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KESLEY Ricardo Alencar Oliveira Advocacia e Consultoria Jurídica Curso: Direito RA: N4623D-4 Turma: DR5D42 KESLEY Ricardo Alencar Oliveira Advocacia e Consultoria Jurídica Advogado ? OAB/__ nº ____ EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 10ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO-SP Processo n:0000000000 Marcelo, solteiro, portador da carteira de identidade nº ....., CPF: ....., e- mail:...., residente e domiciliado à......, por seu advogado infra assinado, mandado (anexo 01), vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, APRESENTAR CONTESTAÇÃO C/C RECONVENÇÃO em desfavor de Ana Paula, solteira, portadora RG nº.....residente e domiciliada na....., pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas. DA TEMPESTIVIDADE Considerando que carta de citação foi juntada aos autos no dia 15/02/2021 e a presente contestação apresentada no dia 10/03/2021, sendo tempestiva. KESLEY Ricardo Alencar Oliveira Advocacia e Consultoria Jurídica I. SINTESE DOS FATOS Trata-se de ação de indenização de acidente de trânsito ocorrido na cidade de São Paulo. Alega a autora que trafegava pela Rua 034, em São Paulo, ao passar pelo cruzamento em sentido contrário colidiu no veículo do réu. Alega ainda, que o réu conduzia seu veículo 5%acima da velocidade permitida, motivo esse sendo o causador do ocorrido. I. Por fim, alega que o custo para reparar seu veículo foi de R$ 56.000,00 (cinquenta e seis mil reais). quando teve seu veículo abalroado pelo que era conduzido pelo réu, que infelizmente ocorreu danos há ele, em parte do seu veículo que foi danificado, tendo em vista o seu conserto em 30.000,00 (trinta mil reais) gerando gasto ao réu. A autora informou em sua petição que já havia feito um contrato extrajudicial com réu, mas não ocorreu por parte do réu êxito da negociação, tendo em vista que a autora não se interessa na designação de audiência de conciliação. II. DA REALIDADE DOS FATOS Marcelo dirigia seu veículo na rua 034, na cidade de São Paulo, quando sofreu um acidente de trânsito, na qual também se envolveu o veículo de Ana Paula. KESLEY Ricardo Alencar Oliveira Advocacia e Consultoria Jurídica Ana Paula refere que o acidente lhe gerou danos materiais estimulados em R$ 56.000,00(cinquenta e seis mil reais), equivalente ao conserto de seu veículo, Marcelo, por sua vez, também teve parte de seu automóvel destruído, gastando R$ 30.000,00(trinta mil reais) para o conserto. Conforme o ocorrido, Ana Paula relata que pagou as custas pertinentes e ajuizou ação condenatória em face de Marcelo, atuada sob o n 0000000000 e distribuída para 10ª Vara Cìvel da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, com o objetivo de obter indenização pelovalor equivalente ao conserto de seu automóvel, alegando que Marcelo teria sido responsável pelo acidente, por dirigir acima da velocidade permitida. Ana Paula informou, em sua petição inicial, que não tinha interesse na designção de audiência de conciliação, inclusive porque já havia feito contato extrajudicial com Marcelo, sem obter êxito nas negociações. Ana Paula deu à causa o valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Marcelo recebeu a carta de citação do processo pelo correio, no qual foram dispensada a audiência inicial de conciliação. O réu entende que a responsabilidade pelo o acidente foi da autora, que estava dirigindo embriagada, como atestou o boletim de ocorrência, que ultrapassou o sinal vermelho, com base no arts. 927 e 186 do cc. Insurge-se o Réu contra a respeitável Ação condenatória proposta pela Autora. O sinistro ocorreu em razão da conduta da requerente. Todos os fatos narrados encontra-se devidamente registrads no boletim de ocorrencia nº..../...., expendido pela PolìciaMilitar do Estado de São Paulo, tendo visão nos fatos. Devidamente citado o Réu comparecer em juizo, apresentando constestação com Reconvenção, onde vai demonstrar, outros pontos contráditoriosda açãocodenatória da requerida. KESLEY Ricardo Alencar Oliveira Advocacia e Consultoria Jurídica III. PRELIMINARMENTE IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA De principio, faz-se necessário impugnar o valor da causa, pois a autora informou, em sua petição inicial, o valor de R$ 2.000,00 ( dois mil reais). Por tal motivo, Excelência, torna-se necessário o deferimento do valor da causa da Requerente, devendo esse MM, juízo proceder com a intimação da mesma para providenciar a necessária emenda a petição inicial para dar à causa o valor correspondente à prestação inicial para dar à causa o valor correspondente à prestensão desejada. Que deve corresponder ao proveito econômico pretendido pela Autora, nos termos do artigo 292, inciso V, do CPC, ou seja, 56.000,00 (cinquenta e seis mil reais). Artigo 292 do CPC vem tratando que, o valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será, conforme o inciso V, na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido. Considerando que o objeto da ação envolve indenização, evidentemente que, se positiva, o benefício pecuniário corresponderá a todo o valor de R$ 56.000,00( cinquenta e seis mil reais). Portanto, questionável a inadequação do valor da causa, devendo ser adequado. IV. DO DIREITO Segundo Flavio Tartuce: Pelo princípio da eventualidade, todos os argumentos e provas edvem ser rebatidos, sob pena de reputarem-se KESLEY Ricardo Alencar Oliveira Advocacia e Consultoria Jurídica verdadeiros os fatos não impugnados, tendo como base os artigos 336 e 341 do CPC, in verbis. Art.336 do CPC- incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna pedido do atos e especificando as provas que pretende produzir Art.341 do CPC- incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas , salvo se: Segundo o principio da eventualidade, acolhido pelo CPC, o réu deve aduzir toda a sua defesa na contestação, ainda que convicto de que basta este ou aquele argumento para um desfecho favorável do processo, já que não é possível ulterior aditamento á defesa. O contestante impugna todos os fatos articulados na inicial o que se confronta com os termos desta contestação, esperando a improcedência da ação proposta, o boletim de ocorrência tem presunção juris tantum de veracidade sendo documento hábil e insofismável, que efetivamente serve como prova dos fatos que ocorrem nos acidentes de trânsito, o boletim goza de uma ocorrência de presunção juris tantum de verdade dos atos jurídicos em geral, de forma que suas conclusões, não infirmadas por anti-prova robusta- e é o caso- servem para esteiar a composição do conflito. Firma-se na jurisprudência que o boletim de ocorrência carrega presunção juris tantum, tanto mais quanto elaborado logo após o evento, como no caso vertente. Ademais, está devidamente comprovado no boletim de ocorrência que foi elaborado pela Policia Militar do Estado de São Paulo, momentos após o acidente, demonstrando claramente a culpabilidade da autora, com KESLEY Ricardo Alencar Oliveira Advocacia e Consultoria Jurídica o entendimento da responsabilidade total da requerente, pois estava dirigindoembriagada, como atestou o boletim de ocorrência, e que ultrapassou o sinal vermelho. A embriaguez da motorista-Autora, por si só, não caracteriza que ela agiu com dolo eventual no acidente, no entanto, com o fato de ter ultrapassado o sinal vermelho e ter provocado o acidente, já caracteriza que ela criou a presunção do risco e de cometer um dano. Utilizando o termo “assumir o risco”, torna o dolo eventual muito próximo da denominada culpa consciente, o que faz gerar, consequentemente, inúmeros problemas práticos na aplicação de tais institutos. E a confusão se dá por duas razões. Em ambos os institutos o agente prevê o resultado e mesmo assim prossegue praticando a conduta, ou seja, em ambos os casos não há mera previsibilidade, há mais do que isso, há efetiva previsão do resultado. A expressão assumir o risco, se tomada em seu sentido comum, leigo, permite considerar como dolosa qualquer conduta que a rigor é culposa, já que a culpa nada mais é do que uma conduta arriscada. Ora Excelência, é de se observar que a conduta da Autora foi plenamente um risco e com a previsão de um resultado danoso, que ocasionou prejuizo ao Réu que teve seu veículo danificado. A jurisprudência expressa neste sentido: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. DELITO DE TRÂNSITO. DOLO EVENTUAL.EM REGRA, OS DELITOS DE TRÂNSITO CARACTERIZAM CULPA STRICTO SENSU. O DOLO EVENTUAL SOMENTE SE CONFIGURA QUANDO A CONDUTA DO AGENTE ULTRAPASSAR OS LIMITES DA NORMALIDADE. SENTENCA CONFIRMADA. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. DELITO DE TRÂNSITO. DOLO EVENTUAL. EM REGRA, OS DELITOS DE TRÂNSITO CARACTERIZAM CULPA STRICTO SENSU. O DOLO EVENTUAL SOMENTE SE CONFIGURA QUANDO A CONDUTA DO AGENTE ULTRAPASSAR OS LIMITES DA NORMALIDADE. SENTENCA KESLEY Ricardo Alencar Oliveira Advocacia e Consultoria Jurídica CONFIRMADA. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. DELITO DE TRÂNSITO. DOLO EVENTUAL. EM REGRA, OS DELITOS DE TRÂNSITO CARACTERIZAM CULPA STRICTO SENSU. O DOLO EVENTUAL SOMENTE SE CONFIGURA QUANDO A CONDUTA DO AGENTE ULTRAPASSAR OS LIMITES DA NORMALIDADE. SENTENCA CONFIRMADA. (Recurso Crime Nº 695110239, Segunda Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Constantino Lisbôa de Azevedo, Julgado em 19/10/1995)(TJ-RS - RC: 695110239 RS, Relator: Constantino Lisbôa de Azevedo, Data de Julgamento: 19/10/1995, Segunda Câmara Criminal, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia) Na sua petição inicial a Autora não provou absolutamente nada em contrário, do que foi efetivamente comprovado nos autos do Boletim de Ocorrência, apenas criou descabidas insinuações de maneira enfadonha, tendo responsabilidade pelo acidente. O Réu aqui representado, não praticou qualquer ato ilícito contra o autor, sendo inexistente o nexo causal entre a conduta do Réu e o dano sofrido pelo Autor, não havendo o seu dever de reparar os valores pleiteados na inicial. Portanto, a responsabilidade civil dar-se por fato próprio, ou seja, AQUELE QUE CAUSA O DANO tem o dever de reparar. No presente caso concreto, quem causou os danos materiais foi a própria Autora, por sua conduta imprudente. Vejamos o art. 186 do código civil: “Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. O direito do Réu, vem primordialmente amparado no art. 927e 186 doCPC, por não ter cometido o acidente de trânsito, ultrapassando o sinal vermelho, sendo assim exclusivamente da Autora, que por ter feito uso de bebida alcoólica cometeu o ato ilícito, sendo subsidiariamente concorrente a responsabilidade com base no art.945 do CC, in verbis: Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. A literalidade do dispositivo impõe uma redução da indenização, cotejando a gravidade da culpa da vítima que concorreu para o evento danoso com a gravidade da culpa do ofensor. Em verdade, o elemento da responsabilidade civil que contribui para este fim KESLEY Ricardo Alencar Oliveira Advocacia e Consultoria Jurídica é o nexo causal, afigurando-se mais justo atribuir uma maior responsabilidade para quem mais contribui para a causação do dano. O deslocamento da questão do âmbito da culpa para a esfera da causalidade tem ainda a vantagem de esclarecer que “a conduta da vítima pode ser fator atenuante do nexo de causalidade na responsabilidade civil objetiva” (Enunciado n. 459 da V Jornada de Direito Civil). Ora Excelência, a Autora ultrapassou um sinal vermelho e fez uso de bebida alcoólica, causando assim um grave dano no veículo do Réu, passível de indenização. O Réu apenas estava transitando a uma velocidade acima de 5% do normal na via, dentro da tolerância prevista para a via. Quiçá esteja a Autora apenas protelando o seu dever de indenizar os danos causados ao Réu. Após uma análise perfunctória aos autos, comprova-se irrefutavelmente a suficiência das provas coligidas que serviram como fundamento para que o MM. Juiz aprecie corretamente a demanda, e das descrições dos acontecimentos do acidente comprovados pelo Boletim de Ocorrências elaborado pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. V. RECONVENÇÃO Conforme disposição com a lei 13.105/15 expressa do Art. 343pode o Réu em sede de contestação arguir a Reconvenção, o que faz pelos fatos e direito a seguir. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. Como amplamente demonstrado nesta resposta, a culpa pelo ato danoso é exclusivamente da Autora consistindo em ato ilícito, verificado no momento em que infringiu o Código de Trânsito Nacional, que estabelece: Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito Segundo narra o Boletim de Ocorrência, o acidente ocorreu quando a Autora em clara inobservância ao que estabelece a Lei de Trânsito, in verbis: Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência: (...) KESLEY Ricardo Alencar Oliveira Advocacia e Consultoria Jurídica Trata-se, portanto, de fato consubstanciado exclusivamente pelo ato da Autora, independente de dolo ou intencionalidade dela, conforme esclarece Maria Helena Diniz: “não se reclama que o ato danoso tenha sido, realmente, querido pelo agente, pois ele não deixará de ser responsável pelo fato de não ter-se apercebido do seu ato nem medido as suas consequências.” (Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil Brasileiro, v.7, responsabilidade civil, 18º edição, São Paulo, Saraiva, pg. 43) Portanto, a responsabilização da Autora aos danos causados é medida que se impõe, pois existe a demonstração em notas fiscais (doc anexo...) o prejuízo sofrido pelo Réu com o conserto de seu veículo, no valor de R$ 30.000,00 (Trinta mil Reais), com base no art.944,caput, do código civil, vejamos: Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.(...) Exprime relevante garantia da vítima por ter o dano reparado em toda a sua extensão, o que a doutrina consagra sob a fórmula de um “princípio da reparação integral do dano”. A jurisprudência vem no sentido de positivar a questão: “consideram-se, para a fixação definitiva do valor da indenização, a gravidade do fato em si e sua consequência para a vítima – dimensão do dano; a culpabilidade do agente, aferindo-se a intensidade do dolo ou o grau da culpa; a eventual participação culposa do ofendido – culpa concorrente da vítima; a condição econômicado ofensor e as circunstâncias pessoais da vítima, sua colocação social, política e econômica” (STJ, AgInt no AREsp 1.063.319/SP, 1ª Turma, Rel. p/ acórdão Min. Regina Helena Costa, j. 03.04.2018). VI. PEDIDOS Diante do exposto e da análise do conjunto probatório dos autos, não há de prosperar a tese da Autora. Nesse sentido, com base na legislação relacionada, especialmente os artigos 335 e 343 do CPC, requer de Vossa Excelência: 1. Requer sejam julgados IMPROCEDENTES os pedidos aduzidos na presente ação, pelos motivos supra-expostos. KESLEY Ricardo Alencar Oliveira Advocacia e Consultoria Jurídica 2. A condenação da Autora no pagamento das custas processuais e honorários advocatícios (Artigo 85, § 19, do CPC). 3.Requer que seja a presente RECONVENÇÃO julgada totalmente PROCENDENTE para os fins; 3.1.Que a reconvinda seja condenada ao pagamento no valor de R$ 30.000,00 (Trinta mil reais) devidamente corrigidos com juros legais e acrescidos de mora desde a data do conserto, 4. Seja facultada a produção de todos os meios de prova em direito admitida, especialmente o depoimento do requerente, à prova documental e testemunhal. Cumpridas as necessárias formalidades legais, deve a presente ser recebida e juntada aos autos. Termos em que dando, com base no do art. 292 do CPC, à reconvenção, o valor de RS 30,000,00 (Trinta mil reais). https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895700/parágrafo-19-artigo-85-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894124/artigo-292-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15
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