pescoço e da cabeça (inconstante) ▪ União dos PoTM e PoTP → Ambos estratos formam o cerne muscular da coluna vertebral, uma vez que são propriamente intrínsecos (inervados apenas por ramos posteriores dos NEs), distribuem-se respectivamente de maneira "segmentar" e "multissegmentar" em todo eixo vertebral e são os mantenedores da postura. ▪ Pós-transversários superficiais (PoTS) • Estrato mais superficial dos músculos intrínsecos; • Possuem localização específica no eixo vertebral, e apresentam transição nervosa e funcional, uma vez que os demais estratos superficiais a esse são extrínsecos • São inervados pelos ramos anteriores e posteriores dos nervos espinais • Atua de maneira contentora aos músculos profundos de maneira direta ou indireta. • Os músculos presentes nessa camada são os chamados contentores o 1) Esplênio do pescoço e da cabeça o 2) Serrátil posterior inferior e posterior superior • Músculos da parte posterior do pescoço (na região suboccipital → abaixo do trapézio, esplênio da cabeça e semiespinhal da cabeça) o Músculo reto posterior maior da cabeça: ▪ Origem no áxis e inserção no crânio. ▪ É mais lateral do que o menor. Realiza a extensão da cabeça. o Músculo reto posterior menor da cabeça: ▪ Origem em C1 (Atlas) e inserção no crânio. ▪ É mais medial do que o maior. Também realiza extensão da cabeça. o Músculo oblíquo superior da cabeça: ▪ Origem em C1 (Atlas) e inserçãono crânio. Também realiza extensão da cabeça. o Músculo oblíquo inferior: ▪ Origem no Áxis e inserção no Atlas. Ele gira o Atlas, direcionando a face para o mesmo lado de contração. o A presença desses músculos (exceto o reto posterior menor) forma o trígono suboccipital. Seus limites são: ▪ Medial: m. reto posterior maior da cabeça ▪ Lateral: m. oblíquo superior ▪ Inferior: m. oblíquo inferior ▪ Assoalho: membrana atlanto occipital posterior e parte do arco posterior do Atlas ▪ Teto: m. semiespinal da cabeça ▪ Conteúdo: a. vertebral que passa por ali e n. suboccipital (que é um ramo posterior de C1) e inerva todos os 4 músculos da região suboccipital. o Obs: 2 nervos contribuem para a inervação do trígono: ▪ Nervo occipital maior: que é ramo posterior de C2 e inerva o m. semiespinal da cabeça e o m. oblíquo inferior. ▪ Nervo occipital terceiro: que é ramo posterior de C3 e inerva o m. semiespinal da cabeça e a pele da região o Região occipital ▪ A região suboccipital pode ser compreendida na área entre linhas horizontais que passam pela linha nucal superior e o processo espinhoso de C III (primeira vértebra cervical típica) e linhas horizontais que passam pelo plano mediano, no ligamento nucal, e no processo mastóide. o Topografia ▪ Ao dissecar os dois primeiros planos, a pele e a tela subcutânea, que podem ser bem espessas, alcança-se o primeiro plano muscular, que é formado pelo m. trapézio. Rebatendo esse músculo encontra-se o m. esplênio da cabeça, que o dissecando em sequência, se identifica o teto do denominado trígono suboccipital, formado pelo m. semiespinal da cabeça. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 ▪ O trígono suboccpital é formado por quatro músculos dispostos, justamente, em formato triangular: m. reto posterior maior da cabeça e m. reto posterior menor da cabeça, m. oblíquo superior da cabeça e m. oblíquo inferior da cabeça. Situam-se profundamente aos mm. semiespinais da cabeça, mas não estão profundos aos mm. multífidos. Esse quarteto muscular forma o limite superomedial, superolateral e inferolateral do trígono suboccipital, respectivamente, o qual tem como assoalho o arco posterior do atlas e as membranas atlantoccipital e atlantoaxial posterior, e como conteúdo a a. vertebral, e o n. suboccipital, que possuem função de irrigar e inervar esse quarteto muscular. ▪ Durante a dissecção será possível observar que o n. occipital maior possui trajeto tangente ao m. oblíquo inferior da cabeça, e perfura o m. semiespinal da cabeça em direção a superfície para recolher a sensibilidade geral da região suboccipital e posterior da cabeça. Num nível inferior, o n. occipital terceiro ascende perfurando os mm. esplênios da cabeça e trapézio em direção a superfície para recolher a sensibilidade geral da região suboccipital e posterior da cabeça. o Aplicação clínica ▪ O aumento da tensão muscular da região suboccipital, seja ela de qualquer origem (ex.: má postura, movimentos repetitivos, estresse, manutenção de uma única postura por longo tempo, alteração na ATM e/ou nos dentes, alteração vertebral cervical, dentre outras), pode gerar compressão dos nervos supracitados originando dores cervicais que se irradiam para a cabeça e, em alguns casos, para o membro superior. Quando irradiadas para a cabeça são comumente denominadas de cefaleia cervicogênica. Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 Principais músculos que movimentam as articulações intervertebrais cervicais. Flexão Extensão Inclinação lateral Rotação (não mostrada) Ação bilateral de M. longo do pescoço M. escaleno M. esternocleidomastóideo Músculos profundos do pescoço M. semiespinal do pescoço e M.iliocostal do pescoço M. esplênio do pescoço e M.levantador da escápula M. esplênio da cabeça M. multífido M. longuíssimo da cabeça semiespinal da cabeça M. trapézio Ação unilateral de M. iliocostal do pescoço Mm. longuíssimos da cabeça e do pescoço Mm. esplênios da cabeça e do pescoço Mm. intertransversário e escalenos Ação unilateral de Mm. rotadores Mm. semiespinais da cabeça e do pescoço M. multífido M. esplênio do pescoço Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 Principais músculos que movimentam as articulações intervertebrais torácicas e lombares. Flexão Extensão Inclinação lateral Rotação (não mostrada) Ação bilateral de M. reto do abdome M. psoas maior Gravidade Ação bilateral de M. eretor da espinha M. multífido M. semiespinal do tórax Ação unilateral de Partes torácica e lombar do M.iliocostal do lombo M. longuíssimo do tórax M. multífido Mm. oblíquos externo e interno do abdome M. quadrado do lombo Mm. romboides M. serrátil anterior Ação unilateral de Mm. rotadores M. multífido M. iliocostal M. longuíssimo M. oblíquo externo do abdome agindo em sincronia com o M.oblíquo interno do abdome oposto M. esplênio do tórax Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • OS SETE ESTRATOS MUSCULARES DA COLUNA VERTEBRAL o Sumário das camadas (disposição de anterior para posterior): ▪ VA - Vertebroapendiculares → extrínsecos ▪ Tr - Transversários → intrínsecos ▪ PoTP - Pós-transversários profundo → intrínsecos ▪ PoTM - Pós-transversários médios → intrínsecos ▪ PoTS - Pós-transversários superficiais → intrínsecos ▪ EAP - Espinoapendiculares profundos → extrínsecos ▪ EAS – Espinoapendiculares superficiais→ extrínsecos o INTRODUÇÃO ▪ Essa sistematização ponderou rigorosamente a topografia e a relação entre as características funcionais, nervosas e embriológicas dos músculos que atuam na coluna vertebral. ▪ O termo extrínseco foi reservado aos músculos que possuem fixação no esqueleto axial e apendicular, que são inervados por ramos anteriores de nervos espinais (o m. trapézio é inervado pelo NC XI) e que atuam predominantemente nos membros. Esse termo é aplicado aos estratos VA, EAP e EAS (Vertebroapendiculares, espinoapendiculares profundos e superficiais) (cor verde, Fig. 1-3). Esses não possuem em suas denominações a caracterização do termo transversário, que ficou reservado aos estratos intrínsecos. ▪ Em virtude da característica de fixação apenas no esqueleto axial, possuir predominante inervação por ramos posteriores de nervos espinais, e atuarem nos movimentos da coluna vertebral (manutenção da postura), os estratos Tr, PoTP, PoTM, PoTS são considerados intrínsecos (cor roxa e rosa Figs.1-3). Dessa forma, a sua relação topográfica com o processo transverso permite a utilização do termo transversário, o que caracterizou a nomenclatura desses estratos, e que também se tornou uma forma de distinção para com os estratos extrínsecos (Tab. 1). ▪ Assim, a sistematização em 7 estratos se resume na divisão de estratos extrínsecos (VA, EAP e EAS) e intrínsecos (Tr, PoTP, PoTM, PoTS). O estrato Tr e PoTS (rosa claro Fig. 1-3) são estratos que embora sejam tratados como intrínsecos, possuem também características dos extrínsecos, seja funcional, neural ou embriológica (Tab. 1). Portanto, compõem o estrato mais superficial do grupo dos intrínsecos, ficando adjacente aos extrínsecos. o DESCRIÇÃO ▪ Estratos dos músculos extrínsecos da coluna vertebral • Os músculos relacionados à parte anterior dos processos transversos e corpo vertebral estão agrupados no estrato VA; estes existem apenas na região lombar da coluna vertebral (Fig. 3) e predominantemente atuam nos movimentos dos membros inferiores. • Por outro lado, na região cervicotorácica, a musculatura mais posterior ou superficial do dorso possui, em comum, a fixação no cíngulo do membro superior e no processo espinhoso das vértebras; portanto, além de atuarem nos movimentos desses membros, foram divididos em dois estratos do ponto de vista topográfico: EAP eEAS (espinoapendiculares profundos e superficiais) (Figs. 2 e 3). Destaca-se que, sendo extrínsecos, possuem inervação através dos ramos anteriores dos nervos espinais (NE) e nervo acessório, no caso do músculo trapézio (NC XI). Os músculos que compõem as camadas VA (Vertebroapendiculares), EAP e EAS (espinoapendiculares profundos e superficiais) estão dispostos na tabela 1. ▪ Estratos intrínsecos da coluna vertebral • O estrato Tr (transversário) é o mais anterior desse grupo, e se localiza posterior ao estrato VA (Vertebroapendicular). Está composto por músculos com fixação predominante nos processos transversos e costelas, sendo esse último uma referência ao elemento costal embrionário. Esse estrato também caracteriza a transição nervosa (inervação mista entre ramo anterior e posterior do NE) e funcional Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 (flexão lateral como principal ação muscular), demarcando o início dos estratos intrínsecos propriamente ditos (cor rosa Figs. 1-3). • Posteriormente aos processos transversos estão localizados os estratos PoTP, PoTM e PoTS (Pós-transversários superficial, médio e profundo). A relação entre o processo transverso e espinhoso das vértebras forma uma calha anatômica que é possível denominar de calha transversoespinal. Nessa região estão localizados os músculos PoTP (Pós-transversários profundos), os quais estão fixados nesses processos e nas lâminas do arco vertebral. A região delimitada entre os ângulos das costelas e o processo espinhoso das vértebras pode ser denominada de calha costoespinal, no qual se localizam os músculos PoTM (Pós-transversários médios). Ambos os estratos formam o cerne muscular da coluna vertebral, uma vez que são propriamente intrínsecos (inervados apenas por ramos posteriores dos NEs → nervos espinais), distribuem-se respectivamente de maneira "segmentar" e "multissegmentar" em todo eixo vertebral e são os mantenedores da postura. • Já os músculos PoTS (Pós-transversários superiores) representam o estrato mais superficial dos músculos intrínsecos; possuem localização específica no eixo vertebral, e apresentam transição nervosa e funcional, uma vez que os demais estratos superficiais a esse são extrínsecos. Esse estrato atua de maneira contentora aos músculos profundos de maneira direta ou indireta. ▪ • Fig. 1 - Fotografía de vértebra cervical típica digitalmente esquematizada demonstrando os estratos musculares: Transversários (Tr), pós-transversário profundo (PoTP), pós-transversário médio (PoTM), pós-transversário superficial (PoTS), Espinoapendiculares profundos (EAP) e superficiais (EAS). Não há o estrato VA nesse segmento da coluna vertebral. ▪ Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 • Fig. 2 - Fotografía de vértebra torácica articulada com costelas típicas e digitalmente esquematizada para permitir a visualização da sistematização proposta em estratos: Transversários (Tr), pós-transversário profundo (PoTP), pós-transversário médio (PoTM), pós-transversário superficial (PoTS), Espinoapendiculares profundos (EAP) e superficiais (EAS). Não há o estrato VA nesse segmento da coluna vertebral. ▪ • Fig. 3: Fotografía de vértebra lombar típica digitalmente esquematizada demonstrando os estratos musculares: Vertebroapendiculares (VA), Transversários (Tr), pós-transversário profundo (PoTP), pós-transversário médio (PoTM), pós- transversário superficial (PoTS), Espinoapendicular superficial (EAS). (*Indica a camada média da fáscia toracolombar. Não há o estrato EAP nesse segmento da coluna vertebral. • DISCUSSÃO • Aplicação cirúrgica Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 o Uma das aplicabilidades desta classificação seria no ensino de residentes da neurocirurgia e ortopedia, especializações que comumente realizam cirurgias na coluna vertebral. A mais simples de todas as abordagens espinais, também uma operação muito popular, é a abordagem anterior da coluna cervical para ressecção de divertículos esofágicos. Nessa abordagem a classificação proposta poderia transmitir informações funcionais e topográficas importantes até sobre músculos que não são o alvo principal da operação e que poderiam ser facilmente esquecidos pelos profissionais, colaborando, portanto, com seu melhor desempenho profissional. Além disso, poderíamos citar a abordagem na costotransversectomia para a coluna torácica, particularmente útil para hérnias de disco torácico Este procedimento envolve uma abordagem por meio do aspecto lateral da calha costospinal, atingindo assim EAP, EAS, PoTS e PoTM, embora, às vezes, preservado PoTS, uma vez que evita a calha transversoespinhal. Esta é uma grande operação que, por vezes, pode levar o paciente a sentir dor ao movimentar o ombro (devido a trauma do trapézio) e também causar lesão no nervo torácico longo. Outro exemplo de aplicação dessa classificação seria na abordagem da fusão intersomática lombar por via lateral. As fibras dos músculos psoas maior são retraídas durante o procedimento e 100% dos pacientes apresentam algum nível de fraqueza na flexão da articulação do quadril no pós-operatório, que se resolve na grande maioria dos casos em até um ano. Contudo, a frequência com que essa fraqueza do quadril ocorre poderia não ser surpresa para a comunidade cirúrgica se uma compreensão completa da função do músculo psoas fosse conhecida: sua classificação como parte do estrato VA certamente teria previsto essa morbidade específica relacionada a operação. • Repercussões no ensino da anatomia o A musculatura relacionada à coluna vertebral é comumente descrita de acordo com a topografia, sem necessariamente ocorrer uma sistematização baseada nos demais aspectos morfológicos. Essa metodologia fragmenta o conteúdo e demanda mais tempo de estudo, o que é um paradoxo atual para tal ciência nas universidades ao redor do mundo. o Individualmente os músculos da coluna vertebral são bem descritos na literatura anatômica, onde nos livros que utilizam uma divisão topográfica situa-se no capítulo de dorso, enquanto que nos livros que utilizam metodologia sistêmica o fazem na seção do sistema muscular. Apesar disso, em ambos ocorre negligência de determinados músculos (ex. intertransversários laterais e mediais do lombo, intertransversários anteriores, posteriores mediais e laterais do pescoço). o A sistematização desses músculos utiliza termos heterogêneos (ex. complexo sacroespinal, espinocostal, pré- e pós-vertebrais, próprios da nuca, suboccipitais e espinoumerais) e incoerência ou contradição aos conceitos utilizados pelos próprios autores para determinar a classificação/nomenclatura dessa metodologia didática, as quais deixam muitas dúvidas nos discentes e detém a otimização do estudo. A critério de exemplo, a utilização dos termos pré-vertebral e para- ou pós-vertebral não é clara o bastante para incluir ou excluir músculos para essas classificações, uma vez que autores utilizam dessa para expor descrição de músculos da região cervical, enquanto outros o fazem para os "músculos do dorso" de maneira parcial3, ou como todo6. Além disso, osmúsculos pré-vertebrais, comuns na literatura anatômica, são os longos da cabeça e pescoço; ou seja, demais músculos anteriores à coluna vertebral importantes para o movimento dessa são negligenciados, sobretudo os relacionados ao processo transverso e costelas. o Na literatura não se encontra outra metodologia que utilize, de maneira concisa, tantas características morfológicas simultâneas para sistematizar a musculatura da coluna vertebral. Infelizmente também foi constatado que existe uma escassez de pesquisas que Beatriz Nicoli – Medicina Ufes T106 discutem as questões didáticas sobre o tema e elaboram soluções. Assim, a sistematização apresentada foi construída a partir da união de conceitos em topográfica, inervação, função e origem embriológica desses elementos, fundamentandoa sua nomenclatura com a terminologia anatômica. o A proposta de dividir os músculos da coluna vertebral em intrínsecos e extrínsecos, em razão de suas fixações, alcança todos aqueles que atuam na coluna vertebral e respeita suas demais características morfológicas, inclusive as transições funcionais que foram propostas com a presente sistematização. Por outro lado, o termo "músculos próprios do dorso" seria exclusivo aos inervados pelo ramo posterior do NE, ou originados da parte epaxial do dermatomiótomo, particularizando determinados músculos da região dorsal. Nesse sentido, os músculos serráteis posteriores seriam excluídos dessa classificação embora sejam intrínsecos. Além disso, optou-se por utilizar o termo intrínsecos e extrínsecos por serem derivados latinos, ao invés de alóctones e autóctones (grego), embora também apropriados. o A sistematização em estratos (latim) privilegia a divisão topográfica, organização e visualização. Essa medida permitiu excluir os termos oriundos da fixação muscular (transversoespinais e espinotransversais), uma vez que ambas sistematizações são convencionais e não conferem as características morfológicas dos músculos: o músculo esplênio da cabeça seria um músculo "espinocranial", o semiespinal da cabeça seria "transversocranial", enquanto que os multífidos são espinotransversais sobrepostos, ao invés de transversoespinais. Essa sistematização também aboliu a utilização do termo "músculos toracoapendiculares" (ou espinoescapulares/espinoumerais), pois de fato esses músculos não são torácicos: possuem fixação na região da cabeça, do pescoço e lombar; de outro modo, optou-se pela denominação espinoapendiculares, como Dangelo e Fattini, com evidente distinção topográfica entre profundo e superficial (EAP e EAS, respectivamente), podendo-se reservar o termo "músculos toracoapendiculares" aos músculos peitoral maior e menor, subclávio e serrátil anterior. Ademais, o estrato VA reuni os músculos que atuam na cinemática entre membro inferior e região lombar. o O estrato Tr agrupa os músculos relacionados ao processo transverso das vértebras e seus elementos costais embriológicos. Essa medida adicionou importante ponto de organização e análise para essa sistematização, já que nesse estrato ocorre a transição morfológica (funcional, nervosa e embriológica) dos músculos relacionados à coluna vertebral. Prova disso é a inclusão dos músculos escalenos e levantadores das costelas nesse estrato. De maneira similar, o estrato PoTS é composto por músculos que também exibem transição morfológica, sendo especial a transição funcional em virtude da ação proprioceptiva ou contentora dos músculos serráteis posteriores. Assim, o estrato Tr e PoTS, adjacentes aos estratos extrínsecos (hipaxiais) sediam respectivamente essa transição (hipaxiais-epiaxiais e epiaxiais-hipaxiais), enquanto que os estratos PoTP e PoTM são exclusivamente epiaxiais (inervados exclusivamente pelo ramo posterior do NE). Ademais, as transições morfológicas, e demais características dos estratos, respeitam rigorosamente a inervação da musculatura e a suas origens na parte epiaxial e hipaxial dos dermatomiótomos. o
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