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FERNANDA LEITE, MAURICIO LIMA, RAQUEL HARA E REGINA MOREIRA Autoria SEMIOLOGIASEMIOLOGIA © Universidade Positivo 2019 Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido Curitiba-PR – CEP 81280-330 *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Imagens de ícones/capa: © Shutterstock Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da Universidade Positivo – Curitiba – PR DADOS DO FORNECEDOR Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão. Presidente da Divisão de Ensino Reitor Direção Acadêmica Gerente de Educação à Distância Coordenação de Metodologia e Tecnologia Autoria Parecerista Supervisão Editorial Projeto Gráfico e Capa Prof. Paulo Arns da Cunha Prof. José Pio Martins Prof. Roberto Di Benedetto Prof. Rodrigo Poletto Profa. Roberta Galon Silva Profa. Fernanda Bergamini Guimarães Leite (Capítulo 4) Prof. Mauricio Correa Lima (Capítulo 1) Profa. Raquel Hara (Capítulo 7 e 8) Profa. Regina Moreira (Capítulo 2, 3, 5 6) Profa. Karyna Giselle Rodrigues Trindade Felipe Guedes Antunes DP Content SEMIOLOGIA 2 Caro aluno, A metodologia da Universidade Positivo tem por objetivo a aprendizagem e a comu- nicação bidirecional entre os atores educacionais. Para que os objetivos propostos se- jam alcançados, você conta com um percurso de aprendizagem que busca direcionar a construção de seu conhecimento por meio da leitura, da contextualização prática e das atividades individuais e colaborativas. A proposta pedagógica da Universidade Positivo é baseada em uma metodologia dia- lógica de trabalho que objetiva: valorizar suas experiências; incentivar a construção e a reconstrução do conhecimento; estimular a pesquisa; oportunizar a refl exão teórica e aplicação consciente dos temas abordados. Compreenda seu livro Metodologia SEMIOLOGIA 3 Compreenda seu livro Metodologia Com base nessa metodologia, o livro apresenta a seguinte estrutura: PERGUNTA NORTEADORA Ao fi nal do Contextualizando o cená- rio, consta uma pergunta que esti- mulará sua refl exão sobre o cenário apresentado, com foco no desenvol- vimento da sua capacidade de análi- se crítica. TÓPICOS QUE SERÃO ESTUDADOS Descrição dos conteúdos que serão estudados no capítulo. BOXES São caixas em destaque que podem apresentar uma citação, indicações de leitura, de fi lme, apresentação de um contexto, dicas, curiosidades etc. RECAPITULANDO É o fechamento do capítulo. Visa sintetizar o que foi abordado, reto- mando os objetivos do capítulo, a pergunta norteadora e fornecendo um direcionamento sobre os ques- tionamentos feitos no decorrer do conteúdo. PAUSA PARA REFLETIR São perguntas que o instigam a refl etir sobre algum ponto estudado no capítulo. CONTEXTUALIZANDO O CENÁRIO Contextualização do tema que será estudado no capítulo, como um cenário que o oriente a respeito do assunto, relacionando teoria e prática. OBJETIVOS DO CAPÍTULO Indicam o que se espera que você aprenda ao fi nal do estudo do ca- pítulo, baseados nas necessidades de aprendizagem do seu curso. PROPOSTA DE ATIVIDADE Sugestão de atividade para que você desenvolva sua autonomia e siste- matize o que aprendeu no capítulo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS São todas as fontes utilizadas no capítulo, incluindo as fontes mencio- nadas nos boxes, adequadas ao Projeto Pedagógico do curso. SEMIOLOGIA 4 Boxes AFIRMAÇÃO Citações e afi rmativas pronunciadas por teóricos de relevância na área de estudo. ASSISTA Indicação de fi lmes, vídeos ou similares que trazem informações complementares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado. BIOGRAFIA Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado. CONTEXTO Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; demonstra-se a situação histórica do assunto. CURIOSIDADE Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto tratado. DICA Um detalhe específi co da informação, um breve conselho, um alerta, uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado. ESCLARECIMENTO Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específi ca da área de conhecimento trabalhada. EXEMPLO Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto. SEMIOLOGIA 5 Sumário Capítulo 1 - Avaliação Fisioterapêutica (cinético-funcional) Objetivos do capítulo ....................................................................................................21 Contextualizando o cenário ......................................................................................... 22 1.1 Normatização, utilização e etapas a serem descritas no prontuário .......................... 23 1.1.1 Defi nição e objetivo da Semiologia e da avaliação fi sioterapêutica (cinético-funcional) ...............23 1.1.2 Prontuário – Resolução 414/2012 COFFITO ...........................................................................................24 1.1.3 Diagnóstico e prognóstico fi sioterapêutico ............................................................................................24 1.1.4 Diferença entre diagnóstico clínico e fi sioterapêutico/cinético-funcional .......................................25 1.2 Anamnese .............................................................................................................. 26 1.2.1 Queixa principal...........................................................................................................................................26 1.2.2 História da doença atual ............................................................................................................................27 1.2.3 História médica pregressa .........................................................................................................................27 1.2.4 História familiar e hábitos de vida ...........................................................................................................28 1.3 Exame físico .......................................................................................................................................................29 1.3.1 Inspeção ........................................................................................................................................................29 1.3.2 Palpação .......................................................................................................................................................30 1.3.3 Amplitude de movimento articular (recursos a serem utilizados) ......................................................31 1.3.4 Avaliação muscular (força e comprimento) ............................................................................................32 1.4 Testes específi cos e exames complementares ......................................................... 34 1.4.1 Defi nição e objetivo dos testes específi cos ............................................................................................34 1.4.2 Defi nição e objetivo da avaliação funcional ............................................................................................35 1.4.3 Objetivo dos testes para diagnóstico diferencial ...................................................................................36 1.4.4 Exames complementares ...........................................................................................................................36 Proposta de Atividade ...................................................................................................37 Recapitulando ..............................................................................................................37Referências bibliográfi cas ........................................................................................... 39 SEMIOLOGIA 7 Sumário Capítulo 2 - Avaliação dos sinais vitais e da dor Objetivos do capítulo ...................................................................................................40 Contextualizando o cenário ..........................................................................................41 2.1 Sinais vitais: conceito e mensuração ...................................................................... 42 2.1.1 Temperatura .................................................................................................................................................42 2.1.2 Pulso ..............................................................................................................................................................43 2.1.3 Pressão arterial ...........................................................................................................................................44 2.1.4 Frequência respiratória ..............................................................................................................................46 2.2 Dor ........................................................................................................................ 48 2.2.1 Defi nição .......................................................................................................................................................48 2.2.2 Função biológica ..........................................................................................................................................49 2.2.3 Dor aguda .....................................................................................................................................................49 2.2.4 Dor crônica ...................................................................................................................................................49 2.3 Instrumentos de avaliação da dor ..........................................................................50 2.3.1 Escala Visual Analógica da dor (EVA) .......................................................................................................51 2.3.2 Questionário de McGill ...............................................................................................................................52 2.3.3 Questionário Disabilities of Arm, Shoulder and Hand (DASH) .............................................................54 2.3.4 Diagramas corporais ...................................................................................................................................54 Proposta de Atividade ..................................................................................................55 Recapitulando .............................................................................................................56 Referências bibliográfi cas ............................................................................................57 SEMIOLOGIA 8 Sumário Capítulo 3 - Avaliação em Ortopedia e Traumatologia – Coluna vertebral Objetivos do capítulo ...................................................................................................59 Contextualizando o cenário .........................................................................................60 3.1 Coluna cervical........................................................................................................61 3.1.1 Principais patologias com exemplos de exames de imagem ................................................................61 3.1.2 Anamnese .....................................................................................................................................................63 3.1.3 Exame físico .................................................................................................................................................64 3.1.4 Casos clínicos ..............................................................................................................................................66 3.2 Coluna torácica ..................................................................................................... 66 3.2.1 Principais patologias e alterações posturais .........................................................................................66 3.2.2 Anamnese .....................................................................................................................................................67 3.2.3 Exame físico .................................................................................................................................................68 3.2.4 Casos clínicos ..............................................................................................................................................70 3.3 Coluna lombossacra ............................................................................................... 71 3.3.1 Principais patologias, alterações posturais e estabilização central (CORE) .....................................71 3.3.2 Anamnese .....................................................................................................................................................72 3.3.3 Exame físico .................................................................................................................................................73 3.3.4 Casos clínicos ..............................................................................................................................................74 3.4 Avaliação neurológica ............................................................................................74 3.4.1 Dermátomos e miótomos ...........................................................................................................................74 3.4.2 Avaliação sensorial dos dermátomos da cervical, torácica e lombar .................................................75 3.4.3 Avaliação motora dos miótomos da cervical e lombar ..........................................................................76 3.4.4 Avaliação dos refl exos referentes à cervical e lombar ......................................................................... 77 Proposta de Atividade ................................................................................................... 77 Recapitulando .............................................................................................................. 77 Referências bibliográfi cas ........................................................................................... 79 SEMIOLOGIA 9 Sumário Capítulo 4 - Avaliação em ortopedia e traumatologia – membros superiores Objetivos do capítulo ................................................................................................... 80 Contextualizando o cenário ..........................................................................................81 4.1 Cintura escapular ................................................................................................... 82 4.1.1 Anatomia e biomecânica da cintura escapular ......................................................................................82 4.1.2 Artrocinemática e osteocinemática .........................................................................................................83 4.1.3 Ritmo escápulo-umeral ..............................................................................................................................85 4.1.4 Principais patologias ..................................................................................................................................86 4.2 Ombro ................................................................................................................... 88 4.2.1 Anamnese .....................................................................................................................................................904.2.2 Exame físico .................................................................................................................................................91 4.2.3 Avaliação funcional e diagnóstico diferencial ........................................................................................93 4.2.4 Casos clínicos ..............................................................................................................................................96 4.3 Cotovelo ................................................................................................................96 4.3.1 Principais patologias ..................................................................................................................................97 4.3.2 Anamnese .....................................................................................................................................................98 4.3.3 Exame físico .................................................................................................................................................99 4.3.4 Casos clínicos ........................................................................................................................................... 101 4.4 Punho e mão ......................................................................................................... 101 4.4.1 Principais patologias ............................................................................................................................... 103 4.4.2 Anamnese .................................................................................................................................................. 103 4.4.3 Exame físico .............................................................................................................................................. 103 4.4.4 Casos clínicos ........................................................................................................................................... 104 Proposta de Atividade .................................................................................................105 Recapitulando ............................................................................................................105 Referências bibliográfi cas ..........................................................................................106 SEMIOLOGIA 10 Sumário Capítulo 5 - Avaliação em ortopedia e traumatologia: membros inferiores Objetivos do capítulo .................................................................................................. 107 Contextualizando o cenário ........................................................................................108 5.1 Cintura pélvica ......................................................................................................109 5.1.1 Revisão anatômica, biomecânica e principais patologias ................................................................. 109 5.1.2 Anamnese .................................................................................................................................................. 111 5.1.3 Exame físico .............................................................................................................................................. 111 5.1.4 Casos clínicos ........................................................................................................................................... 112 5.2 Quadril ..................................................................................................................112 5.2.1 Principais patologias ............................................................................................................................... 113 5.2.2 Anamnese .................................................................................................................................................. 114 5.2.3 Exame físico .............................................................................................................................................. 115 5.2.4 Casos clínicos ........................................................................................................................................... 116 5.3 Joelho .................................................................................................................... 117 5.3.1 Revisão da anatomia, biomecânica e principais patologias ...............................................................117 5.3.2 Anamnese .................................................................................................................................................. 119 5.3.3 Exame físico .............................................................................................................................................. 120 5.3.4 Casos clínicos ........................................................................................................................................... 121 5.4 Tornozelo e pé .......................................................................................................121 5.4.1 Revisão da anatomia, biomecânica e principais patologias .............................................................. 122 5.4.2 Anamnese .................................................................................................................................................. 123 5.4.3 Exame físico .............................................................................................................................................. 123 5.4.4 Casos clínicos ........................................................................................................................................... 124 Proposta de Atividade .................................................................................................125 Recapitulando ............................................................................................................125 Referências bibliográfi cas ..........................................................................................126 SEMIOLOGIA 11 Sumário Capítulo 6 - Avaliação da marcha e do controle postural Objetivos do capítulo .................................................................................................. 127 Contextualizando o cenário ........................................................................................128 6.1 Controle postural...................................................................................................129 6.1.1 Equilíbrio e coordenação ......................................................................................................................... 129 6.1.2 Sistemas sensoriais – equilíbrio ............................................................................................................ 130 6.1.3 Avaliação do equilíbrio e recursos tecnológicos ................................................................................. 131 6.1.4 Casos clínicos ........................................................................................................................................... 133 6.2 Propriocepção ......................................................................................................133 6.2.1 Conceitos e sistema proprioceptivo ...................................................................................................... 134 6.2.2 Receptores proprioceptivos ................................................................................................................... 134 6.2.3 Propriocepção e controle postural ........................................................................................................ 135 6.2.4 Avaliação da propriocepção ................................................................................................................... 136 6.3 Marcha .................................................................................................................137 6.3.1 Biomecânica da marcha ...........................................................................................................................137 6.3.2 Fases e subfases ....................................................................................................................................... 139 6.3.3 Atividade dos músculos em cada fase .................................................................................................. 140 6.3.4 Parâmetros normais da marcha e marcha patológica ....................................................................... 141 6.4 Avaliação da marcha .............................................................................................141 6.4.1 Avaliação cinética .................................................................................................................................... 142 6.4.2 Avaliação cinemática ............................................................................................................................... 143 6.4.3 Velocidade da marcha ............................................................................................................................. 144 6.4.4 Avaliação da cadência, passo e passada .............................................................................................. 144 Proposta de Atividade .................................................................................................145 Recapitulando ............................................................................................................145 Referências bibliográfi cas .......................................................................................... 147 SEMIOLOGIA 12 Sumário Capítulo 7 - Avaliação respiratória Objetivos do capítulo ..................................................................................................149 Contextualizando o cenário ........................................................................................150 7.1 Estruturas anatômicas ............................................................................................151 7.1.1 Principais órgãos do sistema respiratório ........................................................................................... 151 7.1.2 Segmentos pulmonares ........................................................................................................................... 152 7.1.3 Inspiração e expiração ............................................................................................................................. 153 7.1.4 Principais patologias ............................................................................................................................... 153 7.2 Exame físico ..........................................................................................................154 7.2.1 Anamnese .................................................................................................................................................. 154 7.2.2 Inspeção ..................................................................................................................................................... 155 7.2.3 Palpação .................................................................................................................................................... 159 7.2.4 Citrometria ................................................................................................................................................ 160 7.3 Testes específi cos .................................................................................................160 7.3.1 Posicionamento da traqueia ................................................................................................................... 160 7.3.2 Expansibilidade estática e dinâmica ..................................................................................................... 161 7.3.3 Frêmito toracovocal ................................................................................................................................. 162 7.3.4 Técnica de percussão ............................................................................................................................... 163 7.4 Ausculta pulmonar ................................................................................................165 7.4.1 Etapas da ausculta ................................................................................................................................... 165 7.4.2 Murmúrio da ausculta .............................................................................................................................. 166 7.4.3 Ruídos adventícios ................................................................................................................................... 168 Proposta de Atividade .................................................................................................169 Recapitulando ............................................................................................................ 170 Referências bibliográfi cas .......................................................................................... 172 SEMIOLOGIA 13 Capítulo 8 - Avaliação em gerontologia Objetivos do capítulo .................................................................................................. 173 Contextualizando o cenário ........................................................................................ 174 8.1 Processo do envelhecimento .................................................................................. 175 8.1.1 Alterações do sistema musculoesquelético ..........................................................................................175 8.1.2 Alterações do sistema sensorial .............................................................................................................177 8.1.3 Alterações do sistema nervoso central e periférico ............................................................................178 8.1.4 Alterações do controle postural .............................................................................................................179 8.2 Marcha .................................................................................................................180 8.2.1 Quedas: consequências para a saúde e independência do idoso ...................................................... 181 Alteração da marcha no idoso .......................................................................................................................... 182 8.2.2 Testes avaliativos da marcha ................................................................................................................. 183 8.2.3 Envelhecimento e capacidade funcional ............................................................................................... 184 8.3 Funcionalidade .....................................................................................................185 8.3.1 Timed Up and Go ...................................................................................................................................... 185 8.3.2 Tinetti ..........................................................................................................................................................187 8.3.3 Equilíbrio de Berg ..................................................................................................................................... 188 8.3.4 Alcance funcional ..................................................................................................................................... 189 8.4 Independência funcional.......................................................................................190 8.4.1 Atividades de vida diária .........................................................................................................................191 8.4.2 Teste de índice de Barthel ...................................................................................................................... 192 Proposta de Atividade .................................................................................................194 Recapitulando ............................................................................................................194 Referências bibliográfi cas ..........................................................................................196 Sumário SEMIOLOGIA 14 SEMIOLOGIA 15 APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO Caro aluno, esse livro é um mergulho na Fisioterapia, com foco em uma disciplina in- teressante e intrigante: a Semiologia. Através dela, você terá a oportunidade de exercer a sua capacidade de investigação, percepção, observação e análise funcional do paciente, em um processo minucioso e obrigatório para seu êxito profi ssional. A avaliação funcio- nal é uma ferramenta das mais importantes dentro do processo terapêutico. Sem uma avaliação correta e precisa, não será possível tratar o seu paciente com maestria, com- prometendo os objetivos terapêuticos, seu produto fi nal. Aproveite, analise, investigue, usando os conceitos da aprendizagem desta instigante disciplina. SEMIOLOGIA 16 Aos integrantes da instituição mais sólida da qual tenho a sorte de fazer parte: queridos Jair, Maria Helena, Mauro e Matheus; à Carla, companheira de todas as horas e à querida Gabrielli; aos nossos amiguinhos Enzo e Amora; a todos os alunos que me impulsionam, ao longo de anos, em meu dia a dia no empenho do ensinar. Muito obrigado! O professor Mauricio Correa Lima é fi siote- rapeuta graduado pela UNICID - Universi- dade Cidade de São Paulo, especialista em Piscina Terapêutica pela UNICID e mestre em Ciências pela USP - Universidade de São Paulo. É professor das disciplinas de Semiologia e Avaliação Clínica e Funcional há mais de 15 anos; professor de Ética e Deontologia, Evolução Histórica da Fisiote- rapia, Projeto Técnico-Científi co Interdisci- plinar e Produção Técnico-Científi ca Inter- disciplinar. Foi instrutor de processos do CREFITO-3 (São Paulo) e professor e super- visor de estágio nas áreas de Ortopedia e Traumatologia e Hidroterapia. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0852014522183276 O autor SEMIOLOGIA 17 Para aqueles que buscam o conhecimento de forma incessante, pois o conhecimento, independentemente da área, é precioso para quem o tem. Então, evolua o máximo que puder e assim será cada vez melhor. A professora Raquel Vaz Hara é doutora em Biologia Celular e Molecular pela Uni- versidade Estadual Júlio Mesquita Filho e possui mestrado em Biologia Celular e Mo- lecular pela mesma instituição. É graduada em Biomedicina, pelo Centro Universitário Filadélfi a. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2697823505608748 A autora SEMIOLOGIA 18 Dedico esta obra aos alunos de Fisioterapia, pela garra e persistência; a todos meus professores; a minha amiga, Lindamar, que me apoiou durante a elaboração desse material; e a minha família, em especial a minha esposa, Paula, que teve paciência e sempre me incentivou a continuar. A professora Fernanda Bergamini G. Leite é mestre em Clínica Medica pela Faculda- de de Medicina de Ribeirão Preto (USP). É especialista em Saúde do Idoso; Osteo- patia; Fisioterapia Aquática e Neurológi- ca; e Reabilitação Vestibular pelo Centro Universitário Claretiano – Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP) e Instituto Do- cusse de Ostepatia (IDOT). É graduada em Fisioterapia pela Universidade de Marilia (UNIMAR). Atualmente, é docente da área Fisioterapia. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2035121972564717 A autora SEMIOLOGIA 19 Dedico este livro aos meus pais, minha base, que sempre me incentivaram e me deram suporte ao longo de toda minha formação. Sem vocês meu mundo não seria o mesmo! Dedico também ao meu namorado, pela compreensão e por caminhar lado a lado. Obrigada por tanto! A Professora Regina Moreira Borges De Macedo é Mestre em Engenharia Biomédi- ca pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, especialista em Fisioterapia Es- portiva pela Sociedade Nacional de Fisiote- rapia Esportiva, graduada em Fisioterapia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná e em Educação Física pela Univer- sidade Federal do Paraná. É professora dos cursos de Educação Física e Fisiotera- pia no Ensino Superior desde 2014. Currículo Lattes: <http://lattes.cnpq.br/4693213216524655/> A autora SEMIOLOGIA 20 Objetivos do capítulo Conceituar e identifi car os objetivos da avaliação cinético-funcional, bem como suas etapas e diferenciar diagnóstico clínico do diagnóstico fi sioterapêutico; Compreender como realizar as etapas da anamnese e formular questões abertas e fechadas para cada etapa com raciocínio lógico; Reconhecer e identifi car os objetivos e recursos utilizados na inspeção, palpação, avaliação da amplitude de movimento, avaliação muscular, avaliação da marcha, testes específi cos, testes para diagnóstico diferencial e avaliação funcional. NORMATIZAÇÃO, UTILIZAÇÃO E ETAPAS A SEREM DESCRITAS NO PRONTUÁRIO • Defi nição e objetivo da Semiologia e da avaliação fi sioterapêutica (cinético-funcional) • Prontuário – Resolução 414/2012 COFFITO • Diagnóstico e prognóstico fi sioterapêutico • Diferença entre diagnóstico clínico e fi sioterapêutico/cinético-funcional EXAME FÍSICO • Inspeção • Palpação • Amplitude de movimento articular (recursos a serem utilizados) • Avaliação muscular (força e comprimento) TESTES ESPECÍFICOS E COMPLEMENTARES • Defi nição e objetivo dos testes específi cos • Defi nição e objetivo da avaliação funcional • Objetivo dos testes para diagnóstico diferencial • Exames complementares ANAMNESE • Queixa principal • História da doença atual • História médica pregressa • História familiar e hábitos de vida TÓPICOS DE ESTUDO Por: Mauricio Correa Lima SEMIOLOGIA 21 A elaboração de um plano terapêutico requer do fi sioterapeuta conhecimento sufi ciente sobre o seu paciente e sobre os sintomas relatados, além de uma boa base anatômica e funcional. Para isso, será necessário compreender onde e como tais informações serão armazenadas, bem como entender o processo que envolve a obtenção dessas informações, desde a chegada do paciente ao serviço de Fisioterapia até a elaboração do diagnóstico fi sioterapêutico. Baseado nesses fatores, vamos ao questionamento: de que forma o fi sioterapeuta pode obter e guardar as informa- ções necessárias do exame do paciente para seu sucesso terapêutico? Contextualizando o cenário SEMIOLOGIA 22 Normatização, utilização e etapas a serem descritas no prontuário 1.1 O registro das informações de paciente em prontuário sempre se fez necessário, visto que se trata de um documento importante por conter informações da assistência fi sioterapêu- tica, como os dados do paciente, a avaliação realizada e os procedimentos executados. Em 2012, o COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), através da Resolução n. 414, de 19 de maio de 2012, tornou obrigatório o registro pelo fi sioterapeuta de informações de pacientes em prontuário, além da obrigatoriedade de sua guarda e descarte. Defi nição e objetivo da Semiologia e da avaliação fi sioterapêutica (cinético-funcional) 1.1.1 O termo Semiologia deriva de semeyologia, que deriva das palavras gregas semeyon, cujo signifi cado é sinal, e de logos, termo advindo da fi losofi a grega de signifi cado amplo que pode ser compreendido como discurso, razão, explicação ou estudo. O termo é utilizado para defi nir a disciplina que aborda o estudo dos si- nais e sintomas (Midão, 2010). A Semiologia é um processo que tem por ob- jetivo a obtenção e análise de informações e se materializa na avaliação fi sioterapêutica,por meio do diagnóstico cinético-funcional e auxilia na elaboração de um plano terapêutico. Em uma avaliação fi sioterapêutica, são observados e buscados aspectos cinético-funcionais, baseados na cinesiologia/biomecânica e anatomia/fi siologia para compreensão da disfunção e para que se obtenha o diagnóstico fi sioterapêutico. A avaliação fi sioterapêutica se difere do diag- nóstico médico, que visa buscar o diagnóstico clínico do paciente, para posterior indicação do tratamento mais adequado. Seus processos, entretanto, são similares, como em todas as áreas da saúde. Envolvem, num primeiro momento, a anamnese; em seguida, a inspeção ou obser- vação; e, posteriormente, o exame físico. Assim, há procedimentos semelhantes ao de outras profi ssões, mas cada profi ssional observará as condições do paciente a partir de seus conheci- mentos, ou seja, partindo de uma perspectiva variável, ainda que se trate do mesmo paciente com a mesma condição de saúde. SEMIOLOGIA 23 Prontuário – Resolução 414/2012 COFFITO1.1.2 A Resolução n° 414 determina a obrigatoriedade do registro em prontuário das atividades prestadas pelo fi sioterapeuta. O prontuário deve conter os dados pessoais do paciente avalia- do, além de anamnese e exame físico, diagnóstico fi sioterapêutico, plano terapêutico e exames complementares. Tais informações devem estar acompanhadas da identifi cação do profi ssio- nal, com carimbo e número de seu registro no CREFITO (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), além da assinatura do profi ssional. O sigilo das informações contidas no prontuário deve ser obrigatoriamente mantido, com divulgação destas apenas em caso de dever legal ou justa causa; sua guarda é de responsabili- dade do fi sioterapeuta ou da instituição onde a assistência fi sioterapêutica foi prestada, sendo que o período de guarda do prontuário do cliente/paciente deve ser de, no mínimo, cinco anos, a contar do último registro. Este período pode ser ampliado nos casos previstos em lei, por determinação judicial, ou ainda em casos específi cos nos quais seja necessária a manutenção da guarda por maior tempo. O prontuário fi sioterapêutico deve estar permanentemente disponível, de modo que, quan- do solicitado pelo paciente ou seu representante legal, o acesso a ele esteja disponível. O fi sio- terapeuta deve fazer cópias autênticas das informações pertinentes e guardá-las nos termos da Resolução. Ao fi nal do tratamento fi sioterapêutico, realizado no âmbito domiciliar de seu cliente/paciente, o fi sioterapeuta pode, caso queira, tirar cópia de inteiro teor do prontuário e guardá-lo consigo. Diagnóstico e prognóstico fi sioterapêutico1.1.3 O diagnóstico fi sioterapêutico ou cinético-funcional é obtido por meio das informações adquiridas com o paciente e pela observação de suas limitações funcionais demonstra- das no exame físico. Ele será obtido por um processo sistemático e detalhado que envolve, inicialmente, uma primeira observação do paciente em sua chegada ao serviço de fi siotera- pia. Após a coleta de seus dados pessoais, faz-se a anamnese, que objetiva a investigação detalhada de toda sua história desde o surgimento da queixa e colhem-se informações adicionais da vida diária do indivíduo até o momento atual. Posteriormente executa-se o exame físico, através de uma nova observação/inspeção desta vez mais detalhada. Há a palpação através do toque orientado para análise e a tomada de algumas medidas, como perimetria e goniometria. Finaliza-se com a aplicação dos testes de força/função muscular e testes especiais diagnósticos. SEMIOLOGIA 24 Com todas essas informações, que deverão ser lançadas em uma fi cha de avaliação elabo- rada pelo próprio profi ssional ou estabelecida por um serviço de saúde em andamento, há possibilidade de estabelecer o diagnóstico. Havendo um diagnóstico, pode-se elaborar o prog- nóstico fi sioterapêutico, uma projeção do futuro terapêutico do paciente baseada na avalia- ção fi sioterapêutica e também nos diagnósticos médico e fi sioterapêutico, amparada também por exames complementares, se for o caso. Diferença entre diagnóstico clínico e fi sioterapêutico/ cinético-funcional 1.1.4 Dentre tantas possibilidades de descrição, o diagnóstico médico pode ser defi nido como o processo ativo de pensamento e a arte de usar o método científi co para elucidar os problemas da pessoa doente (MANSUR, 2010). Diferentemente do diagnóstico fi sioterapêutico, o diagnós- tico médico se caracteriza pela defi nição da doença em si. A descoberta da causa disfuncional do organismo doente, que se manifesta pelos sintomas demonstrados, confi rmados ou não por meio da realização do exame físico e que, quando não é totalmente elucidado, é tido como uma hipótese diagnóstica, que será possivelmente confi rmada por meio de exames de ima- gens e/ou laboratoriais. Quando voltado para a Fisioterapia, esse diagnóstico é chamado diagnóstico fi sioterapêuti- co ou cinético-funcional, em que o examinador, através da avaliação fi sioterapêutica, observa as alterações funcionais decorrentes do diagnóstico médico. Essas observações são prove- nientes da descrição e dos sintomas do paciente, de alterações na palpação, de défi cits de força muscular, dor e limitação de amplitude de movimento, além de positividade em testes especiais diagnósticos. A resolução 80, de 05/1987, dispõe sobre o diagnóstico fi sioterapêutico como competência exclusiva do Fisioterapeuta. Este diagnóstico é aquele obtido e compreendido como avaliação físico-funcional, um processo pelo qual, através de metodologias e técnicas fi sioterapêuticas, são analisados e estudados os desvios físico-funcionais intercorrentes, na sua estrutura e no seu funcionamento, com a fi nalidade de detectar e parametrar as alterações apresentadas, consideradas desvios dos graus da normalidade para os da anormalidade. A resolução reitera também a necessidade de reavaliação do paciente, e que o fi sioterapeuta, em caso de necessidade, recorra a outros profi ssionais da equipe de saúde, através de solicita- ção de laudos técnicos especializados. O documento determina ainda que somente empresas que estão devidamente registradas no Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO) da jurisdição poderão usar a expressão Fisioterapia, estando sujeito à fi scalização. SEMIOLOGIA 25 Anamnese1.2 A avaliação fi sioterapêutica, ou cinético-funcional, é um processo que exige um exame minucioso e sistemático e procedimentos que devem ser executados em uma ordem, tal qual a subida de uma escada, um degrau de cada vez. Inicialmente, o examinador deve ter em mãos os dados pessoais e de identifi cação do paciente. Esses dados podem ser obtidos logo no início da avaliação ou já estarem pre- viamente descritos na fi cha ou prontuário do paciente: nome, idade, sexo, local de nasci- mento, profi ssão, ocupação, dentre outros. De posse dessas informações, o fi sioterapeuta inicia o processo da anamnese diretamente com o paciente ou, se for o caso, com o(a) fi lho(a), pai, mãe, ou acompanhante/cuidador(a). O paciente deve estar confortável, em um ambiente privado, limpo e organizado, e o profi ssional deve estar atento ao depoimento do paciente, mantendo-se sereno e tranquilo. Segundo Bickley (2016), uma anamnese abran- gente é formada por diversas partes que, somadas, conferem uma estrutura à coleta de dados e ao registro fi nal. Essa etapa trata-se de uma entrevista com o objetivo de coletar informações do paciente, estabelecer uma relação de confi ança, orientá-lo e informá-lo quanto ao seu processo terapêutico. Queixa principal1.2.1 A anamnese se inicia a partir da queixa principal, com perguntas consideradas abertas, como: “O que te trouxe aqui hoje?”, “Como posso ajudar?”. Essas perguntas permitem uma grande liberdade de resposta e facilitam o entendimento da queixa pelo examinador. Na me- dida em que o questionamentovai seguindo, o fi sioterapeuta deve direcionar as perguntas, extraindo do paciente as falas sobre as áreas que pareçam mais importantes, como “Onde está a sua dor ?”, “Dói em outra região?” (BICKLEY, 2016). Essa entrevista inicial, que caracteriza o início do processo de avaliação pois permite que o paciente descreva o que o está incomodando com suas próprias palavras, fi ca mais completa com o dia a dia e com a experiência do examinador (MAGGE, 2010). ESCLARECIMENTO: O termo anamnese deriva do grego ana, que signifi ca para trás, e mimnekesthai, que signifi ca recordar, fazer lembrar. É exatamente ao que se propõe essa fase da avaliação funcional. mimnekesthaimimnekesthai, mimnekesthai, mimnekesthai que signifi ca recordar, fazer lembrar. É exatamente ao que se propõe essa fase da mimnekesthaimimnekesthaimimnekesthaimimnekesthaimimnekesthai que signifi ca recordar, fazer lembrar. É exatamente ao que se propõe essa fase da mimnekesthaimimnekesthai que signifi ca recordar, fazer lembrar. É exatamente ao que se propõe essa fase da que signifi ca recordar, fazer lembrar. É exatamente ao que se propõe essa fase da que signifi ca recordar, fazer lembrar. É exatamente ao que se propõe essa fase da que signifi ca recordar, fazer lembrar. É exatamente ao que se propõe essa fase da SEMIOLOGIA 26 História da doença atual 1.2.2 Na história da doença atual (HDA), ou história da moléstia atual (HMA), a busca por infor- mações continua, só que agora mais voltada para o desenvolvimento cronológico dos fatos; desde o início do problema até o dia da consulta com perguntas-chave, como, por exemplo: “Quando iniciou a sua dor?”, “Onde está doendo, qual a região?”, “Como é a sua dor?”. As infor- mações obtidas devem ser lançadas na fi cha de avaliação em um texto corrido que descreva o problema desde o surgimento, conforme relato do paciente. O profi ssional deve intervir e direcionar a fala do paciente com questionamentos, no entanto, deve-se ter cuidado, pois uma interrupção precoce pode causar perda do raciocínio de quem fala, causando a omissão de algum fato importante sobre o caso. Deve-se ter em mente que a linguagem usada nas perguntas deve ser clara e de fácil entendimento para o paciente, com perguntas relevantes, voltadas para queixa e para doença. História médica pregressa1.2.3 A história médica pregressa (HMP) ou histó- ria da moléstia pregressa é a parte da anamne- se em que são investigados fatos relacionados à infância do paciente, doenças da infância, fatos anteriores de doenças que possam ter relação com a queixa relatada no momento, bem como enfermidades clínicas da vida adul- ta. Fatos obtidos na HMP agregam informa- ções importantes quando somados à história da doença atual, encurtando o caminho na busca pelo diagnóstico fi sioterapêutico. DICA: Conduza o questionamento da história da doença atual para o que realmente in- teressa ao processo de avaliação. Na anamnese, alguns pacientes tendem a desa- bafar com o profi ssional, abordando frequentemente aspectos particulares e até íntimos. Ouça com atenção, dê uma palavra de alento, demonstre sua real preocu- pação, mas não perca o caminho da obtenção das informações relevantes. Conduza o questionamento da história da doença atual para o que realmente in- teressa ao processo de avaliação. Na anamnese, alguns pacientes tendem a desa-teressa ao processo de avaliação. Na anamnese, alguns pacientes tendem a desa- bafar com o profi ssional, abordando frequentemente aspectos particulares e até íntimos. Ouça com atenção, dê uma palavra de alento, demonstre sua real preocu- teressa ao processo de avaliação. Na anamnese, alguns pacientes tendem a desa-teressa ao processo de avaliação. Na anamnese, alguns pacientes tendem a desa- Conduza o questionamento da história da doença atual para o que realmente in- teressa ao processo de avaliação. Na anamnese, alguns pacientes tendem a desa- bafar com o profi ssional, abordando frequentemente aspectos particulares e até íntimos. Ouça com atenção, dê uma palavra de alento, demonstre sua real preocu- bafar com o profi ssional, abordando frequentemente aspectos particulares e até íntimos. Ouça com atenção, dê uma palavra de alento, demonstre sua real preocu- pação, mas não perca o caminho da obtenção das informações relevantes. SEMIOLOGIA 27 História familiar e hábitos de vida1.2.4 A história familiar (HF), antecedentes familiares (AF) ou história da moléstia familiar (HMF) objetiva a busca de informações relativas às doenças dos pais e avós prioritariamente, dados relevantes sobre eventos familiares com os quais o paciente pode ter uma relação genética, como, por exemplo, predisposição ao diabetes, câncer, varicosidades dentre outras. Figura 1. Coleta da anamnese. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/07/2019. O momento da anamnese auxilia na avaliação dos riscos do paciente desenvolver deter- minadas doenças, e pode também sugerir experiências familiares pertinentes às queixas do paciente. Ainda, a partir história familiar, deve-se obter informações sobre a educação do pa- ciente, família de origem, domicílio atual e interesses pessoais (BICKLEY, 2016). Outro aspecto importante nessa parte da coleta de dados são os hábitos de vida, ou sim- plesmente hábitos, que trazem informações a respeito do estilo de vida do paciente, se é eti- lista, tabagista, sobre sua alimentação, vida social, imunizações anteriores, se é sedentário ou pratica atividade regularmente, sua frequência e intensidade, se tem preocupação e segurança com sua saúde e também outras informações que descrevem um potencial estilo de vida sau- dável, ou se tais hábitos são determinantes ou têm uma relação estreita com o quadro clínico e funcional do paciente no momento. PAUSA PARA REFLETIR O estilo de vida pode interferir negativamente nas condições de saúde do paciente? SEMIOLOGIA 28 Exame físico1.3 Após a obtenção dos dados pessoais e da realização da anamnese chega-se, ao exame físi- co. Como o próprio nome indica, o exame físico é a avaliação clínica e funcional propriamen- te dita. O examinador utiliza seus sentidos, suas mãos e seu conhecimento, que, somados a todos os dados obtidos previamente e a análise dos sintomas, confi rmam ou não o que foi relatado pelo paciente. Inspeção1.3.1 Após a obtenção dos dados pessoais e da realização da anamnese chega-se, ao exame físi- co. Como o próprio nome revela, o exame físico é a avaliação clínica e funcional propriamen- te dita. Nesse momento, o examinador utilizará de seus sentidos e seu conhecimento para confi rmar ou não o relato do paciente, junto aos dados obtidos previamente e a análise dos sintomas. A inspeção ou observação é a primeira parte do exame físico. Nesse momento, o fi sioterapeuta não irá tocar no paciente ainda, mas solicitará a ele que deixe exposta a área a ser inspecionada/observada, respeitando sua privacidade. Para isso, o local do exame deve estar bem iluminado. Deve ser observado também se o paciente está disposto a se movimen- tar, se parece estar desconfortável, apreensivo, deprimido. (MAGEE, 2010) Na inspeção ou observação, buscam-se assimetrias na região analisada, comparando-a sempre bilateralmente com o outro membro ou hemicorpo, alterações no contorno, na colora- ção da pele, cicatrizes, posição do membro e, no caso de solicitação de movimentação ativa ao paciente, por exemplo, se o padrão dessa movimentação está similar nos dois membros, se o movimento ocorre da mesma forma, sem compensações. Figura 2. Alterações que podem ser observadas na chegada do paciente. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/07/2019. SEMIOLOGIA 29 DICA: A observação do paciente inicia com a chegada ao serviço de Fisioterapia. Lembre- -se de que ele sempre irá demonstrar alguma alteração manifestada pela sua mar- cha, seus gestos, sua postura ou expressão facial. Esteja sempre atento! A observação do paciente inicia com a chegada ao serviço de Fisioterapia.Lembre- -se de que ele sempre irá demonstrar alguma alteração manifestada pela sua mar- A observação do paciente inicia com a chegada ao serviço de Fisioterapia. Lembre-A observação do paciente inicia com a chegada ao serviço de Fisioterapia. Lembre-A observação do paciente inicia com a chegada ao serviço de Fisioterapia. Lembre- -se de que ele sempre irá demonstrar alguma alteração manifestada pela sua mar- cha, seus gestos, sua postura ou expressão facial. Esteja sempre atento! Palpação1.3.2 O próximo recurso, muito importante no exame físico, é a palpação. Consiste no toque com as mãos, preferencialmente com a polpa dos dedos. É um tipo de habilidade que deve ser construída com a prática e com a execução. A palpação não deve ser negligenciada, pois busca discriminar diferenças na tensão e fl exi- bilidade dos tecidos moles, alterações de tônus muscular, normalidade ou deformidades ós- seas, anormalidades de volume, presença de edema, alterações de temperatura. Ela também verifi ca a textura dos tecidos, rigidez tecidual e pode colher informações sobre a estrutura dos diferentes tipos de tecidos. Figura 3. Alterações que podem ser observadas na chegada do paciente. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/07/2019. No caso de ocorrência do edema, que é o acúmulo excessivo de líquidos nos espaços inters- ticiais e se manifesta como um inchaço (BICKLEY, 2016); além da observação para confi rmação de sua presença, utiliza-se a palpação para indicar ou não sinal de cacifo ou de Godet, verifi can- SEMIOLOGIA 30 do se há formação de depressão no local palpado. Dependendo da profundidade da depres- são ou do tempo necessário para seu desaparecimento (menos de 15 segundos), suspeita-se de diminuição de albumina no plasma sanguíneo, por exemplo, decorrente de traumas, cirur- gias, infecções, doenças hepáticas ou renais. O paciente avaliado deve estar em posição confortável e a área palpada sempre em condi- ção de relaxamento, na maioria dos casos preferencialmente apoiada. Deve-se pedir permis- são ao paciente antes da palpação e avisá-lo de como esse procedimento será realizado e por que será realizado, prevenindo-o também acerca da possível ocorrência de dor nesse proces- so, o que pode fornecer justamente a resposta que o examinador está procurando. PAUSA PARA REFLETIR Uma palpação dolorosa sempre confi rma um sintoma relatado pelo paciente? Amplitude de movimento articular (recursos a serem utilizados) 1.3.3 Fazendo parte do exame físico, a avaliação da amplitude de movimento (ADM) ou ampli- tude de movimento articular tem sido amplamente utilizada para quantifi car o défi cit mús- culo-esquelético, além de servir como base para a avaliação da efi cácia de intervenções terapêuticas (CHAVES, 2008). Entende-se como amplitude de movimento fi siológica esperada ou normal a quantidade, em graus, de mobilidade que uma determinada articulação alcança quando o paciente se mo- vimenta (amplitude de movimento ativa) ou quando o examinador a movimenta passivamente (amplitude de movimento passiva). Para medir esses movimentos, alguns instrumentos, como o goniômetro universal (avalia a ADM numa escala de dois em dois graus), o inclinômetro digi- tal e o fl exímetro (equipamento que avalia a medida angular por efeito da gravidade), se des- tacam como alternativas simples, de ampla utilização e baixo custo. Há outros equipamentos para tal fi m, mas seu uso é bastante limitado devido a sua complexidade e seus valores. Os três instrumentos citados, entretanto, demonstraram confi abilidade na obtenção destas me- didas, podendo os resultados sofrerem pequenas alterações em seus valores, de acordo com a habilidade do examinador (GOUVEIA, 2014; SANTOS, 2012) A goniometria deve ser realizada com o paciente e a articulação a ser testada em uma condição relaxada, o que minimiza a possibilidade de haver movimentos compensatórios durante sua execução. Utiliza-se o goniômetro universal, um instrumento de dois braços que SEMIOLOGIA 31 deve ter seu centro posicionado no eixo do movimento da articulação testada, seu braço fi xo em um posicionamento que pode ser variável e o braço móvel, acompanhando o movimento do membro testado. Figura 4. Goniômetro universal. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 07/07/19. Avaliação muscular (força e comprimento)1.3.4 Quando se objetiva a avaliação muscular, tem início o processo de avaliação do compri- mento muscular e da força muscular. O teste muscular é um procedimento que depende do conhecimento, da habilidade e da experiência do examinador, sendo parte integrante do exa- me físico. Ele fornece informações, não obtidas por meio de outros procedimentos, úteis para o diagnóstico diferencial, para o prognóstico e para o tratamento de distúrbios neuromuscu- lares e musculoesqueléticos. Testes de comprimento, quando realizados com precisão, podem prover dados objetivos utilizando-se dispositivos simples, como goniômetros para medir ângulos e réguas ou fi tas métricas para mensurar a distância. Os testes de comprimento muscular são realizados para determinar se a amplitude do comprimento muscular é normal, limitada ou excessiva. Os músculos que possuem um comprimento excessivo normalmente são fracos e permitem o encurtamento adaptativo dos músculos antagonistas/oponentes. Os músculos que são muito curtos geralmente são fortes e mantêm os músculos antagonistas em uma posição alongada. O teste do comprimento muscular consiste em movimentos que aumentam a distância entre a SEMIOLOGIA 32 origem e a inserção musculares, consequentemente, alongam os músculos em direções opos- tas àquelas das ações musculares. Utilizam movimentos passivos ou ativos assistidos para determinar a extensão em que um músculo pode ser alongado (KENDALL, 2007). Em relação aos testes de força muscular, a fraqueza deve ser diferenciada da restrição da amplitude de movimento. Os testes de força são aplicados manualmente, colocando o mús- culo testado em posição de prova para que contraia inicialmente contra a força da gravidade, mostrando um grau regular de força. A partir daí, em caso de força regular, o examinador im- põe uma resistência manual leve/moderada contra o movimento, além da força da gravidade e posteriormente, se for o caso, uma resistência maior ainda, fazendo com que o paciente de- monstre uma força esperada normal, caso consiga vencer essa resistência imposta. O oposto também pode ocorrer, no caso do paciente não conseguir manter a posição contra a força da gravidade ou caso seja incapaz de vencer essa força. Nesse caso, o examinador muda o posi- cionamento do paciente, eliminando a força da gravidade, e o paciente realiza o movimento ativamente. Em uma situação hipotética em que ele não gere movimento mesmo com ausência da gravidade, sua fraqueza é maior, ou seja, já acompanhada de um grande déficit funcional. Figura 5. Teste manual para avaliação da força do músculo extensor ulnar do carpo. Fonte: KENDALL et al., 2007. (Adaptado). Frequentemente, um músculo não consegue completar a amplitude normal do movimen- to. É possível que ele esteja muito fraco para completar o movimento, ou que a amplitude de movimento seja restrita em razão do pequeno comprimento de músculos, cápsulas ou estruturas ligamentares. O examinador deve determinar se há alguma restrição. Quando SEMIOLOGIA 33 não houver restrição, a falha do indivíduo em manter a posição de teste pode ser inter- pretada como fraqueza, conforme descrito anteriormente. Ao testar músculos monoar- ticulares nos quais a capacidade de manter o segmento no fi nal da amplitude de movi- mento é esperada, o examinador deve dife- renciar a fraqueza muscular da insufi ciência tendinosa. Por exemplo, o quadríceps pode ser forte, mas incapaz de estender totalmen- te o joelho por causa da distensão do tendão da patela ou do tendão do quadríceps. Exa- mes musculares devem levar em conta es- ses fatores sobrepostos, como articulaçõesrelaxadas instáveis, por exemplo. É difícil julgar o grau da fraqueza muscular real em tais casos. Do ponto de vista funcional, o músculo é fraco e deve ser graduado dessa maneira. No entanto, quando o músculo apresenta uma forte contração, é importante reconhecer esse fator como potencial de melhoria. Em um músculo com insufi ciência funcional por causa de instabilidade articular e não da fraqueza muscular em si, o tratamento deve ser direcionado à correção do problema da articulação e à redução da distensão muscular. A falha em distin- guir a fraqueza muscular real da aparente, resultante da instabilidade da articulação, pode privar um paciente de um tratamento subsequente adequado (KENDALL, 2007). Definição e objetivo dos testes específicos1.4.1 Os testes específi cos são a última parte do exame físico, sendo realizados após a coleta dos dados pessoais e anamnese. Os objetivos dos testes especiais são confi rmar uma hipótese diagnóstica, estabelecer o diagnóstico diferencial, diferenciar estruturas, compreender sinais incomuns e esclarecer sinais e sintomas difíceis (MAGEE, 2010). Testes específicos e exames complementares1.4 Os testes especiais, ou testes específi cos, são testes diferenciais para o diagnóstico clínico e fi sioterapêutico. São provocativos, pois levam ao estresse diferentes estruturas corporais, gerando uma resposta específi ca. SEMIOLOGIA 34 Figura 6. Teste especial para ligamento cruzado anterior. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/07/2019. Definição e objetivo da avaliação funcional1.4.2 A avaliação funcional compreende o ato ou efeito de avaliar, apreciar e analisar aquilo que diz respeito a funções vitais, bom funcionamento e funcionalidade. Representa uma mensura- ção da capacidade de realização de tarefa do corpo inteiro, envolve análise de tarefas, observa- ção de atividades do paciente e tem como objetivo auxiliar o examinador a estabelecer o que é importante para o paciente e suas expectativas. Diagrama 1. Processo de avaliação Avaliação Exame sistemáti- co e mincuioso Conhecimento de anatomia fun- cional Histórico preciso do paciente Observação Exame fi síco detalhado SEMIOLOGIA 35 Objetivo dos testes para diagnóstico diferencial1.4.3 O resultado positivo destes testes sugere fortemente a doença presente. O fato de apre- sentarem um resultado negativo no exame físico, entretanto, não signifi ca que a doença deva ser descartada. Dependendo do teste especial aplicado, há menor probabilidade de erro. Os testes especiais são o fechamento do exame físico. Através da aplicação destes testes, são examinados tecidos específi cos, como ligamentos, tendões e, consequentemente, também a estabilidade articular. Os sinais positivos desses testes tendem a reforçar o que foi obtido no exame até então, elucidando o diagnóstico. Exames complementares1.4.4 Dentre os diversos métodos de elucidação e confi rmação diagnóstica, alguns exames com- plementares são amplamente solicitados na prática clínica e são de extrema importância para avaliação fi sioterapêutica. A radiografi a simples, criada pelo físico alemão Wilhelm Röntgen em 1895, é o meio mais sim- ples e barato para visualização de alterações osteoarticulares, com possibilidade de obtenção de imagens em diversas incidências e planos. Através da radiografi a pode-se visualizar os ossos e detalhes de sua estrutura, tumores, cistos e as partes moles que os envolvem (MAGEE, 2010). Figura 7. Radiografi a simples. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 30/07/2019. SEMIOLOGIA 36 A escanometria pelo método de Farill é um exame rotineiro na maioria dos serviços radioló- gicos. Ela permanece, há mais de meio século, como um método amplamente utilizado para diag- nóstico da diferença entre os membros inferiores, sendo um método de fácil execução, realizado diariamente em qualquer serviço de radiologia geral. A tomografia computadorizada (TC) foi criada no início dos anos 70 e funciona por meio de um tubo de raios X com milhares de leituras de den- sidade dos tecidos, que são transformadas por um tubo de raios catódicos e a seguir fotografados, gerando imagens dos ossos em cortes transversais de espessura variada (WERLANG et al., 2007). Na ultrassonografia, a passagem de ondas sonoras através dos tecidos produz um eco diferente dependendo de cada tecido. Esse exame permite a avaliação de rupturas, presença de tumores e condições inflamatórias. Um outro exame complementar utilizado na detecção de tumores ósseos é a cintilografia óssea, em que são injetados radioisótopos como estrôncio 85 e 87, flúor 18 e gálio, marcadores que aparecerão em locais com aumento de metabolismo ósseo e maior fluxo sanguí- neo, facilitando diagnósticos. A ressonância magnética (RM) ou ressonância nuclear magnética (RNM) funciona pela resso- nância da rotação produzida pelos núcleos de elementos químicos, por exemplo, o hidrogênio, em que as imagens são obtidas pela variação do tipo de excitação desses elementos, que atribui colo- ração em diferentes tons de cinza, permitindo reconhecer, pelas alterações de tons, os diferentes tipos de tecidos corporais (HEBERT, 1998). Proposta de Atividade Agora é a hora de pôr em prática tudo o que você aprendeu nesse capítulo! Elabore uma ficha de avaliação, baseando-se em uma sequência correta e específica, que destaque as prin- cipais ideias abordadas ao longo do capítulo. Ao produzir sua ficha de avaliação, considere as leituras básicas e complementares realizadas. Recapitulando Neste capítulo, em um primeiro momento, foi abordado o papel da Semiologia na busca de informações para obtenção do diagnóstico cinético-funcional, o diagnóstico fisiotera- pêutico. Vimos que, para isso, o profissional necessita de informações diversas, que devem ser obtidas de forma sistemática, e que, juntas, vão compor a ficha de avaliação, sendo ar- mazenadas no prontuário do paciente. Esse documento é de elaboração obrigatória, bem como o registro da evolução do paciente, conforme determinação do COFFITO – Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Sua guarda é de responsabilidade do profis- SEMIOLOGIA 37 sional ou da instituição onde foi prestado o atendimento, e deve ser feita por no mínimo cinco anos, a contar de seu último registro. A somatória dessas informações, baseadas nos sinais encontrados e nos sintomas relatados permite a análise dos dados e posterior elaboração de um plano terapêutico seguro, que vise o êxito do tratamento. O processo de avaliação envolve uma observação inicial do paciente desde o momento de sua chegada ao local da terapia, ambulatório, clínica ou hospital. Em seguida, coletam-se os da- dos pessoais, que podem já ter sido previamente colhidos em uma triagem inicial, dependendo do serviço oferecido pelo hospital ou clínica. A seguir, passa-se para a anamnese, processo no qual se investigam vários aspectos da queixa do paciente: o início, local e tipo dos sintomas, o histórico de doenças na família, doenças anteriores e atuais, seus hábitos, uso de medica- mentos, atividades diárias, dentre outras. Um estilo de vida desregrado no que diz respeito à alimentação e composto por maus hábitos sociais, ambientais e psicológicos (como sedenta- rismo, fumo, bebidas) afetam as condições de saúde do paciente. Estudamos que, após a anamnese, a avaliação segue para o exame físico propriamente dito, em que há uma nova observação ou inspeção, realizada com mais detalhes já com o paciente desnudo na região a ser examinada, evidentemente, com respeito à sua privacidade e após seu consentimento. Ainda no exame físico, o paciente será palpado por um toque firme, se- guro e orientado, que pode mostrar positividade, mas não necessariamente caracterizar uma disfunção, já que algumas referências ósseas são mais dolorosas à palpação do que outras, como o processo xifóide esternal, o processo coracóide da escápula, dentre outros. Posterior- mente, passa-se para a obtençãode algumas medidas em uma avaliação quantitativa e nu- mérica, pela perimetria e goniometria, finalizando com a aplicação dos testes de força/função muscular e testes especiais diagnósticos. Ao final do exame, estará montada uma boa parte do quebra-cabeça desse processo, que deverá ser analisado para auxiliar a elaboração de uma proposta terapêutica, ou seja, o melhor tratamento para aquele caso. SEMIOLOGIA 38 Referências bibliográficas BARROS FILHO, Tarcísio E. P. de; LECH, Osvandré. Exame físico em ortopedia. 3. ed. São Paulo: Sarvier, 2017. BICKLEY, Lynn S.; HOEKELMAN, Robert A. Bates - Propedêutica Médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL. Resolução n. 414, de 19 de maio de 2012. Torna obrigatório o registro de informações de pacientes em prontuário pelo Fisioterapeuta, além de obrigatoriedade de sua guarda e descarte. Plenária da Sede do CREFI- TO-8, Curitiba – PR. Disponível em: <http://www.crefito.com.br/repository/legislacao/resolu%- C3%A7%C3%A3o%20414.pdf> Acesso em: 08 jul. 2019. CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL. Resolução n. 80, de 09 de maio de 1987. Dispõe sobre o diagnóstico fisioterapêutico como competência exclusiva do Fi- sioterapeuta. Diário Oficial da União, n. 093 de 21/05/87, Seção 1, Págs. 7609. Disponível em: <http://www.crefito.com.br/repository/legislacao/resolu%C3%A7%C3%A3o%20080.pdf> Acesso em: 08 jul. 2019. CHAITOW, Leon. Terapia Manual para Disfunção Fascial. Porto Alegre: ArtMed, 2017. CHAVES, T.C. et al. Confiabilidade da fleximetria e goniometria na avaliação da amplitude de movimento cervical em crianças. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos, v. 12, n. 4, p. 283-9, jul./ago. 2008. GOUVEIA, V. et al. Confiabilidade das medidas inter e intra-avaliadores com goniômetro univer- sal e flexímetro. Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v. 21, n. 3, p. 229-35, 2014. HEBERT, Sizínio. 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SEMIOLOGIA 39 Por: Regina Moreira Objetivos do capítulo Conceituar, compreender e realizar a avaliação dos sinais vitais: frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial e temperatura corporal, bem como reconhecer o valor normal de cada sinal e identifi car as possíveis alterações e utilizar terminologia apropriada para cada situação de anormalidade; Conceituar a dor e classifi cá-la quanto à localização, cronologia e intensidade, além de diferenciar dor aguda de dor crônica com base no mecanismo de lesão e grau de envolvimento de dano tissular por meio de estudos de casos; Conhecer, indicar e aplicar os questionários de avaliação de dor já validados em literatura: McGill, escala de funcionalidade e escala verbal analógica da dor. SINAIS VITAIS: CONCEITO E MENSURAÇÃO • Temperatura • Pulso • Pressão arterial • Frequência respiratória INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA DOR • Escala Visual Analógica da dor (EVA) • Questionário de McGill • Questionário Disabilities of Arm, Shoulder and Hand (DASH) • Diagramas corporais DOR • Defi nição • Função biológica • Dor aguda • Dor crônica TÓPICOS DE ESTUDO SEMIOLOGIA 40 A etapa de avaliação inicial do paciente é fundamental para o adequado diagnóstico fi sioterapêutico e planejamen- to do programa de tratamento. Ao iniciar a avaliação dos sinais vitais e da dor, devemos seguir um raciocínio lógico, além de escutar com detalhes o que o paciente está relatando em relação à sua dor. Essa investigação inicial deve ser aprofundada e, se necessário, questionada em todos os atendimentos futuros. Diante deste cenário, quais são os principais sinais verifi cados na avaliação? Como devemos interpretar os dados avaliados? Contextualizando o cenário SEMIOLOGIA 41 Sinais vitais: conceito e mensuração2.1 Os sinais vitais nos fornecem informações iniciais essenciais que, na maioria das vezes, irão infl uenciar no direcionamento da avaliação do paciente. Eles podem ser aferidos como for- ma de triagem do processo inicial de avaliação, seja no ambiente clínico ou hospitalar. Caso eles estejam alterados, é necessário realizar uma nova mensuração. A adequada mensuração dos dados do paciente de forma minuciosa possibilita uma aproxi- mação com ele, auxilia na avaliação clínica e pode defi nir as diretrizes para o raciocínio clínico. Para a realização de uma boa avaliação, o fi sioterapeuta deve seguir uma sequência lógica e ordenada. No entanto, essa pode variar de profi ssional para profi ssional, conforme este vai se aprimorando no processo de avaliação. Aos poucos, com estudo e repetição, o profi ssional consegue direcionar menos sua atenção para os instrumentos para concentrá-la no que está tocando, escutando e visualizando. É importante ter em mãos os equipamentos necessários para a avaliação de cada um dos sinais vitais, para evitar interromper a avaliação durante a aferição. Temperatura2.1.1 A temperatura corporal é um dado muito importante na aferição dos sinais vitais. A tempera- tura oral média é estabelecida em 37 °C, no entanto, ela sofre uma variação ao longo do dia. Pela manhã ela pode atingir próximo de 35,8 °C e ao fi nal do dia chegar aproximadamente a 37,3 °C. O instrumento utilizado para a aferição da temperatura corporal é o termômetro, que pode ser de diferentes tipos: de mercúrio, digital ou infravermelho. Figura 1. Diferentes tipos de termômetros. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 12/09/2019. SEMIOLOGIA 42 A temperatura pode ser mensurada via oral, retal ou pela membrana timpânica. A tempera- tura axilar é mais baixa do que a temperatura oral, e é considerada menos fi dedigna do que as outras medidas. Para realizar a aferição da temperatura oral, caso seja feita com um termômetro de mercú- rio, deve-se sacudi-lo inicialmente de forma a abaixar a coluna de mercúrio até 35 °C ou me- nos, colocá-lo sob a língua do paciente e instruí-lo a fechar a boca e aguardar entre três a cinco minutos, depois dos quais se deve verifi car o termômetro (BICKLEY; SZILAGYI, 2016). ESCLARECIMENTO: Febre ou pirexia signifi ca aumento da temperatura corporal. O termo hiperpirexia é utilizado para descrever a elevação extrema da temperatura corporal, quando atin- ge 41 ºC, já o termo hipotermia é utilizado para descrever temperaturas corporais abaixo de 35°C. utilizado para descrever a elevação extrema da temperatura corporal, quando atin- Febre ou pirexia signifi ca aumento da temperatura corporal. O termo hiperpirexia é utilizado para descrever a elevação extrema da temperatura corporal, quando atin-utilizado para descrever a elevação extrema da temperatura corporal, quando atin- ge 41 ºC, já o termo hipotermia é utilizado para descrever temperaturas corporais Febre ou pirexia signifi ca aumento da temperatura corporal. O termo hiperpirexia é Febre ou pirexia signifi ca aumento da temperatura corporal. O termo hiperpirexia é utilizado para descrever a elevação extrema da temperatura corporal, quando atin- ge 41 ºC, já o termo hipotermia é utilizado para descrever temperaturas corporais utilizado para descrever a elevação extrema
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