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Execução das obrigações de fazer e não fazer

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Execução das obrigações de fazer e não fazer 
1) Considerações iniciais 
1.1) Distinção de obrigação de dar e obrigação de fazer 
-> Obrigação de dar: objeto da prestação já foi previamente elaborado/confeccionado. Aplica-se o estudado na unidade IV. 
-> Obrigação de fazer: objeto da prestação ainda vai ser confeccionado/elaborado. Ex: obrigação do pintor de pintar um quadro. Aplica-se o que será estudado nesta unidade. 
1.2) Distinção entre uma obrigação de fazer fungível e fazer infungível 
-> Fungível: o objeto da prestação pode ser realizado por qualquer pessoa. 
-> Infungível: há um conteúdo de pessoalidade. O objeto da prestação somente pode ser feito por uma única pessoa. Ex: somente o cantor contratado pode fazer o show. 
1.3) Distinção entre as obrigações de não fazer permanente e as obrigações de não fazer instantâneas 
-> Permanente: mesmo que ocorra o descumprimento da obrigação, é possível retornar ao estado anterior/statu quo ante. Ex: não construir em uma localidade. Se essa obrigação for descumprida, é só demolir a obra que voltará ao estado anterior. 
-> Instantânea: se ocorrer o descumprimento, não é possível voltar ao estado anterior. Ex: um engenheiro químico não pode revelar a composição da coca cola. Se essa informação for passada adiante, não terá como reverter. 
1.4) Disciplina legal das execuções das obrigações de fazer e não fazer 
O código contempla 2 sistemas: 
A) Título extrajudicial: feita em um processo autônomo. 
*Obrigação de fazer - arts. 815-821 CPC 
*Obrigação de não fazer - arts. 822 e 823 CPC 
B) Título judicial (obrigação de fazer ou não fazer) - arts. 497 e 536 CPC: realizada em módulo executivo de processo sincrético. 
2) Execução de obrigação de fazer prevista em título extrajudicial 
Ex: obrigação prevista em um contrato assinado por testemunhos, onde o devedor se prontificou a pintar um muro. 
-> O procedimento começa por meio de uma petição inicial. Essa petição deverá seguir aqueles requisitos genéricos e específicos. Não precisa juntar memória de atualização da d´vida, pois a cobrança é de uma obrigação de fazer. 
-> Protocolada a petição, se estiver regular, o juiz determinará a citação do executado, realizada na forma do artigo 815 do CPC, ou seja, ele é citado para fazer aquilo que ele não fez. 
ATENÇÃO: prazo da citação é judicial, logo, será o juiz que fixará o prazo diante do caso em concreto. 
-> Quando o juiz determina a citação, no mesmo despacho, o juiz fixará multa/astreintes diária pelo descumprimento da obrigação (artigo 814 CPC). 
-> Citado o devedor, algumas situações são possíveis: 
1ª) Executado cumpre a obrigação (artigos 924, inc. II e 925 CPC): magistrado proferira sentença de extinção da execução. 
2ª) Executado pode opor embargos à execução (ação incidental por meio da qual o executado se defende na execução -> pode alegar qualquer matéria) (artigo 914 CPC): prazo de 15 dias para oposição dos embargos (artigo 915 CPC). 
3ª) Executado foi citado e se mantém inerte: 
*1ª consequência = incidência da multa/astreintes diária. 
*2ª consequência = vai variar. 
-> se está cobrando uma obrigação de fazer fungível = pode pleitear perdas e danos E o cumprimento da obrigação por um 3º as custas do devedor. 
-> se está cobrando uma obrigação de fazer infungível = perdas e danos. 
3) Considerações sobre as astreintes 
3.1) Diferença entre astreintes, perdas e danos e 
-> Astreintes: é uma multa processual para compelir/forçar o devedor ao cumprimento da obrigação. Tem finalidade coercitiva. 
-> Perdas e danos: é uma soma dos lucros cessantes com o dano emergente. Estão previstas no artigo 402 do CC. Tem finalidade reparatória ou ressarcitória. 
-> Cláusula penal: é uma cláusula que é inserida no contrato e que prevê uma multa para a hipótese de inadimplemento contratual. Artigos 408 a 416 do CC -> fixação previa das perdas e danos. 
3.2) Limite de valor 
-> Jurisprudência do STJ: as astreintes não tem limite pelo valor da obrigação principal. O que está limitado é a clausula penal (artigo 412 CC). Ex: se o carro vale 10, o juiz pode fixar multa mais de 10. 
-> O magistrado pode estabelecer um teto para incidência dessa multa. 
Obs: as astreintes com as perdas e danos podem ser cumuladas, ou astreintes com cláusula penal. 
3.3) Fixação ex officio 
-> se o exequente não pediu, o juiz pode fixar de ofício o valor das astreintes. 
3.4) Processo e obrigações que admitem astreintes 
-> As astreintes podem ser fixadas nos processos de conhecimento, execução e sincrético. Podem ser fixadas em relação as obrigações de dar, fazer e não fazer. 
ATENÇÃO: Só não podem ser fixadas em relação as obrigações de pagar importância em dinheiro. 
-> As astreintes são devidas ao credor. 
EXCEÇÃO: em se tratando de ação civil pública (ação coletiva) para defesa do meio ambiente será revertida para o fundo de defesa dos direitos difusos (art. 13, da Lei n. 7.347/85, e Decreto 1.306/94). 
3.4) Termo inicial para cobrança das astreintes 
-> Quanto tempo precisa esperar para cobrar a multa? Entendimento do STJ estabelecido em recurso especial repetitivo = devida desde o descumprimento, mas se foi deferida/fixada em liminar, somente poderá ser cobrada após ser confirmada por sentença. Ex: liminar mandando a unimed liberar um tratamento. Não libera. A multa já está incidindo, mas precisa de uma sentença apara executar. 
-> O CPC (artigo 537) traz um entendimento diferente: não precisa esperar a confirmação em sentença, pode ser executada desde logo. No entanto, o levantamento do deposito em dinheiro só pode ser recebido no final do processo, depois do trânsito em julgado. 
Obs: haverá necessidade de o STJ superar esse entendimento vinculante = over hulling. 
-> Juiz cobrará as astreintes por decisão interlocutória ou despacho com força de decisão. 
3.5) Aplicação aos deveres de fazer e não fazer sem cunho obrigacional (artigo 537, §5º CPC) 
Ex: obrigação de pagar o aluguel. O dever tem um conteúdo moral; dever de educação dos filhos. 
-> Tradicionalmente as astreintes eram fixadas somente para as obrigações. No entanto, o CPC permite a fixação para os deveres. 
Ex: pai separado tem a guarda compartilhada. Não devolve a criança no prazo estipulado. Juiz pode fixar multa. 
3.5) Astreintes contra a Fazenda Pública 
-> Pode fixar multa contra o Estado do ES? 
1ª corrente: não se admite astreintes contra a fazenda pública, pois ela paga suas dividas através de precatório e o dinheiro para pagamento da multa é público. 
2ª corrente (alinhada ao entendimento do STJ): pode fixar multa. Princípio da igualdade, ou seja, se a multa pode ser cobrada contra os particulares, pode ser também cobrada da fazenda pública. 
3ª corrente: a multa pode ser fixada contra o administrador público. STJ aplica apenas em se tratando de mandado de segurança. Ex: contra o secretário de saúde. 
4) Execução de obrigação de não fazer fundada em título extrajudicial 
Ex: celebrei um contrato onde a pessoa se comprometeu a não construir em um imóvel que é meu. Esse contratado ainda não construiu nada, mas está deslocando para o imóvel materiais de construção, ou seja, dá sinais de que vai descumprir a obrigação. 
-> neste caso, cabe a chamada ação inibitória (artigo 497, parágrafo único CPC) -> procedimento preventivo = não houve ainda o descumprimento da obrigação. 
-> se o contratado descumpriu a obrigação = cabe ação de execução de obrigação de não fazer (artigo 822 CPC) -> procedimento repressivo = já houve o descumprimento da obrigação. 
5) Execução de obrigação de fazer ou não fazer fundada em título judicial 
-> O cumprimento dessa obrigação será realizado de modulo executivo de processo sincrético, em conformidade com os artigos 497 e 536 do CPC. Típico caso em que o processo é híbrido. 
Ex: MP ajuizou ação civil pública contra uma fábrica para ela fazer uma instalação de filtros antipoluentes. Na sentença, o juiz, ao acolher o pedido autoral, concede a tutela específica (= exato resultado pretendido pelo autor). Neste caso a tutela específica seria a condenação da fábrica a fazer a instalaçãodos filtros antipoluentes. Se a fábrica não cumprir a tutela específica: o magistrado poderá conceder o resultado prático equivalente ao do adimplemento (= não é a tutela específica, mas produz/gera o mesmo efeito da tutela específica. Ex: magistrado pode mandar interditar a fábrica). 
 Artigo 497 CPC: Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. 
Artigo 536 CPC: No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente. 
*Observação de resultado prático equivalente: 
- o resultado prático equivalente pode ser concedido após o transito em julgado. STJ entende que não viola a autoridade da coisa julgada, pois apenas muda a forma de cumprimento da decisão judicial. 
- o resultado prático equivalente poderá ser concedido de ofício pelo juiz., não há violação do pedido da adstrição.

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