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Tratamento Restaurador Atraumático - Resumo

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1 
 
Tratamento Restaurador Atraumático. 
Uma técnica que podemos confiar? 
 
Monnerat AF, Souza MIS, Monnerat ABL. Tratamento Restaurador Atraumático. Uma técnica que podemos confiar? 
Rev. Bras. Odontol. 2013; 70(1): 33-6. 
 
O Tratamento Restaurador Atraumático (TRA) que, embora desenvolvido nas décadas de 80 e 90 para 
ser aplicado em comunidades sem acesso a infraestrutura mínima para aplicação da odontologia convencional, 
vem ganhando muito espaço na Odontologia moderna em virtude de alguns aspectos: técnica minimamente 
invasiva 
È uma abordagem de mínima intervenção que procura preservar o máximo de estrutura dentária e 
emprega materiais adesivos nas restaurações, rotineiramente os cimentos ionoméricos 
Desde a criação da técnica até a atualidade, muitos avanços ocorreram tanto em relação a melhorias 
relacionadas ao cimento de ionômero de vidro, quanto em relação aos instrumentos utilizados e à técnica 
restauradora. Entretanto, percebe-se ainda certa resistência por parte de pacientes, de dentistas e de 
responsáveis por programas de saúde bucal quanto à adoção do TRA. Essa resistência ocorre, provavelmente, 
em função do desconhecimento sobre os avanços ocorridos com o cimento de ionômero de vidro e a falta de 
conhecimento preciso sobre a técnica TRA. 
Vale acrescentar que os índices de sucesso das restaurações atraumáticas dependem do material usado, 
treinamento do operador e extensão das lesões de cárie. O cimento de ionômero de vidro é o material de 
escolha para o TRA, em função de sua adesão ao esmalte e á dentina, liberação de fluoretos e facilidade de 
uso 
 
VANTAGENS DO TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMÁTICO 
Uma das características de um procedimento de impacto em saúde pública é a abrangência de suas 
vantagens. O TRA pode ser considerado vantajoso para todos os agentes relacionados: equipe odontológica, 
compreendendo cirurgião-dentista (CD), técnico em saúde bucal (TSB) e auxiliar de saúde bucal (ASB); 
gestor de saúde e pacientes. 
 
 
 
VANTAGENS PARA EQUIPE ODONTOLÓGICA 
 Por não necessitar de equipamentos odontológicos, o CD e sua equipe podem atuar em áreas de sua 
responsabilidade que estão distantes da sua unidade de saúde, incluindo centros comunitários, escolas e 
igrejas; Não exige anestesia na maioria dos casos; Não exige isolamento absoluto; Paciente se mantém 
tranquilo durante o procedimento, uma vez que não há dor durante o procedimento; Devido também à ausência 
2 
 
de dor, o paciente encontra-se mais tranquilo para absorver as instruções e técnicas motivacionais de educação 
para a saúde; As revisões são mais rápidas, pois a recidiva de cárie é baixa pelo uso do CIV (cimento ionômero 
de vidro) de alta viscosidade; Os reparos quando necessários são simples e rápidos; Restaurações em dentes 
em erupção, angulados ou com pacientes pouco cooperadores são mais facilmente executadas. 
VANTAGENS PARA O PACIENTE 
 Devido à utilização de instrumentos manuais na remoção seletiva da dentina cariada, a estrutura dental 
com organização de canalículos dentinários é preservada, o que explica a ausência de dor e com isto, há uma 
redução da ansiedade; Por ser uma técnica simplificada e rápida, geralmente a equipe consegue restaurar vários 
elementos, reduzindo o número de retornos até a alta do paciente, com isto a ausência ao trabalho e escola 
deixa de ser um empecilho à frequência ao tratamento odontológico. 
INDICAÇÕES DENTES DECÍDUOS 
 Posteriores classe I e II (extensas ou não). Restaurações em cavidades classe I são as que apresentam 
maior longevidade. Por outro lado, as restaurações de cavidades classe II têm maior risco de fratura na 
proximal, o que ainda é uma limitação do TRA. Mesmo fraturado o índice de recidiva de cárie é baixo. 
Anteriores Classe III não transfixantes. Por serem cavidades retentivas, também são restaurações que 
apresentam alta longevidade. Anteriores transfixantes. Pelo fato do CIV (cimento ionômero de vidro) de alta 
viscosidade, indicado para o TRA, ser opaco, são restaurações antiestéticas, mas a utilização do CIV 
modificado por resina pode ser uma solução, mas exige que o procedimento seja feito na cadeira odontológica. 
Dentes com perda de cúspide(s) e dentes tratados endodonticamente. Mesmo tendo risco alto de fratura, o 
TRA pode ser aplicado nestes casos, pois, até a esfoliação, o dente, desde que receba recargas de flúor através 
de creme dental, não terá recidiva de cárie. Classe V em dentes anteriores e posteriores estão bem indicadas 
para o TRA e tem alto índice de longevidade. 
DENTES PERMANENTES ANTERIORES 
 Classes III não transfixantes. Pelos mesmos motivos dos dentes decíduos. Classe V. Pelos mesmos 
motivos dos dentes decíduos. Dentes Permanentes Posteriores, Classe I Normais e Extensas. Desde que exista 
presença de cúspides, mesmo que fragilizadas, o TRA está indicado; Classe V. Pelos mesmos motivos dos 
dentes decíduos; Classe II com caixa proximal retentiva. O TRA está indicado para Classe II em dentes 
permanentes somente quando existir antagonismo de paredes vestibular e lingual na caixa proximal; 
Cavidades Classe I ou II com perda de cúspide de não trabalho. Pela baixa tensão empregada nestas cúspides, 
desde que exista retenção, o TRA está indicado para estes casos, desde que a cúspide de trabalho esteja 
presente. 
CONTRAINDICAÇÕES PARA DENTES DECÍDUOS 
Classe IV. Não há retenção mínima para o TRA. 
3 
 
PERMANENTES 
Classe IV. Não há retenção mínima para o TRA; Classe III Transfixante. Por motivo estético, o TRA 
não deve ser indicado; Dentes tratados endodonticamente. Pelo risco de fratura, o TRA não pode ser indicado; 
Classe II com caixa proximal expulsiva. Pelo risco de fratura ou deslocamento da restauração, o TRA não 
pode ser indicado; Perda total de uma ou mais cúspides. Pelo risco de fratura ou deslocamento da restauração, 
o TRA não pode ser indicado; Perda de toda vertente interna da cúspide trabalho. Pelo risco de fratura ou 
deslocamento da restauração, o TRA não pode ser indicado. 
PASSO A PASSO DO TRA 
Para a aplicação da técnica do TRA, é essencial que ocorra uma organização prévia do local, com a 
preparação dos materiais e instrumentais esterilizados, assim como o planejamento do atendimento. 
É realizada sem anestesia e com isolamento relativo. Após a limpeza do quadrante, faz-se a remoção 
de todo o tecido cariado das paredes circundantes, utilizando-se instrumentos manual e rotatório (este último, 
no caso de TRA modificado, para ampliar a abertura de lesões socavadas e melhorar a retenção da 
restauração). Todo o tecido desmineralizado deve ser removido das paredes circundantes. Nas lesões 
superficiais e médias de dentina, o máximo de tecido desmineralizado da parede pulpar pode ser removido 
com instrumento manual. No entanto, em lesões profundas, ou seja, que atingem o terço interno da espessura 
da dentina, faz-se com cureta a remoção do tecido dentinário superficial amolecido, amorfo, insensível à 
instrumentação, até que se encontre uma dentina mais resistente, normalmente removida em lascas ou 
escamas. Esta camada deve ser mantida e o condicionamento com ácido poliacrílico é, então, realizado e, após 
a lavagem da cavidade, o cimento ionomérico é colocado, preferencialmente com seringa para sua aplicação. 
Para se obter sucesso nas restaurações atraumáticas, alguns cuidados devem ser tomados em relação 
ao cimento de ionômero de vidro. Como o material é sensível á umidade, os frascos contendo o pó e o liquido 
devem sempre ficar fechados, sendo que o liquido não deve ser mantido em geladeira, pois poderá ocorrer 
geleificação com a baixa temperatura. O frasco de pó deve ser agitado antes de se fazer a dosagem, enquanto 
o frasco de liquido deve ser posicionado na vertical para que a gota possa ser corretamente dispensada. 
A manipulação do CIV é um passo de extrema importância na técnica. A proporção pó/liquido deve 
ser rigorosamente observada, assim com o tempo de manipulação,seguindo sempre as instruções do 
fabricante. 
 A compressão digital pode também ser utilizada para melhor vedamento da cavidade, pode ser feita 
com o dedo indicador ou com o dedo polegar durante 4 a 5 minutos com objetivo manter a compressão no 
CIV durante sua geleificação e evitar a contaminação do material com a saliva neste momento crítico. Nas 
lesões profundas, uma base protetora com cimento de hidróxido de cálcio deve ser sempre aplicada antes do 
material restaurador. Ajuste oclusal deverá ser feito e uma proteção sobre o cimento ionomérico deverá ser 
realizada, como vernizes, base de unha incolor ou adesivo dentário. Para remoção dos excessos, utilizar o 
4 
 
esculpidor. Nas proximais, utilizar fio dental e, eventualmente, tiras de polimento. É orientado aos pacientes 
a não mastigar por 1 hora, e alimentação pastosa por 24 horas. 
Este Tratamento Restaurador Atraumático (TRA), é uma técnica minimamente invasiva em 
tratamentos de dentes decíduos e permanentes. Um tratamento importante no controle da lesão de cárie, 
quando realizado dentro da técnica correta e considerando-a aceitável. A resolutividade da técnica TRA 
também impacta positivamente na redução dos custos do tratamento quando comparado aos tratamentos 
restauradores convencionais por possibilitar uma maior acessibilidade para situações em que o uso de 
equipamentos odontológicos não é possível.

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