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HISTÓRIA DA ARTE_DA PRÉ-HISTÓRIA À MODERNIDADE (1)

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Prévia do material em texto

v 
 
 
História da Arte: 
da pré-história à 
modernidade 
HISTÓRIA DA ARTE I 
HISTÓRIA DA ARTE 
UNIVERSAL 
 
 
vi 
 
 
vii 
 
SONIA LENI CHAMON PARDIM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HISTÓRIA DA ARTE: 
da pré-história à modernidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2014 
viii 
 
 
 
Copyright©2014.Universidade de Taubaté. 
Todos os direitos dessa edição reservados à Universidade de Taubaté. Nenhuma parte desta publicação pode ser 
reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização desta Universidade. 
Administração Superior 
Reitor Prof.Dr. José Rui Camargo 
Vice-reitor Prof.Dr. Marcos Roberto Furlan 
Pró-reitor de Administração Prof.Dr.Francisco José Grandinetti 
Pró-reitor de Economia e Finanças Prof.Dr.Luciano Ricardo Marcondes da Silva 
Pró-reitora Estudantil Profa.Dra.Nara Lúcia Perondi Fortes 
Pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias Prof.Dr. José Felício GoussainMurade 
Pró-reitora de Graduação Profa.Dra.Ana Júlia Urias dos Santos Araújo 
Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação Prof.Dr.Edson Aparecida de Araújo Querido Oliveira 
Coordenação Geral EaD Profa.Dra.Patrícia Ortiz Monteiro 
Coordenação Acadêmica Profa.Ma.Rosana Giovanni Pires 
Coordenação Pedagógica Profa.Dra.Ana Maria dos Reis Taino 
Coordenação Tecnológica Profa. Ma. Susana Aparecida da Veiga 
Coordenação de Mídias Impressas e Digitais Profa.Ma.Isabel Rosângela dos Santos Ferreira 
Coord. de Área: Ciências da Nat. e Matemática Profa. Ma. Maria Cristina Prado Vasques 
Coord. de Área: Ciências Humanas Profa. Ma. Fabrina Moreira Silva 
Coord. de Área: Linguagens e Códigos Profa. Dra. Juliana Marcondes Bussolotti 
Coord. de Curso de Pedagogia 
Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Gestão e Negócios 
Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Recursos Naturais 
Revisão ortográfica-textual 
Projeto Gráfico e e Diagramação 
Autor 
 Profa. Dra. Ana Maria dos Reis Taino 
Profa. Ma. Márcia Regina de Oliveira 
Profa. Dra. Lídia Maria Ruv Carelli Barreto 
Profa. Ma. Isabel Rosângela dos Santos Ferreira 
Me.Benedito Fulvio Manfredini 
Sonia Leni Chamon Pardim 
Unitau-Reitoria Rua Quatro de Março,432-Centro 
Taubaté – São Paulo CEP:12.020-270 
Central de Atendimento:0800557255 
Polo Taubaté 
 
 
 
Polo Ubatuba 
 
 
 
Polo São José dos Campos 
 Avenida Marechal Deodoro, 605–Jardim Santa Clara 
Taubaté–São Paulo CEP:12.080-000 
Telefones: Coordenação Geral: (12)3621-1530 
Secretaria: (12)3625-4280 
Av. Castro Alves, 392 – Itaguá – CEP: 11680-000 
Tel.: 0800 883 0697 
e-mail: nead@unitau.br 
Horário de atendimento: 13h às 17h / 18h às 22h 
Av Alfredo Ignácio Nogueira Penido, 678 
Parque Residencial Jardim Aquarius 
Tel.: 0800 883 0697 
e-mail: nead@unitau.br 
Horário de atendimento: 8h às 22h 
 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pelo SIBi 
Sistema Integrado de Bibliotecas/UNITAU 
P226h Pardim, Sonia Leni Chamon 
História da Arte: da Pré-história à modernidade / Sonia Leni Chamon Pardim. 
Taubaté: UNITAU, 2014. 
104p. : il. 
 
ISBN: 978-85-62326-26-4 
Bibliografia 
 
1. Arte. 2. História da arte. 3. Arte universal. I. Universidade de Taubaté. II. Título. 
III. Título 
 
ix 
 
 
 
x 
 
PALAVRA DO REITOR 
Palavra do Reitor 
 
 
Toda forma de estudo, para que possa dar certo, 
carece de relações saudáveis, tanto de ordem 
afetiva quanto produtiva. Também, de 
estímulos e valorização. Por essa razão, 
devemos tirar o máximo proveito das práticas 
educativas, visto se apresentarem como 
máxima referência frente às mais diversificadas 
atividades humanas. Afinal, a obtenção de 
conhecimentos é o nosso diferencial de 
conquista frente a universo tão competitivo. 
 
Pensando nisso, idealizamos o presente livro-
texto, que aborda conteúdo significativo e 
coerente à sua formação acadêmica e ao seu 
desenvolvimento social. Cuidadosamente 
redigido e ilustrado, sob a supervisão de 
doutores e mestres, o resultado aqui 
apresentado visa, essencialmente, a orientações 
de ordem prático-formativa. 
 
Cientes de que pretendemos construir 
conhecimentos que se intercalem na tríade 
Graduação, Pesquisa e Extensão, sempre de 
forma responsável, porque planejados com 
seriedade e pautados no respeito, temos a 
certeza de que o presente estudo lhe será de 
grande valia. 
 
Portanto, desejamos a você, aluno, proveitosa 
leitura. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
Prof. Dr. José Rui Camargo 
Reitor 
 
 
 
xi 
 
Apresentação 
 
 
Neste livro-texto estudaremos a História da Arte da humanidade. Seus contextos 
históricos, os diferentes estilos, alguns artistas e as obras mais marcantes. Nas diversas 
possibilidades de abordagens que a arte dispõe, optamos pela cronológica; assim, 
começaremos pelos primórdios, quando a arte era uma das ferramentas de sobrevivência 
dos nossos ancestrais, e chegaremos até a atualidade, quando o homem torna-se possuidor 
de todo o instrumental e os conhecimentos acumulados no decorrer de tantos milênios. 
Mostraremos que não é possível estudar a arte sem incluí-la na complexidade de seu 
momento histórico – não existe transformação social, econômica, religiosa ou ética que 
não tenha sido acompanhada por mudanças estéticas. 
Veremos que o conjunto de procedimentos artísticos de uma época é chamado de estilo e 
que existem características gerais que o definem. Portanto, conhecer e identificar essas 
características são fundamentais para qualquer apaixonado por arte, mas é ainda mais 
essencial para quem pretende produzi-la A análise dos estilos artísticos não só amplia os 
repertórios individuais, como também nos abre a possibilidade de dialogarmos 
diretamente com os grandes mestres. 
Bons estudos! 
Sonia Leni Chamon Pardim 
 
 
xii 
 
 
xiii 
 
Sobre a autora 
 
 
SONIA L. C. PARDIM é artista plástica, pesquisadora, arte-educadora e professora 
universitária. Mestre em História da Arte pelo Instituto de Artes da UNICAMP. 
Especialista em Semiótica e Comunicação para a Educação pela Escola de Comunicação 
e Arte da USP. Licenciada em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xiv 
 
 
xv 
 
Caros(as) alunos(as), 
Caros( as) alunos( as) 
O Programa de Educação a Distância (EAD) da Universidade de Taubaté apresenta-se 
como espaço acadêmico de encontros virtuais e presenciais direcionados aos mais 
diversos saberes. Além de avançada tecnologia de informação e comunicação, conta com 
profissionais capacitados e se apoia em base sólida, que advém da grande experiência 
adquirida no campo acadêmico, tanto na graduação como na pós-graduação, ao longo de 
mais de 35 anos de História e Tradição. 
Nossa proposta se pauta na fusão do ensino a distância e do contato humano-presencial. 
Para tanto, apresenta-se em três momentos de formação: presenciais, livros-texto e Web 
interativa. Conduzem esta proposta professores/orientadores qualificados em educação a 
distância, apoiados por livros-texto produzidos por uma equipe de profissionais preparada 
especificamente para este fim, e por conteúdo presente em salas virtuais. 
A estrutura interna dos livros-texto é formada por unidades que desenvolvem os temas e 
subtemas definidos nas ementas disciplinares aprovadas para os diversos cursos. Como 
subsidio ao aluno, durante todo o processo ensino-aprendizagem, além de textos e 
atividades aplicadas, cada livro-texto apresenta sínteses das unidades, dicas de leituras e 
indicação de filmes, programas televisivos e sites, todos complementares ao conteúdo 
estudado. 
Os momentos virtuais ocorrem sob a orientação de professores específicos da Web. Para 
a resolução dos exercícios, como para as comunicações diversas, os alunos dispõem de 
blog, fórum, diários e outras ferramentas tecnológicas. Em curso, poderão ser criados 
ainda outros recursos que facilitem a comunicaçãoe a aprendizagem. 
Esperamos, caros alunos, que o presente material e outros recursos colocados à sua 
disposição possam conduzi-los a novos conhecimentos, porque vocês são os principais 
atores desta formação. 
Para todos, os nossos desejos de sucesso! 
Equipe EAD-UNITAU 
xvi 
 
 
xvii 
 
Sumário 
 
Palavra do Reitor .............................................................................................................. x 
Apresentação ................................................................................................................... xi 
Sobre a autora ................................................................................................................ xiii 
Caros(as) alunos(as) ....................................................................................................... xv 
Ementa .............................................................................................................................. 1 
Objetivos ........................................................................................................................... 3 
Introdução ......................................................................................................................... 4 
Unidade 1. Primórdios do Tempo.................................................................................... 6 
1.1 O Tempo e a Arte ....................................................................................................... 6 
1.1.1 A Arte no Tempo: Quadro Cronológico da Arte Ocidental .................................... 7 
1.1.2 Um tempo para a Arte – conceitos fundamentais .................................................... 8 
1.2 Arte Pré-histórica ...................................................................................................... 10 
1.2.1 Arte Paleolítica ...................................................................................................... 11 
1.2.3 Arte Neolítica ........................................................................................................ 14 
1.2.3.1 - Arquitetura Neolítica ........................................................................................ 14 
1.4 Síntese da Unidade ................................................................................................... 15 
1.5 Atividades ................................................................................................................. 16 
1.6 Para saber mais ......................................................................................................... 16 
Unidade 2. Construção da civilização ........................................................................... 20 
2.1 A Arte Egípcia .......................................................................................................... 20 
2.1.1 A Arte Egípcia ....................................................................................................... 21 
2.1.1.1 Obras para a eternidade ...................................................................................... 21 
2.2 A Arte Grega ............................................................................................................ 25 
2.2.1 Arquitetura Grega .................................................................................................. 26 
2.2.2 Escultura grega ...................................................................................................... 30 
2.2.3 Cerâmica ................................................................................................................ 32 
2.3 A Arte Romana e Paleocristã.................................................................................... 32 
2.3.1 - Arte Romana ....................................................................................................... 33 
2.3.1.1 A Escultura Romana ........................................................................................... 33 
2.3.1.2 Arquitetura Romana ........................................................................................... 34 
xviii 
 
2.3.1.3 As Representações Bidimensionais Romanas ................................................... 35 
2.3.2 Arte Paleocristã..................................................................................................... 35 
2.4 Síntese da Unidade ................................................................................................... 36 
2.5 Atividades ................................................................................................................. 37 
2.6 Para saber mais ......................................................................................................... 38 
Unidade 3. Espírito sobre a matéria – A arte medieval .................................................. 40 
3.1 A Arte dos Povos Bárbaros ...................................................................................... 40 
3.1.1 A Arte Bárbara...................................................................................................... 41 
3.2 A Arte Bizantina ....................................................................................................... 41 
3.2.1 Arquitetura e Artes Decorativas ............................................................................ 42 
3.3 A Alta Idade Média – Arte Românica ...................................................................... 44 
3.4 A Baixa Idade Média – Arte Gótica ......................................................................... 46 
3.5 Síntese da Unidade ................................................................................................... 49 
3.6 Atividades ................................................................................................................. 49 
3.7 Para saber mais ......................................................................................................... 50 
Unidade 4. Razão x Emoção – Representações da Realidade ........................................ 53 
4.1 Renascimento e Maneirismo .................................................................................... 53 
4.1.1 Il Quattocento – Protorenascimento ...................................................................... 54 
4.1.2 Il Cinquecento – O Renascimento Pleno ............................................................... 56 
4.1.2 O Maneirismo ........................................................................................................ 59 
4.2 Barroco e Rococó ..................................................................................................... 60 
4.2.1 O Barroco Católico ................................................................................................ 61 
4.2.2 Barroco Protestante................................................................................................ 64 
4.2.3 Barroco Classicista ................................................................................................ 65 
4.2.4 O Rococó ............................................................................................................... 65 
4.3 Síntese da Unidade ................................................................................................... 66 
4.4 Atividades ................................................................................................................ 67 
4.5 Para saber mais ......................................................................................................... 69 
Unidade 5. Tradição e ruptura – o processo da modernidade ........................................ 71 
5.1 Neoclassicismo e Romantismo ................................................................................. 71 
5.1.1 Neoclassicismo ...................................................................................................... 72 
5.1.2 Romantismo ...........................................................................................................74 
xix 
 
5.2 Realismo e Impressionismo ...................................................................................... 77 
5.2.1 O Realismo ............................................................................................................ 77 
5.2.2 O Impressionismo .................................................................................................. 78 
5.3 Pós-Impressionismo ................................................................................................. 81 
5.5 Síntese da Unidade ................................................................................................... 83 
5.6 Atividades ................................................................................................................ 84 
5.7 Para saber mais ......................................................................................................... 84 
Unidade 6 - O invisível torna-se visível ......................................................................... 86 
6.1 O Expressionismo e o Fauvismo ............................................................................. 87 
6.1.1 A Arte Expressionista ............................................................................................ 88 
6.1.2 O Fauvismo ........................................................................................................... 89 
6.2 O Cubismo, Futurismo e Abstrações Geométricas ................................................... 90 
6.2.1 O Cubismo ............................................................................................................. 91 
6.2.2 O Futurismo ........................................................................................................... 92 
6.2.3 Abstrações Geométricas ........................................................................................ 93 
6.2.3.1 Suprematismo ..................................................................................................... 93 
6.2.3.2 Construtivismo ................................................................................................... 95 
6.2.3.3 Neoplasticismo- De Stijl ..................................................................................... 96 
6.3 - Dadaísmo e Surrealismo......................................................................................... 96 
6.3.1 Dadaísmo ............................................................................................................... 97 
6.3.2 Surrealismo ............................................................................................................ 98 
6.4 As Novas Linguagens Contemporâneas ................................................................. 100 
6.5 Síntese da Unidade ................................................................................................. 101 
6.6 Atividades .............................................................................................................. 101 
6.7 Para saber mais ...................................................................................................... 102 
Referências ................................................................................................................... 106 
 
 
xx 
 
 
 
 
 
1 
 
 
HISTÓRIA DA ARTE I 
HISTÓRIA DA ARTE 
UNIVERSAL 
 
 
 
 
Ementa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMENTA 
 
 
Elementos e conceitos básicos para a compreensão do fenômeno 
artístico no contexto cultural dos diferentes períodos históricos. 
Relações interdisciplinares entre Arte, Homem, Tempo. Visão 
panorâmica das manifestações artísticas do ocidente, 
compreendendo os períodos da Pré-história aos movimentos 
artísticos do século XX. 
 
 
ORGANIZE-SE!!! 
Você deverá usar de 3 
a 4 horas para realizar 
cada Unidade. 
 
 
 
2 
 
Objetivo Geral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Conhecer e compreender como os conceitos básicos em Artes e suas principais 
manifestações são fundamentais para a docência em Artes Visuais. 
 
 
Obj etivos 
Objetivos Específicos 
• Refletir sobre as manifestações culturais e artísticas do ocidente desde a Pré-História até o século 
XX. 
• Compreender os diferentes estilos artísticos, seus contextos e características. 
• Analisar as relações entre a Arte, o Homem e o Tempo. 
• Conhecer alguns dos artistas que marcaram época e analisar suas respectivas 
obras de arte. 
 
 
 
 
4 
 
Introdução 
 
 
 
 
A História da Arte reflete o Homem em seus conceitos e ideais, a sociedade e a ética. 
Estudar a arte é estudar o percurso humano ao longo dos milênios e as respostas estéticas 
ao seu contexto. 
Neste livro-texto estudaremos as modificações artísticas empreendidas pelo homem nas 
linguagens plásticas e arquitetônicas. Estas linguagens apresentam-se na forma visual e a 
análise da forma e suas transformações é o assunto base deste módulo. 
Na primeira Unidade, introduziremos a questão do Tempo – como se desenvolve a 
cronologia e as principais datações. Uma breve introdução à leitura da obra de arte, 
também é assunto desta Unidade – quais os elementos chave a que devemos nos ater aos 
observar uma obra? Finalmente, analisaremos a produção artística do homem pré-
histórico. 
Na Unidade 2, estudaremos a arte dos diversos povos da antiguidade – são alguns 
milênios e uma ampla diversidade de manifestações que deram as bases do que somos 
hoje em dia. 
A Idade Média, e seu milênio voltado a Deus, é o período a ser analisado na Unidade 3. 
A Unidade 4 tratará da arte da renascença e do barroco, sem nos esquecermos dos estilos 
maneirista e rococó, que nos fazem compreender as modificações estilísticas. 
Os séculos XVIII e XIX são os assuntos da Unidade 5, do racionalismo do 
Neoclassicismo à extrema emoção do Romantismo. Aqui iniciamos o conceito de Arte 
Moderna. 
A Unidade 6 tratará do século XX e introduzirá conceitos do século XXI, quando muitas 
das vanguardas artísticas serão estudadas, assim como as novas técnicas e os caminhos 
da arte. É um período de difícil estudo e muitas dúvidas, mas também muitas respostas – 
afinal, esses artistas falaram sobre nós e nosso tempo. Sendo assim, temos muito a 
aprender... 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 1 
 
 
 
6 
 
Unidade 1 . Primórdios do Tempo 
 
 
A Arte nasce com o Homem, como instrumento de preservação e identidade. Segmento 
estético da Cultura, a Arte surge impregnada da magia dos primeiros rituais – magia que 
permanece, resistindo ao tempo e à tecnologia ou, talvez, intensificando-se com esta. Ao 
estudarmos a produção artística dos primeiros Homo Sapiens, cai por terra qualquer 
conceito de evolução nas artes – elas apenas se modificam, adequando-se a novos 
contextos ou ajudando a criá-los. 
Veremos, assim, nesta Unidade, questões ligadas aos conceitos fundamentais da Arte, 
suas origens pré-históricas, suas características intrínsecas, suas modificações ao longo 
do tempo. Esse Tempo ambíguo, sinuoso e surpreendente, o qual nos convida a viagens 
milenares, eterniza momentos e pessoas, e ainda evoca o Futuro, estabelecendo a nossa 
identidade – como os primeiros Homo Sapiens. 
 
 
1.1 O Tempo e a Arte 
Ao optarmos por uma análise cronológica da História da Arte, fazemos uma escolha 
difícil – muitas vezes a arte não cabe neste Tempo linear estabelecido por teóricos, não 
respeita medidas e nem padrão, esnoba movimentos e períodos específicos. No decorrer 
deste livro-texto, teremos diversas demonstrações da autonomia da arte em relação às 
normas históricas. 
O Renascimento, por exemplo, cuja data marco é 1453 (ano da tomada de Constantinopla 
pelos turcos otomanos), inicia-se para as artes em 1401, com o concurso para as portas 
do Batistério de Florença, ou ainda 1416, ano em que Brunelleschi realiza o projeto do 
zimbório da Catedral de Santa Maria dell Fiore, estabelecendoum novo método 
construtivo. Ou a Pré-História, a qual deveria se findar em 3.500 a.C., porém persiste 
bravamente no decorrer dos séculos pelos povos não detentores de escrita. 
 
 
 
7 
 
Essas divergências temporais podem parecer um problema – principalmente se tentamos 
memorizar datas como marcos estanque da História – mas na realidade nos possibilita 
uma abrangência reflexiva. É muito instigante quando percebemos que datas, séculos e 
períodos são apenas facilitadores que nos situam no espaço temporal, esta entidade tão 
abstrata. Ou nem tanto assim... 
Os gregos antigos chamavam de Khrónos o Tempo e de Krónos o Titã, Saturno para os 
romanos. Apesar de a etimologia distinguir os dois termos, ambos ligam-se à 
personificação mítica do tempo. Filho do Céu e da Terra, Krónos, com uma foice mutilou 
o pai, tomando o poder entre os deuses. Desposando Cibele, sua irmã, passou a devorar 
cada filho gerado, por medo de ter seu poder usurpado. 
O último bebê, Zeus, foi escondido pela mãe, e ficou aos 
cuidados das ninfas da floresta, até que, adulto, 
enfrentou o próprio pai, tornando-se o soberano dos 
deuses (FRANCHINI e SEGANFREDO, 2007). 
 
Quando Goya pinta o seu Saturno devorando o filho 
(fig.1.1), remete simbolicamente à loucura humana, 
responsável pela opressão e guerras em seu país. 
Porém, no contexto desta Unidade, é o lembrete de 
nossa condição humana, filha do Tempo, que 
ininterrupta e impiedosamente é devorada por seu 
mentor. Sem perda de tempo, vamos ao próximo 
tópico! 
 
1.1.1 A Arte no Tempo: Quadro Cronológico da Arte Ocidental 
A noção de História, como registro de fatos marcantes, é relativamente recente. A 
Antiguidade nos legou poucos relatos históricos. Heródoto, autor grego, teria sido o 
iniciador da História, sendo seguido por outros até o final da Roma antiga. O homem 
medieval não se considerava agente da história, esta estaria nas mãos de Deus. 
 
Figura 1.1 - Goya: Saturno 
devorando o filho. 1819-1823. 
Museu do Prado (Madri) 
Fonte: http://cvc.cervantes.es/ 
img/citas_claroscuro/goya13.jpg 
Acesso em: 10 jan. 2010 
 
 
 
8 
 
Será com Vasari, no Maneirismo (séc. XVI), que temos o início efetivo da História da 
Arte, com o seu Vitae (compêndio sobre as principais personalidades artísticas de seu 
tempo). Será no Iluminismo, no século XVIII, que a História da Arte é revista com 
método e conceituações, dando origem à Crítica de Arte. Termos que foram cunhados 
nesta época e que, mesmo com forte tendenciosidade (ou mesmo preconceito) 
continuam a ser empregados hoje em dia e tornaram-se lugares-comuns. 
Levando-se em conta as ressalvas já feitas sobre as limitações impostas pela análise 
cronológica da Arte, vale à pena conhecer as divisões clássicas da História da Arte, 
subdivididas em Idades e estabelecidas por datas-marco. Eis um Quadro Cronológico 
simplificado da Arte Ocidental: 
 
 Pré-História Idade Antiga Idade Média Idade Moderna Idade Contemporânea 
*Paleolítico 
*Neolítico 
*Idade dos Metais 
*Mesopotâmia 
*Egito 
*Grécia 
*Roma 
*Arte 
*Paleocristã 
*Arte dos 
Bárbaros 
*Arte Bizantina 
*Arte 
 Carolíngia 
*Arte Românica 
*Arte Gótica 
*Renascimento 
*Maneirismo 
*Barroco 
*Rococó 
*Neoclassicismo 
*Romantismo 
*Realismo 
*Impressionismo 
*Pós Impressionismo 
*Arte Moderna1 
*Arte Contemporânea2 
 
 
 
 
1.1.2 Um tempo para a Arte – conceitos fundamentais 
Para entendermos as modificações artísticas ao longo da História e apreciarmos cada obra 
de arte, é preciso conhecer os seus elementos formadores, seus suportes e suas linguagens, 
tornando-a legível em sua visualidade. 
 
1 Entenda-se os movimentos artísticos: Art Nouveau, Expressionismo, Expressionismo Alemão, Fauvismo, Cubismo, Futurismo, 
Suprematismo, Construtivismo, De Stijl, Bauhaus (escola e diretriz), Escola de Paris, Dadaísmo, Surrealismo, entre outros. 
2 Entenda-se os movimentos artísticos: Expressionismo Abstrato, Pop Art, Hiperrealismo, Op Art, Arte Cinética, Arte Povera,, Arte 
Conceitual, Earth Art, Transvanguarda, Minimalismo, Body Art, entre outros. Entenda-se, também, novas linguagens artísticas: 
instalação, intervenção, assemblage, objeto, performance, multimídias. 
 476 d. C. c. 3.500 a. C. 1453 1789 
Invenção da 
escrita 
Queda do 
Império 
Romano 
Tomada de 
Constantinopla 
Revolução 
Francesa 
 
 
 
9 
 
O conceito de forma aproxima-se da essência do ser, ligando-se ao conceito de techne – 
capacidade de construção e manifestação de conhecimento inerente da coisa em si 
(READ, 1981). Nas Artes Plásticas (noção de techne), os elementos formadores da 
visualidade são: Ponto, Linha, Textura, Volume, Espaço, Cor. Com estes elementos o 
artista cria a sua Composição Visual. 
A História da Arte pode ser vista como a história das modificações visuais ocorridas nas 
obras de arte. Os teóricos que seguem esta linha são chamados de Formalistas. Ao 
conjunto de assuntos que o artista utiliza para formular sua obra, ou ainda, à narrativa 
visual sobre a qual a obra de arte discorre, dá-se o nome de tema. 
Podemos citar: 
• Tema Histórico ou Heroico – O mais valorizado dos temas, entre os séculos 
XVIII e XIX, é considerado a somatória de todos os temas (retrato, paisagem etc.). 
Considerando o tema como algo genérico e assunto como o motivo singular, podemos 
exemplificar O Grito do Ipiranga, de Pedro Américo, como tema Histórico (e Heroico 
por suas características românticas – mas isto iremos analisar mais para frente) e o ato da 
independência brasileira como assunto. 
• Tema Bíblico ou Religioso – Cenas extraídas das narrativas bíblicas ou com 
referência às imagens religiosas (cristãs ou não). 
• Tema Mitológico - Normalmente ligado à mitologia clássica greco-romana, suas 
narrativas, divindades e referências. 
• Retrato – Reporta-se a alguém que existiu, mesmo que idealizado. Os retratos 
anônimos ou “de” anônimos também são utilizados – porém têm forte carga simbólica, 
fazendo referência a uma classe ou a um tipo de indivíduos. 
• Paisagem – normalmente representa os grandes ambientes externos. A palavra 
inglesa landscape nos dá a noção do panorama, a qual se liga à paisagem. 
 
 
 
10 
 
• Natureza Morta – Refere-se às coisas inanimadas. Tem, na tradição pictórica, o 
costume de ser objetos, frutas, flores ou animais, compostos sobre um apoio (mesas, 
parapeitos, ou outros) em um local fechado. 
• Pintura de Gênero – Cena do cotidiano, normalmente enfatizando uma ação 
comum. Um dos grandes mestres da pintura desse gênero é o barroco Vermeer. 
• Abstração – Não necessariamente visto como um tema em seu sentido narrativo, 
mas visualidade que não busca a representação do mundo real; é extremamente antigo 
(como as imagens estilizadas do Neolítico) e atual (a partir da Der Blauer Reiter, alemã). 
Pode ser geométrico (linearidade retilínea e formas extraídas da geometria) ou informal 
(apresenta a gestualidade do artista, de forma expressiva). 
Vamos finalizar este tópico, expondo rapidamente as principais linguagens artísticas que 
serão abordadas ao longo deste livro-texto. Primeiramente, temos as Artes Plásticas, que 
como foi citado, liga-se ao conceito grego de techne. É a forma visual que responde por 
si própria, compreende várias linguagens em si, como desenho, pintura, gravura, 
colagem relevo, entalhe, escultura; e as novas linguagens contemporâneas, como 
objeto, múltiplos, instalação, intervenção, assemblages, performance, multimídias e 
outras. Estas últimas analisaremos na última Unidade. 
Estudaremos, também, um pouco da Arquitetura que acompanha as Artes Plásticas estilo 
por estilo, muitas vezes antecipando-as. Este livro-texto ficaria realmente interessante (e 
imenso!) se abordasse todas as linguagens artísticas, como Dança, Teatro, Música, 
Literatura e Cinema. Na impossibilidade de tal empreendimento, ficarão algumas dicas 
e inserções para dimensionarmosa grandeza e o gigantismo da Arte. 
 
1.2 Arte Pré-histórica 
A Pré-história não apresenta nenhum documento escrito, pois é exatamente a época 
anterior à escrita. Tudo o que sabemos ou conjeturamos sobre os homens que viveram 
naquele tempo é resultado de pesquisas, análise comparada e reflexão de antropólogos e 
 
 
 
11 
 
historiadores, e de estudos da moderna ciência arqueológica, que reconstituíram a cultura 
do homem a partir de seus resíduos materiais. 
As primeiras inserções humanas no meio natural, como seixos e pedras desbastados ou 
talhados, datam de aproximadamente 400.000 a.C. As mais antigas pinturas rupestres 
pertencem ao Paleolítico Final, cerca de 30.000 a.C (JANSON, 1977). 
Sobre o período, escreve Gombrich3: 
Chamamos a estes povos ‘primitivos’ não porque sejam mais simples 
do que nós (...) mas por estarem mais próximos do estado donde, em 
dado momento, emergiu toda a humanidade. Entre estes primitivos não 
há diferença entre edificar e fazer imagens, no que se refere à utilidade. 
Suas cabanas existem para abrigá-los da chuva, sol e vento, e para os 
espíritos que geram tais eventos; as imagens são feitas para protegê-los 
contra outros poderes que, para eles, são tão reais quanto as forças da 
natureza. Pinturas e estátuas, por outras palavras, são usadas para 
realizar trabalhos de magia (GOMBRICH, 1983, p. 20). 
Toda a arte rupestre teve forte cunho mágico de caráter propiciatório, principalmente no 
período Paleolítico, quando os desenhos naturalistas eram protagonistas de rituais. A 
estilização do desenho, no período Neolítico, indica uma minimização da magia, ou 
transformação do processo propiciatório em registros e comunicação. 
1.2.1 Arte Paleolítica 
Os primeiro registros humanos de que temos notícias são mãos em negativo espalmadas 
sobre paredes de cavernas. Assim como crianças pequenas desenham sua própria mão 
(quem não se lembra?), usando-a como molde sobre o papel, em uma bela simbologia de 
constatação de seu eu, os hominídeos deixaram sua marca, identidade, posse, 
reconhecimento como ser vivente, produtor de cultura (fig. 1.2). 
 
3 GOMBRICH,E.H. A História da Arte (Terceira edição). Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1983. p. 20 
 
 
 
12 
 
A pintura rupestre paleolítica caracteriza-se 
por ser figurativa, ou mais exatamente 
naturalista. É o registro da impressão visual 
imediata, livre de qualquer restrição intelectual 
ou apuro compositivo. Os animais são 
retratados em seu instante perceptivo, em um 
flagrante de movimento só atingido pela 
pintura impressionista do séc. XIX (HAUSER, 
1982). 
Qual a razão dessas pinturas? Por que será que 
nossos longínquos ancestrais se preocuparam 
em fazer arte, vivendo em um meio tão agressivo, no qual a sobrevivência era tão frágil 
e o medo tão constante? Como um primitivo teria tal senso estético diante de um cenário 
cotidiano de luta pela sobrevivência? Vamos observar algumas peculiaridades desta arte, 
que dão indícios para a formulação de hipóteses. 
• Lembremo-nos de que este homem era nômade e sobrevivia basicamente da caça 
e da coleta, sem intervenções significativas em seu meio. 
• As pinturas paleolíticas eram feitas em locais de difícil acesso nas cavernas, com 
pouca ou nenhuma luminosidade (provavelmente as pinturas eram feitas à luz de 
lamparinas de gordura animal). Isto já descarta qualquer intenção de decoração ou 
mesmo comunicação. 
• Não havia nenhum rigor compositivo - os desenhos eram sobrepostos livremente 
(tendo, alguns, imensos intervalos de tempo). Observe a figura 1.3: 
• Podemos observar a ausência quase absoluta de pinturas com figuras humanas; 
eram predominantemente de animais vigorosos e em movimento. 
• Existiam nos locais vestígios de objetos e marcas ritualísticas. 
A razão mais provável para esta arte é a magia propiciatória: ao pintar animais 
tão reais este artista-caçador já estava garantindo a sua caça, apoderando-se da “alma” do 
 
Figura 1.2 - Caverna das Mãos, Patagônia 
– Argentina. C. de 7.000 a.C 
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_SHvj24 
rbWRg/Swu_I-MtmII/AAAAAAAAACQ 
/0f_sQJ8MNWw/ s1600/Paleolitico+ 
Americas+-+BRASIL+ ESCOLA.jpg 
Acesso em: 10 jan. 2010 
 
 
 
 
 
13 
 
animal, assegurando, assim, a sua 
sobrevivência (HAUSER, 1982). 
Muitas pinturas e esculturas 
apresentam orifícios e marcas de flechas 
(fig. 1.3), o que sugere que essas imagens 
tinham a função de ser um substituto 
simbólico do animal a ser caçado – por 
isso a necessidade da semelhança 
absoluta com o ser real. A forte 
identificação entre o ser vivo e a sua 
imagem é a explicação psicológica subjacente (JUNG,1977). A bela arte paleolítica era, 
na realidade, um instrumento de caça, 
um ato de magia, que permanece 
impregnada na representação de 
imagens até os nossos dias. 
Os artistas do Paleolítico realizaram 
também escultura, principalmente 
estatuetas, que deveriam servir como 
amuletos, propiciatórios como toda a 
arte do período. Há diversos exemplares 
de figuras femininas, com cabeças 
apenas esboçadas, seios volumosos, 
quadris e ventre em evidência. Essas 
belas senhoritas paleolíticas deveriam 
estar ligadas ao culto da fertilidade, tanto sexual quanto da própria natureza. Podemos 
observar a Vênus de Willendorf (fig. 1.4), poderosa em seus 11,5 cm de altura, talvez o 
mais conhecido amuleto paleolítico 
 
 
 
Figura 1.3 - Bisão Ferido – c. 25.000a.C.. 
Gruta de Lascaux, França 
Fonte: http://www.historiadaarte.com.br/ imagens/ 
grutadelascaux.jpg 
Acesso em: 10 jan. 2010 
 
 
 
Figura 1.4 - Vênus de Willendorf – c. 25.000 – 
20.000 a.C.. Museu de História Natural, Viena 
Fonte: http://academics.smcvt.edu/awerbel/ 
Survey%201%20Exam%20Study/Venus%20of%20W
illendorf.png 
Acesso em: 10 jan. 2010 
 
 
 
 
14 
 
1.2.3 Arte Neolítica 
A primeira modificação estilística da História 
da Arte se dá com o fim da época paleolítica 
(HAUSER, 1982). Modificações primordiais no 
estilo de vida do homem pré-histórico 
possibilitam as alterações na arte. O homem 
passa gradativamente a ser sedentário, 
cultivando a terra, domesticando ou mantendo 
animais em cativeiros e manadas, produzindo 
um artesanato mais sofisticado, exercendo ritos 
religiosos e atos de culto. 
O naturalismo mágico do paleolítico dá lugar a 
um geometrismo de sinais esquemáticos e 
convencionais, que sugerem formas e não reproduções da 
experiência empírica. O homem passa a ser retratado nas pinturas, 
em cenas de caça ou guerra (fig. 1.5), ou ainda como seres semi-
humanos (JUNG, 1977) disfarçados de animais, envoltos em peles, 
com cabeça ou chifres de algum animal. 
O homem neolítico, com seu novo gênero de vida, passa a 
desenvolver diversas técnicas artesanais: cerâmicas decoradas, 
tecelagem, trançados e, a partir de 5.000 a.C, metalurgia, com 
pequenos artefatos. 
 
1.2.3.1 - Arquitetura Neolítica 
O sedentarismo do homem neolítico possibilitou o aparecimento das 
primeiras cidades. Por volta de 7.000 a.C. surgem as primeiras construções urbanizadas 
em Jericó (atual Jordânia). São desta época os crânios gessados (fig. 1.6), muitos 
ricamente decorados, que sugerem a crença da alma localizada no crânio e a veneração 
dos antepassados. Na cidade fortificada (com muralhas e torres), casas de pedra, 
 
Figura 1.5 - Els cavalls, Valltorta, 
Castellon 
Fonte: http://www.typicalish.com/Datos/ 
DocumentosPorNodo /422/Castellon 
Cavalls.jpg 
Acesso em: 10 jan. 2010 
 
 
Figura 1.6 - Crânio gessado de 
Jerico. Museu arqueológico de 
Amã, Jordânia 
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/ 
__d2B9sUpUVU/SqKRG9baPeI/AAAA
AAAARMk/XsN17OG7h6A/s400/Jerich
o_plastered_skull.jpg 
Acesso em: 10 jan. 2010 
 
 
 
 
15 
 
pavimentadas de gesso, guardavam o corpo do morto, enterrado em posição fetal, com a 
cabeça (decorada) posicionada acima do chão. 
De cunho religioso ou astronômico, os homens do neolítico edificaram os monumentosmegalíticos (pedras imensas). Pedras não trabalhadas têm, em diversas culturas 
primitivas, forte significação simbólica – servindo de lápides, marcos ou objetos de 
veneração religiosa. A configuração dada pelo arranjo das pedras (alinhamentos 
geométricos, círculos) também pode nos remeter à divindade (JUNG, 1977). 
Essas imensas pedras fixadas no chão, sem 
nenhum tipo de argamassa, denominam-se 
dolmens, quando organizadas em forma de mesa 
ou portas (fig. 1.7) – normalmente, ligavam-se a 
cultos aos mortos. Dolmens dispostos em 
círculos regulares são chamados de cromlechs, 
sendo o mais famoso o Stonehenge, no sul da 
Inglaterra. O conjunto está direcionado ao ponto 
onde nasce o Sol, no solstício de Verão, indício 
de que se destinava ao culto ao Sol. 
 
 
1.4 Síntese da Unidade 
Nesta Unidade, vimos questões relacionadas ao Tempo e à História, e como esses 
conceitos devem ser utilizados em relação ao estudo cronológico da Arte. Aprendemos 
as linguagens e os elementos fundamentais das Artes Visuais, para que possamos 
interpretar as obras de arte de forma reflexiva e adequada em sua terminologia, e, 
finalmente, as origens da Arte na Pré-História, seu princípio naturalista – mágico do 
período Paleolítico e seu desenvolvimento para o geometrismo-comunicacional do 
Neolítico. 
 
 
Figura 1.7 - Stonehenge, c. 2000a. C. 
Wiltshire, Inglaterra 
Fonte: http://upload.wikimedia.org/ wikipedia/ 
commons/3/39/Stonehenge_-_England.JPG 
Acesso em: 10 jan. 2010 
 
 
 
 
 
16 
 
1.5 Atividades 
 
Observe as obras de arte representadas a seguir. Identifique o tema de cada uma e 
justifique sua escolha. Pesquise, neste livro-texto, o título e a época em que foram 
feitas e procure enquadrá-los nos período e estilo (quadro cronológico) adequados: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Procure em livros e sites: 
• outros amuletos pré-históricos; 
• monumentos megalíticos na Europa; 
• máscaras de povos primitivos. 
 
1.6 Para saber mais 
 
Livros ou Capítulos 
 
Artista: Cézanne 
Tema: ________________________________________________ 
Justificativa:___________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________ 
Título:_______________________________________________
_____________________________________________ 
Época (século) ________________________________________ 
Período ______________________________________________ 
Estilo:_______________________________________________ 
 
Artista: Vermeer 
Tema: ________________________________________________ 
Justificativa:___________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________ 
Título:________________________________________________
______________________________________________________ 
Época (século) ________________________________________ 
Período ______________________________________________ 
Estilo:_______________________________________________ 
 
 
 
17 
 
• História Social da Literatura e da Arte. Inicie pelos capítulos “Período do 
Paleolítico, Magia e Naturalismo” e “Período da Pedra Polida – Animismo e 
Geometrismo”. Hauser é um autor fundamental, que permeará todo este Livro-
texto. De forma clara e empolgante ele explica e exemplifica as origens pré-
históricas da arte. Veja as referências. 
• A História da Arte. Gombrich é peça chave para iniciarmos o estudo da História 
da Arte. Se você só puder comprar um livro sobre o assunto, recomendo este – 
vale o investimento muitas e muitas vezes. Inicie pela “Introdução” – indica-nos 
as diversas possibilidades da análise da imagem – e o capítulo “Estranhos 
começos” – que aborda a arte de diversos povos primitivos.Veja as referências. 
• O Homem e seus Símbolos. Jung decidiu escrever este livro a partir de um 
sonho. Buscou tornar acessível aos não iniciados as suas teorias ligadas às 
questões simbólicas que acompanham o Homem. O capítulo “O simbolismo nas 
artes plásticas – Símbolos sagrados: a pedra e o animal” trata de assuntos 
interessantes vistos nesta Unidade. Veja referências. 
• As 100 melhores histórias da mitologia – O livro nos apresenta, com narrativa 
acessível e interessante, a rica mitologia grego-romana, a qual permeia nosso 
imaginário e os alicerces culturais do mundo ocidental. Veja referências. 
 
Sites 
• www.historiadaarte.com.br - Apresenta uma interessante Linha do tempo, com 
imagens. Pode ajudar em pesquisas visuais (como a pedida abaixo). 
Filmes 
• A Guerra do Fogo (La Guerre du feu, 81, FRA/CAN) Dir.: Jean-Jacques 
Annaud. – Remonta aos primeiros hominídeos, a possibilidade civilizatória do Homo 
Erectus usar as mãos, desenvolvendo as tecnologias mais básicas a partir do domínio do 
http://www.historiadaarte.com.br/
 
 
 
18 
 
fogo. O aparecimento das linguagens e da comunicação são questões abordadas no 
filme. 
• 2001 – Uma Odisseia no Espaço (A Space Odissey, 68, ING/EUA) Dir.: 
Stanley Kubrick – É uma ficção científica de primeira. Mostra, a partir de um monolito, 
saltos no desenvolvimento humano. A primeira cena, na qual um ancestral hominídeo 
“descobre” a possibilidade da ferramenta e, portanto, da cultura (ao som de “Assim 
Falou Zaratustra”) é genial! 
• A Era do Gelo (Ice Age, 2002, EUA) Dir.: Chris Wedge e Carlos Saldanha. É 
um delicioso e engraçado desenho animado, no Período Glacial. Observe com atenção 
a encantadora animação de pinturas rupestres. 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
Unidade 2 
Unidade 2 . Construção da civilização 
O desenvolvimento da vida social, a possibilidade de registros através da escrita e a 
decorrente complexidade cultural dos povos da antiguidade propiciaram extraordinárias 
formas de arte que até hoje rendem frutos, referências e reverências. 
 Veremos, nesta Unidade, os principais povos antigos do mundo ocidental, os quais 
estabeleceram-se em regiões de grandes rios – o que garantiu as necessidades básicas de 
sobrevivência e manutenção de cidades (dos agrupamentos primitivos às urbes romanas 
mais sofisticadas). Abastecimento de água, alimento, transporte, comunicação, 
comércio, estratégias bélicas: a localização das cidades foi fator essencial para a 
preservação do modus vivendi de uma sociedade elaborada e complexa. 
 Ricas religiões politeístas, cujos mitos e rituais elucidam as características de seus 
seguidores, aproximam-nos de alguns povos extremamente guerreiros ou de outros com 
refinado senso estético e intelectual. Música, literatura, teatro surgem em registros que 
podem ser revividos. Mas é na rica história material desses povos que encontramos os 
vestígios da poderosa arquitetura e das requintadas esculturas, pinturas, relevos e objetos 
que nortearam os caminhos da arte ocidental. Egito, Grécia, Roma. Vamos à 
Antiguidade! 
 
2.1 A Arte Egípcia 
As primeiras grandes civilizações surgiram aproximadamente na mesma época, em torno 
de 3.500 a.C., atravessando de forma sutil o Neolítico para a Antiguidade. Egito – milenar 
civilização já descrita nos primeiros relatos bíblicos – teve em seu posicionamento 
geográfico a definição de sua história. A estreita faixa fértil às margens do Nilo era 
protegida por amplas regiões desérticas, e a noção de divindade legada ao faraó 
possibilitou história e forma de governo homogêneas. A forte religião egípcia, agregadora 
de toda a cultura, possibilitou uma arte milenar e imutável. 
 
 
 
21 
 
 
2.1.1 A Arte Egípcia 
A arte egípcia tem uma importância fundamental na cultura ocidental, posto que era 
referência estética de vários povos, incluindo os gregos. Suas características essenciais 
ligam-se à religião – principalmenteà imortalidade da alma (o ka) – e à glorificação do 
faraó – também visto como ser divinizado. 
A complexidade da vida social, que produz novo tipo de economia e divisão de trabalho, 
converte o artista em artífice, profissional especializado e não mais um mágico inspirado 
(HAUSER, 1982). Seu trabalho, agora, apesar de essencial nos ritos religiosos, é 
considerado tão importante quanto ao do sapateiro ou do oleiro, e recebe orientações 
rigorosas sobre como fazê-lo. 
Toda a arte egípcia é baseada em cânones (regras tradicionais e rigorosas), o que a 
conserva em imutabilidade de aproximadamente 3.000 anos, com exceção de um breve 
período de modificações artísticas no Novo Império, inaugurado por Akhenaton. Mas não 
é, de maneira alguma, uma arte monótona: “As regras que governam toda a arte egípcia 
conferem a cada obra individual o efeito de equilíbrio, estabilidade e austera harmonia” 
(GOMBRICH, 1983, p. 38). 
2.1.1.1 Obras para a eternidade 
A preservação do corpo para a existência da alma após a morte, por meio do complexo 
sistema de mumificação, foi o objetivo máximo da sociedade egípcia. A partir dela, 
desenvolveram-se a medicina, as artes, os artefatos e, de forma peculiar, a arquitetura dos 
túmulos. A alta aristocracia mantinha sepulcros que propiciavam a manutenção do ka, 
conservando objetos, miniaturas, alimentos, esculturas, afrescos e relevos essenciais aos 
ritos funerários. 
 
 
 
22 
 
Esses primeiros sepulcros eram as 
mastabas, espécie de bloco trapezoidal 
erguido sobre uma câmara subterrânea. 
O grande arquiteto Imhotep, divinizado 
ainda em vida, construiu a primeira 
pirâmide escalonada sobre uma 
mastaba – a pirâmide de Zorzer (fig. 
2.1), em Sacara, em aproximadamente 
2600 a.C. 
A nova volumetria, que se assemelha à 
concepção geral de pirâmide, não é a 
única inovação do arquiteto: a utilização de cantaria (pedras talhadas com precisão) e 
meias-colunas com capitéis adornados em forma de papiros (papiriformes) também são 
invenções de Imhotep, as quais se tornaram base da arquitetura não apenas egípcia. 
As pirâmides do deserto de Gizé formam a mais 
importante necrópole conhecida. Foram 
edificadas durante a Quarta Dinastia do Antigo 
Império pelos faraós Quéops 
(c. 2.530 a.C), Quéfren (c. 2.500 a.C) e 
Miquerinos (2.470 a.C.). 
A imagem do faraó, na forma de escultura, 
também era essencial para a jornada do ka. A 
escultura egípcia ligava-se ao retrato, porém de 
forma muito impessoal, realmente hierática. A 
rigidez da escultura não diminuía a beleza das proporções e detalhes. 
Figura 2.1 - Imhotep (arquiteto) Pirâmide em 
degraus do rei Zozer (Djozer), Terceira Dinastia ( c. 
2600a.C). 
Fonte: http://famouswonders.com/wp-
content/gallery/pyramids-of-egypt/zosers-djosers-step-
pyramid-saqqara-egypt.jpg 
 Acesso em: 10 jan. 2010 
 
 
 
 
Figura 2.2 - Necrópole de Gisé. IV 
Dinastia do Império Antigo 
Fonte: http://famouswonders.com/wp-
content/uploads/2009/02/3-pyramids-of-
giza.jpg 
Acesso em: 10 jan. 2010 
 
 
 
 
 
23 
 
É fácil perceber a harmonia formal que influenciará a escultura 
arcaica dos gregos no retrato de Miquerinos e a Rainha (fig. 
2.3): a absoluta frontalidade, as formas sugeridas pela 
transparência dos tecidos, a unidade entre os membros e o 
corpo, e a perna esquerda à frente, como indicação de 
movimento. 
Finalmente chegamos às representações bidimensionais. Todos 
os afrescos, relevos e pinturas em livros demonstram riqueza 
de detalhamento e narração – os desenhos “contam” as 
histórias relacionadas ao morto, sendo acompanhados, 
normalmente, de hieróglifos. Os animais são apresentados de 
forma natural e em movimento, mas a figura humana oferece 
visualidade única, conhecida por Lei da Frontalidade: cabeça 
de perfil, olho de frente, tórax e braços de frente, pernas de 
lado, vistas pelo lado de dentro, isto é, pelo ângulo do dedão. 
Observe essas características na figura 2.4. A finalidade 
mágica dessas representações, ligada aos ritos fúnebres, explica 
essa caracterização como a maneira mais imediata de perceber as 
partes do corpo, sem deformações pelo escorço (perspectiva da 
figura humana). O tamanho das figuras também tem caráter 
simbólico, ligado à hierarquia. 
 
Figura 2.3 - Miquerinos e 
a Rainha (c. 2470a.C). 
Xisto, alt. 1,40 m. Museum 
of Fine Arts (Boston). 
Fonte: 
http://farm1.static.flickr.com/ 
63/214173244_7870a16b18.jp
g 
Acesso em: 10 jan. 2010 
 
Figura 2.4 - Fragmento de afresco da 
tumba de Nebamum (c. 1350 a.C). British 
Museum ( Londres). 
Fonte: http://whs.eanes.k12.tx.us/art/ 
Smaller%20Site/images/Art%20History/Chap
%203/images/Fowling-Scene-Nebamun.jpg 
 Acesso em: 10 jan. 2010 
 
 
 
 
 
24 
 
Ao longo de quase três mil anos, a forma de representação segue-se intacta, regida por 
 
Figura 2.5 - Retrato de 
Akhenaton 
Fonte: http://www.bergerfounda 
tion.ch/Akhenaton/images/profil5
8_s.jpg 
Acesso em: 10 jan. 2010 
 
 
 
Figura 2.6 - A Rainha 
Nefertiti 
Fonte: http://farm4.static.flickr. 
com/3182/2938863464_1b27db2
8c7.jpg 
 Acesso em: 10 jan. 2010 
 
 
 
Figura 2.7 - Máscara 
Mortuária de Tutankamon 
Fonte: 
http://edicion4.com.ar/e4blog/ 
ImagenesBlog/2009/03/fotosdeeg
ipto-galeon-com-tutankamon.jpg 
Acesso em: 10 jan. 2010 
 
 
 
 
25 
 
regras determinadas e imutáveis, que conferem equilíbrio e harmonia à arte egípcia como 
um todo e a cada obra em sua individualidade. 
Essa imutabilidade, porém, foi quebrada na 18ª Dinastia do Novo Reino, cerca de 1.370 
a.C., com o reinado de Amenófis IV, um adorador do deus Aton, que se autointitulou 
Akhnaton. 
Talvez, a partir de influências estrangeiras, as representações do período tornaram-se 
muito naturalistas, fugindo à representação tradicional. Podemos observar seu retrato 
(fig.2.5) como a esfinge de um homem feio, e não com a solenidade imposta aos retratos 
reais. Por outro lado, vemos a delicadeza absoluta de Nefertiti (fig. 2.6) esposa de 
Akhnaton, obra considerada como o mais belo perfil da história da arte. 
Um pouco deste naturalismo se perpetua no período de seu sucessor, Tutankhamon. Faraó 
falecido jovem, teve a importância de voltar o culto ao deus Amon, politeísta, e tornou-
se conhecido nos dias de hoje por seu túmulo ter sido descoberto intacto no início do 
século XX. Toda a riqueza que o nosso imaginário liga a uma Câmara Real encontrava-
se plenamente ali; desde o ataúde de ouro de mais de cem quilos, à perfeita máscara 
mortuária (fig. 2.7) e às pinturas e relevos que – registrando uma revolução artística – 
precediam a divisões e invasões territoriais que viriam a findar com a imutabilidade da 
civilização egípcia. 
 
2.2 A Arte Grega 
Pense no que você conhece de filosofia e política. Lembre-se de personagens da 
mitologia e do teatro ou, ainda, dos cálculos geométricos que você já estudou. Pode ter 
certeza de que uma boa parte será legado da cultura grega. Em muitos aspectos, os 
gregos formataram a nossa imagem de “mundo ocidental” e, na especificidade das artes, 
nosso primeiro entendimento do que vem a ser clássico4. 
 
 
4 O termo clássico, em uma acepção ampla, liga-se a algo tão equilibrado, harmonioso, original e livre de 
excessos que se torna modelo a ser seguido. 
 
 
 
26 
 
Esse termo, que tantas vezes será utilizado no transcorrer deste livro-texto, define toda 
a obra de arte que mantém semelhanças com a arte grega (e romana, como veremos 
depois) e, ao mesmo tempo, uma harmonia absoluta pelo emprego da proporção e do 
equilíbrio (SUMMERSON, 1999). Este conceito de clássico nós voltaremos a ver em 
diversos momentos da História da Arte, que tiveram influência direta da cultura grega. 
 
Podemos dividir a história deste povo em quatro momentos básicos: 
• Os primórdios, do século XII ao VIII a.C., introdução dos princípios dóricos. 
• O Período Arcaico vigora do séc. VII até c. de480 a.C., no qual assistimos à 
eclosão da genialidade artística grega em todas as formas de expressão 
(JANSON, 1992). 
• O séc. V é o período da plena democracia para a cultura, conhecido como 
Clássico (agora, como denominação específica de uma época e não o termo 
genérico analisado acima). 
• E o Período Helenístico, denominação genérica para a fase final, do século IV ao 
I a.C, momento de expansão do território e da civilização grega, por intermédio 
de Alexandre Magno. 
 
2.2.1 Arquitetura Grega 
Vitrúvio foi um arquiteto romano do séc. I que nos legou um tratado de dez volumes, 
De Architectura, dedicado ao imperador Augusto. Estes escritos tratam dos 
conhecimentos de arquitetura de seu tempo e, com o imenso respeito que os romanos 
tinham pela cultura grega, um detalhado estudo da gramática arquitetônica. 
A arquitetura grega tem três ordens (estilos arquitetônicos): Dórico, que está ligado ao 
Período Arcaico, mas também existe em outros momentos; Jônico, que da mesma 
maneira liga-se ao Período Clássico e Coríntio, e ao Período Helenístico. Todos os 
templos têm características de proporção e equilíbrio quase matemáticos, estão mais para 
“morada do deus”, na forma de escultura, que um local de cultos e multidões. 
 
Vamos observar alguns desses templos, suas ordens e sua gramática: 
 
 
 
27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.8 – Ordem Dorica 
Fonte: http://greek.hp.vilabol 
uol.com.br/ordemdorica.gif 
Acesso em: 13/01/2010 
 
Ordem Dórica 
É mais robusta e simplificada, porém não é simples. 
Detalhes como os fustes das colunas, mais largos ao centro 
e afunilados em direção ao topo chegam a dar a impressão 
de elasticidade, como se fossem seres humanos que 
sustentam cargas com facilidade (GOMBRICH, 1983). Para 
Vitrúvio, o Dórico exemplifica a “a proporção, força e graça 
do corpo masculino” (SUMMERSON, 1999). Observe na 
figura 2.9 o importante templo Parthenon, que exemplifica 
a Ordem Dórica. 
 
 
Figura 2.9 - Ictinos e Calícrates: 
Parthenon (450 a. C.). Acrópole 
de Atenas 
Fonte: http://www.timelessmyths.com/ 
classical/ gallery/parthenon.jpg 
Acesso em: 10 jan. 2010 
 
 
 
 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ordem Jônica 
Representa a esbelteza feminina. A coluna possui 
fuste mais delgado e não se firma diretamente 
sobre o estilóbata (primeiro piso), mas sobre 
uma base decorada. O capitel (parte superior da 
coluna) é formado por duas espirais chamadas 
volutas. Observe as ruínas do templo de 
Erectheion (fig.2.11), na qual vemos, também, as 
cariátides (esculturas femininas, no lugar do 
fuste). 
 
 
Figura 2.11 - Erectheion, face Norte. 
Fonte: http://www.photoseek.com/greece/01GRE-27-01-
Erechtheion-Caryatids.jpg 
Acesso em: 10 jan. 2010 
 
 
Figura 2.10 - Ordem Jônica 
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/ 
d2B9sUpUVU/SS06fJ3U9LI/AA
AAAAAAB9E/87WgdaVP4sg/s4
00/ordem+jonica.bmp 
Acesso em: 10 jan. 2010 
 
http://www.photoseek.com/greece/01GRE-27-01-Erechtheion-Caryatids.jpg
http://www.photoseek.com/greece/01GRE-27-01-Erechtheion-Caryatids.jpg
 
 
 
29 
 
 
Ordem Coríntia 
(esquema ao lado do francês Claude Perrault, 1676) 
Imitava a “figura delgada de uma menina”. O fuste mais 
longo e fino, sempre canelado, e o capitel adornado com 
folhas de acanto (planta medicinal existente no 
mediterrâneo) e pequenas volutas. No período romano, 
tornou-se o capitel padrão para quase todos os fins 
(JANSON, 1992). Podemos analisá-lo nas ruínas do templo 
de Zeus, em Atenas. 
 
Figura 2.12 - Ordem Coríntia 
Fonte:http://dc150.4shared.com/img/BG5gHe
6g/preview_html_48cc772b.jpg 
Acesso em: 13 jan. 2010 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2.2 Escultura grega 
Os gregos alcançaram nas esculturas de figura humana a tradução do espírito 
antropocêntrico de sua civilização. O Homem era a medida, tendo nas ideias de Platão 
 
Figura 2.14 - Templo de Zeus, Atenas. 
Fonte: http://wazari.files.wordpress.com/2009/07/ 
img_3477.jpg 
Acesso em: 13 jan. 2010 
 
 
Figura 2.13 Kroisos (Kouros de 
Anavysos) 
c. 525 a. C. Mármore, alt. 1,96m . 
Museu Nacional de Atenas. 
Fonte:http://nam.culture.gr/portal/pls/porta
l/docs/1 /86093.JPG 
Acesso em: 13 jan. 2010 
 
A escultura arcaica caracteriza-se pela forte influência 
egípcia, em posição frontal e simétrica, feições 
convencionais, braços estendidos ao longo do corpo e 
uma perna à frente – em um princípio de movimento. 
O nome geral é Kouros (plural Kouroi) – para as 
esculturas de homens jovens (fig.2.13); e Kouroi (plural 
Koré) – para as jovens mulheres. Estas esculturas vão 
se sofisticando, salientando a anatomia atlética dos 
Kouroi e a delicadeza e nuance dos detalhes das Koré. 
 
 
 
 
31 
 
e Aristóteles a dose de idealização ou de naturalismo presente na representação. Para 
melhor entendimento da escultura grega, devemos nos lembrar de que, a partir do 
período clássico, a maioria das esculturas era feita em bronze e adornada em ouro, 
marfim e forte policromia. 
 
Essas esculturas originais perderam-se no tempo, muitas delas destruídas pelos 
iconoclastas ortodoxos na Idade Média. Esse mundo branco feito em mármore, que 
habita nosso imaginário, é fruto das réplicas feitas pelos romanos a partir do séc. II a.C., 
e, por meio delas, temos um vislumbre do que veio a ser a estatuária grega. 
 
O Período Clássico distingue-se pelo apuro 
anatômico em crescente idealização das formas e 
proporções – é o chamado belo platônico. Os 
escultores deste período tornam-se conhecidos. 
Policleto, escultor do Doríforo (fig.2.15 ) – notório 
como o canon, regra da absoluta perfeição, proporção 
da figura humana em sete cabeças e meia. São deste 
Período grandes escultores, como Miron, Fídias e 
Praxíteles, e talvez a mais famosa escultura grega 
feminina, a Vênus de Milo, assim chamada por ter 
sido encontrada na ilha de Melos, símbolo de 
equilíbrio e simplicidade – harmonia perfeita. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.15 Doríforo (o lanceiro) 
Fonte: 
http://www.paideuma.net/fig11c.jpg 
Acesso em: 10 jan. 2010 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
2.2.3 Cerâmica 
 
A cerâmica é o suporte do que restou das 
representações bidimensionais dos gregos. 
Desde os primeiros tempos, acompanhou-se o 
desenvolvimento estilístico do mais geométrico 
(2.17), das tribos mais primitivas aos esquemas 
corporais do Estilo de Figuras Negras e Estilo de 
Figuras Vermelhas do período arcaico e 
clássico, que privilegiavam os temas heroicos, à 
extrema delicadeza dos fundos brancos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.3 A Arte Romana e Paleocristã 
A cultura romana teve duas influências primordiais: dos etruscos herdaram o senso de 
realismo e a maestria na engenharia arquitetônica; dos gregos – dos quais são os grandes 
exaltadores, sendo continuadores do helenismo – importaram ou copiaram 
A escultura helenística caracteriza-se pelos efeitos 
dramáticos, impressão de movimento e detalhamento 
intenso. Muitas vezes equilíbrio e harmonia são 
preteridos a essa nova característica. É a tradução de um 
novo momento, com o rigor de uma nova estética. O 
grupo escultórico Laocoonte (fig. 2.16) – que retrata uma 
cena da Eneida de Virgílio - é uma das obras primas deste 
período. 
 
 
Figura 2.16 - Laocoonte e seus filhos. 
Hagesandro, Atenoro e Polidoro. 
Fonte: http://cv.uoc.edu/~04_999_01_u07 
/percepcions/laocoonte.gif 
Acesso em: 13 jan. 2010 
 
 
Figura 2.17 - A lamentação dos Mortos 
- Cerâmica de figuras geométricas 
Fonte:http://teachers.sduhsd.k12.ca.us/ltrupe
/ART%20History%20Web/final/chap5Greec
e/Vase-Dipylon%20Cemetary.jpg 
Acesso em: 13 jan. 2010 
 
 
 
 
 
33 
 
obras de todas as épocas, empregando seus artistas e utilizando-se de todas as maneiras 
o seu cabedal de cultura. 
Exímios militares, criaram um vasto império, que se estendeda Inglaterra ao Golfo 
Pérsico, da Espanha à Romênia (JANSON, 1992). Temos, portanto, arte romana em 
lugares díspares, como Portugal, Egito ou França. 
A província da Judeia pertencia ao império romano, e é nela que nasce aquele que divide 
a História, e é a figura central do cristianismo – Jesus Cristo. Os primeiros cristãos, 
perseguidos usaram da arte como forma de ensinamento, mas essa arte tinha, em seu 
âmago, a tradição romana da representação. 
2.3.1 - Arte Romana 
Entre os séculos II a.C e V d.C , houve a consolidação e a queda do vasto Império 
Romano. Um Império cosmopolita que absorvia e fundia características e culturas 
regionais; militar, subordinava as províncias ao poder romano, mas hospitaleiramente 
recebia na capital sábios e imagens religiosas díspares (JANSON, 1992). 
Portanto, a cultura romana é um amálgama de pequenas influências provinciais somadas 
à grande influência helenística. É essa cultura diversificada, esse urbanismo sofisticado, 
essa arte que traduz o poder, mas também o sutil e prazeroso que permanece como 
paradigma de clássico, tantas vezes revista na História através das artes, arquitetura e 
letras. 
2.3.1.1 A Escultura Romana 
As réplicas de esculturas gregas produzidas pelos 
romanos possibilitam, como já foi dito, o 
conhecimento fragmentado dos originais. Essas 
réplicas eram usadas como objetos de decoração, 
souvenires de admiradores da arte grega 
(GOMBRICH, 1983), porém não são determinantes do 
estilo original romano. Este, em oposição ao estilo 
grego, busca o realismo dos retratos. Não há nada de 
 
Figura 2.18 - Imperador 
Vespasiano 
Fonte: http://www.usc.edu/dept/ 
LAS/religion/arc/neapolis/vespasian2
.gif 
Acesso em: 13 jan. 2010 
 
 
 
 
34 
 
idealizado nestes rostos, muitas vezes envelhecidos e desprovidos de belos traços, mas 
que são poderosos em dignidade, em posturas serenas e em dimensões respeitosas 
(fig.2.18) 
2.3.1.2 Arquitetura Romana 
Como já vimos, a arquitetura romana sofre forte 
influência grega, principalmente de seus templos, 
com sua gramática, em especial as três ordens. A 
estas ordens é somada a toscana, mais encorpada e 
simples que a dórica e a compósita, mais delgada 
e com capitel que une volutas às folhas de acanto 
(fig.2.19). Típico da arquitetura romana são dois 
elementos que, junto com os elementos gregos, 
formam a gramática clássica: a abóbada e o arco, 
elementos revolucionários que colaboraram com o 
gigantismo das construções romanas. Porém, é o 
uso de um rígido concreto, formado de argamassa, 
saibro, cascalho e outros restos de construção que 
possibilitaram a perenidade da arquitetura romana. 
Esse concreto era revestido de placas de mármore 
ou granito polido, mas essas placas se perderam com o tempo (JANSON, 1992). 
Pontes, aquedutos, termas, templos, arcos 
triunfais, residências... a arquitetura 
romana foi rica e diversificada. 
Uma das mais famosas construções é o 
anfiteatro Coliseu – Colosseum 
(fig.2.20), que permanece como a 
imagem do gigantismo alcançado pelo 
engenho romano. Construído com o 
sólido concreto romano, apresenta uma 
 
Figura 2.19 - O progresso das cinco 
ordens de acordo com Claude 
Perrault 
Fonte: http://www.globalgallery.com 
/prod_images/600/ny-s1854.jpg 
Acesso em: 13 jan. 2010 
 
 
Figura 2.20 - Coliseu, (72-80 d.C.), Roma. 
Fonte: http://uglyships.files.wordpress.com/2009/02/ 
colosseum-rome-rcol4.jpg 
Acesso em: 15 jan.2010 
http://uglyships.files.wordpress.com/2009/02/%20colosseum-rome-rcol4.jpg
http://uglyships.files.wordpress.com/2009/02/%20colosseum-rome-rcol4.jpg
 
 
 
35 
 
formação circular que se tornou regra em construções ligadas a esportes de grandes 
públicos (lembrando que as sangrentas apresentações de gladiadores eram tidas como 
espetáculos que poderiam ser assistidas por aproximadamente 50.000 pessoas). 
Externamente, o Coliseu apresenta uma sequência de três andares compostos por arcos 
regularmente enfileirados e um último andar fechado. Ladeando cada arco, apresenta 
uma meia-coluna, sem função estrutural, mas importante função estética – inaugura o 
uso de ordem-sobre-ordem (primeiro andar, dórico; segundo, jônico; terceiro, coríntio e 
quarto, compósito) (SUMMERSON, 1999). 
2.3.1.3 As Representações Bidimensionais Romanas 
As pinturas murais romanas, em 
técnica de afresco, refletem a 
delicadeza do período helenístico. Há 
uma variedade de temas, naturezas 
mortas (fig.2.21), figuras com animais, 
paisagens, cenas mitológicas e trompe-
l’oeil, na qual falsos elementos 
arquitetônicos criam uma ilusão aos 
nossos olhos. As decorações são 
completadas com ricos mosaicos, 
principalmente como pisos. 
2.3.2 Arte Paleocristã 
Ao negarem-se a queimar incenso diante do busto do imperador em sinal de vassalagem, 
os primeiros cristãos passam a ser perseguidos e mortos pelos romanos 
(GOMBRICH,1983). Nestes primeiros tempos, os cristãos têm duplo objetivo: ensinar 
e propagar a fé cristã e, ao mesmo tempo, escapar das impiedosas perseguições. Os 
afrescos são o instrumento doutrinário e as catacumbas (cemitérios subterrâneos 
evitados pelos soldados romanos) são os locais para as pregações. 
 
Figura 2.21 - Natureza morta com romãs jarros. 
Fonte:http://3.bp.blogspot.com/_R7cmk5IAXmQ/R
6n6TVAO9fI/AAAAAAAAAHk/-
R0jtWxm6CI/S220/afresco.jpg 
Acesso em: 15 jan.2010 
 
 
 
36 
 
Aqueles cristãos ainda viviam sob a 
influência artística romana, principalmente 
pela popular arte das pinturas. Os afrescos 
que acompanhavam os encontros religiosos 
seguiam as tradições pictóricas romanas, 
porém com uma nova temática - os símbolos 
cristãos. O bom pastor (2.22), o cordeiro, o 
peixe, o pássaro bicando frutos, os banquetes 
fúnebres são símbolos encontrados nas 
catacumbas, assim como passagens das 
escrituras. 
Após o séc. IV, o Imperador Constantino 
oficializa o cristianismo como religião 
oficial do Império Romano. É o prenúncio da 
Idade Média com toda a força de sua 
espiritualidade. 
 
 
 
2.4 Síntese da Unidade 
Nesta Unidade vimos a forma sutil como as grande civilizações da Idade Antiga 
deixaram o neolítico rumo a uma cultura ainda mais sofisticada e elaborada 
esteticamente. A imutabilidade da arte egípcia, totalmente voltada para o culto da vida 
após a morte, o antropocentrismo e a complexidade da cultura grega, o senso de 
realismo e a arquitetura colossal dos romanos, sintetizando junto aos gregos a nossa 
noção de clássico, e, finalmente, os primórdios do cristianismo formam a 
epistemologia do mundo ocidental. 
 
 
 
 
 
Figura 2.22 - O Bom Pastor afresco da 
Catacumba de São Calixto 
Fonte: http://www.wicketgate.com/ats/nt501/ 
10kappa/Good_Shepherd_Xn_catacombs_of_Ro
me_Fresco_in_the_Crypts_of_Lucina_near_the_
Catacombs_of_Saint_Callixtus.jpg 
Acesso em: 15 jan.2010 
 
 
 
37 
 
2.5 Atividades 
 
1) Observe a figura e explique as características da Lei da Frontalidade, e o sentido 
religioso da Arte Egípcia. 
 
 
 
 
 
2) Analise o texto abaixo (GOMBRICH, 1983) e explique a escultura grega e suas 
réplicas romanas. 
Quando caminhamos ao longo das filas de estátuas de mármore branco da antiguidade 
clássica nos grandes museus, esquecemos com muita freqüência que entre elas se 
encontram aqueles ídolos de que a Bíblia fala (...). De fato, a razão pela qual quase todas 
as estátuas famosas do mundo antigo pereceram foi que, após a vitória do Cristianismo, 
era considerado piedoso dever destruir qualquer estátua dos deuses pagãos. As 
esculturas em nossos museus são, em sua maioria, cópias em segunda mão feitas nos 
tempos romanos para viajantes e colecionadores, como souvenir e como decorações para 
jardins e banhos públicos. Devemos ser muito gratos por essas réplicas, já que nos 
proporcionam, pelo menos, uma pálida idéia das famosas obras-primas da arte grega; 
mas, se não usarmos a imaginação, essas fracas imitações tambémpodem fazer muito 
dano. Elas são largamente responsáveis pela idéia generalizada de que a arte grega é 
inanimada, fria e insípida, e de que as estátuas gregas tinham aquela aparência lívida e 
olhar vazio que nos lembram obsoletas aulas de desenho. A cópia romana do grande 
ídolo de Palas Atena, por exemplo, que Fídias realizara para o seu santuário no 
Parthenon, dificilmente parece muito interessante. Devemos recorrer a antigas 
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38 
 
descrições e tentar imaginar como realmente seria: uma gigantesca imagem de madeira 
de 11 metros de altura,..., toda recoberta de materiais preciosos: a armadura e as vestes 
de ouro, a pele de marfim. Havia também grande profusão de cores fortes e brilhantes 
no escudo e outras partes da armadura, sem esquecer os olhos, feitos de pedras coloridas. 
O elmo dourado da deusa era encimado por grifos e os olhos de uma enorme serpente 
enroscada dentro do escudo também eram assinalados, sem dúvida, por pedras 
refulgentes. Deve ter sido uma visão fantástica, inspiradora de profundo respeito e temor, 
quando alguém entrava no templo e subitamente se via frente a frente com essa estátua 
gigantesca. 
 
3) Procure em livros e sites: 
1- Os tesouros e as maldições de Tutankhamon. 
2- Teatro Grego: grandes autores como Ésquilo e Sófocles. 
 
 
 
2.6 Para saber mais 
 
Livros ou capítulos 
 
• História Social da Literatura e da Arte. A Segunda Parte: “Culturas Urbanas 
do Oriente Antigo” analisa essa nova classe – a dos artistas – e a importância 
de sua arte, principalmente nas questões políticas e religiosas. A Terceira Parte: 
“Grécia e Roma” contextualiza a arte sob nova dimensão: a do homem. 
• A História da Arte. Gombrich traz, do Capítulo 2 ao 6, a sucessão de formas e 
estilos artísticos analisadas sob a sua arguta percepção – vale acompanhar todas 
as descrições e reflexões sobre as várias obras de arte citadas.. 
• Vitrúvio . Gostou das análises sobre arquitetura? Que tal ir à fonte? Os 10 
volumes do De Architectura são, na realidade, dez pequenos capítulos muito bem 
comentados na edição de referência. 
 
 
 
39 
 
 
Sites 
 
• www.pompeiisites.org-. Site oficial de Pompeia, no qual você pode fazer visitas 
virtuais, conhecer a história das escavações, ver aspectos de toda a região 
(inclusive Herculano) e link para ver as lindas pinturas em afresco expostas no 
Museu Arqueológico Nacional de Nápoles. 
• www.louvre.fr - Que tal uma visita ao Museu do Louvre, com direito a 
percorrer seus corredores e olhar de perto as obras de seu acervo? Na 
impossibilidade de ir ao museu de verdade, fique com a possibilidade virtual. 
O site é excelente e muito divertido. Para esta Unidade, conheça boa parte do 
acervo dos departamentos (Collections & Départements): 
 
- Antiquités orientales – acádios, babilônios, fenícios, hebreus, árabes... 
obras enigmáticas, exóticas e extremamente antigas do oriente médio. 
- Antiquités égyptiennes – o setor de egiptologia do Louvre é imenso e 
diversificado. Uma grande parte foi trazida à França por Napoleão 
Bonaparte, fruto de sua expedição ao Egito entre 1798 e 1801. 
- Antiquités grecques, étrusques e romaines: das maravilhosas Vênus de 
Milo e Vitória de Samotrácia, vá aos mosaicos e afrescos romanos, ou a 
sarcófagos do período arcaico. 
 
 
http://www.pompeiisites.org/
http://www.louvre.fr/
 
 
 
40 
 
 
Unidade 3 
Unidade 3 . Espírito sobre a matéria – A arte 
medieval 
Um período de aproximadamente mil anos definem os limites da Idade Média – milênio 
das trevas, como muitos já a chamaram. Serão trevas rendilhadas na arquitetura e 
explosão de cores em vitrais? Serão trevas iluminuras fascinantes e afrescos enlevados? 
Alguma treva resiste à sublime música medieval ou à doce literatura dos menestréis? 
Um conturbado período de guerras sangrentas, extinção de uma economia monetária, 
supressão da liberdade dos camponeses e domínio ininterrupto da Igreja permitem, de 
fato, uma interpretação funesta do período medieval; mas a sua extraordinária arte a 
redime: é pura luz transcendental. Vamos ver nesta Unidade dez séculos de arte cristã, 
um amálgama de rigor moral iconoclasta, criatividade libertária de imagens e princípio 
de humanismo na representação. Vamos a esta cruzada! 
 
 
3.1 A Arte dos Povos Bárbaros 
Os últimos séculos do Império Romano foram marcados crescente enfraquecimento 
político e militar. A divisão do Império, com Constantino em 323 d.C., deslocou uma 
das sedes do Império para o Oriente, em Constantinopla, enquanto Roma permanecia 
enfraquecida. Hordas de povos chamados pejorativamente de bárbaros (pois não 
possuíam a cultura clássica) invadiram e tomaram o Império do Ocidente: os Vândalos 
no Norte da África, os Visigodos na Espanha, os Francos na Gália, os Ostrogodos e 
Lombardos na Itália. Era uma nova geografia que se vislumbrava, a gênese das línguas 
modernas que se iniciava, o cristianismo que se consolidava, utilizando a belíssima 
miscigenação das Artes Paleocristã e Bárbara. 
 
 
 
41 
 
3.1.1 A Arte Bárbara 
As tradições artísticas bárbaras, espalhadas por 
diversos territórios e épocas, traduzem-se 
principalmente nos motivos de animais, 
criando padrões intrincados. quase abstratos, 
em madeira talhada, metais, esmaltes e 
pedrarias. Em objetos de acentuado realismo, 
porém com decorações abstratas, podemos 
conferir a existência de uma cultura religiosa 
desenvolvida e um senso estético esmerado 
Os primeiros tempos da Idade Média, chamada 
Alta Idade Média, são fortemente influenciados 
pela estética bárbara. Cruzes com adornos 
celtas, utilização de pedrarias não lapidadas, 
iluminuras com padrões intrincados, como 
podemos observar no manuscrito Evangeliário de Lindisfarne (fig. 3.1), combinam 
elementos bárbaros e cristãos A iluminura da Cruz apresenta o intrincado padrão 
formal bárbaro. Diversos manuscritos foram decorados sob essa influência, ajudando 
a trazer um novo elemento artístico para a arte ocidental (GOMBRICH, 1983) 
 
3.2 A Arte Bizantina 
Após a cisão do Império Romano, a região de Bizâncio, com capital em Constantinopla, 
tornou-se um esplendoroso Império, com a manutenção de várias tradições clássicas de 
representação e arquitetura, agora voltadas para o cristianismo. A religião oficial era 
subordinada ao Imperador, e não ao Papa em Roma, a partir do reinado de Justiniano, no 
séc. VI. 
Essa religião, chamada Ortodoxa, a partir do séc. XI, tornou-se extremamente rígida em 
relação à arte, principalmente quanto à representação religiosa: eram os iconoclastas que, 
 
Figura 3.1 - Página da Cruz dos 
Evangelhos de Lindisfarne. 
Fonte: 
http://www.artyfactory.com/perspective 
_drawing/images/eye_level/lindisfarne 
 Acesso em: 14 jan.2010 
 
 
 
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assim como impediam uma representação naturalista de Deus, Nossa Senhora e apóstolos, 
renegavam violentamente as imagens ditas pagãs – esse foi o principal motivo da 
destruição das esculturas gregas originais. 
3.2.1 Arquitetura e Artes Decorativas 
A arquitetura religiosa bizantina apresentou diversas contribuições, tanto no 
oriente, como no ocidente – pois foi muito forte a sua influência

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