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TRANSCRIÇÃO ➢ os genes de eucariotos superiores em geral são compostos por éxons (regiões expressas), que codificam partes das proteínas, e íntrons (regiões intercalares), que separam os éxons ➢ Uma estrutura biológica (chamada spliceossomo) remove os íntrons e une os éxons (em um processo denominado recomposição ou splicing do RNA) para produzir um RNA maduro que contém a informação contínua necessária para sintetizar uma proteína. ➢ Embora tenhamos apenas cerca de 20.000 genes, eles codificam mais de 100.000 proteínas, graças ao processo de recomposição alternativa do RNA. ➢ Mais surpreendente ainda é o achado de que apenas uma pequena fração do genoma realmente codifica proteínas. É importante notar que, apesar de ter uma proporção tão pequena de DNA codificador, a maioria do genoma ainda codifica RNA. O RNA não codificador de proteína (ncRNA) ainda está sendo desvendado. ➢ Na sequência do DNA do genoma de qualquer organismo, está codificada a informação que especifica cada um dos produtos gênicos que o organismo consegue fazer. Essas sequências de DNA também contêm informações que especificam quando, onde e como grande parte do produto é feita. Entretanto, essa informação é estática, inserida na sequência do DNA. Para a informação ser utilizada, é necessária a síntese de uma molécula intermediária, que é uma cópia de um gene distinto com o uso da sequência de DNA como um guia. Essa molécula é o RNA, e o processo de sua síntese a partir do DNA é chamado de transcrição. ➢ Transferência de informação de um gene para o produto gênico ocorre em várias etapas. A primeira, que é o foco deste capítulo, é copiar (transcrever) a informação em um filamento de RNA com o uso do DNA como um molde ➢ Em procariotos, a informação no RNA é quase imediatamente convertida em uma cadeia de aminoácidos (polipeptídios) por um processo chamado de tradução. Nos eucariotos, a transcrição e a tradução ocorrem em locais diferentes: a transcrição no núcleo e a tradução no citoplasma. Entretanto, antes que os RNA estejam prontos para serem transportados para o citoplasma para tradução ou outros usos, eles sofrem substancial processamento, incluindo a remoção dos íntrons e a adição de um revestimento ( cap) especial em 5' e uma cauda de nucleotídios adenina em 3'. ➢ Um tipo de RNA totalmente processado, chamado de RNA mensageiro (mRNA), é o intermediário na síntese de proteínas. Além disso, tanto nos procariotos como nos eucariotos, há outros tipos de RNA que nunca são traduzidos (ncRNA) desempenham muitos papeis essenciais. ➢ A função do DNA e do RNA baseia-se em dois princípios: • A complementaridade de bases é responsável por determinar a sequência de um novo filamento de DNA na replicação e do RNA transcrito na transcrição. Pelo ajuste da complementaridade de bases, o DNA é replicado, a informação codificada no DNA passa para o RNA e complexos de proteína associados aos ncRNA são orientados para regiões específicas no DNA ou no RNA, para regular -sua expressão. • Algumas proteínas reconhecem sequências de bases específicas no DNA. Essas proteínas de ligação a ácidos nucleicos unem-se a tais sequências e atuam nelas. Propriedades do RNA Embora tanto o RNA quanto o DNA sejam ácidos nucleicos, o RNA difere do DNA em vários aspectos importantes: ✓ O RNA é geralmente uma cadeia de nucleotídios unifilamentar, não uma dupla hélice como o DNA. Uma consequência é que o RNA é mais flexível e consegue formar uma variedade muito maior de formas moleculares tridimensionais complexas do que o DNA bifilamentar. Um filamento de RNA consegue dobrar- se de tal modo que algumas de suas próprias bases paream entre si. Tal pareamento intramolecular de bases é um determinante importante da forma do RNA ✓ O RNA tem o açúcar ribose em seus nucleotídios, em vez da desoxirribose encontrada no DNA. Como os nomes sugerem, os dois açúcares diferem na existência ou ausência apenas de um átomo de oxigênio. O açúcar do RNA contém um grupo hidroxila (OH) ligado ao átomo de carbono 2', enquanto o açúcar do DNA tem apenas um átomo de hidrogênio ligado ao átomo de carbono 2'. O grupo hidroxila no átomo de carbono 2' facilita a ação do RNA em muitos processos celulares importantes. ✓ Os nucleotídios do RNA (chamados de ribonucleotídios) contêm as bases adenina, guanina e citosina, mas é encontrada a base pirimidínica uracila (abreviada por U) em vez de timina. A base uracila forma pontes de hidrogênio com a adenina do mesmo modo que a timina. Além disso, a uracila é capaz de parear com G. As bases U e G formam pares de bases apenas durante o dobramento do RNA, e não durante a transcrição. Ligações de hidrogênio que podem ser formadas entre U e G são mais fracas que as duas que se formam entre U e A. A capacidade de U parear-se com A e G é o principal motivo pelo qual o RNA consegue formar estruturas complicadas, muitas delas importantes em processos biológicos ✓ O RNA, como as proteínas, mas não como o DNA, pode catalisar reações biológicas. O nome ribozima foi criado para as moléculas de RNA que funcionam como enzimas proteicas. Classes de RNA Os RNA podem ser agrupados em duas classes gerais. Uma delas codifica a informação necessária para fazer cadeias polipeptídicas (proteínas) e é denominada RNA mensageiro (mRNA) porque, como tal, serve como intermediário e passa a informação do DNA para a proteína. As outras classes denominam-se RNA funcionais, porque o RNA não codifica a informação para fazer proteínas. Em vez disso, ele próprio é o produto funcional final. RNA mensageiro: As etapas pelas quais um gene influencia o fenótipo são chamadas de expressão gênica. Para a grande maioria dos genes, o RNA transcrito é apenas um intermediário necessário para a síntese de uma proteína, que é o produto funcional final que influencia o fenótipo. RNA funcional: À medida que sabemos mais sobre os mínimos detalhes da expressão e da regulação gênica, fica evidente que os RNA funcionais pertencem a várias classes e têm papéis diversos. Novamente, é importante enfatizar que os RNA funcionais são ativos como RNA; eles nunca são traduzidos em polipeptídios. As principais classes de RNA funcionais contribuem para várias etapas na transferência da informação do DNA para a proteína, no processamento de outros RNA e na regulação do RNA e dos níveis de proteínas na célula. Duas dessas classes de RNA funcionais são encontradas tanto em procariotos quanto em eucariotos: RNA transportadores e RNA ribossômicos. RNA transportador (tRNA) é responsável por levar o aminoácido correto para o mRNA no processo de tradução. RNA ribossômico (rRNA) é o principal componente dos ribossomos, que são grandes "máquinas" macromoleculares que conduzem a montagem da cadeia de aminoácidos pelos mRNA e tRNA #Outra classe de RNA funcionais participa do processamento do RNA e é específica dos eucariotos: Pequenos RNA nucleares (snRNA) são parte de um sistema que processa os RNA transcritos nas células eucarióticas. Alguns snRNA unem-se a várias subunidades proteicas para formar o complexo ribonucleoproteico de processamento (o spliceossomo) que remove íntrons dos mRNA eucarióticos. #Finalmente, um grupo grande de RNA funcionais suprime a expressão gênica em muitos níveis e também mantém a estabilidade do genoma. Três classes desses RNA funcionais podem ser codificadas por grandes frações dos genomas eucarióticos: microRNA, pequenos RNA de interferência e RNA de interação piwi. MicroRNA (miRNA) recentemente foram reconhecidos pelos cientistas por terem um amplo papel na regulação da quantidade de proteínas produzidas por muitos genes eucariotícos. Pequenos RNA de interferência (siRNA) e RNA de interação piwi (piRNA) ajudam a proteger a integridade dos genomas de plantas e animais. Os siRNA inibem a produção de vírus, enquanto eles e os piRNA impedem a dispersão de elementos de transposição para outrosLoci cromossômicos. Os siRNA restringem os elementos de transposição em plantas, e os piRNA exercem a mesma função em animais. Os RNAr, RNAt, RNAsn, RNAm são continuamente sintetizados (sua transcrição é denominada constitutiva). Em contraste, miRNA, siRNA, piRNA e lncRNA são transcritos e/ ou processados a partir de transcritos maiores, de modo intermitente, ou seja, apenas quando são necessários para cumprir suas funções na proteção do genoma e na regulação da expressão gênica. ➔ A primeira etapa na transferência da informação do gene para a proteína é produzir um filamento de RNA cuja sequência de bases é complementar à sequência de bases de um segmento de DNA ➔ Diz-se que o DNA é transcrito em RNA, e o RNA é chamado de transcrito ➔ A transcrição baseia-se no pareamento complementar de bases. ➔ No cromossomo em geral, ambos os filamentos de DNA são usados como moldes; mas, em qualquer gene, apenas um filamento é usado e, nesse gene, é sempre o mesmo filamento. (Apenas um filamento de DNA é o molde para a transcrição gênica, mas esse filamento varia com o gene) i. os dois filamentos da dupla hélice de DNA separam-se localmente, e um dos filamentos separado atua como um molde para a síntese de RNA. A medida que a RNA polimerase se move ao longo do gene, ela desenrola a dupla hélice de DNA à frente dela e volta a enrolar o DNA que já foi transcrito. Enquanto a molécula de RNA progressivamente aumenta, a ponta 5' do RNA é deslocada do molde e a bolha de transcrição fecha-se atrás da polimerase ii. os ribonucleotídios que foram quimicamente sintetizados em outra parte da célula formam pares estáveis com suas bases complementares no molde. O ribonucleotídio A faz par com T no DNA, G com C, C com G e U com A. Cada ribonucleotídio é posicionado em oposição à sua base complementar pela enzima RNA polimerase, que se liga ao DNA e movese ao longo dele, unindo os ribonucleotídios alinhados para fazer uma molécula crescente de RNA ➔ Durante a síntese, o crescimento do RNA ocorre sempre no sentido 5' para 3'. Em outras palavras, os nucleotídios são sempre adicionados na ponta em crescimento 3'. Como os filamentos complementares de ácidos nucleicos são orientados em oposição, o fato de o RNA ser sintetizado de 5' para 3' significa que o filamento-molde tem de ser orientado de 3' para 5'. ➔ A sequência de nucleotídios no RNA tem de ser a mesma que no filamento não molde do DNA, à exceção de que os T são substituídos por U ➔ O filamento, não molde do DNA é chamado de filamento codificador Iniciação em procariotos: Em procariotos, a RNA polimerase geralmente se liga a uma sequência específica do DNA chamada promotor, situada perto do início da região transcrita. Um promotor é uma parte importante da região reguladora de um gene. A primeira base transcrita está sempre no mesmo local, chamado de sítio de início de transcrição. O promotor é dito antecedente (upstream) ao sítio de iniciação, porque está situado na frente desse sítio, no sentido oposto ao da transcrição. Um sítio posterior (downstream) estaria situado depois da região de transcrição. Por convenção, a primeira base do DNA a ser transcrita é numerada + 1. Uma holoenzima RNA polimerase liga-se ao DNA nesse ponto (promotor) e, então, desenrola a dupla hélice do DNA, começando a síntese de uma molécula de RNA. A parte do gene codificadora de proteínas em geral começa com uma sequência ATG, mas o sítio de iniciação, onde começa a transcrição, geralmente está bem anterior a essa sequência. A parte intercalar é chamada de região 5' não traduzida (5' UTR). A RNA polimerase bacteriana que procura no DNA uma sequência promotora é chamada de holoenzima RNA polimerase. Esse complexo de multissubunidades é composto por cinco subunidades do cerne da enzima (duas subunidades a, uma 13, uma 13' e uma w), mais uma subunidade chamada fator sigma (a). As duas subunidades a ajudam a montar a enzima e promovem interações com proteínas reguladoras, a subunidade 13 é ativa na catálise, 13' liga-se ao DNA e w tem papéis na montagem da enzima e na regulação da expressão gênica. A subunidade a liga-se às regiões -10 e -35, posicionando assim a holoenzima para iniciar corretamente a transcrição no ponto de início. A subunidade a também tem um papel na separação (dissociação) dos filamentos de DNA ao redor da região -10, de modo que o cerne da enzima possa se ligar fortemente ao DNA, como preparação para a síntese de RNA. Após o cerne da enzima estar ligado, a transcrição começa e a subunidade a dissocia-se do resto do complexo Alongamento: A medida que a RNA polimerase se move ao longo do DNA, desenrola o DNA à frente dela e enrola de novo o DNA que já foi transcrito. Desse modo, ela mantém uma região do DNA unifilamentar, chamada de bolha de transcrição, dentro da qual o filamento que serve de molde é exposto. Na bolha, a polimerase monitora a ligação de um ribonucleosídio trifosfato livre à base exposta seguinte no molde de DNA e, se houver complementaridade, adiciona-o à cadeia. A medida que a cadeia de RNA aumenta em sua ponta 3', a ponta 5' unifilamentar é liberada da polimerase. Os pares de bases complementares se quebram na ponta de saída, liberando o filamento único. Término: A transcrição de um gene individual continua além do segmento do gene codificador de proteína, criando uma região 3' não traduzida (3' UTR) na ponta do transcrito. O alongamento continua até que a RNA polimerase reconheça sequências especiais de nucleotídios que atuam como um sinal para o término da cadeia. Os dois mecanismos principais de término em E. coli (e outras bactérias) são chamados de intrínsecos e rho-dependentes(sequência de cerca de 40 a 60 nucleotídios que é rica em resíduos C e pobre em G). No mecanismo intrínseco, o término é direto. As sequências de término contêm cerca de 40 pares de bases, terminando em um trecho rico em GC que é seguido por uma fileira de seis ou mais A. Como G e C no molde darão C e G, respectivamente, no transcrito, o RNA nessa região é rico em GC. Essas bases C e G são capazes de formar pontes de hidrogênio complementares uma à outra, resultando em uma alça em grampo. As alças em grampo, que são na maior parte pares G-C, apresentam-se mais estáveis que as alças que são constituídas principalmente por pares A-U. A alça é seguida por uma fileira de cerca de oito U, que correspondem aos resíduos A no molde de DNA. A estrutura de um sítio de término para a RNA polimerase em bactérias. A estrutura em grampo forma-se pelo pareamento complementar de bases em um filamento de RNA rico em GC. A maioria dos pareamentos de bases do RNA ocorre entre G e C. A replicação do DNA é mais complexa em eucariotos, em grande parte porque há muito mais DNA para ser copiado. A transcrição também é mais complicada em eucariotos por três motivos primários, a saber. ➢ Os genomas eucarióticos maiores têm muito mais genes a serem reconhecidos e transcritos ➢ Há muito mais DNA não codificador nos eucariotos. 1) A RNA polimerase I transcreve genes de rRNA (excluindo 5S rRNA). 2) A RNA polimerase II transcreve todos os genes codificadores de proteína, para os quais o transcrito final é o mRNA, e transcreve alguns snRNA. 3) A RNA polimerase III transcreve os pequenos genes de RNA funcionais (como aqueles para tRNA, alguns snRNA e 5S rRNA). Os eucariotos demandam a montagem de muitas proteínas em um promotor antes que a RNA polimerase II possa começar a sintetizar RNA. Algumas dessas proteínas, chamadas de fatores gerais de transcrição (GTF), ligam-se antes que a RNA polimerase II se ligue, enquanto outros fatores se ligam depois. ➢ Uma diferença significativa entre eucariotos e procariotos é a existência de um núcleo nos eucariotos. ➢ Nos eucariotos, a transcrição e a tradução são espacialmente separadas, a transcrição ocorre no núcleo e a tradução, no citoplasma. Nos eucariotos, o RNA é sintetizadono núcleo, onde está situado o DNA, sendo exportado do núcleo para o citoplasma para tradução. ➢ Antes que o RNA deixe o núcleo, ele precisa ser modificado de vários modos. Essas modificações são coletivamente chamadas de processamento do RNA. Para distinguir o RNA antes e depois do processamento, o RNA recém-sintetizado é chamado de transcrito primário ou pré-mRNA, reservando-se o termo mRNA para o transcrito totalmente processado que pode ser exportado para fora do núcleo. ➢ A RNA polimerase II é uma enzima formada por múltiplas subunidades, mais complexa que a RNA polimerase procariótica. ➢ o DNA genômico, está organizado em cromatina nos eucariotos, enquanto encontra-se praticamente "nu" nos procariotos. Algumas estruturas da cromatina conseguem bloquear o acesso da RNA polimerase ao molde de DNA, característica da cromatina que evoluiu em um mecanismo muito sofisticado para regular a expressão gênica em eucariotos. Início da transcrição em eucariotos • Nos procariontes vimos que a subunidade sigma vai para o região promotora já na holoenzima, nos eucariotos é diferentes, pois a holoenzima não consegue reconhecer, por isso é preciso o GTF se ligar a primeiro a região promotora antes do cerne da enzima. • Diferente da que observamos nas bactérias, em que o fator a é parte integrante da holoenzima polimerase, os eucariotos demandam GTF para se ligarem às regiões no promotor antes da ligação do cerne da enzima. • O GTF (fatores gerais de transcrição), que não participam da síntese de RNA, reconhecem as sequências no promotor e ligam-se a elas ou a outros GTF, e servem para atrair o cerne da RNA polimerase II e posicioná-la no sítio correto para começar a transcrição. Os GTF são designados TFIIA, TFIIB, e assim por diante • Os GTF e o cerne da RNA polimerase II constituem o complexo de pré- iniciação (PIC), que é bem grande: contém seis GTF, e cada um deles é um complexo multiproteico, mais o cerne da RNA polimerase II, formado por uma dúzia ou mais de subunidades proteicas. • Quando as regiões promotoras eucarióticas de espécies diferentes estão alinhadas, a sequência TATA geralmente pode ser vista situada cerca de 30 pares de bases (-30 pb) do ponto de início da transcrição. Essa sequência, chamada de TATA boxe, é o sítio do primeiro evento na transcrição: a ligação da proteína de ligação a TATA (TBP), parte do complexo TFIID (tipo de GTF). Quando ligada ao TATA boxe, a TBP atrai outros GTF e o cerne da RNA polimerase II para o promotor, formando assim o complexo de pré-iniciação. 1) A TBP se liga ao TATA box 2) Depois dessa ligação o TBP vai atrair GTF e também atrair o cerne de RNA polimerase II para o promotor 3) Depois de recrutado os 6 GTF e um cerne da RNA polimerase II, tenho formado o complexo de pré iniciação 4) Após a transcrição ter sido iniciada, a RNA polimerase II dissocia-se da maioria dos GTF para alongar o transcrito primário de RNA alguns dos GTF permanecem no promotor para atrair o próximo cerne de RNA polimerase. Desse modo, várias enzimas RNA polimerases II podem sintetizar simultaneamente os transcritos de um único gene. 5) A fase de alongamento começa após o CTD ser fosforilado por um dos GTFs • A subunidade ß da RNA polimerase II contém uma cauda de proteína, chamada de domínio carboxila terminal (CTD), que desempenha um papel primordial. O CTD está estrategicamente situado perto do sítio do qual irá emergir o RNA nascente da polimerase. A fase de iniciação termina e, então, começa a fase de alongamento, após o CTD ter sido fosforilado por um dos GTF. Acredita-se que essa fosforilação de algum modo enfraquece a ligação da RNA polimerase II com outras proteínas do complexo de pré-iniciação, o que permite o alongamento. • O alongamento ocorre dentro da bolha de transcrição. O RNA nascente tem destinos muito diferentes nos procariotos e eucariotos. Nos procariotos, a tradução começa na ponta 5' do RNA nascente, enquanto a metade 3' ainda está sendo sintetizada. Já o RNA dos eucariotos precisa ser processado antes que possa ser traduzido, o que inclui: (1) o acréscimo de um revestimento (cap) na ponta 5', (2) recomposição (splicing) para eliminar os íntrons e (3) o acréscimo de uma cauda 3' de nucleotídios adenina (poliadenilação). • Hoje existe evidência experimental que indicam que o processamento do pré- RNAm de fato ocorre durante a síntese de RNA, ou seja, trata-se de processamento cotranscricional. Portanto, o RNA parcialmente sintetizado (nascente) está sofrendo reações de processamento à medida que emerge do complexo da RNA polimerase II. • O CTD da RNA polimerase II eucariótica tem um papel central no sentido de coordenar todos os eventos de processamento. O CTD é composto de muitas repetições de uma sequência de sete aminoácidos. Tais repetições servem como sítios de ligação para algumas das enzimas e outras proteínas que são necessárias para o revestimento do RNA, a recomposição e a clivagem seguidos pela poliadenilação • O CTD está situado perto do sítio de onde o RNA nascente emerge da polimerase e, assim, é um local ideal para orquestrar a ligação e a liberação das proteínas necessárias para processar o transcrito de RNA nascente enquanto a síntese do RNA continua. Nas várias fases do processamento, os aminoácidos do CTD sofrem modificação reversível, em geral pelo acréscimo e pela remoção de grupos fosfato (chamadas de fosforilação e desfosforilação, respectivamente). O estado de fosforilação do CTD determina que proteínas de processamento podem se ligar. Desse modo, o CTD determina a tarefa a ser desempenhada no RNA à medida que ele emerge da polimerase. • Quando o RNA nascente emerge de uma RNA polimerase II, uma estrutura especial, chamada CAP (revestimento), é adicionada à ponta 5' por várias proteínas que interagem com o CTD. • O CAP tem duas funções: a primeira é de proteger o RNA da degradação, uma etapa importante, considerando que o mRNA eucariótico tem uma longa jornada até o local de sua tradução; a segunda, é a necessidade que o CAP tem para a tradução do mRNA. • O alongamento do RNA continua até que seja reconhecida a sequência AAUAAA ou AUUAAA perto da ponta 3 ', por uma enzima que corta a ponta do RNA, E adicionado a essa ponta um trecho nucleotídios adenina chamados cauda poli(A) • A sequência AAUAAA do mRNA dos genes codificadores de proteína é chamada de sinal de poliadenilação. Foi descoberto que o pré- RNAm era composto por éxons e íntrons. Os pedaços que codificam partes das proteínas são os éxons, e os pedaços que separam os éxons são os íntrons. Os íntrons estão presentes não apenas nos genes codificadores de proteínas, mas também em alguns genes de rRNA e, até mesmo, de tRNA Os íntrons são removidos do transcrito primário enquanto o RNA ainda está sendo transcrito e após o cap ter sido adicionado, mas antes de o transcrito ser transportado para o citoplasma. A remoção dos íntrons e a união dos éxons é chamada de recomposição (splicing).A recomposição junta as regiões codificadoras, ou éxons, de modo que o mRNA agora contenha a sequência codificadora que é completamente colinear à proteína que ela codifica O número e o tamanho dos íntrons variam de um gene para outro e de uma espécie para outra. As proteínas superam o número de genes de tal modo que indicam que um gene pode codificar a informação para mais de uma proteína. Um modo pelo qual um gene pode codificar várias proteínas ocorre por um processo conhecido como recomposição alternativa (ou splicing alternativo), em que diferentes mRNA e, subsequentemente, diferentes proteínas são produzidas pelo mesmo transcrito primário, recompondo diferentes combinações de éxons Muitas mutações com sérias consequências para o organismo são devidas a defeitos de recomposição Cada íntron é cortado em cada ponta, e as extremidades do íntron geralmente têm GU na ponta 5'e AG na ponta 3' (a regra GU-AG) A remoção de íntrons e a união de éxons são catalisadas por moléculas de RNA. Em eucariotos, os snRNA do spliceossomo catalisam a remoção dos íntrons do pré-mRNA. Alguns íntrons são autorremovíveis; nesses casos, o próprio íntron catai isa sua remoção. Os RNA capazes de catálise são chamados de ribozimas. A maioria dos miRNA reprime a expressão de genes. Como o produto de lin-4, muitos miRNA são transcritos inicialmente pela RNA polimerase II, como um RNA mais longo de um gene que codifica apenas um produto de RNA. O RNA mais longo adota uma estrutura em alça com uma haste de duplo filamento, com uma base errada na haste. O RNA é processado no núcleo, tornando-se menor, porém não sendo ainda sua forma final, e então é exportado para o citoplasma, onde duas "máquinas" biológicas, ambas com a capacidade de clivar o RNA, participam de um processo em duas etapas. Uma dessas "máquinas", denominada Dicer, reconhece moléculas de RNA de filamento duplo (dsRNA) e as cliva. Uma segunda máquina, denominada RISC, liga-se a um dsRNA curto e o desenrola formando o miRNA de filamento único biologicamente ativo. O miRNA, ainda ligado ao RISC, liga-se a mRNA complementares. RISC, então, reprime a tradução desses mRNA em proteínas ou remove a cauda poliA, o que acelera a degradação do mRNA. Ressaltando que parte de um miRNA é complementar ao RNA do gene que ele regula. Quando o gene regulado precisa ser inativado ou ter sua expressão reduzida, o gene do miRNA é transcrito em RNA e tal RNA liga-se ao RNA do gene regulado, interferindo na tradução em proteína ou promovendo sua degradação. O siRNA silencia o gene que o produz, razão pela qual não é utilizado para regular outros genes, e sim para desativar elementos genéticos indesejáveis que se inserem no genoma, que podem ser genes de um vírus infectante ou elementos genéticos internos denominados transposons A introdução de uma cópia de dsRNA de um gene ou do próprio gene em um organismo pode silenciar aquele gene. Os curtos RNA gerados durante a resistência viral e o silenciamento gênico associado aos dsRNA injetados ou aos transgenes agora são denominados de maneira coletiva como pequenos RNA de interferência (siRNA). O fenômeno que resulta no silenciamento do gene e da resistência viral pela produção de siRNA é chamado de RNA de interferência (RNAi). Os curtos RNA agora são classificados em três tipos, dependendo da sua biogênese: miRNA ou siRNA e um ainda não estudado. Os siRNA podem surgir de uma cópia antissenso de qualquer fonte de mRNA no genoma: de genes endógenos a transgenes até vírus invasores. Todavia, a fonte mais provável de RNA antissenso não são os genes do próprio organismo, e sim DNA estranho que se insere no genoma. Nesse aspecto, seria correto pensar no siRNA como o produto de um sistema imune do genoma, que detecta a inserção de DNA estranho e, em alguns casos, promove a síntese de mRNA antissenso. A complementaridade entre os RNA senso e antissenso produz dsRNA que, como na via que leva à produção de miRNA, é reconhecido pela Dicer e clivado em produtos curtos bifilamentares ligados pelo RISC. Como ocorre com os miRNA, RISC desenrola o produto em um siRNA unifilamentar biologicamente ativo que direciona RISC para os mRNA complementares, de modo que eles possam ser degradados. Ao contrário dos miRNA, a complementaridade entre os siRNA e os mRNA é perfeita; não há, erros. E provável que essa diferença seja responsável pelos desfechos diferentes: miRNA direcionam RISC para reprimir a tradução de um mRNA, enquanto siRNA direcionam RISC para degradar o mRNA
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