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Fichamento Texto Anísio Teixeira_ A educação e a sociedade brasileira

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ALUNO: Rildo Nedson Mota de Sousa
Fichamento:
TEIXEIRA, Anísio. Educação no Brasil (Capítulo 11 - A educação e a sociedade brasileira). São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1969. 385p. 
Nesse texto o autor se debruça sobre o tema da educação e a sociedade brasileira , ou seja, um ensaio sobre as fases do desenvolvimento histórico do Brasil e como a educação foi acompanhando esses eventos. O autor afirma que há uma relação orgânica entre a educação e a sociedade. Com a colonização e a vinda para o Brasil dos jesuítas e a sua contrarreforma. Teixeira afirma a que “a sociedade brasileira funda-se assim na família patriarcal, na escravidão e no latifúndio, cujos características são a imobilidade, a limitação de oportunidades e a supremacia da ordem privada”. Como educação se aplicava objetivamente para a Catequese dos indígenas e de regime teocrático para a sociedade civil, a “educação se resumia na formação do clero e dos letrados que exigisse a sociedade colonial, sendo que a educação propriamente superior foi negada à colônia e confiada às universidades metropolitanas, onde, aliás, dominavam, também, os jesuítas”. Com a vinda da família real portuguesa em 1808, iniciou-se o processo que resulta na independência do Brasil sob a forma de uma monarquia constitucional. “Teve, assim, o país uma espécie de educação para a independência.” “O ensino elementar e secundário continuaram com a organização do tempo da colônia, com as escolas régias e os colégios de ordens religiosas”. No ano de 1834, “tiveram início a escola primária, tal como a concebeu o século XIX, e, após a escola primária, a educação vocacional, de prendas para mulher e de ofícios para o homem, organizadas e mantidas pelas províncias, hoje Estados. O outro sistema, compreendendo cursos preparatórios, escola secundária acadêmica e escolas superiores, conservou-se sob o controle do poder central, destinando-se à formação da elite em escolas oficiais ou particulares, religiosas ou seculares.” A linha do tempo prossegue e chega-se à “Abolição, República e seus reflexos na educação”, Anísio escreve que “O império é tragado pela voragem da abolição da escravatura e a República é proclamada pelos militares em um movimento incruento e em essência pacífico”. Os militares se revezam nos primeiros governos e “após a Primeira Guerra Mundial, [O Brasil] apresentava-se deficiente quanto ao ensino primário e, em relação ao ensino médio, com a dualidade dos sistemas educacionais, poucas oportunidades ofereciam-se para a ascensão social. O sistema era adequado à estagnação social necessária à manutenção dos privilégios existentes. O governo federal continuou a manter um único estabelecimento de ensino secundário acadêmico e poucas escolas federais de ensino superior, as quais, sendo gratuitas, representavam a sua contribuição à matrícula democrática no sistema de preparo da elite.” “A nova classe média emergente assenhoreou-se do sistema estadual e acabou por forçar a expansão do ensino acadêmico federal, unificando os dois sistemas,”... “esses acontecimentos mundiais aceleraram o processo de mudança social”. Desagregação do sistema dual de educação - Em 1920, o país apresentava um sistema educacional estagnado, compreendendo o ensino primário para uma parcela reduzida de sua população escolar; o ensino médio em suas escolas normais e vocacionais femininas, e as escolas vocacionais masculinas destinadas aos operários qualificados; e o ensino secundário acadêmico de padrão federal e o superior, em pela iniciativa privada, destinado à elite. O sistema estadual era dominantemente um sistema de classe média, com a escola primária transformada em escola seletiva. O objetivo de educação comum para todos virtualmente desaparecera. No Estado de São Paulo, foi “lançada a ideia da escola primária de dois anos de estudos, não faltou certa revolta "pedagógica" contra a "degradação" da escola primária, mas o argumento acabou vencido, em parte, estabelecendo-se a escola primária de 4 anos de estudos para as cidades e três para a zona rural”. Expansão tumultuária das escolas e a reforma do sistema educacional – na década de 30, a expansão rápida dos serviços escolares tumultuou o processo de escolarização, pois o crescimento desordenado levou à “degradação da organização, métodos e currículo de educação, não chegando a produzir educados de qualquer natureza.” O debate sobre esse episódio levou afinal a uma nova lei de educação - a Lei de Diretrizes e Bases da Educação - constitui um singular esforço da sociedade brasileira de introspecção e de busca de sua própria identidade. Nessa nova legislação, o “ensino primário, mesmo reduzido, poderia progredir, seria a da melhor formação do magistério primário. A lei não alterou a situação anterior, mantendo a formação no nível secundário de primeiro ciclo (quatro anos de estudo após o primário também de quatro anos) e de segundo ciclo (três anos mais de estudo)”. “O ensino médio vocacional e secundário acadêmico, manteve a equivalência entre cursos técnico-vocacionais e normais (de formação do magistério primário) e cursos acadêmicos e permitiu variedades de currículo, determinando um core-curriculum mínimo imposto pelo governo federal, mais duas disciplinas impostas pelo governo estadual e duas outras de oferta pela escola e escolha pelo aluno”. “As escolas continuam de tempo parcial, funcionando em dois e três turnos diários e com suas atividades reduzidas praticamente a aulas expositivas. Quanto ao preparo do professor para essa nova escola secundária, nada dispõe a lei em especial. Continuou confiado esse preparo às Faculdades de Filosofia e mantido um regime de certificados de licença para ensinar, baseados em exames de suficiência, com o que se aprovou o regime de emergência e improvisação dos mestres. Quanto ao ensino superior, a lei foi de certo modo mais generosa, abrindo oportunidades para sua transformação e ampliação progressiva. Submeteu, entretanto, todas essas possíveis inovações à aprovação pelo Conselho Federal de Educação, na esperança fundada de que assim limitaria os poderes concedidos, que não são realmente poderes mas limitadas permissões”. O autor conclui que “a educação formal sempre esteve retardada em relação à qualidade do saber existente na sociedade em todo o período moderno. O Brasil é mais um exemplo desse retardamento e talvez seja razoável pensar-se que este mal, embora grave, não seja inteiramente irremediável”.

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