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Matéria: Direito Tributário Professor: Cadu Carrilho C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 2 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Dando início a um novo assunto de extrema importância, com muitas regras e muitas exceções. Vamos ver o que a Constituição estabeleceu como limitação ao poder de tributar, aqui traduzidos em princípios tributários aplicáveis aos entes e a todas as situações que envolvem os tributos. 1 - Princípios Constitucionais Tributários ............................................3 1.1 – Princípio da Legalidade ................................................................... 4 1.2 – Princípio da Irretroatividade ............................................................ 9 1.3 – Princípio da Anterioridade .............................................................. 10 1.4 – Princípio do Não Confisco .............................................................. 17 1.5 – Princípio da Liberdade de Tráfego ................................................... 19 1.6 – Princípio da Isonomia e Correlatos .................................................. 20 1.7 – Princípios Tributários Dirigidos à União ............................................ 25 1.8 – Princípio Tributário Dirigidos aos Estados, DF e Municípios ................. 28 2 – Questões Comentadas ................................................................. 29 3 – Lista de Exercícios ....................................................................... 62 4 – Gabarito ...................................................................................... 82 Aula – Limitações ao Poder de Tributar – Princípios Constitucionais C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 3 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Os entes recebem as competências para tributar, porém não há plena liberdade nesse poder constitucional atribuído aos entes. O poder de tributar dos entes encontra limites na própria constituição, chamamos assim de limitações ao poder de tributar. Essas limitações são expressas em princípios constitucionais e em imunidades tributárias. Que fique claro também nesse momento, essas limitações impostas ao exercício da competência tributária não se esgotam na Constituição. O próprio texto usa o termo “sem prejuízo de outras garantias”. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: Isso se justifica por existirem regramentos decorrentes do regime e dos princípios adotados pela própria CF ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte (CF, art. 5º, § 2º). ATENÇÃO: o STF entende que os princípios constitucionais tributários são cláusulas pétreas, pois são garantias individuais do contribuinte. Ou seja, não pode ter projeto de emenda tendente a abolir essas garantias ou princípios. São princípios que visam a proteção do interesse público, a busca pelos direitos e garantias individuais, com fulcro na segurança jurídica e na busca pela justiça tributária. A Constituição Federal estabelece duas espécies de limitações ao exercício da competência tributária: (1) Princípios Constitucionais Tributários (também chamados de Princípios Gerais); (2) Imunidades Tributárias. Veremos agora os Princípios constitucionais tributários, os quais são os seguintes: Princípios Tributários Dirigidos a TODOS os Entes Legalidade Irretroatividade Anterioridade (Anual e Nonagesimal) Não-confisco Liberdade de Tráfego Isonomia, Capacidade Contributiva, Pessoalidade e Progressividade. 1 - Princípios Constitucionais Tributários C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 4 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Princípios Tributários Dirigidos à UNIÃO Princípio da Uniformidade Geográfica Uniformidade de Tributação da Renda Princípio da Vedação às Isenções Heterônomas Princípios Tributários Dirigidos à ESTADOS, DF E MUNICÍPIOS Princípio da não-discriminação pela procedência ou destino 1. (CESPE/CGE-PI/Auditor/2015) Considerando as limitações ao poder de tributar, julgue o item seguinte. São limitações ao poder de tributar as imunidades, os princípios de direito tributário e as anistias. Comentário: As limitações ao poder de tributar previstas na Constituição Federal consistem nos princípios tributários e nas imunidades, anistias não estão incluídas. Gabarito 1: Errada Adentramos então no primeiro princípio que é o da legalidade tributária. Este princípio está relacionado ao preceito maior de que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer em algo senão em virtude de lei (art. 5º, II, CF). A CF estabelece esse princípio por meio de uma vedação, é vedada a exigência, ou seja, a instituição ou o aumento do tributo sem lei que o estabeleça. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; Lembramos, nesse momento, inclusive, da definição de tributo estabelecendo que tributo é instituído EM LEI. A lei que cria ou majora tributos será, EM REGRA, lei ordinária, podendo também ser por medida provisória. Detalhe, a medida provisória não pode ser usada quando o tributo for de criação exclusiva da lei complementar. Contudo, para alguns casos, a CF exige lei complementar: 1.1 – Princípio da Legalidade C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 5 de 82 www.exponencialconcursos.com.br A CF determina explicitamente a necessidade de previsão legal para instituição e majoração de tributos, porém o preceito também é aplicado em relação à sua redução devido ao princípio da separação dos poderes. Se ao Legislativo cabe criar e fixar o valor de cobrança dos tributos, uma modificação posterior desse valor deve ocorrer por ato do mesmo Poder. Veja bem, a lei institui o tributo, mas não apenas isso, ela determina os outros objetos do tributo. A lei que institui o tributo também tem que dizer qual será o fato gerador, os valores de base de cálculo e alíquota para determinação do valor a ser cobrado, além disso a lei deve determinar quem será o sujeito passivo, e deverá prever também as penalidades em caso de descumprimento da lei, bem como as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção docrédito. Qualquer mudança nesses elementos também deve ocorrer por meio de lei. Assim prevê o CTN, coadunando-se com o princípio constitucional da legalidade tributária. Mudar base de cálculo de modo que o tributo seja majorado, ou seja, aumentado, e assim o torne mais oneroso, só pode ser feita essa mudança por meio de lei. Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. Criação ou majoração de tributos Lei ordinária Tributos em geral Lei complementar IGF Emp. Compulsórios Imp. residuais Contrib. sociais residuais C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 6 de 82 www.exponencialconcursos.com.br § 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso. 2. (CESPE/AGU/Advogado da União/2015) Acerca dos princípios constitucionais tributários, julgue o item subsequente. De acordo com o princípio da legalidade, fica vedada a criação ou a majoração de tributos, bem como a cominação de penalidades em caso de violação da legislação tributária, salvo por meio de lei. Comentário: O princípio da legalidade estipula que tributo só pode ser criado ou majorado por meio de lei, além disso, penalidades tributárias também precisam estar estipuladas em lei. Gabarito 2: Correta ATENÇÃO: Aproveitando o ensejo, vamos aprender agora a parte do princípio que mais cai em prova que consiste nas EXCEÇÕES ao princípio da LEGALIDADE, ou seja, elementos do tributo que podem ser alterados sem ser por meio de lei. Atenção, a instituição do tributo é sempre por lei, mas as exceções podem ser aplicadas em relação às mudanças de alguns elementos. Regra: INSTITUIR, MAJORAR e REDUZIR tributos somente mediante lei. Exceções: ALÍQUOTAS abaixo Alteração: II, IE, IOF, IPI (CF, art. 153, § 1º) Definição: ICMS monofásico sobre combustíveis (CF, art. 155, § 4º, IV) Redução e restabelecimento: CIDE-Combustíveis (CF, art. 177, § 4º, I, “b”) Atenção! Perceba que não há exceção ao princípio da legalidade no que se refere à criação de impostos. As exceções referem-se, somente, à sua majoração e redução. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 7 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Falamos então da possibilidade de alteração das alíquotas de II, IE, IPI e IOF (CF, art. 153, § 1º). São os casos dos impostos extrafiscais, em que o Poder Executivo tem a possibilidade de intervir na economia e no comportamento das pessoas, ao incentivar o consumo em algum tipo de produto ou aquecer algum setor da economia. O Poder Executivo pode alterar as alíquotas desses impostos por meio de decreto, sem necessidade de submeter projeto de lei à apreciação e votação do Poder Legislativo. Art. 153 - § 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I (II), II (IE), IV (IPI) e V (IOF). No caso do ICMS monofásico sobre combustíveis, as alíquotas são definidas por meio de Convênio do CONFAZ celebrado mediante deliberação dos Estados e DF. (CF, art. 155, § 4º, IV). Art. 155 - § 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g, (convênios) (...) Outra exceção acontece na redução E restabelecimento das alíquotas da CIDE-Combustíveis (CF, art. 177, § 4º, I, “b”) por ato do Poder Executivo justifica-se pelo caráter extrafiscal desses tributos. Para que estes tributos possam ser utilizados como instrumentos de controle da economia, a Constituição Federal concedeu esse poder ao Executivo. As modificações podem ser feitas, por exemplo, por decreto presidencial. Os limites e condições dessas alterações devem ser fixados em lei. Muita atenção aqui, essa exceção versa sobre a situação em que o poder executivo reduz a alíquota do tributo e depois volta ao patamar anterior, se esse restabelecimento ultrapassar a alíquota anterior estará caracterizado uma majoração e aí deverá ser feito por lei. Art. 177 - § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: I - a alíquota da contribuição poderá ser: b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b; C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 8 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Há mais duas exceções à legalidade: (1) atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo (§ 2º, art. 97) e (2) fixação do prazo para recolhimento (jurisprudência do STF – exemplo: RE 195.218/2002). Exemplo: um determinado tributo deve ser apurado e pago todo dia 10 do mês, o ente resolve mudar esse dia para dia 05 do mês, ele pode fazer isso sem necessidade de lei. CTN Art. 97 - § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.” Essas exceções são frequentemente relacionadas ao IPTU em questões de concursos. Como a base de cálculo deste imposto é o valor venal do imóvel, os valores estabelecidos são corroídos pela inflação. Por isso, o Município, utilizando-se de índices oficiais, pode atualizar os valores venais por meio de Decreto do Prefeito, pois não estará aumentando a base de cálculo, mas apenas impedindo que ela seja diminuída. CUIDADO! Não confunda a atualização do valor monetário da base de cálculo com o aumento desta base de cálculo, a qual requer previsão legal, conforme o entendimento do STJ. Súmula 160 do STJ - É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária. 3. (CESPE/Pref. de Fortaleza – CE/Procurador/2017) A respeito das limitações constitucionais ao poder de tributar, julgue o item que se segue, de acordo com a interpretaçãodo STF. A alteração de alíquotas do imposto de exportação não se submete à reserva constitucional de lei tributária, tornando-se admissível a atribuição dessa prerrogativa a órgão integrante do Poder Executivo. Comentário: Alguns impostos são exceções ao princípio da legalidade em relação à alteração de alíquotas, o Imposto de Exportação é um deles, ou seja, ato do Poder Executivo pode sim alterar alíquota do IE. Gabarito 3: Correta C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 9 de 82 www.exponencialconcursos.com.br É vedado aos entes da Federação cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado (CF, art. 150, III, “a”). Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; Esse princípio é a aplicação de que o tempo rege o fato. Trata da questão da segurança jurídica. O tributo é devido sempre de acordo com a lei vigente à época da ocorrência do fato gerador. Exemplo: hoje eu compro um imóvel, mas não pago o ITBI por essa transmissão, 6 meses depois dessa compra edita-se uma lei que aumenta a alíquota do ITBI na minha cidade de 2 para 4%. Passados mais dois anos o fisco municipal vem me cobrar o ITBI devido, a alíquota aplicável será a da época da ocorrência do fato gerador, ou seja, de 2%, mesmo que à época do lançamento a alíquota fosse 4%. Vale a do fato gerador. Assim, as leis tributárias somente podem alcançar os fatos geradores surgidos após a sua entrada em vigor, não podendo alcançar fatos pretéritos. Essa regra visa garantir a segurança jurídica dos contribuintes. ATENÇÃO: essa regra é válida para todos os tributos! As bancas costumam confundir os candidatos menos atentos, trocando a palavra tributos por impostos. Assim, como regra geral, a lei tributária não retroagirá. Quanto à instituição ou majoração de tributos, a lei tributária NUNCA RETROAGIRÁ. Contudo, em relação a outros temas, o princípio da irretroatividade não é um postulado absoluto. Conforme os incisos I e II do art. 106 do CTN, veremos casos de “exceções” ao princípio da irretroatividade tributária (estudaremos este artigo em aula posterior): O princípio da irretroatividade da lei tributária também está previsto no CTN. A lei vale para cobrança, aumento, diminuição ou alteração a partir da sua edição, não retroage para atingir fatos geradores anteriores à lei. 1.2 – Princípio da Irretroatividade C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 10 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Atenção para o seguinte: a aplicação irrestrita desse princípio ocorre em relação aos tributos, a análise muda um pouco em relação às multas, veremos isso oportunamente. Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116. 4. (CS-UF/Pref. de Goiânia – GO/Procurador/2015) É vedado aos Municípios cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Artigo 150 da Constituição Federal de 1988. Este conceito refere-se ao seguinte princípio: a) da legalidade. b) da irretroatividade. c) da isonomia. d) da anterioridade. Comentário: O enunciado trata do princípio da irretroatividade, ele nos ensina que a lei, em regra, não pode retroagir, uma nova lei criando tributo não pode incidir sobre fatos geradores pretéritos a ela, devendo incidir sim sobre as situações a partir da vigência dessa lei. Gabarito 4: B Imagine que você está com suas contas em dia, sabe exatamente quanto você tem a receber e quanto você tem para pagar, de repente, um belo dia você acorda e descobre um novo tributo por meio da publicação de uma lei no diário oficial. Essa situação “pega” todo mundo de surpresa, e pode acarretar descontrole financeiro, afinal, como contribuinte, vou ter que arcar com uma despesa que não estava prevista. Diante de uma situação como essa que o constituinte elaborou uma limitação aos entes tributários na hora de instituir os tributos, de modo que um tributo só possa ser cobrado no ano seguinte ao que foi instituído, para que dê tempo de os contribuintes se planejarem. É o que a doutrina chama de princípio da não-surpresa. E se nesse nosso exemplo a lei fosse publicada dia 31 de dezembro, poderia, o ente, passar a cobrar o tributo no dia seguinte, pois o princípio da 1.3 – Princípio da Anterioridade C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 11 de 82 www.exponencialconcursos.com.br cobrança apenas no ano seguinte seria respeitado, para evitar isso, o constituinte ainda previu que o tributo instituído em lei só possa ser cobrado 90 dias após a publicação da lei que o cria ou que o aumenta. Essas duas restrições são chamadas de princípios da anterioridade, estão previstas na CF, art. 150, III, “b” e “c”, e divide-se em: • Anterioridade anual: Proíbe a cobrança do tributo no mesmo ano da publicação da lei que o instituir ou majorar. • Anterioridade nonagesimal: Publicação da lei que instituir ou aumentar tributo deve ser feita pelo menos 90 dias antes de sua exigência. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) O princípio da anterioridade nonagesimal foi criado pela EC 42/2003 em virtude de a anterioridade do exercício ter se transformado numa garantia meramente formal, já que havia o costume de realizar as alterações da legislação tributária no final do exercício. Desse modo, a anterioridade nonagesimal consiste em uma garantia bem mais eficiente para o contribuinte, pois assegura um período mínimo de dias para que possa se preparar para o aumento do tributo a ser pago. Um detalhe interessante, esse princípio serve para proteger o contribuinte, então, resta claro que será aplicado em casos de instituição ou majoração do tributo, mas atente para o fato de que esse princípio não precisa ser respeitado quando a situação beneficiar o contribuinte, ou seja, publicação de uma lei que diminua o valor a ser pago pelo tributopode valer desde a sua publicação. Ainda nessa seara, existe uma análise em relação a alteração de prazo de recolhimento do tributo. O STF entende que esse tipo de mudança, mesmo que antecipando esse prazo, não se sujeita ao princípio da anterioridade. Súmula Vinculante 50 - Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 12 de 82 www.exponencialconcursos.com.br A atualização monetária não constitui aumento de tributo e também não se sujeita à anterioridade, assim entende o STF. O STF entende também que a revogação de isenção não se equipara à criação ou à majoração de tributo, por se tratar apenas de dispensa legal do pagamento de exação já existente, de modo que o tributo volta a ser imediatamente exigível, não sendo aplicável o princípio da anterioridade (RE 204.062/1996). Já, quando a surpresa for vantajosa para o contribuinte, como a redução ou extinção de um tributo, a Corte entende que não há que se falar no princípio da anterioridade, podendo produzir efeitos imediatos. Em regra, os tributos submetem-se a ambos tipos de anterioridade, mas há exceções para cada um deles. Vejamos no quadro abaixo. EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE (art. 150, § 1º, CF) Anual Nonagesimal II, IE, IPI, IOF II, IE, IOF Imposto Extraordinário de Guerra Imposto Extraordinário de Guerra Empréstimos Compulsórios (casos de guerra / calamidade pública) Empréstimos Compulsórios (casos de guerra / calamidade pública) Contribuição para Seguridade Social IR ICMS Monofásico (restabelecimento de alíquotas) Base de Cálculo - IPVA CIDE-Combustíveis (restabelecimento de alíquotas) Base de Cálculo – IPTU ATENÇÃO: É muito importante decorar as informações do quadro acima, pois esse assunto costuma ser bastante cobrado em provas. Para facilitar a memorização, é interessante buscar o sentido dessas exceções. No caso dos impostos II, IE, IOF, IPI, por exemplo, a ressalva justifica- se pelo caráter extrafiscal deles. Em relação ao IPVA e IPTU a exceção refere-se somente à base de cálculo, pois as Fazendas Estaduais e Municipais costumam realizar a revisão dos valores dos automóveis e imóveis ao final do ano. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 13 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Perceba que o regramento do IPI é o oposto do IR (pois o IR obedece somente à anterioridade anual e o IPI obedece somente à anterioridade nonagesimal). Vamos tentar colocar por extenso o quadro acima para os que gostam de ler. Os impostos II, IE, IOF e IPI não se sujeitam à anterioridade anual. Os impostos II, IE, IOF e IR não se sujeitam à anterioridade nonagesimal O imposto extraordinário de guerra IEG é exceção às duas anterioridades. O empréstimo compulsório instituído em função de guerra externa ou calamidade pública também é caso de exceção às duas anterioridades. Observação: O empréstimo compulsório instituído em função de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional não é exceção à nenhuma anterioridade, ou seja, só pode ser instituído no exercício seguinte e noventa dias após a publicação da lei. A contribuição para a seguridade social deve respeitar os noventa dias, mas é uma exceção à anterioridade anual. O ICMS-monofásico e a CIDE-combustíveis devem respeitar a anterioridade de noventa dias, mas não precisam respeitar à anterioridade anual, pois são exceções ao princípio da anterioridade anual em relação à redução e ao restabelecimento de alíquotas, desde que respeitado o teto anterior. A base de cálculo do IPVA e a base de cálculo do IPTU respeitam a anterioridade anual, ou seja, só podem ser aumentadas no exercício seguinte, mas não precisam respeitar os 90 dias, em outras palavras, aumento da base de cálculo desses impostos pode ser feito no último dia do ano e valerá para o primeiro dia do ano seguinte. Abaixo mais um esquema para facilitar sua assimilação: Exceções à anterioridade anual e nonagesimal (podem ser exigidos imediatamente) • II • IE • IOF • Empréstimo Compulsório (guerra / calamidade) • IEG (Imposto Extraordinário de Guerra) Exceções somente à anterioridade nonagesimal (devem respeitar anual) • IR • Base de Cálculo IPVA • Base de Cálculo IPTU C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 14 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Exceções somente à anterioridade anual (devem respeitar nonagesimal) • IPI • Contribuições para Seguridade Social • ICMS Monofásico • CIDE-Combustíveis ➢ Anterioridade x Anualidade Volta e meia as bancas fazem uma pegadinha com o Princípio da Anualidade, que não está mais em vigor. Este princípio, que não se confunde com o da anterioridade, determinava que a criação e a majoração de tributos deviam estar previstas na Lei Orçamentária para que pudessem ser cobradas no ano seguinte. ➢ Anterioridade e Medida Provisória Primeiro detalhe sobre medida provisória, tem força de lei, mesmo sendo ato do Poder Executivo. Seus pressupostos são a urgência e a relevância. Mas finalmente como a CF traz a possibilidade de legislar sobre tributo por meio de medida provisória. CF - Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. O parágrafo primeiro desse mesmo artigo diz quais os assuntos não podem ser objeto de medida provisória, dentre eles não encontramos matéria tributária, por isso, pode se tranquilamente afirmar que medida provisória pode instituir e versar sobre tributo. Logo, a medida provisória pode tratar de matéria tributária. No entanto, O art. 62, § 1º, III, da CF, por sua vez, afirma que: “É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria reservada a lei complementar”. Assim, os tributos sujeitos à sua criação ou majoração por meio de lei complementar estão impedidos de ser regulados por meio de medida provisória. Contudo, isso não ocorre para a lei ordinária, tendo a medida provisória força equivalente a esta. O STF já definiu que, na instituição e majoração de tributos, o uso da medida provisória é plenamente possível, desde que observados os requisitos constitucionais de relevância e urgência, mas fique alerta, no caso dos outros tributos sem ser impostos, a regra da anterioridade que dispõe sobre a C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo. U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 15 de 82 www.exponencialconcursos.com.br conversão da MP em lei não se aplica, ou seja, conta-se da publicação da MP respeitando-se a anterioridade anual da data da MP e não da conversão em lei. Normalmente, nos casos de instituição ou majoração de tributos em geral por MP, será utilizada a data de sua publicação (e não a da conversão da MP em lei) como referência para o princípio da anterioridade. Contudo, o art. 62, § 2º da CF traz uma regra especial: a medida provisória que crie ou majore impostos, exceto II, IE, IPI, IOF e IEG, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. Portanto, nesses casos, a anterioridade anual terá por referência inicial a publicação da lei de conversão da medida provisória. § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada 5. (FGV/Câmara de Salvador/Advogado Legislativo/2018) Conforme previsto na Constituição da República de 1988, deve obediência integral aos princípios da legalidade, anterioridade anual e anterioridade nonagesimal, o imposto sobre: a) a propriedade de veículos automotores; b) a renda e proventos de qualquer natureza; c) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; d) serviços de qualquer natureza; e) a propriedade territorial urbana. Comentário: Medida Provisória pode instituir ou majorar IMPOSTO Não pode medida provisória sobre tributo reservado à lei complementar Só poderá ser cobrado no exercício seguinte se a MP for convertida em lei até o último dia do ano anterior. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 16 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Além da regra geral da anterioridade anual e nonagesimal, precisamos sbaer bem as exceções. A questão pede o tributo que segue todos os princípios sem exceção. a) Errada – IPVA tem exceção, a base de cálculo do IPVA não se submete ao princípio dos noventa dias. b) Errada – O IR também é caso de exceção, deve seguir a anterioridade anula, mas não precisa se submeter aos noventa dias. c) Errada – Em relação ao IOF podemos dizer que é caso de exceção dos três princípios do enunciado, não se submete nem à legalidade nem à anterioridade. d) Correta – O ISS não comporta nenhuma exceção, deve respeitar os princípios constitucionais elencados no enunciado. e) Errada – A base de cálculo do IPTU pode ser aumentada antes de decorridos os noventa dias do princípio, por isso, é exceção à anterioridade nonagesimal. Gabarito 5: D 6. (FCC/AL-MS/Consultor Legislativo/2016) Observam os princípios da anterioridade anual e da anterioridade nonagesimal (noventena), os impostos sobre a) produtos industrializados e sobre a renda, respectivamente. b) produtos industrializados e à fixação da base de cálculo do imposto sobre propriedade predial e territorial urbana, respectivamente. c) a renda e à fixação da base de cálculo do imposto sobre propriedade de veículos automotores, respectivamente. d) importação de produtos estrangeiros e sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados, respectivamente. e) a renda e sobre produtos industrializados, respectivamente. Comentário: Precisamos conhecer cada caso de exceção, pois é recorrentemente cobrado. Precisamos encontrar dentre as alternativas qual tem primeiramente um imposto que se submete ao princípio da anterioridade e em segundo lugar qual imposto se submete ao princípio da anterioridade nonagesimal. Ou seja, quais os casos não são exceções aos princípios citados. a) Errada – IPI é exceção à anterioridade anual e IR é exceção à nonagesimal. b) Errada – IPI é exceção à anterioridade anual e base de cálculo de IPVA e IPTU são exceções à noventena também, esses últimos submetem-se ao princípio da anterioridade anual. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 17 de 82 www.exponencialconcursos.com.br c) Errada – IR respeita a anterioridade anual e base de cálculo de IPVA é exceção à noventena. d) Errada – II é exceção à anterioridade e IE também, nesses casos em relação às duas anterioridades. e) Correta – IR respeita a anterioridade anual e IPI respeita a anterioridade nonagesimal. Gabarito 6: E Decorrência da garantia à propriedade privada, prevista no art. 5º, XXII, a CF determina a proibição de utilizar tributo com efeito de confisco. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: IV - utilizar tributo com efeito de confisco; Trata-se de mais um princípio que limita o poder de tributar dos entes. A doutrina chama de princípio do não confisco, mas repare que a CF utiliza outros termos, dizendo que é vedado utilizar tributo com efeito de confisco. Esse princípio é aplicável a todos os tributos. Esse princípio significa que os tributos não podem ser cobrados de maneira abusiva, de forma a ferir a propriedade privada. Os tributos devem ser razoáveis e cobrados de acordo com a proporcionalidade. Não há um parâmetro pré-determinado do que seria um tributo confiscatório. Deve ser considerado o caráter extrafiscal de alguns tributos, como o IPI, que pode ser utilizado para estimular ou desestimular uma conduta por parte do contribuinte. Como exemplo, temos o caso dos cigarros, cuja alíquota do IPI pode ultrapassar 300%. A definição de o tributo ser ou não confiscatório é feita pelo Poder Judiciário, no caso concreto, quando provocado por algum contribuinte. É fácil perceber que uma alíquota de 1% de IPTU, por exemplo, é razoável e que se nesse mesmo imposto houver uma alíquota de 25% torna-se abusivo, e confiscatório. O problema ocorre exatamente na chamada “zona cinzenta”, por exemplo, no caos do IPTU uma alíquota de 7 ou 8%, é ou não confiscatória? Casos como esse de difícil solução têm sido analisados pelas cortes, de forma que essas análises servem para nosso estudo. Assim, nas palavras do STF: “A caracterização do efeito confiscatório pressupõe a análise de dados concretos e de peculiaridades de cada operação ou situação, tomando-se em conta custos, carga tributária global, margens de 1.4 – Princípio do Não Confisco C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 18 de 82 www.exponencialconcursos.com.br lucro e condições pontuais do mercado e de conjuntura social e econômica (...) O isoladoaumento da alíquota do tributo é insuficiente para comprovar a absorção total ou demasiada do produto econômico da atividade privada, de modo a torná-la inviável ou excessivamente onerosa.” (RE 448432/2010) Importante! Entende o STF que a identificação do efeito confiscatório deve ser feita em função da totalidade da carga tributária, mediante verificação da capacidade de que dispõe o contribuinte para suportar a incidência de todos os tributos que deverá pagar, dentro de um determinado período, à mesma pessoa política que os houver instituído (ADIn 2.010-2/1999). Apesar de o texto constitucional fazer referência apenas aos tributos, o STF afirma que o princípio do não-confisco se aplica tanto para tributos como para multas, sejam de mora ou de ofício. O STF tem considerado multa confiscatória aquela que ultrapassa o próprio valor do tributo devido. No ADI 2078 MC de 2000, o STF entendeu que não configuram ofensa ao princípio constitucional do não confisco as leis estaduais que estipulem margens mínima e máxima das custas dos emolumentos e da taxa judiciária e realizem uma disciplina progressiva das alíquotas, quando somente seja devido o pagamento de valores elevados para causas que envolvam um considerável vulto. ATENÇÃO: o princípio do não confisco não deve ser confundido com impenhorabilidade dos bens do devedor, pois assim não haveria garantias Identificação do efeito confiscatório (STF) Deve ser feita em relação a TOTALIDADE DA CARGA TRIBUTÁRIA Deve ser realizada verificação da capacidade de que dispõe o contribuinte para suportar o ônus tributário Devem ser considerados os tributos em relação ao mesmo período de tempo devem ser considerados apenas os tributos pagos a UMA MESMA PESSOA POLITICA que houver instituído Pode alcançar QUALQUER TRIBUTO previsto na CF. Princípio do Não Confisco Tributos Multa de ofício Multa de mora Análise no caso concreto C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 19 de 82 www.exponencialconcursos.com.br aos credores. Não há problema também em relação a perda de bens, nos casos em que a pessoa comete uma infração, seja tributária, seja penal e tem como punição a perda das mercadorias ou dos bens, não é caracterizado confisco. 7. (CESPE/SEFAZ-RS/Auditor do Estado/2018) Após regular processo administrativo, determinado auditor tributário aplicou multa a contribuinte, em decorrência do não recolhimento de imposto. O valor da multa corresponde ao dobro do montante não recolhido com base em previsão legal. Nessa situação hipotética, a) não se aplica o princípio do não confisco, porque não se pode confundir multa com tributo. b) não se aplicará o princípio do não confisco caso haja previsão legal nesse sentido. c) a redução da multa é condicionada à anulação do processo administrativo. d) não é possível a redução do valor da multa por decisão judicial. e) houve violação do princípio do não confisco, dado o valor da multa aplicada. Comentário: O examinador teria sido mais preciso se tivesse citado no enunciado que se trata a questão sobre o posicionamento do STF, mas sabemos que, na verdade, a aplicação do princípio do não confisco será sempre uma análise do judiciário devido a falta de critérios objetivos na constituição para a aplicação prática desse princípio. O STF já se posicionou em relação a aplicação do não confisco às multas tributárias. O STF tem considerado multa confiscatória aquela que ultrapassa o próprio valor do tributo devido, ou seja, multa que seja o dobro do valor do tributo devido deve ser sim considerada confiscatória. Gabarito 7: E Também chamado de ‘não-limitação ao tráfego’, esse princípio está previsto no art. 150, V, da CF. Esse princípio estabelece vedação aos entes públicos de instituírem tributos intermunicipais ou interestaduais que limitem o tráfego, ou seja, o deslocamento de pessoas ou bens de um lugar para outro, mas o pedágio não entre nessa proibição. Esse princípio tem o fim de evitar taxação sobre a passagem de pessoas ou de bens de um lugar para outro dentro do país, pios isso caracterizaria uma verdadeira restrição de locomoção livre. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 1.5 – Princípio da Liberdade de Tráfego C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 20 de 82 www.exponencialconcursos.com.br V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público Com relação à ressalva, devemos lembrar que, atualmente, ela não se justifica, já que a cobrança de pedágio ocorre pelo regime de tarifa, que não é tributo. Esse pedágio considerado como tributo, seria apenas aquele cobrado pelo Poder Público pela utilização de vias por ele conservadas, o que teria natureza de taxa, embora não venha ocorrendo mais. Ainda assim, por óbvio, os valores do pedágio não podem ser abusivos para não ferir a garantia da liberdade de locomoção (art. 5º, XV, CF). Outra ressalva a esse princípio é a cobrança do ICMS em relação à circulação de mercadorias e serviços, pois esse tributo interestadual acaba por constituir uma limitação ao tráfego de bens pelo território nacional. Contudo, como a cobrança tem embasamento constitucional, é plenamente válida, sendo exigida razoabilidade na tributação. 8. (CESGRANRIO/Petrobras/Direito/2015) O Estado W institui, por lei votada pela Assembleia Legislativa, tributo estadual vedando a importação de bens do Estado P, por entender que o mesmo pratica conduta ruinosa para sua economia. Tal ato confronta com o princípio constitucional da a) isonomia b) universalidade c) isenção d) capacidade econômica e) não limitação ao tráfego Comentário: O princípio à liberdade de tráfego ou também chamado de não limitação ao tráfego é aplicável a todos os entes da federação. Então, Estado não pode criar óbice à entrada de um produto vindo de outro Estado por meio de tributo. O enunciado versa, portanto, sobre a infração ao princípio da não limitação ao tráfego. Gabarito 8: E 1.6 – Princípio da Isonomia e Correlatos C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 21 de 82 www.exponencialconcursos.com.br A CF determina que todos são iguais perante a lei, mas isso não quer dizer que todos devem ser tratados da mesma maneira. Rui Barbosa esclarecia isso dizendo que igualdade é tratar desigualmente os que são iguais. A contrário senso deve-se tratar igualmente os iguais. Por esse princípio, portanto, temos que é vedado aos entes instituírem tratamento desigual entre contribuinte que estão em situações equivalentes. Sendoproibido ainda que seja feita distinção em razão de ocupação profissional ou função. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; Tenha em mente que essa norma não determina que se dê o mesmo tratamento a todas as pessoas, pois igualdade é tratar desigualmente os desiguais. A forma de concretização desse princípio depende do caráter vinculado ou não vinculado dos tributos. Para analisar a aplicação prática desse princípio precisamos entender que em relação aos tributos vinculados como a taxa e a contribuição de melhoria, esse critério será analisado de acordo com a contraprestação oferecida pelo Estado e nos caso dos tributos não vinculados como os impostos, faz-se a análise desse princípio pelo uso do critério da capacidade contributiva decorrente da manifestação de riqueza do contribuinte. Assim, contribuintes igualmente beneficiados por um determinado serviço público pagarão o mesmo valor relativo a taxas, de modo que a isonomia seja garantida. Já, em relação a impostos, que são tributos não contraprestacionais, esse princípio concretiza-se pela aferição da capacidade contributiva: arcarão com a mesma carga tributária contribuintes que manifestarem a mesma condição de contribuir, seja por meio da renda (IR) ou de bens (ex: IPVA). PRINCÍPIO DA ISONOMIA Tributos vinculados (taxa / contribuição de melhoria) Critério da contraprestação (ou custo-benefício) Tributos não vinculados (impostos) Critério da capacidade contributiva C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 22 de 82 www.exponencialconcursos.com.br 1.6.1 – Capacidade Contributiva x Pessoalidade x Progressividade Como vimos, a capacidade contributiva é o critério que permite a concretização do princípio da isonomia no caso dos impostos. Tal conduta decorre do art. 145, § 1º, CF: Art. 145 - § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. Em primeiro lugar, é preciso que nos lembremos da distinção entre impostos reais (aqueles que consideram, essencialmente, características objetivas do bem ou evento relacionado à cobrança tributária, como o ICMS) e impostos pessoais (que levam em conta aspectos subjetivos do fenômeno tributário, como o IR). Devido à redação não muito clara do dispositivo constitucional acima citado, muitas vezes entendeu-se que somente impostos de caráter pessoal estariam sujeitos ao princípio da capacidade contributiva, mas esse não é o entendimento que vem se consolidando no STF. A capacidade contributiva é a própria essência de qualquer imposto, pois a origem do fato gerador dos impostos é justamente algum evento de demonstração dessa capacidade. Conclusão: alguns impostos terão caráter pessoal (sempre que possível), mas todos deverão respeitar o princípio da capacidade contributiva. Superada essa controvérsia, vamos analisar outra a ela relacionada. A polêmica agora é sobre a possibilidade ou não de aplicação da técnica da progressividade a todos os impostos. Por essa técnica, a proporção do imposto a ser pago, isto é, sua alíquota, aumenta de acordo com o crescimento da base de cálculo. Isso acontece com o Imposto de Renda, por exemplo, em que o percentual do tributo a ser pago varia de acordo com faixas de rendimentos. Para ilustrar, segue a tabela para cálculo do IR da pessoa física relativa ao ano- calendário de 2014. Tabela Progressiva para o cálculo anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física a partir do exercício de 2015, ano-calendário de 2014* Base de cálculo anual (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do imposto (R$) C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 23 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Até 21.453,24 - - De 21.453,25 até 32.151,48 7,5 1.608,99 De 32.151,49 até 42.869,16 15,0 4.020,35 De 42.869,17 até 53.565,72 22,5 7.235,54 Acima de 53.565,72 27,5 9.913,83 Perceba que há um duplo agravamento da carga tributária. O contribuinte com rendimento maior paga mais por sua base de cálculo já ser maior e, ainda, porque a alíquota aplicada é superior. Havia duas correntes sobre esse assunto. A primeira considerava a progressividade mera decorrência do princípio da capacidade contributiva, o que autorizaria sua aplicação a todos os impostos. A outra, que era seguida pelo STF, entendia que a alíquota fixa já atenderia àquele princípio, uma vez que o valor do tributo devido variaria em razão do aumento da base de cálculo. Para essa corrente, o duplo agravamento provocado pela progressividade só seria permitido nas hipóteses previstas na própria CF: IR, IPTU e ITR. Esse entendimento justificou a edição da Súmula 656 pelo STF: “É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis (ITBI) com base no valor venal do imóvel.” Contudo, em 2013, o Supremo apresentou novo entendimento acerca da progressividade dos impostos ao considerar constitucional a aplicação dessa técnica em relação ao ITCD (Imposto dos estados sobre transmissão causa mortis e doações), ainda que sem previsão expressa na CF (RE 562045). Leve essa decisão para sua prova! Conclusão: admite-se progressividade para os impostos reais. Fique atento a outras jurisprudências do STF que, principalmente, a ESAF vem cobrando: • “Todos os tributos submetem-se ao princípio da capacidade contributiva (precedentes), ao menos em relação a um de seus três aspectos (objetivo, subjetivo e proporcional), independentemente de classificação extraída de critérios puramente econômicos.” (RE 406.955-AgR) • “Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastando do regime do simples aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho sem assistência do Estado.” (ADI 1.643) C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 24 de 82 www.exponencialconcursos.com.br • “Ao instituir incentivos fiscais a empresas que contratam empregados com mais de quarenta anos, a Assembleia Legislativapaulista usou o caráter extrafiscal que pode ser conferido aos tributos, para estimular conduta por parte do contribuinte, sem violar os princípios da igualdade e da isonomia.” (ADI 1.276) • “Lei que restringe os contribuintes da Cosip aos consumidores de energia elétrica do município não ofende o princípio da isonomia, ante a impossibilidade de se identificar e tributar todos os beneficiários do serviço de iluminação pública. A progressividade da alíquota, que resulta do rateio do custo da iluminação pública entre os consumidores de energia elétrica, não afronta o princípio da capacidade contributiva.” (RE 573.675) • “A lei tributária pode discriminar por motivo extrafiscal ramos de atividade econômica, desde que a distinção seja racional.” (ADI 1.643) • “A sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, não fere, à primeira vista, o princípio da isonomia tributária, ante a expressa previsão constitucional” (AC 1.109-MC) • No julgamento sobre a contribuição da seguridade social sobre a folha de pagamentos, o STF admitiu que o princípio da capacidade contributiva é aplicável a todos os tributos. Em outro julgado considerou que o princípio deve ser aplicado também às contribuições corporativas. (RE 598.572 e ADI 4.697 e 4.762) • O STF já decidiu pela constitucionalidade da seguinte regra: art. 17 da Lei 6.099/74, o qual proíbe a adoção do regime de admissão temporária, mais benéfico ao contribuinte, para as operações de importação amparadas por arrendamento mercantil. A Corte máxima entendeu que fere o princípio da isonomia a adoção do regime de admissão temporária para as operações amparadas por arrendamento mercantil (RE 429.306). 9. (VUNESP/Pref. S. J. Campos-SP/Procurador/2017) Consiste em corolário do princípio da igualdade tributária e aplica-se na ordem jurídica tributária, na busca de uma sociedade mais igualitária em termos da exação de tributos. O trecho trata do princípio da a) seletividade. b) uniformidade jurídica da tributação. c) vedação do confisco. d) capacidade contributiva. e) generalidade. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 25 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Comentário: A busca pela justiça social mediante a aplicação de tributos está atribuída a dois princípios constitucionais, principalmente, seriam estes: a isonomia e o outro princípio ligado a esse, o princípio da capacidade contributiva. Gabarito 9: D O art. 151 da CF, em seus incisos I, II, e III, institui princípios aplicáveis especificamente à União. São proibições aplicáveis à União que constituem verdadeiros princípios garantidores. A União não pode instituir tributo que não seja uniforme em todo território nacional ou que implique diferenciação ou preferência por algum Estado ou Município específico, porém é possível sim que a União conceda incentivo fiscais para fomentar o equilíbrio econômico das regiões, é o chamado princípio da uniformidade geográfica. A União não pode tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, DF e Municípios e nem tributar a renda dos agentes públicos desses outros entes em valores maiores do que a dos seus agentes, esse é o princípio da uniformidade da tributação da renda. A União não pode, também, conceder isenções dos outros entes, chamado de princípio da vedação às isenções heterônomas. Art. 151. É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País; II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes; III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. 1.7 – Princípios Tributários Dirigidos à União C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 26 de 82 www.exponencialconcursos.com.br ➢ O Princípio da Uniformidade Geográfica (art. 151, I) proíbe a União de instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência a estado, DF ou Município. Mas admite-se a concessão de incentivos fiscais para promover equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do país, o que atende a um dos objetivos fundamentais do Estado brasileiro: reduzir as desigualdades regionais (CF, art. 3º, III). ➢ O Princípio da Uniformidade da Tributação da Renda (art. 151, II) veda à União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos estados, DF e Municípios bem como a remuneração e proventos dos respectivos agentes públicos em níveis superiores ao que fixar para suas obrigações e para seus agentes. Obrigações da dívida pública são dívidas que o Poder Público assume com o setor privado por meio da emissão de títulos públicos em contrapartida ao pagamento de juros. Sobre o rendimento com juros incide Imposto de Renda, de competência federal. Caso não houvesse essa proibição e os rendimentos sobre títulos emitidos pela União fossem menos tributados, haveria uma preferência dos particulares por esses títulos em relação aos títulos emitidos pelos Estados, DF ou Municípios. ➢ O Princípio da Vedação às Isenções Heterônomas (art. 151, III) proíbe a União de instituir isenções de tributos da competência dos Estados, DF e Municípios. Princípios Tributários da União Uniformidade Geográfica proíbe a União de instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência a estado, DF ou município. Exceção: incentivo fiscal Uniformidade de Tributação da Renda veda à União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos estados, DF e municípios bem como a remuneração e proventos dos respectivos agentes públicos em níveis superiores ao que fixar para suas obrigações e para seus agentes. Vedação às Isenções Heterônomas proíbe a União de instituir isenções de tributos da competência dos Estados, DF e Municípios C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 27 de 82 www.exponencialconcursos.com.br ➢ Assim, em regra, somente quem é competente para instituir o tributo poderá conceder isenções. Contudo, existem exceções a essa regra: • ISS nas exportações (art. 156, § 3º, II): prevê a possibilidade de a União, por meio de Lei Complementar,conceder isenção do ISS nas exportações, o que é entendido por alguns como uma exceção à regra geral da vedação às isenções heterônomas. Lembrando que o ISS é um imposto municipal e a isenção será concedia por outro ente que é a União. Outros entendem que se trata de caso de não incidência. De todo modo, há um caráter heterônomo nessa desoneração, que foi efetivada pela LC 116/2003, art. 2º, I. Assim, tenha em mente que esse dispositivo se refere tão somente à União, entretanto a doutrina o considera estendido aos Estados-membros, com relação aos tributos municipais, uma vez que a lógica jurídica deve prevalecer. Art. 156 - § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar (ISS): II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. • ICMS nas exportações (art. 155, § 2º, XII, “e”): permite à União promover desoneração de ICMS na exportação por meio de lei complementar, mas esse dispositivo não possui mais eficácia depois da EC 42/2003, a qual ampliou ao máximo os casos de imunidade relativos a exportações que abrangeriam o campo de incidência do imposto (art. 155, § 2º, X, “a”). Ou seja, não precisa mais ter uma lei complementar (Lei Kandir) concedendo essa isenção heterônoma, já que a própria Constituição prevê a imunidade tributária para mercadorias na exportação. Art. 155 - § 2º - X - não incidirá: a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores; Tratados internacionais: Atenção! Conforme entendimento do STF, a proibição de isenções heterônomas não se aplica à República Federativa do Brasil, incidindo, unicamente, no plano das relações institucionais domésticas que se estabelecem entre as pessoas jurídicas de Direito Público interno. Assim, nada impede que o Estado Federal brasileiro celebre tratados internacionais com cláusulas de exoneração tributária relativas a tributos locais, como ISS ou ICMS. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 28 de 82 www.exponencialconcursos.com.br 10. (FCC/Pref. de Teresina – PI/Analista/2016) O dispositivo constitucional previsto no art. 151, I, da Carta Magna, que veda à União ao instituir tributo a distinção em relação a um Estado, ao Distrito Federal ou a um Município, em prejuízo dos demais, adota o princípio da a) vinculabilidade da tributação. b) indelegabilidade da competência tributária. c) uniformidade geográfica. d) tipologia tributária. e) anterioridade vinculada. Comentário: A CF veda que a União instituía um tributo que não seja uniforme em todo território nacional, de modo que fique configurada distinção ou preferência por algum ente específico em detrimento de outro, isso não pode acontecer, sob pena de ferir o pacto federativo. Essa restrição ou limitação ao poder de tributar imposta pela Constituição constitui o chamado princípio da uniformidade geográfica. Gabarito 10: C Existe ainda um princípio a ser aplicado em relação aso Estados, DF e Municípios. Diz a CF que esses entes não podem estabelecer diferença tributária a um bem ou a um serviço em função do local de origem desse bem ou serviço ou mesmo em função do destino desses. Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. Note que esse princípio se aplica internamente com o objetivo de preservar o pacto federativo. Não se aplica ao comércio internacional, em que é possível estabelecer diferenças de acordo com a origem ou destino das mercadorias. Vamos praticar!!!! Não discriminação pela procedência ou destino (art. 152, CF) É vedado aos E, DF e aos M estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. 1.8 – Princípio Tributário Dirigidos aos Estados, DF e Municípios C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 29 de 82 www.exponencialconcursos.com.br 11. (FCC/PGE-MT/Analista/2016) Um determinado Estado brasileiro, famoso pelas lindas paisagens que ornamentam muitas de suas cidades, estava passando por severa crise econômica. Decidiu, em razão disso, investir fortemente no turismo destas cidades, com a finalidade de atrair pessoas com alto poder aquisitivo e que estivessem predispostas a gastar neste “Estado paradisíaco”. Paralelamente, com o intuito de evitar a afluência e o tráfego de turistas provenientes de unidades federadas com baixo ou nenhum poder aquisitivo, o governo deste “Estado paradisíaco” criou uma exação que denominou de “Taxa Interestadual de Compensação Financeira”, e que tinha o intuito específico de impedir, ou, pelo menos, de reduzir o tráfego de pessoas provenientes de outros Estados sem poder aquisitivo naquelas cidades turísticas do Estado. De acordo com a Constituição Federal, essa taxa a) poderia ser cobrada, desde que obedecido o princípio da anterioridade. b) poderia ser cobrada, desde que obedecidos os princípios da anterioridade e da anterioridade nonagesimal (noventena). c) não poderia ser cobrada. d) poderia ser cobrada, desde que obedecidos os princípios da anterioridade e da irretroatividade. e) não poderia ser cobrada pelo Estado em que se localizam essas cidades, pois a competência para instituir essa taxa é do Estado de proveniência dos turistas. Comentário: Existe na CF um princípio que veda a qualquer ente instituir tributo que vise limitar o tráfego seja de pessoas seja de bens. É o chamado princípio da liberdade de tráfego. Portanto, a taxa do enunciado fere esse princípio e não pode ser cobrada. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público Gabarito 11: C 12. (FCC/PGE-MT/Procurador/2016) Considere o seguinte princípio constitucional: 2 – Questões Comentadas C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 30 de 82 www.exponencialconcursos.com.br “Art. 152 É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.” Os Estados e o Distrito Federal estão impedidos de a) cobrar o ICMS sobre a entrada de mercadorias oriundas de determinado país, em operação de importação, mas desonerar porcompleto esse imposto na saída de mercadorias tendo como destinatário o mesmo país. b) exigir o ICMS pelas alíquotas interestaduais variáveis conforme o Estado de destino dos bens ou serviços, diferentemente das alíquotas praticadas às operações internas. c) instituir isenções ou alíquotas diferenciadas do ITD tendo como fator de discriminação o domicílio do respectivo donatário dos bens doados. d) estabelecer a não incidência do ITD sobre doações de imóveis situados em outras Unidades da Federação. e) exigir o ICMS por alíquotas diferenciadas para mercadorias ou serviços diferentes. Comentário: O citado artigo nos ensina sobre uma vedação específica para os Estados, DF e Municípios. Esse princípio veda que algum desse entes possa querer cobrar tributo de maneira diferente em função da origem do bem ou serviço ou em razão do destino. A questão nos trouxe situações práticas de maneira que precisamos encontrar qual dessas situações se enquadra na vedação constitucional. Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. a) Errada – ICMS sobre a importação na verdade é bem normal que aconteça e ICMS na exportação também não é cobrado. Ou seja, a aplicação desse princípio não é feita nos casos de comércio internacional. b) Errada – A própria Constituição prevê a possibilidade de diferenciação de alíquotas internas e interestaduais. c) Correta – A diferenciação tributária a ser aplicada nesse caso decorre exatamente da procedência dos bens, por isso, a vedação deve ser aplicada. Não discriminação pela procedência ou destino (art. 152, CF) É vedado aos E, DF e aos M estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 31 de 82 www.exponencialconcursos.com.br d) Errada – O ITCMD de bens imóveis é devido no Estado em que está localizado o bem, então, na verdade o Estado nem pode cobrar esse ITCMD de imóvel de outro Estado, por isso, nem faz sentido dizer que o Estado pode conceder não incidência nesse caso. Não se trata, portanto, de caso de tributação em relação à procedência. e) Errada – É possível alíquota diferente por mercadoria, isso não fere em nada a vedação do texto. Gabarito 12: C 13. (FCC/TRT-20/Analista/2016) É da União a competência para instituir o Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. De acordo com as regras que disciplinam as limitações do poder de tributar, insculpidas na Constituição Federal, a exigência, aumento e cobrança deste imposto estão sujeitos à observância de vários princípios, dentre os quais se encontram os da a) anterioridade, legalidade e irretroatividade. b) anterioridade nonagesimal (noventena), legalidade e rentabilidade tributável. c) legalidade, rentabilidade tributável e alcance tributável. d) anterioridade, anterioridade nonagesimal (noventena) e irretroatividade. e) alcance tributável, anterioridade nonagesimal (noventena) e irretroatividade. Comentário: O IR deve obediência ao princípio da legalidade, ou seja, só pode ser instituído ou modificado por meio de lei. Além disso deve respeitar a irretroatividade de modo que só pode ser cobrado sobre fato gerador posterior a sua instituição. O IR, imposto instituído pela União, deve respeitar o princípio da anterioridade anual, mas não precisa respeitar a anterioridade nonagesimal. Gabarito 13: A 14. (FCC/SEGEP-MA/Auditor Fiscal/2016) De acordo com a Constituição Federal, as limitações ao poder de tributar, descritas nos princípios da anterioridade, da irretroatividade, da anterioridade nonagesimal (noventena) e da legalidade aplicam-se à instituição de empréstimos compulsórios com a finalidade de a) atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública iminente. b) realizar parceria público privada de caráter urgente e de relevante interesse regional. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 32 de 82 www.exponencialconcursos.com.br c) atender a despesas extraordinárias, decorrentes de iminência de guerra externa. d) realizar investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. e) atender a despesas extraordinárias, decorrentes de guerra externa. Comentário: O empréstimo compulsório instituído em função de guerra externa ou calamidade pública também é caso de exceção às duas anterioridades. Observação: O empréstimo compulsório instituído em função de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional não é exceção à nenhuma anterioridade, ou seja, só pode ser instituído no exercício seguinte e noventa dias após a publicação da lei. O empréstimo compulsório pode ser instituído pela União para duas situações principais, para atender despesas extraordinárias decorrentes de guerra ou investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. No primeiro caso o tributo não se submete aos princípios anterioridade anual e anterioridade nonagesimal, por isso é situação que não se enquadra no enunciado. Já o empréstimo compulsório instituído como investimento público deve ser instituído de modo a se submeter a todos esses princípios constitucionais, pois não há previsão para exceção em relação a essas situações. Portanto, os princípios do enunciado aplicam-se à instituição de empréstimos compulsórios com a finalidade de realizar investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. Gabarito 14: D 15. (FCC/SEGEP-MA/Auditor Fiscal/2016) A Constituição Federal, em seu art. 150, trata das limitações do poder de tributar, consagrando, nesse artigo, vários princípios relacionados com essas limitações. De acordo com o texto constitucional, estão EXCLUÍDOS do princípio da a) anterioridade nonagesimal (noventena), o II, o IE, o IR e o IOF. b) legalidade, o aumento da base de cálculo do IR, o aumento da alíquota do IPVA e do IPTU. c) irretroatividade, o IR, o IOF, o IPVA e o IPTU. d) anterioridade, o IR, o ITR, o ITCMD e o ITBI. e) legalidade, o IPI, o IOF e o aumento da base de cálculo do ICMS e do ISS. Comentário: a) Correta – O II, o IE, o IR e o IOF são exceções ao princípio da anterioridade nonagesimal. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 33 de 82 www.exponencialconcursos.com.br b) Errada – O aumento da base de cálculo do IR submete-se sim ao princípio da legalidade, assim como a alíquota do IPVA e IPTU. c) Errada – Não há exceção em relação a tributo quanto ao princípio da irretroatividade. d) Errada – O ITR, o ITCMD e o ITBI não são exceção à anterioridade.
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