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1 SEMIOLOGIA EM CLÍNICA MEDICA II AULA 2 – SEMIOLOGIA DO SISTEMA CÁRDIACO (DRA JOELY) EXAMES COMPLEMENTARES: - Radiografia de tórax - Eletrocardiograma - Teste ergométrico ou teste de esforço - Holter - Ecocardiograma - Cateterismo RADIOGRAFIA DE TÓRAX: Área cardíaca – índice cardiotorácico (ICT). No raio X em uma incidência póstero anterior, iremos traçar uma linha mediana esternal e depois medir o maior diâmetro transverso cardíaco. Utilizado para análise de cardiomegalia – área cardíaca aumentada. Divide-se o diâmetro transverso do coração (DTC) pelo maior diâmetro transverso do tórax (DTT), na radiografia em PA. ICT = DTC/DTT. Considera-se normal um ICT até de 0,45 (no Porto, considera-se normal até 0,55). Cardiomegalia? Paciente faz inspiração máxima, em um período de apneia. Tudo que é ar no raio X, fica preto; já tudo que é sólido e liquido, fica branco (hipertransparencia). Silhueta cardíaca: Avaliar os vasos e as câmeras cardíacas que compõem a região do mediastino. Quando existem patologias no ventrículo esquerdo, perde-se o arco mediano formado, e este fica hipertrofiado. A imagem lateral permite avaliar melhor o ventrículo direito. Solicitado por medico especialista, no caso, o cardiologista. 2 SEMIOLOGIA EM CLÍNICA MEDICA II Sinhuleta cardíaca: Sillhueta cardíaca – sobrecarga de átrio direito e ventrículo esquerdo: CONGESTÃO PULMONAR: As principais causas hemodinâmicas de congestão pulmonar são insuficiência ventricular esquerda e valvopatia mitral: ♠ Borramento perivascular; ♠ Borramento peribrônquico; ♠ Borramento hilar; ♠ Aparecimento das linhas de Kerley; Quando há uma sobrecarga dentro do vaso, aumenta sangue dentro do vaso e não comporta, ele vai extravasar esse sangue para o terceiro espaço, os vasos linfáticos. Quando até mesmo os vasos linfáticos ficam sobrecarregados, ocorre uma congestão de brônquios, bronquíolos e alvéolos pulmonares. Devido a isso, os pacientes ficam comprometidos nas trocas gasosas, ficando com dispneia. Na primeira imagem, as regiões em preto, que iremos comparar com o raio X de tórax. As regiões com hipertransparencia no raio X, corresponde a região preta na primeira imagem; demonstrando que há acumulo de liquido. 3 SEMIOLOGIA EM CLÍNICA MEDICA II Em caso de congestão pulmonar intensa, observa-se um padrão reticular difuso, traduzindo a ocorrência de líquido intersticial, principalmente nas regiões peri-hilares e bases pulmonares. Pode progredir para um derrame pleural ELETROCARDIOGRAMA: Sobrecargas atriais e ventriculares; Infarto agudo do miocárdio; Arritmias; Sobrecarga ventricular direita: PODE OCORRER POR INVERSÃO DA ONDA P EM V1 E EM V2. NESSE CASO, OCORRE APENAS EM V1. Infarto agudo do miocárdio com supra de ST: SUPRA DE ST OCORRE QUANDO A ONDA T, NÃO RESPEITA O COMPLEXO QRS E FICA MAIOR. Fibrilação atrial: ONDA P AUSENTE E IRREGULARES. FREQUENCIA CARDÍACA IRREGULAR. Aumento da área cardíaca com derrame pleural, gerando uma região esbranquiçada. Como saber se a área esbranquiçada não é maciça? Fazemos outro raio X lateralizado da região que se encontra o derrame, pela gravidade, o liquido se move e conseguimos observar que é liquido realmente. 4 SEMIOLOGIA EM CLÍNICA MEDICA II TESTE ERGOMÉTRICO: Teste de esforço, teste ergométrico, prova de esforço, prova ergométrica, cicloergometria ou eletrocardiograma de esforço Avalia o trabalho cardíaco durante um esforço físico, programado e progressivo a partir dos seguintes parâmetros: ♠ Sintomas; ♠ Frequência cardíaca; ♠ PA; ♠ Eletrocardiograma – caso o paciente comece a apresentar angina, começa a fazer alterações sugestivas de isquemia no eletro. Utilizado para: ♠ Estudo das coronariopatias (principal); ♠ Hipertensão arterial; ♠ Miocardiopatias; ♠ Arritmias; DOENÇAS DO CORAÇÃO Insuficiência cardíaca Insuficiência aórtica Estenose aórtica Insuficiência mitral Estenose mitral Insuficiência tricúspide INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: Distúrbio do desempenho miocárdico – região irrigada pelas coronárias (“coração fraco”) – insuficiência circulatória e congestão pulmonar, portanto o paciente não irá conseguir bombear bem o sangue para o resto do corpo em geral. Pode gerar: Edema, hepatomegalia, turgencia jugular. Pode ter sido causada por um possível infarto do miocárdio, gerando uma área de necrose, que nunca mais voltara a funcionar. Terminologia - difícil de distinguir: ♠ IC sistólica: distúrbio da contratilidade de VE ♠ IC congestiva: sinais e sintomas de congestão. No início da IC, geralmente o paciente é assintomático, passando a ter sintomas com o decorrer do tempo. ♠ IC direita (iremos sobrecarregar tudo aquilo que vem antes, no caso, a parte circulatória pulmonar): sinais e sintomas periféricos de IC, sem sinais de congestão pulmonar ♠ IC descompensada: episódios de agravamento agudo dos sinais e sintomas de IC. Causas: exagero alimentar (sal); interrupção medicações; arritmia (FA) Classificação (ACC/AHA) – Estágios: A. Alto risco – sem cardiopatia B. Cardiopatia estrutural – sem sintomas C. Sintomas de IC D. IC em estágio final Classificação (NHYA) – Funcional: 1. Pacientes com doença cardíaca, mas sem limitações decorrentes de atividade física. 2. Pacientes com doença cardíaca causando discreta limitação da atividade física. Eles sentem confortáveis no repouso. A atividade física comum provoca fadiga, palpitação, dispneia ou dor anginosa. 3. Pacientes com doença cardíaca causando acentuada limitação da atividade física. Eles sentem confortáveis em repouso. Atividade física aquém da comum causa fadiga, palpitação, dispneia ou dor anginosa. 4. Pacientes com doença cardíaca causando incapacidade de executar qualquer atividade física sem desconforto. Sintomas de insuficiência cardíaca ou da síndrome anginosa podem ocorrer mesmo em repouso. Se qualquer atividade física for realizada, o desconforto aumenta. Sinais e sintomas: ♠ 50% assintomáticos, em estados iniciais ♠ Dispneia – em geral, aos grandes esforços ♠ Ortopneia – casos avançados de disfunção de VE ou IC descompensada ♠ Dispneia paroxística noturna – iniciam o sono bem, suportam o decúbito dorsal por um tempo e durante a noite, precisam de levantar, por conta da gravidade começam a fazer congestão pulmonar, tendo que aumentar o decúbito, para diminuir a dispinéia. ♠ Respiração de Cheyne-Stokes: movimentos inspiratórios normais com períodos de apneia. ♠ Fadiga, astenia e intolerância aos esforços – diminuem o retorno venoso para a parte periférica. ♠ Tonturas 5 SEMIOLOGIA EM CLÍNICA MEDICA II Exame físico: acúmulo de liquido/volume – marca registrada da IC – principalmente na IC direita e descompensada ♠ Estertores pulmonares – altas pressões atriais esquerdas – EAP; ♠ Macicez à percussão – derrame pleural; ♠ Distensão venosa jugular (turgência, pulsação julgular) – quando levantamos o paciente, 25°, é para desaparecer; ♠ Edema, ascite e hepatomegalia ♠ Sopro sistólico de regurgitação mitral – aumento de VE ♠ 3ª bulha – ritmo de galope Avaliação laboratorial: exames de sangue ♠ Peptídeo natriurético tipo B (BNP): Auxiliar no diagnóstico de insuficiência cardíaca Baixa sensibilidade Nos pacientes sintomáticos com dispneia, fadiga ou edema Alto valor preditivo negativo – útil para afastar causas cardíacas Quando há dúvida entre o paciente apresentar um quadro pulmonar ou cardíaco; se o teste da negativo o paciente está com patologia pulmonar, se der positivo patologia cardíaca. Não deve substituir a avaliação a beira do leito Avaliação laboratorial:ECG ♠ Procurar por sinais de infarto agudo do miocárdio prévio, ♠ Aumento e hipertrofia de cavidades principalmente ventrículo esquerdo, mas apresenta cardiomegalia global ♠ Bloqueio cardíaco, arritmias Avaliação laboratorial: RX tórax ♠ Tamanho do coração e condições do parênquima pulmonar ♠ Aumento da silhueta cardíaca: IC de VE ou biventricular ♠ Ingurgitamento suave dos vasos peri-hilares, até derrames pleurais bilaterais Na figura B, relata o paciente pós tratamento. Avaliação laboratorial: Ecocardiograma ♠ Identificação de possíveis causas; ♠ Fração de ejeção (FE) – porcentagem que avalia o quanto o ventrículo é efetivo; ♠ Indicador de disfunção de bomba, anormalidades estruturais, graus de hipertrofia e dilatação; INSUFICIÊNCIA AÓRTICA: Incapacidade de fechamento Refluxo de sangue para o VE, durante a diástole. A válvula perde a capacidade de se fechar completamente, com isso o VE trabalha mais. Principais causas: ♠ Doença reumática ♠ Lúpus ♠ Aterosclerose ♠ Endocardite infecciosa ♠ Origem congênita - rara Grau de insuficiência – diretamente proporcionais ao volume de sangue refluído ♠ Se o refluxo for pequeno – sem alteração da função ventricular – assintomático ♠ Se a for IA grave – falência ventricular esquerda – dispneia e angina de peito por roubo do fluxo coronariano (isquemia de coronárias gerando dor) Ictus cordis – se eu tenho uma alteração no Ve, o ictus cordis estará deslocado para baixo e para a esquerda, amplo - indicativo da dilatação e da hipertrofia do ventrículo esquerdo Sopro diastólico - audível no foco aórtico ou foco aórtico acessório 6 SEMIOLOGIA EM CLÍNICA MEDICA II Sinais periféricos: ♠ Grande pressão diferencial, tanto por aumento da pressão sistólica, como por diminuição da diastólica. Ex: 160x60; 150x40 ♠ Pulso radial amplo e célere – pulso em martelo d’agua (amplo e rápido) ♠ Pulsações das carótidas – dança arterial ♠ Oscilação da cabeça, acompanhando os batimentos cardíacos – sinal de Musset ♠ Pulsação da base da língua – sinal de Minervini Obs: dança arterial e sinal de Musset; pulsação das carótidas assistir vídeo nos slides Eletrocardiograma: Sobrecarga diastólica do VE Rx tórax: ♠ Aumento da área cardíaca (o coração parece alargado, principalmente o VE); ♠ Aorta alongada; ♠ Botão aórtico proeminente; Ecocardiograma: ♠ Aspectos anatômicos ♠ Tamanho da cavidade ventricular ♠ Função ventricular ↪ Pode identificar a etiopatogenia: reumática; endocardite; dissecção aórtica; ESTENOSE AÓRTICA: Redução do orifício das valvas aórticas, tanto para abrir, quanto para fechar possui o mesmo tamanho. Causas: ♠ Malformação congênita – valva bicúspide – fibrose e redução da mobilidade ♠ Moléstia reumática – espessamento e fusão dos folhetos ♠ Degeneração senil – deposição de cálcio Fisiopatologia: ♠ Hipertrofia de VE (está trabalhando mais) – objetivo de vencer a obstrução e manter o débito cardíaco adequado – benéfico até certo limite ♠ Desenvolvimento coronariano não acompanha o desenvolvimento da musculatura ventricular – hipoxemia ♠ Insuficiência ventrículo esquerdo – congestão pulmonar; angina de peito; sincope Exame físico: ♠ Pulso radial de pequena amplitude diminui o calibre, passara menos sangue, consequentemente, diminui o pulso radial. ♠ Ictus cordis intenso, deslocado para baixo e esquerda – hipertrofia VE ♠ Frêmito sistólico ♠ Sopro sistólico de ejeção, com irradiação para face lateral direita do pescoço ♠ Estalido sistólico que antecede o sopro Exames: ♠ ECG: sinais de sobrecarga ventricular esquerda ♠ Ecocardiograma: Grau de espessamento e calcificação Grau de hipertrofia ventricular Função de VE INSUFICIÊNCIA MITRAL: Fechamento incompleto da valva mitral – refluxo de sangue do ventrículo para o átrio esquerdo, durante a sístole ventricular Causas: ♠ Moléstia reumática ♠ Prolapso valvar ♠ Infarto agudo do miocárdio ♠ Cardiomiopatias – dilatação do anel valvar Manifestação clínica: aumento da pressão intra-atrial ♠ Congestão pulmonar – dispneia – edema agudo de pulmão Exame físico: ♠ Ictus cordis de maior intensidade Quantifica o grau da IA 7 SEMIOLOGIA EM CLÍNICA MEDICA II ♠ Sopro sistólico de regurgitação – foco mitral Exames: ♠ ECG: evidencia sobrecarga de ventrículo e átrio esquerdos ♠ RX tórax: aumento do VE e AE (observado na incidência de perfil), além de sinais de congestão pulmonar ♠ Ecocardiograma: identifica a causa da IM (reumática; prolapso; isquemia do musculo papilar) ESTENOSE MITRAL: Decorrente do estreitamento do orifício atrioventricular esquerdo – espessamento ou fibrose Principal causa: doença reumática Característica: lenta progressão (cerca de 10 anos para ocorrer redução de 50%) Classificação - conforme a área do orifício mitral: ♠ Leve: área maior que 2,5cm² Assintomático Hiperfonese da 1ª bulha – foco mitral Sopro diastólico Estalido de abertura mitral ♠ Moderada: área orificial de 1,5cm² Dispneia Palpitações 1ª bulha hiperfonéticas – foco mitral Estalido de abertura Sopro diastólico 2ª bulha hiperfonética – foco pulmonar – hipertensão pulmonar ♠ Grave: menor que 1cm² Dispneia aos mínimos esforços e de decúbito Dispneia paroxística noturna Tosse seca Hemoptise Sinais presentes na moderada Hipertrofia ventrículo direito – pela hipertensão pulmonar Dados semiológicos: ♠ Cianose nas mãos e rosto ♠ Ictus normal – ventrículo esquerdo pode estar ainda sem alterações ♠ Pulsação do epigastro ♠ Frêmito diastólico – foco mitral ♠ Hiperfonese da 1ª bulha ♠ Hiperfonese da 2ª bulha ♠ Estalido de abertura ♠ Sopro (ruflar) diastólico – decúbito lateral esquerdo Exames: ♠ ECG: sobrecarga atrial esquerda; se hipertensão pulmonar – aumento de ventrículo direito ♠ RX tórax: Aumento do átrio esquerdo Dilatação da artéria pulmonar Crescimento do ventrículo direito Congestão pulmonar ♠ Ecocardiograma: trombo intra-atrial; grau de flexibilidade valvar; pressão sistólica do ventrículo direito e artéria pulmonar INSUFICIÊNCIA DE TRICÚSPIDE: Incompleto fechamento da valva tricúspide Regurgitação de sangue para o átrio direito, durante a sístole ventricular Ocorre com mais frequência em consequência de insuficiência ventricular direita (em virtude de hipertensão pulmonar) Dilatação do anel tricúspide – pós infarto de VD Sinais físicos: ♠ Ventrículo direito hipertrofiado ♠ Sopro holossistólico – foco tricúspide – aumenta de intensidade na inspiração profunda (manobra de Rivero-Carvallo) 8 SEMIOLOGIA EM CLÍNICA MEDICA II Exames: ♠ RX tórax: aumento de átrio direito e dilatação de VD (observado na incidência póstero superior); ♠ ECG: sinais de sobrecarga atrial e ventricular a direita. LETICIA GRECCO T5
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