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Júlia Assis Silva - Turma IV alfa ANTROPOLOGIA FORENSE Bioética e Ética Médica CARACTERÍSTICAS ● É um ramo da medicina legal, da antropologia social e do direito. ● Pilar na identificação de restos mortais, estudo do homem. ● Objetivo: identificação e identidade do ser humano através de um processo técnico científico sistematizado. ○ Não necessariamente são feitas em pós mortem, podem ser feitas em vivo, mas é muito menos comum e necessário. ● Conhecimentos da antropologia geral entrando na esfera penal→ aplicação prática do direito. Pode auxiliar na aplicabilidade de leis. ● Pode identificar restos de pessoas, determinar a causa, a época da morte. ● Sexo, idade e muitas das vezes no pós mortem em características que individualizem aquela pessoa→ estatura. ● Lida principalmente com restos humanos, apesar de poder ser feita com o paciente em vida. Corpos em adiantado estado de decomposição. ● Materiais, corpos em decomposição, queimados, esqueletos, fragmentos ósseos, corpos/ossos queimados. ● Trabalha também com indivíduos vivos→ calcular a idade de menores e de idosos. ○ Em casos para determinar, por exemplo, pessoas menores que cometeram crimes, para indicar qual sua melhor pena. ○ Ter identidade no mundo do crime não é interessante, por isso muitas das vezes as crianças e adolescentes não andam com registros. ● Identidade: conjunto de caracteres próprios e exclusivos das pessoas, dos animais, das coisas e dos objetos. ● A soma de sinais, marcas e caracteres positivos ou negativos que a individualiza dos demais. ● Ser humano: a identidade é o conjunto de características pessoais e peculiares para diferenciar um indivíduo do outro, mesmo gêmeos univitelinos. ○ Os gêmeos têm impressões digitais diferentes. ● Confere uma situação temporo-espacial específica e status social único. 1 ● É devolver a identidade a restos humanos. FUNDAMENTOS ● A impressão digital e o DNA são os que mais respondem a esses fundamentos. ● O método de identificação que mais responde aos fundamentos é o melhor. ● Unicidade: conjunto dos elementos exclusivos, quanto mais o elemento for único melhor é a identificação da identidade. Ex: impressão digital e DNA. ● Imutabilidade: não podem se modificar facilmente, não varia com o tempo. Ex: impressão digital (na cicatrização, mesmo depois de uma queimadura, ela volta com o mesmo padrão) e DNA (sofre pouquíssimas variações). ○ As impressões digitais conseguem ser retiradas apenas se a pessoa retirar (desnudar) o dedo levando pele e subcutâneo, apenas raspar não adianta pois ela regenera do mesmo jeito). ○ O reconhecimento da individualidade da íris é único e imutável mas é pouco prática e reprodutível. ● Praticabilidade: deve ser fácil de ser reproduzido. ● Classificabilidade: arquivamento com facilidade de localização depois. Possibilidade de eu arquivar de maneira que posso buscar depois com praticidade ● Problema: necessidade de comparação. Não adianta ter apenas a digital e saber que ela é individual se eu não tiver uma forma de comparar. Ex: a arcada dentária eu preciso ter um registro do paciente para comparar. ● O reconhecimento facial preenche o quesito de unicidade e praticabilidade, mas não o de imutabilidade. ● A impressão digital também muda depois de 3 anos. PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO ● Médico: requer conhecimentos de Medicina e demais ciências correlatas. ● Policial/Jurista: dispensa esses conhecimentos, refere-se à Antropometria (trata da mensuração do corpo humano ou de suas partes/particularidades físicas) e à Dactiloscopia ou Papiloscopia (processo de identificação pelas impressões digitais, normalmente utilizado para fins judiciários). ○ Se for em relação a causa da morte é o médico legista e não o perito. Se fizer parte apenas de um inquérito e laudo pode ser feito pelo perito. 2 EM VIVOS ● Idade: estatura/pele/olhos. ● Esqueleto (presença ou não de calcificações em idades específicas, as epífises ósseas, idade óssea que pode ser compatível com a idade biológica) e dentição: ● 1) Até 02 anos primeira dentição ● 2) De 2 a 6 anos aparecimento dos pontos de ossificação. ○ Até 2 anos não tem osso nenhum nessas regiões, apenas cartilagens. ● 3) 6 a 12 anos segunda dentição ● 4) 12 a 25 fechamento das zonas de crescimento dos ossos longos. ● 5) Acima de 25 anos fechamento das suturas do crânio. ● Sexo: raramente é utilizado. Porém hoje é utilizado principalmente pelos casos de transgêneros e genitálias ambíguas. PERÍCIA: IDENTIFICAÇÃO ● Primeiro: determinar se são restos humanos ou algum animal. ● Humanos: a identidade ● Cadáveres: visa diagnosticar a realidade, a causa jurídica, o tempo da morte, a identificação do morto; diferenciar as lesões intra vitam e post mortem; realizar exames toxicológicos das vísceras do morto; proceder à exumação; extrair projéteis. Em restos humanos ● Recuperação de vestígios humanos→ trabalho artesanal. ● Identificação: fatores genéticos de identidade (perfil biológico). ○ Ancestralidade (geográfica). ○ Idade à morte. ○ Sexo. ○ Estatura, ○ Confronto com os dedos das supostas vítimas para exclusão. ● Existem 2 grandes etapas: ○ Fase de reconstrução→ informações através do exame do corpo. ○ Fase de comparação→ essas informações são comparadas com as características da vítima. ● Análise comparativa: uma vez diminuído o leque dos indivíduos desaparecidos, examina-se os fatores individualizantes: 3 ○ Variações anatômicas, lesões ósseas, marcas de cirurgias, particularidades individuais e exclusivas de cada indivíduo. Raças ● A mais aceita é de Ottolenghi: caucasiano, mongólica, negróide, indiano e australóide. ● Caucasiano: crânio-facial ovóide ou ovoide poligonal. ○ Pele branca ou trigueira. ○ Cabelos crespos ou lisos, louros ou castanhos. ○ Íris azul ou castanha. ○ Perfil facial ortognata e ligeiramente prognata. ● Mongólico: pele amarela, cabelos lisos. ○ Face achatada de diante para trás. ○ Espaço interorbital largo. ○ Nariz curto, largo. ○ Maxilares pequenos e mento saliente. ● Negróide: ○ Perfil facial prognata. ○ Fronte alta, saliente e arqueada. ○ Íris castanha, nariz pequeno de perfil côncavo e narinas curtas afastadas. ○ Mento pequeno. ● Indiano: pele amarela trigueira, tendendo para o avermelhado. ○ Cabelos lisos como crina de cavalo e pretos. ○ Crânio mesocéfalo. ○ Ausência de barba e bigode. ○ Orelhas pequenas. ● Australóide: estatura alta, pele trigueira/morena. ○ Nariz curto e largo. ○ Arcadas zigomáticas largas e volumosas. ○ Prognatismo maxilar e alveolar. ○ Espáduas largas (ombros). ○ Bacias estreitas. ○ Dentes fortes/mento retraído. ○ Arcadas superciliares salientes. ○ Crânio dolicocéfalo (largura menor que o comprimento). ● Caracterização racial: forma do crânio em relação com formas geométricas. Índice cefálico (IC) relação entre largura e comprimento do crânio. 4 ● ● Ângulo facial: determinação do prognatismo. ○ Negros: < 83° prognatos. ○ Amarelos = 83° mesoganatos. ○ Brancos > 83° ortognáticos. ● Sexos ● Somático: própria constituição normal. ● Médico-legal: constatado pela perícia médica. ● Cromossômico: distribuição cromossômica e estudo da cromatina sexual. ● Em crianças: olha-se dentição e crânio. ○ Se tiverem uma dentição numa idade e crânio com desenvolvimento maior é mulher. ○ Se tiver dentição e crânio no mesmo desenvolvimento é homem. 5 ○ Mulheres têm o crânio menor que o homem, mas tem desenvolvimento em estatura e amadurecimento mais rápido. ● Adultos: ossos da bacia. Fazer análise métrica da bacia. ○ Feminina: mais larga e baixa. ● Crânio: tamanho e volume craniano feminino é menor, além de ser mais vertical. ○ Articulação frontonasal mais curva. ○ Saliências ósseas e as apófises mastóides e estiloides menos desenvolvidas que o crânio masculino. ○ A capacidade do feminino corresponde a 9/10 da capacidade do masculino. ● Situações em que as genitálias não estão preservadas ● O arco zigomático do homem é mais pronunciado com uma glabela mais desenvolvida. ● Verificar ossos longos: na mulher a perna representa 70% docorpo, sacro mais curto e largo, pelve mais larga, tórax menor mais acinturado (cone real), ombros mais estreitos. ○ No homem a perna representa 56% da altura. Seu tórax é um cone invertido. Bacia ● Mulheres:mais leves, maiores diâmetros transversais, sacro mais baixo e côncavo, inclinação da sínfise vertical é menos pronunciada na mulher, acetábulo menos amplo e púbis mais alongado ● Diâmetro transversal supera a altura. ● Ângulo sacro-vertebral mais fechado e saliente para diante. ● Homem: consistência óssea mais forte, rugas de inserção mais pronunciadas, dimensões verticais predominam sobre as horizontais. 6
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