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Semiologi� cardíac� . - Coração: ● Lado direito: recebe sangue sistêmico ● Lado esquerdo: recebe sangue pulmonar ● 3 camadas: pericárdio, miocárdio e endocárdio - Espessura da parede (miocárdio) é proporcional ao trabalho da câmara ● Ventrículos mais espessos que átrios ● Ventrículo esquerdo o dobro do ventrículo direito - Anatomia externa do coração: ● Base: formada pelos átrios, que estão atrás e a acima dos ventrículos ● Átrio esquerdo é o mais posterior ● Ápice: ventrículo esquerdo -> contato direito com gradil costal no 5 EIC - Tamanho, formato e posição do coração podem variar ● Longilíneos: vertical ● Brevilíneos: horizontalizado - Valvas: ● Lado esquerdo: mitral (AV) e aórtica ● Lado direito: tricúspide (AV) e pulmonar - Irrigação: coronárias ● Direita, esquerda, anterior e ramo circunflexo - Condução de estímulo: ● Nó sinusal -> nó AV -> feixe de Hiss -> fibras de Purkinje ● Valva mitral se fecha antes da tricúspide: mais fibras de Purkinje no ventrículo esquerdo que no direito -> sístole começa antes - Níveis de pressão no lado direito são menores que no lado esquerdo - Desdobramento da 2a bulha: diminuição da pressão torácica aumenta o afluxo de sangue para o ventrículo direito -> retarda o fim da sístole e do fechamento da valva pulmonar Anamnes� - Idade: ● Crianças e jovens: predominam anomalias congênitas e início de doença reumática ● Chagas e HAS entre 20 e 50 anos ● Doença arterial coronariana: mais comum acima dos 50 anos - Sexo: ● Lesões mitrais (estenose e prolapso): mais em mulheres jovens ● Aterosclerose coronariana: mais em homens até 45 anos - Cor da pele: raça negra -> anemia falciforme e HAS - Profissão: ● Esforço físico intenso: insuficiência cardíaca ● Estresse emocional: HAS e cardiopatia isquêmica - Naturalidade e residência: doenças endêmicas - Antecedentes pessoais e familiares - Hábitos de vida: tabagismo, etilismo e sedentarismo Vitória Camargo Sinai� � sintoma� - Dor precordial: pleura, esôfago, aorta, mediastino, estômago e parede torácica - Dor na isquemia miocárdica: origem na hipóxia celular ● Causa mais comum: aterosclerose coronariana -> angina de peito e IAM ● Localização: retroesternal ● Irradiação: pavilhões auriculares, maxilar, nuca, cervical, MMSS, ombros, região epigástrica e interescapulovertebral ● Caráter da dor: constritiva -> paciente leva a mão fechada ao peito ● Duração: angina de peito (2-3 min), angina instável (20 min) e IAM (>20 min) ● Intensidade: leve,moderada ou intensa ● Fatores desencadeantes: esforço físico e condições que aumentam o trabalho cardíaco ● Fatores atenuantes: repouso e vasodilatadores (nitrato) - Dor de origem pericárdica: ● Localização: retroesternal ● Irradiação: pescoço e costas ● Fator de piora: respiração, decúbito dorsal e deglutição ● Fator de melhora:posição genupeitoral - Dor de origem aórtica: aneurismas de aorta geralmente não provocam dor ● Dissecção aguda determina quadro doloroso: início súbito, tipo lancinante ● Localização: retroesternal ● Irradiação: pescoço, interescapular e ombros - Dor de origem psicogênica: ● Localização: ponta do coração ● Duração: horas ou semanas ● Fator de piora: contrariedades ou emoções desagradáveis ● Sintomas associados: palpitações, dispneia suspirosa, dormência, astenia, instabilidade emocional e depressão - Palpitações: percepção incômoda dos batimentos cardíacos ● Deve ser analisado se tem início e término súbitos ● Associadas ao uso de chá, café, refrigerantes, tabaco e drogas ● De esforço: melhora com repouso ● Decorrente de alterações no ritmo cardíaco: extrassístoles (falhas, arrancos, tremor), taquicardia paroxística (início e fim súbitos), taqui sinusal ou ansiedade (início súbito e fim gradual) e fibrilação atrial (taqui com batimentos irregulares) ● Emocionais: desencadeadas por agressões emocionais e acompanham sudorese, desmaio e dormências - Dispneia: sensação consciente e desagradável do ato de respirar ● Subjetiva ou objetiva ● Em paciente com cardiopatia: congestão pulmonar ● De esforço: mais comum na insuficiência cardíaca ● Aos grandes esforços: dificuldade respiratória em atividades que antes não tinha desconforto ● Aos médios esforços: andar em local plano, subir degraus devagar ● Aos pequenos esforços: tomar banho, trocar de roupa, falar Vitória Camargo ● Insuficiência ventricular esquerda: dispneia pode ser de rápida progressão ● De decúbito: para melhorar, paciente tem que fazer ortopnéia ● Paroxística noturna: paciente açoda com intensa dispnéia, sufocação, tosse seca e opressão torácica -> pode estar associada a sibilos (asma cardíaca) ● Casos mais graves podem estar associados com expectoração espumosa, cianose e respiração ruidosa -> edema agudo de pulmão ● Periódica/Cheyne-Stokes: em afecções do SNC e em pacientes com enfermidades cardiovasculares - Tosse e expectoração: ● Insuficiência cardíaca esquerda: tosse seca e mais comum a noite -> a causa é congestão pulmonar ● Em edema agudo ● Aneurisma da aorta, pericardite ou grandes dilatações do átrio esquerdo: acessos de tosse -> compressão brônquica ou irritação do nervo vago ● Expectoração mucopurulenta: congestão pulmonar é propícia para infecções bacterianas -> bronquite e broncopneumonia - Sibilância ou chiado: ● Asma cardíaca: aparece na posição deitada e melhora quando em pé -> acompanhada por taquicardia e estertores finos nas bases pulmonares (RX tórax dá congestão pulmonar) ● Asma brônquica: não tem melhora com mudança de posição e os sibilos predominam sobre os estertores (RX tórax mostra hiperinsuflação) - Síncope e lipotimia: ● Origem: psicogênica ou por redução aguda e transitória do fluxo sanguíneo cerebral ● Podem ser de causa cardíaca ou não ● Causas cardíacas: bradicardia <30 a 40 bpm, taquicardia maior que 150 bpm e baixa saturação de oxigênio - Cianose: coloração azul de pele e mucosas ● Tipo central é a mais frequente ● Causas: - Diminuição da tensão de oxigênio: grandes altitudes - Transtorno da ventilação pulmonar (neoplasia ou corpo estranho), - Transtorno de difusão: aumento da espessura da membrana alveolar -> pneumonia, fibrose e congestão pulmonar - Transtorno de perfusão: cardiopatias congênitas, embolias pulmonares - Mistura (shunt) de sangue da direita para esquerda: Fallot ● Tipo periférica: áreas distais associado a pele fria -> causa mais comum é o frio, insuficiência cardíaca congestiva e transtornos vasomotores (doença de Raynaud) - Edema: ● Causa: insuficiência cardíaca direita por aumento da pressão hidrostática ● Primeiro em torno dos maléolos, depois passa para pernas e coxas ● É bilateral, podendo ser assimétrico (varizes ou trombose venosa) ● Fica mais intenso com o passar do dia, com máxima no período vespertino ● Pode acometer o corpo todo com o agravamento da função cardíaca ● Outros sintomas da insuficiência cardíaca direita: turgência jugular, reflexo hepatojugular e hepatomegalia Vitória Camargo - Astenia: sensação de fraqueza generalizada ● Causa: insuficiência cardíaca e IAM ● Diminuição do débito cardíaco, levando a oxigenação insuficiente dos músculos esqueléticos - Posição de cócoras: adotada por portadores de cardiopatia congênita cianótica ● Eleva pressão arterial sistêmica: compressão das artérias femorais e ilíacas -> diminuição do shunt direita para esquerda ● Diminui retorno venoso: congestão venosa nos MMII Exam� físic� cardiológic� . - Inspeção e palpação simultaneamente - Abaulamentos, ictus cordis, batimentos ou movimentos e frêmitos - Abaulamento: observação tangencial e frontal ● Paciente deitado e médico em pé ● Aneurisma da aorta, cardiomegalia, derrame pericárdico, alterações da caixa torácica ● Em crianças: mais comum alteração de ventrículo direito - Ictus cordis: cruzamento da linha hemiclavicular esquerda com 5o EIC ● Invisível e impalpável: enfisema pulmonar, obesos, musculatura muito desenvolvida e grandes mamas ● Deslocamento: indica dilatação ou hipertrofia do ventrículo esquerdo ● Extensão normal: 1,2 polpas digitais ● Hipertrofia ventricular: 3 polpas ou mais ● Hipertrofia ventricular esquerda: choques de ponta mais vigorosos ● Ictus difuso: 3 ou mais polpas ● Ictus propulso: quando a mão que o palpa é levantada a cada contração - Batimentos ou movimentos: ● Bulhas cardíacas hiperfonéticas: sentidas pela mão como um choque de curta duração ● Pulsações epigástricas (normal): podem denunciar hipertrofia ventricular direita ● Pulsação supraesternal: normais, quando muito intensas podem indicar HAS ou aneurisma - Frêmito cardiovascular: sensação tátil determinada por vibrações do coração ● Localização: focos de ausculta ● Situação no ciclo cardíaco: sistólicos, diastólicos ou sistodiastólicos ● Intensidade: em cruzes ● Normalmente correspondem aos sopros Auscult� - Foco mitral: 5o EICE na linha hemiclavicular ● Corresponde ao ictus cordis ● Em cardiomegalia extensa o foco se desloca lateralmente na direção da linha axilar anterior - Foco pulmonar: 2o EICE, justo ao esterno ● Desdobramento da 2a bulha pulmonar - Foco aórtico: 2o EICD, justaesternal ● Foco aórtico acessório: 3o e 4o EICE - Foco tricúspide: base do apêndice xifóide, ligeiramente à esquerda ● Em inspiração profunda, se tem intensificação do sopro se ele for de origem tricúspide Vitória Camargo - Semiotécnica: ● Posição padrão: decúbito dorsal ● Em pé e com o tórax ligeiramente para frente: fenômenos da base do coração ● Decúbito lateral esquerdo: fenômenos da área mitral ● Hipofonese das bulhas ou exacerbação dos sons: em pé, debruçando-se sobre a mesa - Primeira bulha: B1 - fechamento das valvas mitral e tricúspide (AV) ● TUM ● Timbre mais grave e duração um pouco maior que B2 ● Maior intensidade no foco mitral ● Coincide com o ictus e pulso carotídeo ● Se o desdobramento for amplo: suspeita de bloqueio de ramo direito (atrasa fechamento da tricúspide) - TLUM-TA ● Hiperfonese: taquicardia, contrações prematuras, hipertireoidismo, febre, pós exercício físico, estenose mitral ● Hipofonese: miocardite, insuficiência cardíaca, miocardiopatia, IAM, mamas volumosas, obesidade, enfisema pulmonar e derrame pericárdico - Segunda bulha: B2 - fechamento das valvas aórtica e pulmonar (SL) ● TÁ ● Vem depois de um pequeno silêncio, timbre mais agudo e mais seco ● Inspiração: desdobramento fisiológico ● Expiração: ambas as valvas se fecham juntas, produzindo ruído único ● TLÁ: Quando a bulha está desdobrada ● Desdobramento constante e variável: bloqueio de ramo direito (retardo do fechamento da valva pulmonar) ● Desdobramento invertido: bloqueio do ramo esquerdo (na expiração, diminuição do retorno venoso e valva pulmonar se adianta - desdobramento paradoxal) - Terceira bulha: B3 - ruído protodiastólico ● Vibrações da parede ventricular subitamente distendida pelo sangue no enchimento ventricular rápido ● Mais audível no foco mitral, em decúbito lateral esquerdo ● Ruído de baixa frequência ● Comum em crianças e adultos jovens ● Patológico: insuficiência mitral, miocardiopatia e defeitos congênitos (shunt esquerda direita, CIA/CIV) - Quarta bulha: B4 - fim da diástole ou pré- sístole ● Brusca aceleração do fluxo sanguíneo mobilizado pela contração atrial de encontro à massa sanguínea existente no interior do ventrículo, no final da diástole ● Pode ser normal em crianças e adultos jovens ● Patológico: lesões estenóticas das valvas SL, HAS, doença arterial coronariana e miocardiopatias hipertróficas - Ritmo cardíaco: 2 tempos (binários) ● Quando tem 3o ruído: 3 tempos - Frequência cardíaca: 60-100 bpm Vitória Camargo Clique� � estalid�� - Estalidos diastólicos: estenoses das valvas mitral e tricúspide - Estalidos de abertura mitral: abertura da valva mitral ocorre após o período de relaxamento isovolumétrico, no início da diástole -> não determina ruído se a valva estiver normal ● Estenose mitral, modificações anatômicas ou alterações pressóricas: ruído seco, agudo e de curta duração ● Mais audível em decúbito lateral esquerdo, foco mitral e borda esternal esquerda (3o e 4o EIC) ● Se tiver extensa calcificação: estalido de abertura mitral deixa de existir - Estalido de abertura tricúspide: ● Mais audível em borda esternal esquerda ● Em estenose tricúspide reumática: associada a estenose mitral -> dificulta reconhecimento do estalido - Estalidos protossistólicos: pulmonar e aórtico ● Ruídos de ejeção: súbita ejeção de sangue nos vasos da base - Estalido pulmonar: foco pulmonar e borda esternal esquerda ● Estenose pulmonar moderada, dilatação idiopática da artéria pulmonar, comunicação interatrial, hipertensão pulmonar grave - Estalido aórtico: 4o EICE, junto a borda esternal (foco aórtico acessório) ● Lesões valvares aórticas, coarcção da aorta, aneurisma da aorta Sopr�� - Vibrações recorrentes de alterações do fluxo sanguíneo - Em adultos é sempre patológico - Aparecem em razão de alterações: sangue, parede do vaso, câmaras cardíacas, aparelhos valvares (principalmente) - Aumento da velocidade da corrente sanguínea: após exercício físico, anemia, hipertireoidismo e síndrome febril - Passagem do sangue por zona estreitada: defeitos valvares (estenose e insuficiência) e anormalidade congênita (CIV/PCA) - Passagem de sangue por zona dilatada: defeitos valvares, aneurismas - Características dos sopros: ● Orientação prática: durante ausculta palpar o pulso carotídeo, para determinar sístole e diástole ● Sopro diastólicos: sopros de ejeção (estenose da valva) e sopros de regurgitação (insuficiência da valva) - Sístole: ● Valva pulmonar: estenose ● Valva aórtica: estenose ● Valva tricúspide: insuficiência ● Valva mitral: insuficiência - Diástole: ● Valva pulmonar: insuficiência ● Valva aórtica: insuficiência ● Valva tricúspide: estenose ● Valva mitral: estenose - Sopro de ejeção: estenose da valva aórtica ou pulmonar ● Inicia um pouco depois de B1 ● Sopro em crescendo-decrescendo - Sopro de regurgitação: insuficiência mitral e tricúspide ● Audível desde o início da sístole ● Termina imediatamente antes de B2 Vitória Camargo - Sopros diastólicos tem 2 grupos de afecções: estenose AV e insuficiência das valvas aórtica e pulmonar ● Estenose AV: baixa frequência e tonalidade grave -> caráter de ruflar - Intensidade dos sopros: em cruzes (até 4) - Relação com a respiração: ● Manobra de Rivero-Carvallo: diferencia sopro da insuficiência tricúspide do da mitral ● Paciente em decúbito dorsal, esteto no foco tricúspide e inspiração profunda: ● Se não tiver alteração ou sopro diminuir: manobra negativa -> sopro de origem em valva mitral ● Se tiver aumento da intensidade: manobra positiva -> sopro de origem na valva tricúspide - na inspiração profunda: aumento da negatividade intratorácica, maior afluxo de sangue ao coração direito -> intensificação do sopro - Sopros da base do coração: insuficiência aórtica -> mais nítidos em posição sentada com tórax fletido para adiante - Ruflar diastólico da estenose mitral: mais intenso no decúbito lateral esquerdo - Sopros inocentes: realização de exames complementares ● Sopro não traduz alteração estrutural no coração ● Características: sistólicos, baixa intensidade, suaves, mais audíveis no foco pulmonar, mais frequentes em crianças - Atrito pericárdico: roçar de folhetos pericárdicos ● Ouvido tanto na sístole quanto diástole -> “fricção de couro” ● Entre a ponta do coração e borda esternal esquerda Exame� complementare� . Radiografi� d� tóra� - Área cardíaca: índice cardiotorácico (ICT) ● Divide-se o diâmetro transverso do coração (DTC) pelo maior diâmetro transverso do tórax (DTT), RX em PA ● ICT = DTC/DTT ● Normal: ICT até 0,45 - Silhueta cardíaca: - Sobrecarga de átrio direito e ventrículo esquerdo: - Congestão pulmonar: por insuficiência ventricular esquerda e valvopatia mitral ● Barramento perivascular, hilar e peribrônquico, aparecimento das linhas de Kerley ● Congestão intensa: padrão reticular difuso -> líquido intersticial nas regiões peri-hilares e base pulmonar ● Manobra de Laurel: decúbito lateral do lado dolíquido -> derrame pleural Vitória Camargo Eletrocardiogram� - Sobrecargas atriais e ventriculares, IAM e arritmias - Sobrecarga ventricular direita: - IAM com supra de ST: - Fibrilação atrial: não tem onda P, e quando tem é serrilhada Test� ergométric� - Avalia o trabalho cardíaco durante um esforço físico, programado e progressivo - Parâmetros: sintomas, frequência cardíaca, PA e ECG - Utilizado para: estudo de coronariopatias, HAS, miocardiopatias e arritmias Doença� d� coraçã� . Insuficiênci� cardíac� - Distúrbio do desempenho miocárdico: insuficiência circulatória e congestão - Terminologia: ● IC sistólica: distúrbio de contratilidade de VE ● IC congestiva: sinais e sintomas de congestão -> alteração no lado esquerdo prejudica artéria pulmonar ● IC direita: sinais e sintomas periféricos de IC, sem sinais de congestão pulmonar -> edema de membros inferiores, turgência jugular e sinal reflexo hepato-jugular ● IC descompensada: episódios de agravamento agudo dos sinais e sintomas de IC -> exagero alimentar (sal), interrupção medicamentosa, arritmia (FA) - Classificação (ACC/AHA): ● A: alto risco -> sem cardiopatia ● B: cardiopatia estrutural -> sem sintomas ● C: sintomas de IC ● D: IC em estágio final - Classificação NYHA: funcional - Sinais e sintomas: ● Dispnéia aos grandes esforços ● Ortopnéia ● Dispnéia paroxística noturna ● Respiração Cheyne-Stokes ● Fadiga, astenia e intolerância a esforço ● Tonturas - Exame físico: acúmulo de líquido, principalmente na IC direita e descompensada ● Estertores pulmonares: altas pressões atriais esquerdas ● Macicez à percussão ● Distensão venosa jugular ● Edema, ascite e hepatomegalia (problema em câmara direita) ● Sopro sistólico de regurgitação mitral ● 3a bulha: ritmo de galope Vitória Camargo - Exames de sangue: ● Peptídeo natriurético tipo B (BNP): baixa sensibilidade, útil em pacientes sintomáticos com dispneia, fadiga ou edema -> alto valor preditivo negativo (útil para afastar causas cardíacas) - ECG: procurar sinais de infarto agudo do miocárdio prévio, aumento e hipertrofia de cavidades, bloqueio cardíaco e arritmias - RX tórax: tamanho do coração e condições do parênquima pulmonar ● Aumento da silhueta cardíaca: IC de VE ou biventricular ● Ingurgitamento suave dos vasos peri-hilares até derrames pleurais - Ecocardiograma: ● Identificação de possíveis causas: fração de ejeção, disfunção de bomba, anormalidades estruturais, graus de hipertrofia e dilatação Insuficiênci� aó�tic� - Incapacidade de fechamento: refluxo de sangue para o VE, durante a diástole (aumenta o trabalho para tentar compensar) - Principais causas: doença reumática, lúpus, aterosclerose, endocardite infecciosa e origem congênita (rara) - Grau de insuficiência: diretamente proporcional ao volume de sangue refluído ● Se pequeno: sem alteração da função ventricular -> assintomático ● IA grave: falência ventricular esquerda -> dispnéia e angina de peito por roubo do fluxo coronariano - Ictus cordis: deslocado para baixo e esquerda, amplo -> indicativo da dilatação e da hipertrofia do ventrículo esquerdo - Sopro diastólico: audível no foco aórtico ou aórtico acessório - Sinais periféricos: ● Grande pressão diferencial ● Pulso radial amplo e célere: martelo d’água ● Pulsação das carótidas: dança arterial ● Oscilação da cabeça, acompanhando os batimentos cardíacos -> sinal de Musset ● Pulsação da base da língua -> sinal de Minervini - ECG: sobrecarga diastólica do VE - RX tórax: aumento da área cardíaca, aorta alongada, botão aórtico proeminente - Ecocardiograma: aspectos anatômicos, tamanho da cavidade e função ventricular -> quantifica o grau da IA ● Pode identificar a etiopatogenia: reumática, endocardite ou dissecção aórtica Esten�s� aó�tic� - Redução do orifício da valva aórtica - Causas: ● Malformação congênita: bicúspide -> fibrose e redução da mobilidade ● Moléstia reumática: espessamento e fusão dos folhetos ● Degeneração senil: deposição de Ca+2 - Fisiopatologia: hipertrofia de VE (vencer a obstrução), hipoxemia, insuficiência de ventrículo esquerdo (congestão pulmonar, angina e síncope) - Exame físico: ● Pulso radial de pequena amplitude ● Ictus cordis intenso, deslocado para baixo e esquerda (hipertrofia VE) ● Frêmito sistólico ● Sopro sistólico de ejeção, com irradiação -> face lateral direita do pescoço ● Estalido sistólico que antecede sopro Vitória Camargo - ECG: sinais de sobrecarga ventricular esquerda - Ecocardiograma: grau de espessamento e calcificação, grau de hipertrofia e função VE Insuficiênci� mitra� - Fechamento incompleto da válvula mitral: refluxo de sangue do ventrículo para o AE, durante a sístole ventricular - Causas: moléstia reumática, prolapso valvar, IAM, cardiomiopatias - Manifestação clínica: aumento da pressão intra-atrial ● Congestão pulmonar, dispneia, edema agudo de pulmão - Exame físico: ● Ictus cordis de maior intensidade ● Sopro sistólico de regurgitação (foco mitral) - ECG: sobrecarga de VE e AE - RX tórax: aumento de VE e AE, sinais de congestão pulmonar - Ecocardiograma: identifica a causa -> reumática, prolapso, isquemia do músculo papilar Esten�s� mitra� - Estreitamento do orifício atrioventricular esquerdo -> espessamento ou fibrose - Principal causa: doença reumática - Característica: lenta progressão - Classificação: conforme área do orifício ● Leve: área maior que 2,5 cm2 -> assintomático, hipofonese de B1 no foco mitral, sopro diastólico, estalido de abertura mitral ● Moderada: área de 1,5 cm2 -> dispneia, palpitações, hipofonese de B1, estalido de abertura, sopro diastólico, hipofonese de B2 no foco pulmonar (hipertensão pulmonar) ● Grave: área menor de 1 cm2 -> dispneia aos mínimos esforços e de decúbito, dispneia paroxística noturna, tosse seca, hemoptise, sinais da moderada presente, hipertrofia de VD - Dados semiológicos: cianose nas mãos e rosto, ictus normal, pulsação epigástrica, frêmito diastólico, hiperfonéticas de B1 e B2, estalido de abertura, sopro diastólico (decúbito lateral esquerdo) - ECG: sobrecarga atrial esquerda (se hipertensão pulmonar), aumento de VD - RX tórax: aumento do AE, dilatação artéria pulmonar, crescimento de VD, congestão pulmonar - Ecocardiograma: trombo intra-atrial, grau de flexibilidade valvar, pressão sistólica do VD e artéria pulmonar Insuficiênci� tricúspid� - Fechamento incompleto da valva tricúspide - Regurgitação de sangue para o AD, durante sístole ventricular - Principal causa: insuficiência ventricular direita (por hipertensão pulmonar) - Dilatação do anel tricúspide (pós infarto de VD) - Sinais físicos: VD hipertrofiado, sopro holossistólico (foco tricúspide -> aumenta intensidade na inspiração profunda) - ECG: sinais de sobrecarga de AD e VD - RX tórax: aumento de AD e dilatação de VD Vitória Camargo
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