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Thaís Pires 1 Problema 6 1. Anatomia da coluna vertebral (vértebras, discos intervertebrais, ligamentos e musculaturas para vertebra); Composta habitualmente por 33 vértebras divididas em: 7 CERVICAIS, 12 TORÁCICAS, 5 LOMBARES, 5 SACRAIS e 4 COCCÍGEAS – as 9 últimas vértebras (sacrais + coccígeas), as 5 sacrais estão fundidas no adulto formando o SACRO e as 4 coccígeas se fundem a partir dos 30 anos para formar o CÓCCIX / As vértebras tornam-se MAIORES progressivamente até o SACRO e depois progressivamente MENORES até o cóccix – isso é uma consequência da necessidade do suporte de peso, uma vez que as forças são maiores logo acima do sacro – abaixo dele, o peso é transferido para o cíngulo do membro inferior, justificando a diminuição do seu tamanho / A movimentação da coluna vertebral se dá pelo intercalar de vertebras e discos intervertebrais, principalmente no que tange às 25 PRIMEIRAS VERTEBRAS – embora haja pouco movimento aparente entre 2 vértebras adjacentes, o conjunto deles permite uma certa flexibilidade para a CV, embora seja rígida o suficiente para proteger a ME Características gerais de uma vértebra VÉRTEBRA = CORPO VERTEBRAL + ARCO VERTEBRAL + 7 PROCESSOS Corpo Vertebral – é a região anterior do osso, aproximadamente cilíndrica, que confere resistência a CV e SUSTENTA O PESO do corpo – são progressivamente maiores de T IV até T XII / é composto por OSSO ESPONJOSO vascularizado, que possui trabéculas verticais longas e horizontais curtas, entremeadas por MEDULA ÓSSEA VERMELHA (função hematopoiética) revestido por OSSO COMPACTO / na face posterior do corpo, um ou mais FORAMES dão passagem para as VEIAS BASIVERTEBRAIS que drenam a medula óssea / na superfície superior e inferior, é recoberto por cartilagem hialina, que é remanescente do molde para o desenvolvimento do osso – na periferia do osso, há um aspecto de OSSO LISO que indica a MARGEM EPIFISAL, derivada da epífise anular Arco Vertebral – localizado posteriormente ao corpo vertebral – consiste em dois PEDÍCULOS que partem do corpo vertebral para o encontro de duas LÂMINAS de ossos largas e planas, que se unem na linha mediana posterior / o arco vertebral e a face posterior do corpo vertebral foram o FORAME VERTEBRAL, e a sucessão dos forames vertebrais forma o CANAL VERTEBRAL que contém a ME Em vista lateral, observam-se as INCISURAS VERTEBRAIS acima e abaixo de cada pedículo (entre os processos articulares superiores e inferiores e a projeção posterior do corpo vertebral) – a junção INCISURA VERTEBRAL SUPERIOR + INFERIOR = FORAME INTERVERTEBRAL, que permite a passagem dos NERVOS ESPINAIS e posteriormente dos GÂNGLIOS SENSITIVOS Thaís Pires 2 Processos • Partindo da junção das duas lâminas posteriormente nos arcos vertebrais, parte o PROCESSO ESPINHOSO inferiormente – local de fixação dos músculos profundos do dorso • Na junção da lâmina com os pedículos, partes dois PROCESSOS TRANSVERSOS lateralmente - local de fixação dos músculos profundos do dorso • Na junção da lâmina com os pedículos, partem quatro PROCESSOS ARTICULARES, cada um com uma face articular – 2 superiores e 2 inferiores – os processos de uma vertebra superior estão em aposição aos da inferior, permitindo o encaixe da ARTICULAÇÃO ZIGAPOFISÁRIA (evita deslizamento ant-post das vértebras, alinhando a CV) • Vértebras Cervicais São as menores das vértebras MÓVEIS (sustentam menos peso), localizadas entre o crânio e as vértebras torácicas – embora possuam discos intervertebrais mais finos que os das outras regiões, eles são relativamente ESPESSOS quando avaliada a relação massa vértebra/massa disco – a espessura dos discos, somado ao fato de que os processos articulares adjacentes serem quase horizontais permite uma MAIOR AMPLITUDE de movimentação do que no resto da CV As vértebras de C3 a C7 são TÍPICAS, apresentando alterações no tamanho dos FORAMES VERTEBRAIS, que são maiores para acomodar a INTUMESCÊNCIA CERVICAL DA MEDULA ESPINAL, uma vez que faz a inervação dos MMSS / as margens superiores dos corpos vertebrais são ELEVADAS POSTEROLATERALMENTE (Unco) e DEPRIMIDAS ANTERIORMENTE, assemelhando-se a um banco → há um formato recíproco das vértebras adjacentes, o que permite uma movimentação de FLEXÃO E EXTENSÃO do pescoço, porém limita a ROTAÇÃO! Forame Transversário Oval – presente no processo transverso das vértebras, permite a passagem das ARTÉRIAS VERTEBRAIS E SUAS VEIAS ACOMPANHANTES Processos Transversos – terminam lateralmente em duas projeções: TUBÉRCULO ANTERIOR E POSTERIOR – esses tubérculos são fixação a um grupo de MÚSCULOS CERVICAIS LATERAIS (levantador da escápula e escalenos) / os tubérculos anteriores da vértebra C VI são chamados de TUBÉRCULOS CARÓTICOS Processos Espinhosos – das vértebras C3 a C6, são CURTOS e BÍFIDOS – a C7 apresenta um processo espinhoso longo que pode ser observado na flexão do pescoço Atlas (C1) – não possui CORPO e PROCESSO ESPINHOSO – no lugar do corpo, possui duas MASSAS LATERAIS que sustentam o peso do crânio (daí o nome atlas) – das massas laterais originam-se os PROCESSOS TRANSVERSOS, estando localizados mais lateralmente do que os das outras vértebras → vértebra mais LARGA que proporciona mais ALAVANCA para os músculos nele inseridos Thaís Pires 3 Suas FACES ARTICULARES SUPERIORES articulam-se com os CÔNDILOS OCCIPITAIS – o arco posterior do anel, possui um SULCO para a artéria vertebral Áxis (C2) – é a mais forte das vértebras cervicais – C1 gira sobre C2 – possui duas grandes faces articulares superiores planas de sustentação, permitindo movimento de ROTAÇÃO / a principal característica do áxis é o DENTE que se projeta do corpo para cima – esse dente situa-se ANTERIORMENTE À ME, funcionando como eixo de rotação para a cabeça O dente do áxis é mantido contra a FACE POSTERIOR DO ARCO ANTERIOR do atlas pelo LIGAMENTO TRANSVERSO DO ATLAS – é um ligamento que se estende de uma massa lateral a outra do atlas, impedindo qualquer deslocamento horizontal do dente e permitindo apenas a rotação • Vértebras Torácicas Localizadas na parte superior do dorso e nelas fixam-se as COSTELAS, apresentando, portanto, as FÓVEAS COSTAIS para a articulação – as quatro vértebras intermediárias (T5 a T8) possuem todos os elementos típicos das torácicas Processos Articulares – possuem orientação vertical quase coronal, definindo um arco cujo centro é o DISCO INTERVERTEBRAL – esse arco permite a ROTAÇÃO e algum grau de FLEXÃO LATERAL da coluna vertebral T1 – é atípica em relação às torácicas pois possui um processo espinhoso LONGO e QUASE HORIZONTAL, que pode ser quase tão saliente quanto do de C7 / na margem SUPERIOR, possui uma FÓVEA COMPLETA para a primeira costela, e, na superfície INFERIOR, uma HEMIFÓVEA para a segunda costela T12 - vértebra de transição para a região lombar, apresentando características torácicas na metade superior da vértebra (fóveas costais, processos articulares para rotação) e características lombares na metade inferior da vértebra (sem fóvea costal, processos articulares de extensão e flexão) → sujeita a estresse de transição, sendo FRATURADA mais frequentemente Thaís Pires 4 • Vértebras Lombares Como o peso que sustentam aumenta em direção a parte inferior da CV, essas vértebras possuem CORPOS VERTEBRAIS GRANDES Seus processos articulares orientam-se VERTICALMENTE, sendo as suas faces articulares orientadas no plano SAGITAL inicialmente, mas adotando posição CORONAL à medida que desce / a orientação sagital inicial com faces articulares voltadas LATERALMENTE são complementadas por faces adjacentes voltadas MEDIALMENTE, facilitando a FLEXÃO E EXTENSÃO, mas impedindo a ROTAÇÃO LATERAL Os PROCESSOS TRANSVERSOS seguem direção POSTERIOR, SUPERIOR e LATERAL, e na base desses processos encontram-seos PROCESSOS ACESSÓRIOS, que servem para a fixação dos músculos intertransversários Na face posterior dos PROCESSOS ARTICULARES SUPERIORES, existem pequenos tubérculos, os PROCESSOS MAMILARES, que permitem fixação dos músculos multífidos e intertransversários • Sacro Possui formato cuneiforme, que é resultante da rápida diminuição de tamanho das suas 5 vértebras que são fundidas na idade adulta, uma vez que a metade inferior dele NÃO SUSTENTA PESO / compõe a metade posterior da pelve, garantindo a sua resistência e transmitindo o peso do corpo para o CÍNGULO DO MI É inclinado de forma que se articula com L5 no ÂNGULO LOMBOSSACRAL, que varia de 130° a 160° - é frequentemente mais largo na mulher do que no homem / a FACE PÉLVICA do sacro é lisa e côncava, apresentando 4 linhas transversais que indicam o local de fusão das vértebras, que antes estavam separadas por cartilagem hialina / a FACE DORSAL do sacro é convexa e rugosa, apresentando a CRISTA SACRAL MEDIANA (processos espinhosos rudimentares) + CRISTAS SACRAIS MEDIAIS (processos articulares fundidos) + CRISTAS SACRAIS LATERAIS (processos transversos fundidos) Thaís Pires 5 Canal Sacral – é a continuação do CANAL VERTEBRAL e contém o feixe de nervos espinais originados abaixo de L1, a CAUDA EQUINA Forames Sacrais – nas faces pélvica e dorsal do sacro, existem 4 pares de forames sacrais para a saída dos ramos posteriores e anteriores dos nervos espinais Base do Sacro – é formada pela face superior da vértebra S1 – seus processos articulares superiores articulam-se com os inferiores da L5 / a margem projetada anteriormente é o PROMONTÓRIO DA BASE DO SACRO • Cóccix É um pequeno osso triangular formado pela fusão de 4 VERTEBRAS RUDIMENTARES – a PRIMEIRA VÉRTEBRA COCCÍGEA permanece separada do grupo fundido – face côncava e lisa = pélvica; convexa e processos articulares = dorsal • Articulações dos Corpos Vertebrais São SÍNFISES (fibrocartilagem) destinadas a sustentação do peso e a resistência – as faces articulares (não processos!!) das vértebras adjacentes são unidas por DISCOS INTERVERTEBRAIS E LIGAMENTOS Discos Intervertebrais – oferecem fixações fortes entre os corpos vertebrais e formam a metade inferior da margem anterior do forame intervertebral – eles representam de 20 a 25% da altura da CV – permitem MOVIMENTAÇÃO + ABSORÇÃO CHOQUE / cada disco é formado por um ANEL FIBROSO externo (com lamelas concêntricas de fibrocartilagem) e um NÚCLEO PULPOSO central (com uma massa gelatinosa) / Entre C1-C2 não há disco intervertebral e sua espessura aumenta a medida que a coluna vertebral desce – a espessura relacionada à vértebra é definida pela amplitude do movimento permitido na região (mais movimento, mais disco em relação à vértebra – cervical e lombar) Anel Fibroso – anel de FIBROCARTILAGEM que forma a circunferência do disco – esse anel se insere nas MARGENS EPIFISIAIS das faces articulares dos corpos vertebrais, formada pelas epífises anulares fundidas → as fibras de cada lamela seguem OBLIQUAMENTE de uma vértebra a outra, formando um ângulo de 30° com o eixo vertical – o anel é mais fino posteriormente e a sua vascularização diminui progressivamente em direção ao centro Núcleo Pulposo – inicialmente, é composto por cerca de 88% de água e é mais CARTILAGÍNEO, tornando mais fibroso ao longo do desenvolvimento / sua natureza semilíquida é responsável pela FLEXIBILIDADE e RESILIÊNCIA do disco vertebral / é AVASCULAR e nutrido por difusão de vasos sanguíneos localizados na periferia do anel fibroso Thaís Pires 6 Articulações Uncovertebrais (fendas de Luschka) – se desenvolvem entre os uncos dos corpos das vértebras cervicais e as faces inferolaterais dos corpos superiores a elas → assim, estão localizadas na MARGEM LATERAL E POSTEROLATERAL dos discos intervertebrais – são recobertas por cartilagem umedecida por um líquido contido em uma cápsula (podem ser consideradas sinoviais) Ligamento Longitudinal Anterior – faixa fibrosa forte e larga que recobre os corpos das vertebras e os discos intervertebrais ANTEROLATERALMENTE (até o forame intervertebral), estendendo-se desde a face pélvica do sacro até C1 / impede a HIPEREXTENSÃO DA CV → é o único ligamento que limita a extensão, todos os outros são para limitar a flexão Ligamento Longitudinal Posterior – uma faixa mais estreita que o lig. long. Anterior que segue DENTRO DO CANAL VERTEBRAL na face posterior do corpo vertebral – sua fixação é MAIOR nos DISCOS INTERVERTEBRAIS do que nas vértebras / entre ele a superfície óssea, mantém GORDURA E VASOS / ajuda a EVITAR ou REDIRECIONAR herniação posterior do núcleo pulposo e é extremamente suprido por nociceptores!!! • Articulações dos Arcos Vertebrais São aquelas dos PROCESSOS ARTICULARES, também chamadas de ZIGOAPOFISÁRIAS – são articulações SINOVIAIS PLANAS, portanto possuem cápsula articular fina que vai vértebra superior a inferior → na cervical, é muito fina, o que reflete a grande amplitude do movimento / essas articulações permitem o deslizamento entre os processos articulares, sendo o sentido desse movimento determinado pelo FORMATO E DISPOSIÇÃO dos processos Ligamentos Acessórios das Art. Intervertebrais – as lâminas dos arcos vertebrais adjacentes são unidas por LIGAMENTO AMARELO, que se estendem de uma vertebra a outra, unindo-se na linha mediana → esses ligamentos se espessam a medida que alcançam a lombar / realizam a limitação da flexão abrupta da CV + preservam as curvaturas normais da CV Os processos espinhosos são unidos por ligamentos FRACOS, os LIGAMENTOS INTERESPINAIS, e por ligamentos FORTES e FIBROSOS, os LIGAMENTOS SUPRAESPINAIS, que se fundem na parte superior com o ligamento nucal / O nucal é um ligamento FORTE E LARGO que se estende desde a PROTUBERÂNCIA OCCIPITAL – PROCESSOS ESPINHOSOS DAS VÉRTEBRAS / os ligamentos INTERTRANSVERSÁRIOS unem processos TRANVERSOS adjacentes Thaís Pires 7 • Articulações Craniovertebrais São divididas em atlantoccipitais e atlantoaxiais, sendo ambos os tipos SINOVIAIS → incluem côndilo occipital, atlas e axis Articulações Atlantoccipitais – faces articulares superiores do atlas + condilos occipitais – permite a FLEXÃO E EXTENSÃO – articulação sinovial elipsóideas com cápsulas articulares finas / o crânio e C1 também estão unidos por MEMBRANAS ATLANTOCCIPITAIS ANTERIOR E POSTERIOR, sendo a anterior mais resistente que a posterior Articulações Atlantoaxiais – são DUAS LATERAIS (entre as facetas articulares inferiores de C1 e as superiores de C2 – sinovial plana) e uma MEDIANA (entre atlas e o dente do áxis - trocóidea) → essas articulações permitem a rotação da cabeça em “não” – quando há movimentação, o CRÂNIO+ATLAS se movimentam como um só sobre o áxis Fascículos Longitudinais (superior e inferior) – seguem do ligamento transverso do atlas até o occipital superiormente e até o corpo do áxis inferiormente, formando o LIGAMENTO CRUCIFORME DO ATLAS Ligamentos Alares – estendem-se das laterais dos dentes do áxis até as margens do forame magno – fixam C1 ao crânio e impedem a rotação excessiva Membrana Tectória – é a continuação do ligamento longitudinal posterior superiormente, seguindo sobre a articulação atlantoaxial mediana e seus ligamentos • Curvaturas da Coluna Vertebral Em adultos, a coluna vertebral tem 4 CURVATURAS – CERVICAL, TORÁCICA, LOMBAR E SACRAL ➔ as CIFOSES TORÁCICA E SACRAL são côncavas anteriormente ➔ as LORDOSES CERVICAL E LOMBAR são convexas anteriormente As cifoses torácica e sacral são CURVATURAS PRIMÁRIAS, i.e., desenvolvidas durante o período fetal → mantidas durante toda a vida As lordoses cervical e lombar são CURVATURAS SEUNDÁRIAS, i.e., desenvolvidas pela extensão da posição fletida original → são resultado da diferença de espessura entre osThaís Pires 8 discos intervertebrais anterior e posteriormente / a lordose CERVICAL torna-se evidente quando o lactente começa a levantar a cabeça quando está em decúbito ventral e a mantê-la ereta na posição sentada, já a LOMBAR torna-se evidente quando as crianças começam a assumir uma postura VERTICAL (mais acentuada nas mulheres- termina no ângulo lombossacral) • Músculos do Dorso A maior parte do peso corporal está localizada ANTERIORMENTE À CV, daí a importância de tantos músculos fortes fixados aos processos espinhosos e transversos / esses músculos são divididos em EXTRÍNSECOS DO DORSO (músculos superficiais e intermediários) que produzem e controlam os movimentos dos MEMBROS e movimentos RESPIRATÓRIOS, respect., e os MÚSCULOS INTRÍNSECOS E PROFUNDOS que atuam diretamente na CV, mantendo a postura e realizando movimentos Músculos Extrínsecos Superficiais – trapézio, latíssimo dorso, levantador da escápula e romboides – são TORACOAPENDICULARES, i.e., unem o esqueleto axial ao apendicular superior, e PRODUZEM E CONTROLAM os movimentos dos membros Músculos Extrínsecos Intermediários – serrátil posterior – são FINOS e comumente designados MUSCULOS RESPIRATÓRIOS SUPERFICIAIS, atuando mais como propriocepção do que como motor / o serrátil posterior superior está profundamente aos romboides e o posterior inferior profundamente ao altíssimo dorso Músculos Intrínsecos – inervados pelos ramos posteriores dos nervos espinais – MANTEM A POSTURA E CONTROLAM OS MOVIMENTOS DA COLUNA – esses músculos se estendem da pelve até o crânio e são revestidos por FÁSCIA MUSCULAR que se fixa medialmente ao ligamento nucal Camada Superficial – músculos ESPLÊNIOS estão localizados na face lateral e posterior do pescoço – estendem-se até as vértebras cervicais e ao crânio, respectivamente, ESPLÊNIO DO PESCOÇO e ESPLÊNIO DA CABEÇA / eles revestem os músculos profundos e os mantém em posição Camada Intermediária – os músculos ERETORES situam-se em cada lado da coluna vertebral, entre os processos espinhosos e o ângulo das costelas – são denominados músculos longos e DINÂMICOS, responsáveis por gerar movimento → o ERETOR DA ESPINHA é o principal extensor da coluna e é dividido em 3 colunas: MÚSCULO ILIOCOSTAL, MÚSCULO LONGUÍSSIMO, MÚSCULOS ESPINAL Camada Profunda – grupo oblíquo de músculos mais curtos, os TRANSVERSOESPINAIS = músculos semiespinais, multífidos e rotadores – em ordem superficial → profundo / possuem origem nos processos transversos e segue até os espinhosos das vertebras superiores / semiespinal tem origem na metade da coluna, sendo dividido de acordo com as suas fixações superiores: SEMIESPINAL DA CABEÇA, DO TÓRAX E DO PESCOÇO Os músculos INTERESPINAIS, INTERTRANSVERSÁRIOS e LEVANTADORES DA COSTELA são pequenos músculos profundos Thaís Pires 9 2. Citar as deformidades da coluna A transformação quadrúpede → bípede permite que ainda hoje se encontrem os desvios posturais, sendo consequência de encurtamento muscular, estrutura corporal fraca, forma de comportamento postural ... As alterações da curvatura da coluna podem ocorrer no: PLANO FRONTAL (escoliose) e no PLANO SAGITAL (hipercifose e hiperlordose) Hiperlordose – desvio na região LOMBAR (5 vértebras) que apresenta uma curvatura mais acentuada na parte interna do corpo, i.e., um aumento da convexidade Hipercifose – fisiologicamente, essa curvatura existe com a angulação de 20°-40°→ na forma patológica, apresenta-se com valores acima de 50°-55° para a coluna torácica Costa Plana – consiste em uma diminuição da curvatura cervical, torácica, lombar e sacral Escoliose – do grego curvatura – desvio acima de 10° da coluna do eixo vertical → curvatura acentuada da coluna LATERALMENTE, seja somente para um lado (forma de C) ou para os dois lados (forma de S) → curvatura no plano FRONTAL/CORONAL / está associada a um componente ROTACIONAL que se manifesta com uma elevação das costelas, uma omoplata proeminente, obliquidade pélvica 3. Estudar a epidemiologia, o quadro clínico, os exames complementares da escoliose; Citar as formas de tratamento e as complicações da escoliose. Epidemiologia Utilizando o padrão de 10° como ângulo de corte, cerca de 2 a 4% da população dos EUA tem escoliose, com igual distribuição entre os sexos → nesse ponto de corte, mais de 90% dos casos não evolui a ponto de necessitar de intervenção cirúrgica / Assim, o encaminhamento para o cirurgião é indicado para desvios acima de 15-20° com história de progressão Curvaturas maiores do que 20 e 30° apresentam predominância no SEXO FEMININO → 10:1 O lado escoliose é dado pelo lado da CONVEXIDADE da curva e o segmento da CV que acomete, e a quantificação é feita em graus, medindo-se o ângulo formado pelas VÉRTEBRAS-LIMITE da extremidade da curva Na classificação, são divididas em escolioses NÃO ESTRUTURAIS (compensatória, postural, escoliose antágica da ciatalgia – são flexíveis) e ESTRUTURAIS (rígidas) Escoliose Não-Estrutural – desvio lateral da coluna não relacionado a alterações estruturais das vértebras e dos discos – não progressiva, flexível, simétrica → caso presente em crianças em fase de crescimento, pode tornar-se estrutural por deformação das vértebras / Compensatória – são aquelas em que não existe DEFEITO NA COLUNA, mas ela encontra-se curvada como mecanismo compensatório, como quando um membro é encurtado / o tratamento é dirigido para a causa PRIMÁRIA e não para a CV em si / Thaís Pires 10 Radiograficamente, essa escoliose se apresenta por uma CURVA ÚNICA, DE GRANDE RAIO, SEM ROTAÇÃO DO CORPO VERTEBRAL e SEM DEFORMIDADE DA CAIXA TORÁCICA Escoliose Estrutural – possui 3 componentes principais: o Retração dos tecidos moles na concavidade da curva o Alteração na forma dos corpos vertebrais, nas lâminas, nos pedículos e nos processos transversos o Deformidade em ROTAÇÃO FIXA das vértebras, com rotação do corpo da vértebra no sentido da concavidade São curvas decorrentes de alterações da própria coluna → geralmente há uma curva mais importante (CURVA PRIMÁRIA) e uma ou duas curvas contrárias (CURVAS COMPENSATÓRIAS) → apresenta rotação do corpo vertebral / são caraterizadas pela ROTAÇÃO dos corpos vertebrais (processos espinhosos para o lado da curva – causa a PROEMINÊNCIA) e pela ASSIMETRIA dos movimentos na flexão lateral da coluna / Tem caráter PROGRESSIVO enquanto houver crescimento vertebral, havendo o ENRIJECIMENTO da coluna no ápice da curva → sem correção do desvio com manobras de inclinação lateral Idiopáticas – etiologia desconhecida, porém de causa multifatorial – ainda não ficou estabelecido se o processo patológico primário é um DISTÚRBIO DE CRESCIMENTO ÓSSEO ou uma DISFUNÇÃO DO SNC → há uma teoria com relação a disfunção do reflexo VESTÍBULO-OCULAR, mostrando que a postura instável de indivíduos com EI seria devido a um conflito entre INFORMAÇÕES VISUAIS X VESTIBULARES, assim não há como integrar dados sensoriais e motores, dando INSTABILIDADE AOS MOVIMENTOS POSTURAIS Congênitas – dividida de acordo com os defeitos congênitos encontrados na vértebra: DE FORMAÇÃO (hemivértebra, vértebra cuneiforme) ou DE SEGMENTAÇÃO (barra óssea, bloco ósseo) ou MISTA Neuropáticas – por assimetria do tônus muscular – poliomielite, paralisia cerebral Osteoáticas – anomalias ósseas congênitas ou traumáticas – hemivértebra Miopáticas – desequilíbrios musculares – distrofias musculares (Duchenne) Trauma – fratura do corpo vertebral Infecção – TB crônica Escoliose X Atitude Escoliótica – em ambas encontra-se um OMBRO mais elevado que o outro; proeminência ESCAPULAR; dismetria da PELVE; dor INTERESCAPULAR → existem fatores que diferenciam as duas, como: Rigidez da Curva – ao fazer uma inclinação lateral, a CURVA mantem-se na ESTRUTURADA e desaparece na ATITUDE ESCOLIÓTICA, mostrandoa rigidez e a flexibilidade de cada uma / isso é observado em radiografias DINÂMICAS com o pct ereto, em flexão lateral direita e esquerda → na atitude, a flexão é igual nos dois lados, mas na estrutural a amplitude a flexão lateral é maior no lado da CONCAVIDADE do que da CONVEXIDADE Acunhamento Vertebral (a perda da forma quadrangular típica dos corpos vertebrais) – o corpo tende a crescer mais na ZONA DA CONCAVIDADE → lei de Delpech afirma que haverá crescimento ósseo onde houver menor pressão Rotação Vertebral – na estruturada, os corpos vertebrais rodam e os processos espinhosos também, consequentemente o gradil costal ipsilateral acompanha a proeminência!! Thaís Pires 11 Classificação da Idiopática Quanto a idade: Infantil (antes dos 3 anos); Juvenil (entre 3 anos e início da puberdade) e Adolescente (durante ou logo após o início da puberdade) Quanto a angulação: Grau 1 – x < 20° Grau 2 – 20° < x < 30° Grau 3 – 31° < x < 50° Grau 4 – x > 51° Quanto a localização: é definida pelo ÁPICE DA CURVA, que é a vértebra mais rotacionada → Cervical Ápice C1-C6 Cervico-Torácica Ápice C7-T1 Torácica Ápice T2-T11 Toraco-Lombar Ápice T12-L1 Lombar Ápice L2-L4 Lombossacra Ápice L5 para baixo Exame Físico – embora haja uma queixa direcionada principalmente para a postura, é importante avaliar o paciente da forma mais completa possível – buscar por manchas de pele de coloração café com leite (indicativo de neurofibromatose), alterações renais, cardíacas – muitas vezes, a deformidade é pequena, não apresentando sinais claros de desvio da coluna, porém apresenta assimetria de ombros, escápulas, mamas, cintura pélvica Teste com Inclinação do Tronco – Teste de Adams – pct inclina o tronco em direção ao chão – na escoliose há desvio lateral + rotação da coluna + costelas elevadas no ápice da curva TESTE DE 1 MINUTO - engloba a avaliação em pé, em flexão da coluna, marcha Radiografia – o padrão ouro para diagnóstico é um RX EM PA e PERFIL de tora a coluna torácica e lombar – se feito um RX panorâmico, avaliar tridimensionalmente, i.e., presença de HIPERLORDOSE ou HIPERCIFOSE A avaliação das escolioses deve ser uma PADRONIZAÇÃO, permitindo controle da EVOLUÇÃO DAS CURVAS Avaliação do ângulo de Cobb – mais simples e mais exato – encontrar as vértebras viradas para a concavidade → traçar linhas sobre a borda superior da vértebra mais proximal e na borda inferior da mais distal no RX → traçam-se 2 linhas perpendiculares às primeiras e mede-se o ÂNGULO ENTRE AS PERPENDICULARES!! / também avaliar o ângulo se estiver associado com hiperlordose ou hipercifosw Avaliação por Ferguson – utiliza a mesma sistemática para determinar as vértebras-limite (rotação) → traçar uma linha no centro dessas vertebras até o centro da vértebra mais apical da curva RM – indicado em quando o pct apresenta sinais positivos para o EXAME NEUROLÓGICO (perda de força, déficit sensitivo) para assegurar que não há anomalia intravertebral TC; Eletromiografia Tratamento A primeira fase do tratamento é a OBSERVAÇÃO SERIADA – como a escoliose é uma doença progressiva, são necessários dois pontos no tempo para avaliar a significância da deformidade (a não ser que já seja grave) → sexo feminino e grau de curvatura predizem um pior prognóstico de DEFORMIDADE PROGRESSIVA (RX de 4-4 meses no período de crescimento e 6-6 meses adulto) Na vida adulta, se x < 30° não requer acompanhamento de rotina Thaís Pires 12 Se a curva evoluir para 20-25° em pcts SEM MATURIDADE ESQUELÉTICA, há indicação para o USO DO COLETE → toracolombar e noturno – o mais utilizado é o TORACOLOMBAR (BOSTON) que deve ser usado por 20 a 22h por dia – possui material plástico fino a fim de ser utilizado sob a roupa → tem como principal objetivo EVITAR A PROGRESSÃO e não corrigir permanentemente a escoliose / possui eficácia de 75% dos indivíduos tratados / os aparelhos NOTURNOS foram introduzidos para substituir, principalmente na adolescência, o uso das órteses na escola – é considerada uma técnica mais DOLOROSA e menos EFETIVA Medidas gerais também podem ajudar a REDUZIR A DOR e a CURVATURA – reduzir peso das mochilas, mochilas com rodas, usar duas alças da mochila Quando a curva é maior que 45-50°, há indicação de TERAPIA CIRÚRGICA para fusão de vértebras via posterior, anterior ou combinada → fixação vertebral rígida + algum grau de desestabilização do segmento vertebral (fasciotomia, liberação de ligamento) + correção por implantes e fixação a parafusos + enxerto ósseo para estimular fusão sólida → tem como principais objetivos IMPEDIR AGRAVAMENTOS FUTUROS E CORRIGIR A DEFORMIDADE Embora pareça bastante agressiva, essa intervenção não costuma cursar com muitas complicações – a principal delas, e a mais temida, é a LESÃO DA MEDULA ESPINAL (<1%), seja por mau posicionamento do implante ou pela própria correção da DEFORMIDADE Complicações da Escoliose - Problemas emocionais e baixa autoestima podem ocorrer como um resultado da doença ou de seu tratamento (principalmente com o uso de órtese) - Incapacidade dos ossos se encaixarem (embora seja muito raro em escoliose idiopática) - Artrite e dor na coluna lombar na idade adulta - Problemas respiratórios decorrentes de uma curvatura grave - Danos na medula ou no nervo espinhal decorrentes da cirurgia ou da incorreta curvatura grave - Infecção na coluna vertebral após a cirurgia
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