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EXAME CLÍNICO DOS OLHOS – INTRODUÇÃO 
 
 
 
ANAMNESE 
 
As principais sintomas das afecções oculares são: 
 
 Sensação de corpo estranho; 
 Queimação ou ardência; 
 Dor ocular; 
 Cefaleia; 
 Prurido; 
 Lacrimejamento; 
 Sensação de olho seco; 
 Xantopsia; 
 Hemeralopia; 
 Alucinações visuais; 
 Diminuição ou perda da visão; 
 Diplopia; 
 Fotofobia; 
 Nistagmo; 
 Escotomas; 
 
SENSAÇÃO DE CORPO ESTRANHO 
 
É desagradável, quase sempre acompanhada de dor, cujas causas são: corpo 
estranho na córnea, na conjuntiva bulbar ou na conjuntiva palpebral, ciĺios 
virados para dentro, roçando a córnea, inflamação corneana superfi‐ cial, 
abrasão corneana e conjuntivite. 
 
QUEIMAÇÃO OU ARDÊNCIA 
 
É uma sensação de desconforto que, quando ocorre, faz o paciente lavar os 
olhos para aliviar o sintoma. É causada por erro refratário não corrigido, conjunti‐ 
 
 
 
 
vite, queratite, sono insuficiente, exposição à fumaça, poeira, produtos quiḿicos 
e sińdrome de Sjögren. 
 
PRURIDO 
 
Quando o prurido é muito acentuado, quase sempre é sinal de alergia, mas 
também pode ser causado por vićio de refração não corrigido. 
 
SENSAÇÃO DE OLHO SECO 
 
O paciente diz que é como se o olho não tivesse lágrimas e que isto piora com 
o vento. Ocorre na síndrome de Sjögren, na conjuntivite crônica, na exposição 
da conjuntiva por mau posicionamento da pálpebra e quando há dificuldade para 
fechar a pálpebra corretamente (paralisia facial). 
 
LACRIMEJAMENTO 
 
Também conhecido como epif́ora, ocorre por excesso de secreção de lágrimas 
ou por defeito no mecanismo de drenagem. 
O estiḿulo aferente é dado pelo ramo oftálmico do nervo trigêmeo, enquanto a 
resposta eferente (secretora) é dada pelo nervo facial. 
As principais causas são: inflamação da conjuntiva ou córnea, obstrução da via 
lacrimal excretora, aumento da secreção por emoções, hipertireoidismo, dor 
ocular, corpo estranho na córnea e glaucoma congênito. 
 
DOR OCULAR 
 
Quando ocorre em afecção do globo ocular, é do tipo visceral, ou seja, o paciente 
não consegue localizá‐la muito bem. Porém, quando sua origem é na pálpebra, 
ele é capaz de apontar com o dedo o local exato da dor. 
 
 
 
 
Pode ser determinada por inflamação da pálpebra, dacrioadenite, celulite 
orbitária, abscesso, periostite, conjuntivite aguda, esclerite, episclerite, corpo 
estranho corneano, uveit́e anterior (irite e iridociclite) e sinusite. 
 
 
 
FOTOFOBIA. 
É comumente, devida a inflamação corneana, afacia (ausência de cristalino), iri‐ 
te e albinismo ocular. Algumas substâncias podem aumentar a sensibilidade à 
luz, como a cloroquina e a acetazolamida. 
 
 
CEFALEIA 
 
A cefaleia de origem ocular geralmente é localizada na região frontal e se 
manifesta no fim do dia, principalmente após trabalhos nos quais a visão de perto 
é muito solicitada, salientando‐se os vićios de refração não corrigidos. 
Pode aparecer também nos processos inflamatórios dos olhos e anexos e no 
glaucoma crônico simples. 
HEMERALOPIA E NICTALOPIA 
 
Os sintomas resultantes da adaptação visual deficiente são conhecidos por 
hemeralopia e nictalopia. 
A hemeralopia ou “cegueira diurna” caracteriza‐se por uma função deficiente 
dos cones. 
A nictalopia ou “cegueira noturna” é muito mais comum e relaciona‐se com 
uma deficiente função dos bastonetes. 
É o sintoma tiṕico da retinopatia pigmentar, embora não seja raro encontrar 
doentes com retinopatia pigmentar sem nictalopia, mesmo na idade adulta. 
 
 
 
 
Pode surgir, também, em uma forma não progressiva, em um conjunto de 
entidades clińicas conhecidas coletivamente como cegueira noturna estacionária 
congênita. 
Também pode ser causada por miopia maligna, habitualmente associada a de‐ 
generações retinianas, e por glaucoma em fase tardia. A nictalopia em 
consequência da falta de vitamina A costuma estar associada ao etilismo e à 
sińdrome de má absorção. 
 
XANTOPSIA, IANTOPSIA E CLOROPSIA 
 
 Mecanismo pouco conhecido. 
 
Ocorre em intoxicações medicamentosas (fenacetina, digital, salicilato sódico, 
ácido pićrico) e, às vezes, como sintoma de icterićia muito intensa. 
 
A iantopsia (visão violeta) e a cloropsia (visão verde) são muito menos 
frequentes e também sintomas de intoxicações medicamentosas (digitálicos, 
barbitúricos). 
 
ALUCINAÇÕES VISUAIS 
 
É importante definir se a sensação visual reproduz um objeto ou se limita à 
sensação de luz ou cores. 
Na maioria das vezes, deve‐se a afecções orgânicas (geralmente doença do lobo 
occipital). Em algumas ocasiões, tem origem psiquiátrica ou por intoxicação 
exógena (cocaińa, ópio, mes‐ calina, ácido lisérgico, etilismo). 
 
DIPLOPIA 
 
 
 
 
 
Quando o paciente sofre um desvio ocular, o olho desviado não mantém mais a 
fixação no objeto de interesse na fóvea (área da retina responsável pela visão 
central). 
É importante conhecer o momento do aparecimento da diplopia, se constante 
ou intermitente, se ocorre em certas posições do olhar ou a determinadas 
distâncias, e se os dois objetos vistos são horizontais ou verticais. 
Em pacientes com esotropia (estrabismo convergente), a imagem é nasal à 
fóvea e é interpretada como vindo do lado temporal. Já naqueles com exotropia 
(estrabismo divergente), a imagem é temporal à fóvea e é interpretada como 
vindo do lado nasal. Desse modo, o objeto de interesse é visto em dois lugares. 
O paciente pode descrever o fato como visão embaçada que desaparece 
quando apenas um dos olhos está aberto. 
A diplopia pode ser monocular ou binocular. 
 
 Causas da monocular são cristalino subluxado (p. ex., lente ectópica na 
sińdrome de Marfan), catarata nuclear (o cristalino tem dois pontos 
focais), coloboma da iŕis, descolamento da retina. 
 
 Causas de diplopia binocular são paralisia de um ou mais músculos 
extraoculares, restrição mecânica e centralização imprópria dos óculos. 
Seu estudo deve ser sempre completado com a tela de Hess. 
 
ESCOTOMA. 
 
É uma área de cegueira parcial ou completa, dentro de um campo visual normal 
ou relativamente normal. 
Nesse ponto, a visão diminui apreciavelmente em relação à parte que o circunda. 
Um escotoma fisiológico é o ponto cego situado a 15° para fora do ponto de 
fixação, que corresponde à entrada do nervo óptico. 
 
 
 
 
Os escotomas podem ser unilaterais ou bilaterais e devem ser investigados 
quanto à posição, forma, tamanho, intensidade, uniformidade, início e 
evolução. 
 
 
 
POSIÇÃO 
Central (quando corresponde ao 
ponto de fixação), periférico 
(situado distante do ponto de 
fixação) e paracentral (situado 
próximo ao ponto de fixação). 
 
 
 
 
 
 
FORMA 
Pode ser circular (traduz uma lesão 
focal na retina e na coroide), oval 
(indica uma lesão do feixe 
papilomacular, sendo caracteriśtico 
da neurite retrobulbar), arciforme 
(caracteriśtico do glaucoma crônico 
simples), cuneiforme (ocorre nas 
afecções coroidianas justapapilares, 
ou, ainda, na atrofia óptica), anular (o 
central indica lesão macular, o 
paracentral corresponde ao glaucoma 
crônico simples e o periférico, à 
degeneração pigmentar da retina), 
pericecal (em todas as alterações 
que rodeiam e incluem a papila – 
glaucoma crônico simples, edema de 
papila, neurite óptica) e 
hemianóptico (lesão quiasmática) 
 
 
TAMANHO 
Tem pouca importância, embora 
possa mostrar a gravidade da lesão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTENSIDADE 
Varia da cegueira absoluta a um 
mińimo detectável de perda da 
acuidade visual. É uniforme quando 
responde da mesma maneira, em 
toda a sua área, a estiḿulos da 
mesma intensidade. Escotomas dealta intensidade e uniformidade são 
relativamente raros e facilmente 
demonstrados até por métodos 
rudimentares de perimetria. 
 
 
O INÍCIO E A EVOLUÇÃO 
O inićio de um escotoma em uma 
ambliopia pelo tabaco é gradual e de 
evolução muito lenta, enquanto o cen‐ 
tral, na esclerose múltipla, aparece 
em horas. 
 
 
 
NISTAGMO E OUTROS MOVIMENTOS OCULARES 
 
 
Nistagmo são movimentos repetitivos rítmicos dos olhos. 
 
Ele pode ser caracterizado por sua frequência (rápido ou lento), pela amplitude 
(amplo ou estreito), pela direção (horizontal, vertical, rotacional) e pelo tipo de 
movimento (pendular, jerk). 
 
No pendular, o movimento do olho em cada direção é igual. No jerk, há um 
componente lento em uma direção e um rápido em outra. É provocado por 
impulsos motores irregulares para os músculos extraoculares. 
 
 
 
 
 
Pode ser causado por distúrbios oculares (estrabismos, catarata, coriorretinite) 
ou por disfunções neurológicas. 
 
Cabe ressaltar que o nistagmo geralmente é acompanhado de grande redução 
da acuidade visual. 
 
A dismetria ocular é uma série de movimentos conjugados pendulares, de 
amplitude decrescente, que ocorrem durante a mudança de fixação. Os olhos 
executam um movimento exagerado, ultrapassando o objeto de fixação. 
Pode haver hipermetria ou hipometria. 
 
Flutter é um tipo de movimento ocular conjugado, involuntário, em salvas 
intercaladas por periódos de imobilidade. 
A opsoclônus constitui uma manifestação clińica bem caracteriśtica, observada 
nas encefalites que atingem o tronco cerebral e são acompanhadas de 
mioclonias. 
O bobbing ocular é uma alteração oculomotora rara. Trata‐se de movimentos 
conjugados verticais de vaivém. 
 
 
 
EXAME FÍSICO 
 
 
O exame do aparelho visual é feito pela inspeção e palpação. 
 
A ausculta só raramente tem utilidade. 
 
GLOBO OCULAR E CAVIDADE ORBITÁRIA. 
 
 
 
 
 
Na INSPEÇÃO do globo ocular, deve‐se observar, em primeiro lugar, a 
separação entre as duas cavidades orbitárias. Um grande afastamento recebe o 
nome de hipertelorismo, que ocorre em diversas anomalias genéticas. 
 
Em relação ao tamanho do globo ocular, pode‐se observar microftalmia, que 
aparece na sińdrome da rubéola congênita. 
 
Na palpação da órbita, investiga‐se principalmente o rebordo ósseo, 
procurando‐se solução de continuidade, fraturas e espessamento. O 
espessamento é comum na periostite sifilit́ica. 
 
CREPITAÇÃO: Indica passagem de ar de algum seio da face para o tecido 
subcutâneo. 
 
EXOFTALMIA: A exoftalmia, ou seja, a protrusão do globo ocular, deve ser 
avaliada com o exoftalmômetro ou, na sua falta, com uma régua milimetrada, 
apoiando‐se a parte inicial da régua no rebordo orbitário lateral, medindo‐se até 
o ápice da córnea (em vista lateral). 
 
A distância normal entre o ápice da córnea e a margem orbitária lateral é, em 
geral, menor que 20 mm, sendo uma diferença de 2 mm entre os dois olhos 
considerada suspeita. 
 
 
 
 
 
 
Consiste, pois, no deslocamento 
anterior do globo ocular, decorrente do 
aumento do volume orbitário, 
secundário a hipertireoidismo, 
neoplasia, anormalidade vascular ou 
processo inflamatório 
 
Na exoftalmia acentuada aparece um 
crescente de esclerótica, visível em 
cima e embaixo, entre o limbo e as 
pálpebras. 
 
Uma avaliação exata da protrusão do 
globo só é possiv́el por intermédio do exoftalmômetro de Hertel. Em condições 
normais, a saliência do globo ocular vai de 12 a 15 mm. Uma assimetria de mais 
de 2 mm entre os dois olhos sugere exoftal‐ mia unilateral. Quando é grave, os 
valores podem ultrapassar 25 mm. 
 
 
APARELHO LACRIMAL A inspeção pode detectar aumento de volume da 
glândula lacrimal, que se situa na parte externa da pálpebra superior, cujas 
causas principais são as afecções inflamatórias (dacrioadenites) e as 
neoplasias. 
Para reconhecer pequenos aumentos de volume, é necessário levantar a pálpe‐ 
bra do paciente, com a solicitação de que ele olhe para baixo e para dentro. Pela 
palpação, avaliam‐se a consistência, a profundidade e a sensibilidade das 
glândulas lacrimais. 
 
O lacrimejamento em excesso, denominado epífora, pode ser causado por 
excessiva formação de lágrimas ou por obstrução das vias de excreção. 
 
 
 
 
 A exploração dos canalićulos, do saco lacrimal e do conduto nasolacrimal deve 
ser feita por inspeção, palpação (compressão do saco lacrimal) e por meios 
especiais, tais como sondagem, lavagem e radiografia contrastada. 
 
A inspeção permite observar tumefação e vermelhidão, alterações comuns na 
dacriocistite aguda. Nas dacriocistites crônicas, as distensões seguidas do 
saco lacrimal levam à formação de mucocele e, às vezes, de fiśtulas cutâneas 
por debaixo do ligamento palpebral interno. Na palpação do saco lacrimal, deve‐
se verificar se há refluxo de 
secreção mucopurulenta. 
Quando isso ocorre, significa 
que o conduto nasolacrimal 
está obstruid́o. A sondagem 
das vias lacrimais tem valor 
diagnóstico e terapêutico em 
recém‐nascidos, mas deve ser 
feita sob aneste‐ sia geral e 
com material apropriado. 
 
A lavagem consiste em dilatar 
o ponto lacrimal com um 
dilatador apropriado. Uma 
pequena cânula acoplada a 
uma seringa é introduzida no canalićulo lacrimal, e, através da mesma, injeta‐
se soro fisiológico, observando‐se se há refluxo e perguntando ao paciente 
se este percebeu o gosto de soro. 
Em crianças, deve‐se observar se houve deglutição. No glaucoma congênito, um 
dos sinais é a epif́ora, que ocorre em consequência da superprodução de 
lágrimas por estimulação do nervo trigêmeo. 
 
 
 
 
 
PÁLPEBRAS. As pálpebras são uma estrutura de proteção do globo ocular 
contra traumatismos e excesso de luz. 
Pela inspeção, investigam‐se a cor, a textura, a posição e os movimentos das 
pálpebras, além de eventual edema. 
Na região periocular, procura‐se observar se os ciĺios estão virados para dentro 
(triquiáse), se houve queda (madarose) ou se tornaram‐se brancos (poliose). 
 
No local de implantação dos ciĺios, deve‐se investigar hiperemia, escamas e 
úlceras, alterações comuns nas blefarites. 
 
 A posição das pálpebras altera o tamanho das fissuras palpebrais, as 
quais devem ser simétricas. 
 A margem palpebral deve recobrir a córnea na parte superior e inferior, 
sem que haja nenhuma exposição da esclerótica. 
 A borda da pálpebra deve estar em aposição ao globo, e não invertida 
(entrópio) ou evertida (ectrópio). 
 
Quando a pálpebra inferior não consegue cobrir o globo ocular, surge o que se 
denomina lagoftalmia, a qual aparece na paralisia facial, na exoftalmia e nas 
retrações cicatriciais. 
 
Na exploração da motilidade palpebral, é necessário ter em mente os três 
músculos que dela participam. O orbicular, formado de fibras estriadas e 
inervado pelo facial, faz a oclusão da pálpebra. O elevador da pálpebra 
superior, de fibras estriadas, é inervado pelo nervo oculomotor. Por último, o 
músculo tarsal de Müller, constituid́o de fibras lisas e inervado pelo simpático, 
participa da elevação palpebral. 
 
 
 
 
 
 
 A BLEFAROPTOSE ADQUIRIDA faz parte da sińdrome de paralisia do nervo 
oculomotor. 
 
 
A paralisia do músculo de Müller, que é acompanhada de blefaroptose parcial, 
faz parte da sińdrome de paralisia do simpático cervical (sińdrome de Claude 
Bernard‐Horner), constituid́a por enoftalmia, miose e transtornos vasomotores. 
A condição oposta, ou seja, a contração espasmódica do músculo de Müller, faz 
parte da sińdrome de irritação sim‐ pática cervical de Claude Bernard, associada 
a certo grau de exoftalmia, midriáse e aumento dafenda palpebral. 
 
 
 
 
 
 
A blefaroptose pode fazer parte da miastenia gravis; nesses casos, 
caracteristicamente, ela vai piorando no transcurso do dia, mas melhora com 
injeção de prostigmina. 
 
CONJUNTIVA E ESCLERA. A conjuntiva é uma membrana mucosa, 
transparente e fina, que reveste a esclerótica até o limbo e a superfićie posterior 
da pálpebra. 
Por debaixo da conjuntiva, é possiv́el, às vezes, entrever alguns vasos tortuosos 
– os vasos episclerais. 
 
Excetuando‐se estes vasos e eventuais depósitos de pigmentos, a esclerótica 
normal tem cor branco‐porcelana, que pode modificar‐se por depósitos de 
pigmentos, como acontece na icterićia e na melanose ocular, nas quais ocorre 
depósito de bilirrubina e melanina, respectivamente 
 
Em cada lado do limbo, principalmente do lado nasal, uma pequena área 
elevada de cor amarelada (pinguécula) pode ser vista, não se devendo 
confundi‐la com neoplasia, pois se trata apenas de uma degeneração do tecido 
elástico. 
 
Existem duas formas de congestão da conjuntiva bulbar: a superficial e a 
profunda. 
 
Na congestão superficial: apenas a camada de vasos superficiais é envolvida, 
os quais se tornam tortuosos e de cor vermelho‐tijolo, mais evidente no fundo do 
saco (fórnix) do que próximo ao limbo. A congestão superficial é encontrada nos 
processos inflamatórios restritos à conjuntiva. 
 
 A congestão profunda indica comprometimento da córnea ou de estruturas 
mais profundas do olho. Aparece nas queratites, nas irites, no glaucoma agudo 
e se há corpo estranho, traduzindo a participação dos vasos que nutrem a iŕis e 
 
 
 
 
o corpo ciliar. Manifesta‐se como congestão de cor violácea do limbo e é 
conhecida como injeção ciliar. 
 
A conjuntiva palpebral, na sua parte anterior, está firmemente aderida ao tarso. 
Na parte posterior, apresenta grande quantidade de folićulos (tecido linfoide). 
 
EXAME: Para exame da conjuntiva palpebral superior, é necessário fazer sua 
eversão, a qual possibilita evidenciar reação inflamatória, corpo estranho ou 
tumoração. 
 
A PÁLPEBRA SUPERIOR pode ser facilmente evertida, solicitando‐se ao 
paciente que olhe para baixo enquanto o examinador segura seus ciĺios com 
uma das mãos, puxando para fora e para baixo ao mesmo tempo em que exerce 
pressão com um cotonete 1 cm acima da borda palpebral. Isso equivale a fazer 
pressão acima da placa tarsal. Se houver dor, pode‐se usar anestesia tópica. 
Para que a pálpebra volte à posição normal, basta que o paciente olhe para 
cima. 
 
A CONJUNTIVA PALPEBRAL INFERIOR é facilmente visualizada com uma 
simples tração para baixo da pálpebra inferior em cima do osso maxilar, pedindo‐
se ao paciente que olhe para cima. O exame da conjuntiva palpebral inferior 
fornece valiosa informação nas anemias, nas quais a cor normal, rosa‐vivo, 
transforma‐se em rosa‐pálido ou fica quase branca. 
 
CÓRNEA 
 
A superfićie corneana normal é tão regular que forma excelente área de reflexão, 
de modo que pequenas alterações são facilmente observadas com uma boa 
iluminação. 
 
 
 
 
 
1. O examinador deve avaliar, seu tamanho. O normal é 10,6 mm (parte 
vertical) por 11,7 mm (parte horizontal). 
 
Megalocórnea sugere glaucoma congênito, já a microcórnea faz pensar em 
rubéola. 
Com boa iluminação e ajuda de uma lupa, pode‐se constatar opacificaçaõ 
corneana (leucoma), irregularidades epiteliais provocadas por corpo estranho 
e neovascularização (pannus corneano). 
 
Esta última é muito comum no tracoma. Às vezes, torna‐se difićil examinar a 
córnea devido à fotofobia ou blefaroespasmo. Nessas condições, convém 
instilar duas gotas de colírio anestésico para obter a cooperação do paciente. 
 
Para o exame detalhado da córnea, da câmara anterior, da íris e do cristalino, 
necessita‐se da lâmpada de fenda; é um exame da alçada do oftalmologista. 
 
Ao observar a câmara anterior, com uma boa iluminação, de preferência com a 
lâmpada citada, o examinador deve notar a profundidade, a turvação do humor 
aquoso (irite), o sangue (hifema) e o acúmulo de exsudato celular (hipópio). 
É importante determinar a sensibilidade corneana, o que é feito mantendo‐se a 
pálpebra aberta e encostando a ponta de um algodão na parte apical da córnea, 
sempre comparativamente, tendo o cuidado de não tocar nos ciĺios. 
 
Lesões intracranianas que comprometem o nervo trigêmeo frequentemente 
diminuem a sensibilidade. 
Afecções da córnea, como queratite herpética, podem conduzir à perda de 
sensibilidade, havendo possibilidade de evoluir para uma úlcera corneana 
neuroparalit́ica. 
 
PUPILA. 
 
 
 
 
 
Avaliar: 
 
A cor, os desvios e os orifícios da íris e da pupila devem ser analisados 
conjuntamente, podendo ocorrer alterações congênitas, traumáticas ou 
cirúrgicas. 
 
A aderência da iŕis com o cristalino, habitualmente por processo inflamatório, 
caracteriza a sinéquia posterior, quando está entre a iŕis e a córnea, recebe o 
nome de sinéquia anterior. 
 
As pupilas normais são redondas, localizadas centralmente e, na maioria das 
pessoas, de igual tamanho. 
 
 
No entanto, pupilas de tamanhos diferentes (anisocoria) são observadas em 
cerca de 25% da população normal. 
 
O diâmetro da pupila normal varia de 3 a 5 mm em um ambiente iluminado. 
Quando está menor que 3 mm caracteriza miose, e quando é maior que 7 
mm, está em midriáse, a qual pode ocorrer em contusões oculares e em 
algumas doen‐ ças cerebrais. 
 
 
 
 
 
Se o paciente estiver usando certas substâncias, como a pilocarpina e a heroińa, 
a pupila pode se apresentar miótica. 
 
TESTE DO REFLEXO PUPILAR 
 
1. Deve‐se iluminar uniformemente a face do paciente, fazendo incidir um 
feixe luminoso sobre um dos olhos. 
2. A pupila normal contrai‐se vigorosa e rapidamente, mantendo‐se nesse 
estado, caracterizando o reflexo fotomotor direto. 
3. A pupila do outro olho deve contrair‐se simultaneamente e com a mesma 
intensidade, ou seja, por meio do reflexo fotomotor indireto ou 
consensual. 
4. O outro reflexo a ser investigado é o reflexo para perto. Para isso, um 
objeto deve ser aproximado do olho até ficar a uma distância de 
aproximadamente 10 cm. Nesse momento, ocorre então a miose bilateral, 
bem como a convergência dos olhos e a acomodação. 
 
CRISTALINO. 
 
O cristalino é uma pequena lente transparente situada entre a iŕis, à frente, e o 
vit́reo, atrás, presa ao corpo ciliar por um conjunto de fibrilas – a zônula. 
 
Com a pupila em midriáse, o exame é realizado com lâmpada de fenda. 
 
Porém, na falta desta, uma boa iluminação permite perceber as alterações mais 
grosseiras. Em relação à posição do cristalino, pode‐se encontrá‐lo deslocado 
(luxado), o que ocorre, às vezes, na síndrome de Marfan e nos 
traumatismos oculares 
Com o oftalmoscópio, pode‐se caracterizar a perda de transparência do cristalino 
(catarata) pelo desaparecimento do clarão pupilar.

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