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Thaís Fernandes das Neves (@thais0831 - @studyenffernandes) Lei do Exercício Profissional da Enfermagem no Brasil (Lei nº 7.498/86) e o Decreto nº 94.406/87 -, em que a enfermeira torna-se legalmente competente para realizar a consulta de enfermagem, tornando a mesma privativa pelo enfermeiro. O que inclui especificamente o acompanhamento do pré- natal de baixo risco, podendo solicitar exames de rotina e complementares, assim como prescrever medicamentos previamente estabelecidos em programas de saúde pública e aprovados pela instituição de saúde. A consulta pré-natal possui o objetivo de definir o estado de saúde mãe-filho. E visa prestar assistência progressiva e integral às gestantes sadias mediante o reconhecimento e atendimento de suas necessidades básicas, com incentivo à participação da mulher no seu autocuidado, promoção de um parto e um puerpério sem 1ntercorrencias. Se faz necessário: • Participação do marido nas consultas; • Aspectos emocionais; • Responder as dúvidas e ansiedades; • Orientar a respeito dos sintomas e sinais normais de cada período. Consultas de enfermagem podem ser intercaladas entre as consultas médicas. As gestantes devem ser estimuladas a participar de cursos de preparação para o parto (principalmente para primíparas). Desde a primeira consulta, a gestante deve receber uma carteira de pré-natal, e, ser orientada a tê-la sempre consigo em caso de procura a um atendimento médico em outra instituição de saúde. Deve constar na carteira de pré-natal o nome do hospital de referência para o parto ou intercorrências/urgências. Avalia: • Higiene; • Nutrição; • Cuidados com recém-nascido; • Amamentação; • Vacinação. O Ministério da Saúde recomenda no mínimo 6 consultas: • Uma no 1º trimestre; • Duas no 2º trimestre; • Três no 3º trimestre de gestação. 1ª consulta: • Realizada antes da 12ª semana, preferencialmente ; • Realizar o cálculo da DPP; • Ausculta do bcf; • Exames. Urina (EAS – elementos anormais do sedimento), grupo sanguíneo e fator Rh (ABO-Rh); hemograma completo; glicemia de jejum; reações sorológicas (sífilis (VDRL), toxoplasmose (IgG e IgM), anti HIV, hepatite B); anti HBR- Ag (se está imunizada – hep B); exame parasitológico de fezes); rubéola; citologia cervicovaginal. 16ª semana: • Investigar nível de hemoglobina <11g/dl e considerar suplementação com ferro, se necessária; • Verificar: o Peso, pressão artérias e proteinúria. 18-20ª semana: • Ultrassom morfológica para avaliar a estrutura do concepto, localizar a placenta e avaliar o Doppler das artérias uterinas. O rastreamento de diabetes gestacional é feito entre a 24 a e a 28 a semana de gestação, a menos que o rastreamento seja necessário no primeiro trimestre por motivos de alto risco (obesidade, idade materna superior a 25 anos, história familiar de diabetes melito, história pregressa de diabetes gestacional ou mulher de um determinado grupo étnico: hispânico, indígena norte- americano, asiático ou afro-americano) 28ª semana: • Ministrar imunoglobulina anti D para mulheres Rh- negativas não sensibilizadas (e com maridos Rh positivos); • Repetir a dosagem da hemoglobina e o VDRL. Exame físico deve ser realizado em toda consulta, independentemente das semanas de gestação. Consulta Pré-Natal Thaís Fernandes das Neves (@thais0831 - @studyenffernandes) No final do terceiro trimestre, as consultas necessitam ser mais frequentes, e a gestante deve ser orientada sobre os sinais de trabalho de parto e a procurar atendimento se o parto não ocorrer sete dias após a data provável (ou seja, se a gestação atingir 41 semanas). Hemograma completo O objetivo é o rastreamento de anemia. Devido ao aumento de líquidos na gestante, o valor normal de hemoglobina é igual ou superior a 11g/dL (anemia fisiológica da gravidez). Gestantes na faixa normal fazem a rotina que é constituída por 60mg de ferro elementar + 5mg de ácido fólico antes das refeições para repor as perdas. Gestantes que se encontram com hemoglobina entre 8g/dl e 11g/dl devem repor uma maior quantidade de ferro (120-240mg), já que se trata de uma anemia leve. Deve-se ficar atento e tratar também uma possível parasitose. Trata-se de um pré-natal de alto risco, gestantes que apresentam hemoglobina menor que 8g/dl. Neste caso, deve-se pesquisar outras causas para a anemia, avaliar a necessidade de transfusão e manter tratamento específico para a causa diagnosticada. Após 60 dias, repete-se o hemograma e, se: • Diminuição da Hb ou ausência de melhora = pré- natal de alto risco; • Melhora dos níveis de Hb = manutenção do tratamento até obter níveis de Hb maior ou igual a 11g/dl, depois continua-se com a manutenção do ferro. Tipagem sanguínea Se a gestante possui o Rh+ a rotina segue normalmente, no entanto se o Rh- é feito a solicitação de Coombs indireto se o parceiro por Rh+ ou desconhecido. Coombs indireto: • Se negativo: repetir a cada trimestre e aplicar imnuglobulina antiD 300mg, e, durante a 28ª semana é opcional fazer uma segunda dose. • Se positivo: pré-natal se torna de alto risco e se faz necessário encaminhar para um serviço especializado. Glicemia de Jejum O rastreamento da diabetes gestacional leva em consideração a história familiar, história de gestação prévia com diabetes e a glicemia de jejum. É importante lembrar que a glicosúria não faz parte do rastreamento da diabetes gestacional. Deve-se solicitar a glicemia de jejum durante a primeira consulta de pré-natal e se: Gestante sem fatores de risco: • Glicemia de jejum <85mg/dl: o Fazer teste de tolerância oral à glicose com 75g entre 24-28 semanas de gestação. • Glicemia de jejum 86-125mg/dl: o Fazer teste de tolerância oral à glicose com 75g imediatamente. • Glicemia de jejum > ou igual a 126mg/dl, medida duas vezes: o Diabetes. Gestantes com fatores de risco: • Glicemia de jejum <126g/dl: o Teste de tolerância oral à glicose com 75g imediatamente. • Glicemia de jejum > ou igual a 126g/dl medida por duas vezes: o Diabetes. São considerados fatores de risco para diabetes gestacional: • Idade > 35 anos; • Obesidade; • Síndrome dos ovários micropolicísticos; • História familiar; • Uso de drogas hiperglicemiantes (corticoides); • Gestação prévia com grande ganho de peso, macrossomia. Sumário de urina Thaís Fernandes das Neves (@thais0831 - @studyenffernandes) Obrigatório durante a gestação e visa, principalmente, o rastreamento de proteinúria e bacteriúria. Se o exame revelar: • Traços de proteína = se a paciente não apresentar sinais de Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG) (EX: hipertensão, proteinúria e edema), repete-se o exame em 15 dias = positivo para proteínas • Se houver risco de DHEG, deve-se fazer o acompanhamento dessa gestante, recomendar repouso, monitorar os movimentos fetais, alertar para a paciente sobre os sinais clínicos da DHEG, realizar proteinúria de 24h e marcar o retorno dessa paciente em, no máximo 7 dias = proteinúria francamente positiva. Deve-se encaminhar a paciente para um serviço de referência. Em relação ao rastreamento de bacteriúria, podemos encontrar: • Bacteriúria heterogênea = provável contaminação, falta de higienização na coleta; • Bacteriúria homogênea = provável ITU. O ideal é a realização de urinocultura com antibiograma e o agendamento do retorno o mais precoce que o habitual para resultado do exame. É importante tratar a bacteriúria mesmo se a paciente estiver assintomática, pois a associação ao desenvolvimento de pielonefrite ocorre frequentemente, o que pode levar ao aumento do risco de trabalho de parto prematuro e à restrição do crescimento intrauterino. A urina é naturalmente ácida, já que o rim é o principal meio de eliminação dos ácidos do organismo, o pH da urina varia entre 5,5 e 7,0. Valores depH maiores ou igual a 7: • Podem indicar a presença de bactérias que alcalinizam a urina; • Pode ser ocasionado por dieta pobre em proteína animal, dieta rica em frutas cítricas ou derivados de leite; • Uso de medicamentos como acetazolamida, citrato de potássio ou bicarbonato de sódio; • Ter tido vômitos horas antes do exame também pode ser uma causa de urina mais alcalina. Em casos raros, algumas doenças dos túbulos renais também podem deixar a urina com pH acima de 7,0. Valores menores que 5,5: • Podem indicar acidose no sangue ou doença nos túbulos renais; • Uma dieta com elevada carga de proteína animal também pode causar uma urina mais ácida; • Episódios de diarreia; • Uso de diurético como hidroclorotiazida ou clortalidona. O mais comum é o pH por volta de 5,,5 – 6,5, porém mesmo valores acima ou abaixo dos descritos podem não necessariamente indicar alguma doença. Este resultado deve ser interpretado pelo médico. Sorologias Sífilis: É solicitado na primeira consulta de pré-natal e é útil no diagnóstico e tratamento da sífilis, porém, possui baixa especificidade e reações falso-positivas. A ocorrência de sífilis durante a gestação está associada a abortamento espontâneo, parto pré-termo, morte fetal intrauterina, hidropisia fetal, restrição de crescimento, morte perinatal e sífilis congênita. Caso o exame seja: • Negativo: o Deve-se informar à paciente e repetir o exame na 28ª semana, no momento do parto ou se ocorrer aborto. • Positivo: o Deve-se realizar FTA-ABS (afastar reações falso-positivas), que é um critério diagnóstico, porém não serve como critério de cura, uma vez que positiva, sempre irá positivar; FTA-ABS: teste de absorção de anticorpos treponêmico fluorescente, é utilizado para detectar a presença de anticorpos que reagem a bactéria treponema pallidum, a bactéria que causa a sífilis. o Como critério de cura, avalia-se o VDL; o Se o FTA-ABS for positivo, trata-se de sífilis, se não, a possibilidade diagnóstica de sífilis está afastada. Thaís Fernandes das Neves (@thais0831 - @studyenffernandes) Se não por possível a realização de FTA-ABS, sempre faz-se o tratamento para sífilis. Sendo importante também, se possível, rastrear o parceiro. HIV: O teste anti-HIV deve ser realizado com a permissão da paciente. O diagnostico sorológico é realizado com 2 exames Elisa positivos e 1 Estern-Blot positivo. Se o resultado for negativo, repete-se a sorologia a cada 3 meses se a paciente tiver risco de contaminação. É importante lembrar que o teste deve ser realizado a cada gestação da paciente. Já se o resultado for positivo, nem sempre significa que a gestante é portadora de AIDS (doença clínica). Existem medicações para controle da infecção materna e para a redução da transmissão fetal. O pré-natal da paciente HIV-positivo deve ser diferenciado, incluindo uma avaliação clínica complementada com a laboratorial. Deve-se adotar a seguinte conduta (caso positivo): • Encaminhar para serviço especializado; • Suporte terapêutico; • Quantificação da carga viral/CD4; • Iniciar AZT após a 14ª semana e manter após o parto, tanto na mãe quanto na criança; • Recomendar o uso de preservativos para evitar a transmissão de diferentes cargas virais entre parceiros; • Evitar a amamentação; • Acompanhar o recém-nascido. Toxoplasmose A transmissão feral relaciona-se diretamente com a idade gestacional em que ocorreu a infecção materna. Quanto mais avançada a gestação, maior a possibilidade de infecção neonatal. Porém, o risco de acometimento grave do feto é inversamente proporcional à idade gestacional. Recomenda-se a triagem por meio da detecção dos anticorpos classe IgM para todas as gestantes na primeira consulta de pré-natal. As pacientes com IgM e IgG não reagentes são suscetíveis à toxoplasmose e devem ser orientadas a evitar a ingestão de carne malcozida, proteger as mãos ao lidar no jardim, lavar bem frutas e verduras e evitar contato com animais (principalmente gatos). A presença de anticorpo IgM não deve ser usada isoladamente para confirmar uma infecção aguda, pois pode ser encontrado no corpo por um período maior que 1 ano. Após cerca de 7 dias da infecção, pode-se encontrar IgA, o qual desaparece cerca de 4 meses após a infecção. Estado nutricional e ganho de peso na gestação Uma ausência de ganho ou perda de peso pode significar um crescimento fetal insuficiente. Ganho de peso repentino (700g ou mais em uma semana) deve levantar suspeita de retenção líquida/edema, podendo significar uma pré-eclâmpsia. Gestante com ganho excessivo de peso tendem a ter fetos macrossômicos, grandes para a idade gestacional ao nascimento, e maior dificuldade para perde peso no puerpério. Os eventos fisiológicos da gestação contribuem com cerca de 10kg no ganho ponderal da gestante (feto, placenta, líquido amniótico, hipertrofia uterina, aumento da volemia, aumento do volume mamário). O restante do ganho de peso deve-se aos depósitos de gordura materna. O ideal é que não ultrapasse 12kg de ganho ponderal de peso durante o período gestacional. Thaís Fernandes das Neves (@thais0831 - @studyenffernandes) Ferro Anemia materna por deficiência de ferro corresponde a 75% das anemias na gravidez, sendo definida por níveis de hemoglobina abaixo de 11mg/dl. A gestante requer maior quantidade de ferro alimentar para suprir as suas necessidades e as do feto, há aumento na absorção desse elemento no intestino. Posologia do sulfato ferroso: 40mg – 1 cp ao dia antes do almoço com frutas cítricas (ajuda na absorção). O tratamento se dá por meio da suplementação de ferro com 60 a 120mg/dia. Após a normalização, mantém-se a dose de 40mg/dia de ferro. Além da anemia materna, a deficiência de ferro pode resultar em anemia ferropriva no recém-nascido. A mãe anêmica tolera menos a perda sanguínea no parto, e está mais sujeita à infecção e à dificuldade de iniciar a lactação. Ácido fólico Se faz necessário a suplementação antes da concepção até a 12ª semana. Tendo em vista que se trata de um período crítico para o fechamento do tubo neural. A suplementação de ácido fólico pode vir a evitar a anencefalia e a espinha bífida. As mulheres que recebem ácido fólico em dose suficiente apresentam redução de 50 a 70% no risco de ter um filho com defeitos no tubo neural e em outros locais, como fenda labial e/ou fenda palatina (ACOG, 2011). A dose recomendada é de 400ug/dia. = 5mg de ácido fólico (5mg) 1 comprimido por dia. Vitamina C Recomenda-se 70mg/dia de vitamina C. • Um aumento de 10mg/dia além das necessidades e uma mulher adulta não grávida. As fontes de vitamina C são: • Todas as frutas cítricas; • Vegetais folhosos e legumes. o Principalmente o pimentão amarelo. Vitamina D Necessária para a homeostasia mineral e para a formação adequada dos ossos. Na gestação, as necessidades de cálcio e de fósforo aumentam por serem imprescindíveis ao desenvolvimento do tecido esquelético fetal, exigindo vitamina D suplementar. As fontes dessa vitamina são: • Margarinas; • Leites fortificados; • Fígado; • Gema de ovo; • Óleo de fígado de peixe; • Atum; • Óleos de certas espécies de cação. O excesso de vitamina D pode causar hipercalcemia fetal, levando ao CIUR, à estenose aórtica e à deposição de cálcio no cérebro e em outros órgãos. Recomendação para gestantes: 10g/dia. Imunização Hepatite B: • Para gestantes em qualquer faixa etária e idade gestacional, deve-se administrar três doses da vacina hepatite B, considerando o histórico de vacinação anterior. Influenza: • Em qualquer idade gestacional; • Não deve ser aplicada em pessoas com história de alergia severa à proteína do ovo e seus derivados, assim como qualquer outro componente da vacina. dTpa: • A vacina é indicada para gestantes a partir da vigésima sétimasemana (27ª) até a trigésima sexta semana (36ª) de gestação; • Preferencialmente, podendo ser administrada até 20 dias antes da data provável do parto; • O esquema recomendado da dTpa adulto é uma dose a cada gestação; As gestantes devem receber uma dose de dTpa, a cada gestação, quando não vacinadas durante a gravidez, Thaís Fernandes das Neves (@thais0831 - @studyenffernandes) devem receber uma dose da vacina o mais precocemente após o parto (de preferência ainda na maternidade). Vacina antitetânica: • Realizada para prevenção do tétano no recém- nascido e para a proteção da gestante, com a vacina dupla tipo adulto (dT) ou, na falta desta, com o toxóide tetânico (TT); • Para gestantes não vacinadas: consta de três doses, podendo ser adotado um dos seguintes esquemas: o 1º- as primeiras duas doses com intervalo de dois meses (mínimo 1 mês), aplicando-se a primeira o mais precocemente possível e a terceira seis meses depois da segunda. A segunda dose deve ser aplicada até 20 dias, no máximo, antes da data provável do parto. o 2º- três doses, de dois em dois meses (intervalos mínimos de 1 mês), aplicando- se a primeira dose o mais precocemente possível e a terceira até 20 dias, no máximo, antes da DPP. Duas doses de vacina já imunizam o feto. Por motivos de ordem operacional, tem-se optado por um ou outro esquema nas diferentes regiões do país. o 3º- reforços: a cada cinco anos se ocorrer nova gravidez. A gestante vacinada nunca precisa repetir o esquema completo de 3 doses, independentemente da época em que ele já foi feito. Fazer só uma dose de reforço. E realizar influenza 9inativado) e H1N1. Vacina para hepatite: Conforme nota técnica nº 39/09/CGPNI/DEVEP/SVS/MS: • O Programa Nacional de Imunizações reforça a indicação da vacina contra Hepatite B para gestantes que apresentam sorologia negativa para a Hepatite B; • A imunização da mesma está indicada após o primeiro trimestre de gestação; • As gestantes imunizadas para a Hepatite B, com esquema vacinal completo de três doses, não necessitam de reforço vacinal; • Aquelas não imunizadas ou com esquema vacinal incompleto devem receber três doses da vacina nos intervalos 0,1 e 6 meses e ou complementar o esquema já iniciado.
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