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Orientações: 1. Leia atentamente as questões antes de resolvê-las. A interpretação das questões faz parte da avaliação. 2. Escreva a resposta completa de cada questão de forma clara e objetiva. Não serão aceitas respostas sem o desenvolvimento e com rasuras. 3. Questões objetivas e discursivas que envolvam operações algébricas devem possuir a memória de cálculo na folha de respostas. 4. As questões devem ser respondidas somente à caneta azul ou preta. 5. Não utilizar calculadora do celular, smartphone, tablete e qualquer outro tipo de equipamento eletrônico portáteis, borracha e/ou corretivo. Apenas, calculadoras científicas ou financeiras poderão ser utilizadas e será proibido emprestá- los ao(s) colega(s). 6. É proibido consultar materiais de qualquer natureza durante a realização da prova 7. Sobre a cadeira, deverão estar os instrumentos para realizar a prova, os outros deverão ficar sob a cadeira ou dentro das bolsas. 8. Celular, smartphone e qualquer outro tipo de equipamento eletrônico portáteis deverão permanecer desligados e dentro das bolsas durante a realização da prova. 9. Será observada uma tolerância máxima de 30 minutos para a entrada dos alunos após o início da prova. Nesse período, nenhum aluno poderá deixar a sala. Terminada a prova, o aluno deverá entregar ao professor a folha de questões e a folha de respostas, devidamente identificadas. Boa prova! 1)Marcos pactuou com Anísio através de contrato devidamente registrado em cartório, que lhe emprestaria R$ 100.000,00 (cem mil reais) a ser pago em 100 (cem) parcelas de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais), a se vencerem a partir do dia 25 de janeiro de 2020. Acordaram ainda que, em caso de descumprimento, o devedor pagaria juros de 1% ao mês. Todavia, Anísio, em razão de dificuldades financeiras advindas da pandemia, Curso: Direito Disciplina: Direito Processual Civil IV Período: 8º Turma: Matutino Professor: Ana Ketsia B. M. Pinheiro Data da Aplicação: 05/10/2020 Avaliação AV1 Nota: Visto do Professor (a): Nome: FRANCISCO NICÁCIO DO NASCIMENTO – MATRÍCULA 201708322205 deixou de pagar a parcela vencida em 25 de maio e as subsequentes. Distinguindo inicialmente entre execução autônoma e cumprimento de sentença, explique o tipo de execução que é aplicável ao caso em tela e como ela se iniciará. O processo de execução está disciplinado a partir do art. 771, CPC e compreende a duas espécies, de maneira que são definidas quanto ao título que está sendo executado. Art. 771. Este Livro regula o procedimento da execução fundada em título extrajudicial, e suas disposições aplicam-se, também, no que couber, aos procedimentos especiais de execução, aos atos executivos realizados no procedimento de cumprimento de sentença, bem como aos efeitos de atos ou fatos processuais a que a lei atribuir força executiva. A execução que tem como fundamento um título extrajudicial é a execução de título extrajudicial. A execução cujo objeto é o título judicial é denominada cumprimento de sentença. A estrutura das duas espécies é o título. O credor precisa ter um título para executar em juízo exatamente o que determinar seu conteúdo. O título precisa ser líquido, com valor estipulado; certo e exigível, isto é, estar vencido e não houver sido pago. Dentro do processo de execução, não há previsão de defesa para o devedor. O meio de defesa do devedor se dá fora do processo de execução e por meio dos embargos do devedor. Esse empréstimo com contrato registrado em cartório poderá ser executado extrajudicialmente. Execução autônoma é aquela em que já há um título e poderá ser executada sem precisar de um processo de conhecimento, esta é a do caso em tela. Art. 700 CPC. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz: I - O pagamento de quantia em dinheiro; Execução por cumprimento de sentença é aquela onde há um processo e após a sentença que confirma a dívida, passa-se a executar sem precisar de um novo processo de execução. Anteriormente no CPC/73, era necessário um novo processo para a execução. No caso em tela, a execução será a autônoma, pois já existe um contrato, onde expressa de forma literal como deve ser cumprido o compromisso firmado, daí esse contrato é análogo a um título de crédito pré-existente. A dívida já existe e está descrita detalhadamente como será liquidada, sendo desnecessário passar por um processo de conhecimento da materialidade da coisa. 2) Em uma ação civil pública, fixada liminarmente na quantia de R$ 1.000,00 por dia, a multa prevista no artigo 11 da lei nº 7.347/85 foi reduzida em sede de agravo de instrumento para a quantia de R$ 100,00 por dia e ao final do processo de conhecimento, esgotados todos os recursos, o pedido foi julgado procedente e a multa diária foi fixada na quantia de R$ 500,00, porém limitada à importância máxima de R$ 500.000,00 , ou seja, mil dias. Pergunta-se: na hipótese de renitente inadimplemento da http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10646516/artigo-771-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73 obrigação específica pedida na inicial, qual dessas multas será objeto de liquidação para fins de cumprimento da sentença, considerando sua natureza jurídica? Considerando o que dispõe o art. 537 no caput e seus §§, a multa fixada(astreinte) não preclui não fazendo coisa julgada, por esse motivo, o valor da multa que deve ser considerado no caso em tela, será o de R$ 500,00 (quinhentos reais) por dia, o último imposto pelo magistrado. A limitação de valor imposta pelo Juiz é possível e está prevista em lei, devemos levar em conta que pode se dá pelo o princípio maior da equidade, que não permite o ganho de um, em detrimento de outro, sem uma causa que o justifique, evitando-se assim, o enriquecimento ilícito. O magistrado também observa o art. 805 do CPC, que dispõe sobre o princípio da menor onerosidade da execução, não permite que o Réu seja demasiadamente punido, mas tudo isto quem determina é o magistrado, já que este tem o poder para aplicar a sansão de maneira proporcional ao caso concreto, dentro das possibilidades que as partes apresentam. Caso o Executado queira, ele pode questionar esse valor a qualquer tempo, pois não preclui. 3) O bem adquirido em alienação fiduciária pode ser penhorado? E o adquirido em hipoteca? Qual o efeito da hasta pública sobre essas garantias? De acordo com decisão: “A 3.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região entendeu, ao julgar recurso proposto pela União, que o bem objeto de alienação fiduciária não pode ser objeto de penhora, pois o domínio da coisa já não pertence ao executado, mas a um terceiro, alheio à relação jurídico-tributária, visto que o bem passa a pertencer à esfera patrimonial do credor fiduciário.(Processo nº 0010840- 29.2009.4.01.3900 Fonte: Tribunal Regional Federal da 1ª Região).” Mas segundo o disposto no art. 848, inciso IV do CPC, esses mesmos bens, se não houver outros e, eles tendo valores que possam cobrir a dívida, poderão ser penhorados; quando possível será observado o princípio da menor onerosidade para o executado, art. 805 CPC. O art. 799 em seus incisos dispõe que o bem adquirido em hipoteca, poderá ser penhorado e, este mesmo entendimento já existia no art. 615, II do CPC/73 já revogado. É possível a penhora sobre este tipo de bem, desde que o credor hipotecário seja intimado para exercer o seu direito de preferência. Todavia, determina a intimação do credor hipotecário em razão do direito de preferência ao recebimento do crédito auferido com a venda do bem penhorado. Os bens imóveis hipotecados se mostram o meio adequado para conferir efetividade à prestação jurisdicional, uma vez que sendo realizadasdiligências para a localização de outros bens não forem encontrados, mas se esse bem for bem de família, não será possível de ser hipotecado. Os bens de família estão taxados na lei 8009/90. Os efeitos da hasta pública sobre essas garantias aqui no Brasil, busca atender ao direito do credor, aplicando o princípio da efetividade do processo, que encontra respaldo constitucional no art. 5º, incisos XXXV, LIV, LV e LXXVIII, da CF de 1988, bem como aparece expressamente positivada no novo Código de Processo de Civil (CPC), de 2015. O art. 835 do CPC em seus Incisos e os demais relacionados abaixo: Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios Art. 848. As partes poderão requerer a substituição da penhora se: I - Ela não obedecer à ordem legal; II - Ela não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial para o pagamento; III - havendo bens no foro da execução, outros tiverem sido penhorados; IV - Havendo bens livres, ela tiver recaído sobre bens já penhorados ou objeto de gravame; V - Ela incidir sobre bens de baixa liquidez; VI - Fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou VII - O executado não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer das indicações previstas em lei. Parágrafo único. A penhora pode ser substituída por fiança bancária ou por seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento. . 4) Explique o procedimento atual de execução provisória de sentença, conforme previsto no Código de Processo Civil atual, abordando as questões relativas ao modo pelo qual se processa, à sua iniciativa, à responsabilidade do exequente e às hipóteses em que a caução poderá ser dispensada. A execução provisória de sentença é processada por Petição proposta pelo exequente/credor da ação sendo por meio físico ou eletrônico. Se for físico deve-se preencher os requisitos expostos no art. 522 do CPC: Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo competente. Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal: I - Decisão exequenda; II - Certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; III - Procurações outorgadas pelas partes; IV - Decisão de habilitação, se for o caso; V-Facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do crédito. O credor tem total responsabilidade sobre a execução pois que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido. Com relação a caução, a mesma pode ser dispensada quando o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem; o credor demonstrar situação de necessidade; pender o agravo do art. 1.042; e ser a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice- presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos. 5) Fale sobre a tutela específica e substitutiva nas obrigações de fazer e de não fazer. Em outros termos, a tutela específica é a obtenção da conduta do próprio devedor, implicando em eficácia mandamental; já a produção do resultado prático equivalente associa-se a eficácia executiva lato sensu do provimento, ou seja, obrigação de fazer ou não fazer, já a tutela substitutiva é a conversão da obrigação em pecúnia. Também podemos dizer que a tutela Específica é o ato em que o Juízo impõe ao devedor proporcionar ao credor exatamente o mesmo bem/serviço que surgiu por vínculo obrigacional e deveria ter sido entregue ou restituído por meio voluntário. Já a tutela substitutiva, como o próprio nome já diz, é o ato de executar o equivalente econômico do que não foi cumprido pela Tutela Específica, substituindo a obrigação em pecúnia. Código de Processo Civil. Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
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