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MARCAS DE MORDIDAS


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MARCAS DE MORDIDA – ROTEIRO 
 
Área: Odontologia Legal 
Tema: Marcas de Mordida 
 
Etapas: 1º Registro 
2º Registro 
Comparação 
Técnica básica: Exame cuidadoso da lesão 
Medições 
Cotejos minuciosos 
 
ANÁLISE 
1. É uma mordedura? 
2. Esta mordida é humana ou animal? 
 
Características da Mordida Humana 
ZONAS (de fora para dentro): 
Equimose: em área difusa, mais ou menos intensa, limitando 
externamente a área, provocada pela pressão dos lábios. 
Escoriações ou lesões corto-contusas: marcas deixadas pelos dentes 
anteriores - incisivos e caninos, excepcionalmente pré-molares, 
ou pela superfície do palato, onde poderão ser observadas as 
características individuais dos dentes. 
Equimoses de sucção: provocadas pela língua ou pelo vácuo criado 
pelo agente. 
Forma circular ou elíptica: resultante da somatória dos arcos 
superior e inferior. 
Características das Marcas dos dentes 
Incisivos: retângulo alongado, para cada um; 
Caninos: forma triangular ou estrelada; 
Pré-molares e molares geralmente não deixam marcas, exceto em 
casos excepcionais. Nesses casos, as marcas têm forma de largos 
retângulos com pressões variadas em função das cúspides. 
 Observar a presença ou ausência de anomalias dentárias, más-
oclusões, etc. 
 As mordidas humanas são identificadas pelo tamanho das lesões 
produzidas e também pelo seu formato, apresentando características 
elíptica ou ovoide. Deve-se observar a distância entre os caninos 
dos maxilares que deverá medir entre 2,5cm e 4,5cm. 
 Se a medida for inferior a 3,0cm, provavelmente pertencerá 
a uma criança que possui dentição decídua. 
 
Características das Mordidas de Animais 
 São mais alongadas, tendo forma de “V“; 
 Nunca tem vestígios de sucção; 
 Maior profundidade das lesões pérfuro-contusas; 
 Maior profundidade das lesões produzidas pelos caninos; 
 Apresentam arrancamentos frequentes; 
 Exibem marcas dos diastemas, próprios e naturais, de cada 
espécie animal; 
 Muitos são homodontes. 
 
FOTOGRAFANDO MARCAS DE MORDIDA 
 Evitar distorções; 
 Manter o paralelismo entre o filme e a marca; 
 Incluir sempre uma escala ou régua milimetrada; 
 Fotografar com: Luz natural, flash, em cores e em preto e 
branco; 
 Começar sempre por tomadas “panorâmicas“; 
 Depois, centrar-se nos detalhes através de fotografias “em 
close”; 
 Tirar fotografias em dias sucessivos, principalmente entre 
o 3º e o 5º dias. 
 
COLETA DE SALIVA 
Para estudo genético-molecular: 
 Estudo do grupo sanguíneo do agressor (Sistema ABO- em 
torno de 80 % da população); 
 Pesquisa de amilase salivar em torno da lesão, o que 
confirmará tratar-se de uma mordida; 
 Identificação do DNA, o qual é extraído a partir das 
células orais do agressor que existem na saliva em torno 
da lesão e multiplicado através da técnica da PCR; 
 Antes dos curativos colher o máximo possível de células 
orais vindas na saliva em virtude de serem perecíveis; 
 
Para melhores resultados, utilizar dois cotonetes (Swabs) 
sucessivos: 
 O primeiro cotonete umedecido em água destilada, fazendo-o 
girar em toda a região e deixando-o, depois, secar ao ar; 
 O segundo cotonete seco, passando-o na mesma área em que 
passou o primeiro; 
 Colocar ambos os cotonetes, sem contato manual, em 
envelopes de papel secos e encaminhá-los ao laboratório; 
 Enviar ao laboratório que pesquisa o DNA uma pequena 
amostra de sangue da vítima. Esta amostra é importante 
para estabelecer o perfil de DNA da vítima, uma vez que 
suas células cutâneas ou sanguíneas (quando houve 
sangramento) poderão contaminar a saliva retirada pelos 
cotonetes. 
 
MOLDAGEM DA MORDIDA 
 Nas lesões na superfície cutânea pode-se optar por 
materiais de moldagem de alta precisão, como o silicone de 
adição, por exemplo; 
 Tomada de presa; 
 Reforço com gesso ou malha metálica; 
 Vazar gesso; 
 Pode dissecar-se a pele na área da mordida ou fazer uma 
retirada, em bloco, seguida de fixação pelo formol 
tamponado; 
 Antes da retirada “em bloco”, se faz, em volta da lesão, 
um aro usando cera ou plástico, que poderá ser mantido em 
posição com 4 a 6 pontos de sutura na pele; 
 Dentro dessa retenção poderá ser distribuído o material de 
moldagem e, após a presa, a peça inteira deve ser retirada 
e fixada, como indicado, para seu exame posterior, no 
laboratório. 
 
Em alimentos (frutas, queijos etc.): 
 Conservá-los em sacos de plástico herméticos, no 
refrigerador a 4 ºC ( após ter colhido a saliva); 
 Fotografar; 
 Tomada de impressões das mordidas sobre o objeto 
inanimado, com material de moldagem de precisão (Ex: 
silicone). 
 
 
 
 
 
Para conservação por longo tempo: 
Imersão em mistura fixadora contendo: 
formol a 40 %........................... 5 ml 
ácido acético glacial ................ 5 ml 
álcool a 70 % ........................... 90 ml 
 
COLETA DE AMOSTRAS DO SUSPEITO 
 Mordidas em lâmina de cera; 
 Moldagem dos arcos dentários, superior e inferior; 
 Coleta de saliva ou de células da mucosa oral; 
 Coleta de sangue; 
 Montagem dos modelos em articulador, verificando se a 
mordida na cera se adapta aos mesmos. 
 
COMPARAÇÃO 
 Análise métrica da mordida na vítima 
 Associação e comparação da formas da lesão com a forma dos 
dentes do(s) suspeito(s). 
 Sobre as fotografias que têm a régua graduada, os moldes 
ou modelos e as mordidas em cera. 
Analisar: 
 Medida da largura e comprimento de cada dente; 
 Avaliação do tamanho comparativo dos dentes; 
 Distância entre as peças dentárias e o tamanho geral das 
arcos; 
 Comparação física da forma da lesão com a dos dentes do 
suspeito; 
 Orientação da marca, diferenciando a parte do arco 
superior daquela do arco inferior; 
 Análise das rotações dentárias; 
 Verificação das posições relativas de cada peça no 
respectivo arco; 
 Registro de: ausência de dentes, distância entre os 
dentes, curvatura dos arcos, outras características como 
fraturas, restaurações, etc. 
 
 
 
 
 Os peritos podem chegar a diversos níveis de conclusão: 
Identificação positiva: o suspeito é identificado por diversos 
métodos e critérios utilizados pelos peritos. Outros especialistas 
com experiencias semelhantes, após análise, podem afirmar com o 
mesmo grau de certeza. 
Identificação negativa: exclusão, existem discrepâncias entre a 
impressão e a dentadura do suspeito que excluem a possibilidade 
de o suspeito ter feito a mordida. 
Dados insuficientes para avaliação – inconclusivo: existem 
insuficientes detalhes ou evidências que levem a uma conclusão 
precisa da ligação entre a dentição do suspeito e a marca da 
mordida. 
 O peso dado para uma conclusão no tribunal é baseado no 
número de características observadas na impressão. O número de 
pontos coincidentes necessários para comprovar a ligação de um 
suspeito com a impressão dentária varia de caso para caso. 
 O perito deve expressar os resultados da forma mais clara 
possível. 
 
Considerações: 
 Pode ocorrer ausência de reconhecimento das mordidas durante 
a perinecroscopia; 
 Um fator importante a ser considerado é a alteração das 
lesões com o tempo; 
 Os padrões das mordidas são bastante variáveis (ação entre 
dois instrumentos móveis: os arcos dentais e a pele (o corpo 
da vítima); 
 A pele não é um suporte adequado para conservar as marcas de 
mordida, nem para facilitar a coleta de impressões. 
 Desta forma, o reconhecimento rápido das mordidas, uma boa 
técnica de coleta das impressões e uma avaliação minuciosa de 
todas as evidências disponíveis, serão elementos imprescindíveis 
para minimizar as divergências.