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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E ANTERIORIDADE DA LEI

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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E ANTERIORIDADE DA LEI E SUAS RESPECTIVAS EXCEÇÕES NO DIREITO TRIBUTÁRIO
		Antes de arguir acerca do princípio da legalidade, bem como o da anterioridade, deve-se lembrar que quando o constituinte de 88 dividiu a competência entre os entes, o próprio ao outorgar a competência, estabeleceu alguns princípios que nortearão, disciplinarão, limitarão o exercício da competência. Sempre haverá limitações, balizamentos no exercício das funções tributárias. 
		No entanto, os princípios servirão para limitar a competência tributária. Esses princípios são direitos e garantias fundamentais para o cidadão no que concerne ao poder de tributar, que por sua vez, são cláusulas pétreas de acordo com o art. 60 §4º, IV da CF.
		Esses princípios tutelam valores. As normas jurídicas são subdividas em regras e princípios. Regras estabelece uma conduta positiva ou negativa. Os princípios trazem uma carga valorativa relevante. Ele possui uma densidade elevada, alargada, justamente por proteger valores. Princípios, no entanto, são normas jurídicas embasadas em conceitos jurídicos desestruturados e, nesta diapasão, pode-se arguir acerca desses dois princípios. 
1. Princípio da legalidade tributária
		O princípio da legalidade visa tutelar, proteger a segurança jurídica. Dar-se-á ao legislador a possibilidade de criar e alterar tributos, de acordo com art. 150 I CF e art. 97 do CTN. Quanto a alteração de tributos, aduz que deve-se aumentar ou diminuir a base de cálculo ou alíquota e impor a multa. 
		A regra para instituir, bem como modificar tributos, deverá ser por lei ordinária. No tocante as exceções, a própria constituição expressamente trouxe alguns tributos que poderão ser alterados por lei complementar, sendo eles: a) Imposto sobre grandes fortunas (art. 153 VII, CF); b) Empréstimos compulsórios (art. 148, CF); c) Imposto residual (art. 154 I); d) Contrato social de seguridade (art. 195 §4º CF). Essas 4 competências acima são da união e só podem ser modificadas por lei complementar.
		O art. 150 da CF diz:
Art. 150 CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
		E o art. 97 do CTN complementa:
 Art. 97 CTN. - Somente a lei pode estabelecer:
 	I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
 	II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
 	III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
 	IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
 	V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
 	VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
 	§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
 	§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
		Já o art. 153 da CF diz:
Art. 153 CF. Compete à União instituir impostos sobre:
	I - importação de produtos estrangeiros;
	II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
	III - renda e proventos de qualquer natureza;
		IV - produtos industrializados;	
	V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;	
	VI - propriedade territorial rural;
	VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
O art. 154 e 195 da Constituição diz:
Art. 154 CF. A União poderá instituir:
	I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
Art. 195 CF. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
	IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
		O princípio da legalidade tributária decorre do princípio da segurança jurídica. Na matéria tributária é vedado o uso de analogia. Deve-se ter, no entanto, tipicidade. O princípio da legalidade está previsto no art. 150, I, CF e Art. 97 CTN, tendo em vista que ambas as previsões diz que todo tributo deverá ser criado e modificado por lei. 
		A modificação seria na base de cálculo e no aumento, diminuição da alíquota. Como via de regra, é uma lei ordinária, ou seja, a Constituição federal dá aos entes o poder de tributar, que por sua vez, serão criados por lei. 
		Neste sentido, o Governador de Minas Gerais poderá aumentar alíquota por medida provisória? Pelo princípio da simetria, se houver previsão nas constituições dos Estados acerca de medida provisória, poderá alterar alíquota por medida provisória. 
		O princípio da legalidade por sua vez possui uma regra geral, que por sua vez, foi arguida acima, porém, há exceção a essa regra geral. Entretanto, essa exceção não consiste na possibilidade de instituir tributos por lei e sim na possibilidade na base de cálculo, bem como na alíquota. Estas exceções estão previstas no art. 153 §1º da CF que diz: 
Art. 153 § 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.
São as exceções em:
 - Imposto de importação (II)
- Imposto de exportação (IE)
- Imposto de importação e exportação (IPI)
- Imposto de operações financeiras (IOF)
		Essas modificações são feitas através de um decreto do executivo. São impostos aduaneiros, alfandegários, extrafiscais, que servem de instrumento de incentivo ou inibição de um determinado comportamento. Tem-se um forte caráter extrafiscal, pois, todos os impostos possui natureza arrecadatória, porém, alguns tem outros objetivos além de arrecadar, que neste sentido, será na atuação na balança comercial para criação de incentivos.
		Outra exceção ao princípio da legalidade, está descrita na súmula 160 do STJ, arguindo que “é defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária: É uma exceção, no sentido de atualização”.
2. Princípio da anterioridade da lei
		Também conhecido como princípio da não surpresa. O mesmo visa proteger a segurança jurídica, a previsibilidade, a estabilidade da norma, o planejamento. Por esse princípio, tem-se a prerrogativa o pressuposto de eficácia da norma. Para Pontes de Miranda, toda norma poderá ser interpretada pela existência, validade e eficácia. O art. 150 III, b, c da CF são pressupostos de legalidade. O dispositivo diz:
Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
 III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
	O princípio da anterioridade é diferente de princípio da anualidade. O art. 150 III diz que toda lei que institui e majora tributos só entrará em vigor e ter efeitos no 1º dia do ano seguinte da data em que foi publicada. O princípio da anterioridade diz que a lei que cria ou aumenta o tributo tanto na base de cálculo ou na alíquota, o efeito da mesma vigorará no 1º dia do ano seguinte da publicação.
		No tocante a alínea C do art. 150 III da CF, como via de regra,toda lei que institui e majora tributos só entrará em vigor e ter efeitos no 1º dia do ano seguinte da data em que foi publicada, mas, facultativamente poderá entrar em vigor até no máximo 90 dias após o 1º dia do ano subsequente. Esse é o princípio da noventena. 
		Obs. Exceções ao princípio da anterioridade: Todas as exceções estão previstas no art. 150 §1º da CF. 
		São as seguintes exceções a tal princípio:
			- a) Se não aplicam o art. 150 III b e c, logo, a vigência é imediata e é direcionada aos Imposto de importação, imposto de exportação e o IOF.
			- b) Nos casos de guerra e calamidade pública, tem-se o empréstimo compulsório (art. 148 I CF)
			- c) Nos casos de guerra apenas, tem-se o imposto extraordinário (art. 154, II da CF)
			- d) Não se aplica o art. 150, III, B e sim a noventena da alínea C apenas (art. 150 §1º): O IPI (Imposto de importação). 
			- e) Não se aplica art. 150, III C, só se aplica as regras do ano seguinte, não tendo a necessidade de aguardar 90 dias: O imposto de renda.
		Ainda nas exceções, no tocante à função na base de cálculo do IPTU e IPVA (Não se aplica art. 150 III, C CF). Para fixação da base de cálculo não se aguarda os 90 dias de acordo com o princípio da noventena. 
			- f) Norma que altera prazo / data pagamento do tributo: Está descrita na súmula 669 STF. Tem-se aplicabilidade imediata. Não se aplica as alíneas b e c do art. 150 III CF.
		Sumula 669 do STF diz: 
NORMA LEGAL QUE ALTERA O PRAZO DE RECOLHIMENTO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA NÃO SE SUJEITA AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE.
			Importante: Informativo 757 STF (RES 564.225): trata dos benefícios fiscais: Benefícios fiscais são atribuídos para atrair empresas. 
São tipos de benefícios fiscais:
- Reduz do BC;
- Isenção parcial;
- Redução de alíquota
		Além disso, há o Princípio da anterioridade nonagesimal ou mitigada (Art. 195 §6º da CF), que por sua vez diz que a lei que vier a instituir e majorar contribuição social destinada a contribuição social da seguridade social, deverá aguardar o prazo de 90 dias.
		Vide o art. 195 da CF:
Art. 195 CF. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
		No que tange ao princípio da anterioridade nonagesimal, lei que cria e aumenta tributo é passível de aplicação de tal princípio. Não se aplica alínea C do art. 150 §1º CF na fixação da base de cálculo do IPTU e IPVA. Só se aplica tal princípio quando a lei cria a base de cálculo, mas, o decreto que corrigir a base de cálculo não é passível de aplicação do princípio da anterioridade nonagesimal.
		Para aumentar a base de cálculo, deverá ser feita por lei. Para corrigir a base de cálculo, a mesma será realizada através de decreto. Decreto neste caso, pode corrigir a base de cálculo do IPTU e IPVA. O decreto não pode alterar alíquota. A alíquota deverá ser alterada por lei, de acordo com o art. 97 do CTN. Quanto ao IPI, de acordo com art. 150 §1º da CF, não se aplica a regra de aplicação do princípio da anterioridade anual. No entanto, aplica-se somente o princípio da anterioridade nonagesimal.

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