Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED ANTROPOMETRIA E SINAIS VITAIS: ANTROPOMETRIA: ANTHROPO = homem METRON = medida Usada para compreender as condições físicas e biológicas dos indivíduos. MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS: Altura Envergadura = distância entre os extremos dos MMSS em abdução de 90° corresponde à altura - importante para indivíduos impossibilitados de permanecer na posição ortostática Peso Índice de Massa Corpórea (IMC) Circunferência abdominal Relação cintura-quadril SEMIOTÉCNICA: 1) Altura: Paciente de pé postura ereta queixo perpendicular ao tórax descalço ou de meias pés aproximados O que é importante? Indivíduo é alto ou baixo demais? síndromes endócrinas Corpo magro, delgado, musculoso? Observar a simetria do corpo Boa relação médico- paciente História Clínica Exame Físico Formular hipóteses diagnósticas Tomar decisões LEMBRAR SEMPRE de lavar as mãos antes de tocar no paciente 2 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED 2) Peso: * Observar se a balança está calibrada É o somatório dos componentes corporais = água, tecido adiposo, tecido muscular e tecido ósseo Com o mínimo de roupas Sem sapatos Apesar de ser um péssimo indicador de composição corporal e possíveis eventos patológicos, deve- se observar as alterações de peso lembrando-se do tempo entre essa alteração ganho ou perda de peso? Em quanto tempo? o perda de 5% do peso durante 6 meses o o rápido aumento de peso pode ocorrer em fases do ciclo menstrual, doenças cardíacas e renais e por alguns medicamentos (anti-inflamatórios, glicocorticoides e bloqueadores dos canais de cálcio) o vários fatores podem levar ao aumento ponderal: - retenção de líquidos - medicamentos: antidepressivos tricíclicos, insulina, anovulatórios, glicocorticoides... 3) Índice de Massa Corpórea (IMC): Péssimo indicador de obesidade que na verdade não indica nada.(1kg de músculo e 1kg de gordura ocupam volumes completamente diferentes mesmo ambos pesando 1kg) BIOTIPO: conjunto de características morfológicas dos indivíduos. Determinado pelo ÂNGULO DE CHARPY ou ÂNGULO EPIGÁSTRICO ângulo formado pelos dois rebordos costais. Longilíneo: ângulo de Charpy < 90° Mediolíneo: ângulo em torno de 90° Brevilíneo: ângulo > 90° Essa diferença morfológica implica em variações nas posições das vísceras, principalmente coração e estômago e essas variações são extremamente importantes no exame físico. 3 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED 4) Circunferência Abdominal: Indica o excesso de gordura visceral dentre muitos malefícios, o excesso deste tipo de gordura gera a liberação de fatores inflamatórios que causam diversas doenças (a própria obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão, dislipidemias, doenças coronarianas, tromboses, aterosclerose...) Paciente em posição ortostática No ponto médio entre o ultimo arco costal e a crista ilíaca Homens: até 102 cm Mulheres: até 88 cm 5) Relação Cintura-quadril (RCQ): Circunferência cintura / circunferência do quadril na altura das cristas ilíacas Homens: <0.9 Mulheres: <0,8 SINAIS VITAIS: Refletem o equilíbrio (ou desequilíbrio) das funções orgânicas. São: Frequência cardíaca (FC) Frequência respiratória (FR) Pressão arterial (PA) Temperatura corporal 4 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED FREQUÊNCIA CARDÍACA: Um dos procedimentos mais antigos da pratica médica Indicador do estado circulatório Pulso: é a expansão e contração alternada de uma artéria após a ejeção de um volume de sangue na aorta com a contração do ventrículo esquerdo SEMIOTÉCNICA – PALPAÇÃO DE PULSO: Usar as polpas digitais dos dedos indicador e médio jamais o polegar (pulso próprio muito forte, pode causar confusão com o pulso do pcte) Sistematizada e simétrica comparação bilateral Avalia: LOCAIS DE PALPAÇÃO: Aa. Radiais medialmente ao processo estiloide do rádio o O polegar pode se fixar no dorso do punho o Pcte com o antebraço apoiado em supinação Aa. Carótidas Aa. Femorais abaixo do ligamento inguinal, entre a sínfise púbica e a espinha ilíaca anterossuperior. Aa. Poplíteas Aa. Tibiais Posteriores Aa. Pediosas Aa. Braquiais FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA: Número de vezes que o pcte respira por minuto = X incursões respiratórias/min (INC/MIN) Além da FR, o ritmo, profundidade e esforço respiratório também são muito importantes EVITE QUE O PACTE PERCEBA que você está contando sua FR “prolongue” o tempo de contagem do pulso para observar a respiração natural do pcte. Palpação do Pulso Avalia: ESTADO DA PAREDE ARTERIAL: •lisa sem tortuosidade •endurecida, irregular e tortuosa FREQUÊNCIA: •Bradisfigmia <60ppm •Normosfigmia 60- 100ppm •Taquisfigmia >100ppm RITMO: (intervalos entre as pulsações) •regular - intervalos iguais •irregular = arritmia intervalos maiores ou menores TENSÃO ou DUREZA (compressão progressiva da arteria) •pulso mole - pouca força pra comprimir •pulso duro AMPLITUDE ou MAGNITUDE (grau de enchimento e esvaziamento arterial) •Amplo /magnus Insuficiência Aórtica •mediano •pequeno/parvus Estenose Aórtica 5 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED VALORES DE REFERÊNCIA: Eupneico: 16-20 inc/min Bradipneico: < 16 inc/min Taquipneico: > 20 inc/min FATORES QUE AFETAM A FR: Exercício físico Tabagismo Lesão neurológica Dor aguda Posição corporal em posição pronada (de bruços)o pcte possui uma ventilação melhor Função da hemoglobina: hemoglobina carreia O2 pcte anêmico sente dispneia devido à baixa função da Hemoglobina Ansiedade Alguns medicamentos ALTERAÇÕES DA FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA: Bradipneia: diminuição do número de movimentos respiratórios Taquipneia: aumento do número de incursões respiratórias/unidade de tempo Hiperpneia/hiperventilação: aumento da profundidade e velocidade das incursões respiratórias (movimentos respiratórios) Hipoventilação: redução da entrada e saída de ar dos pulmões Apneia: interrupção dos movimentos respiratórios por um período de tempo prolongado PRESSÃO ARTERIAL (PA): Força exercida pelo sangue contra as paredes arteriais Registro obrigatório durante o exame clínico A PA é determinada pela relação entre o Débito Cardíaco (DC) e a Resistência Vascular Periférica (RVP) PA = DC (FC x VSF) X RVP A avaliação da PA deve ser precisa, pois baseia muitas decisões clínicas o Confirma diagnósticos o Chama atenção para identificação de causas secundárias o Avalia risco cardiovascular o Investiga lesão de órgão-alvo: coração, rins, cérebro, retina, artérias o Escolha terapêutica SONS DE KOROTKOFF: À medida que se desinsufla o manguito, volta a ocorrer a passagem do sangue pela artéria antes colabada, surgindo os ruídos chamados sons de Korotkoff, classificados em cinco fases: 6 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED Fase l (surgimento de sons): o primeiro som é claro como uma pancada. O peso da onda sistólica é maior do que a pressão do manguito e o sangue na artéria. A clareza do batimento depende da força, velocidade e quantidade de sangue. O pulso arterial não se manifesta inicialmente, pois a quantidade de sangue na porção distal do manguito ainda é insuficiente Fase II (batimentos com sopro): com a dilatação da artéria pressionada, a contracorrente reverbera e cria sopros na parede dos vasos sanguíneos Fase III (sopro desaparece): os batimentos passam a ser mais audíveis e mais acentuados. A artéria que sofreu constrição continua a se dilatar com a redução da pressão do manguito Fase IV (abafamento dos sons): os batimentos repentinamente tornam-se menos acentuados.Há, portanto, um abafamento dos sons Fase V (desaparecimento de sons): restabelece-se o calibre normal da artéria e o sangue não mais provoca ruídos perceptíveis à ausculta da artéria radial Hiato auscultatório: é o desaparecimento dos sons, durante a última parte da fase l e na fase II. O hiato pode cobrir uma faixa de 30 a 40 mmHg, podendo, desse modo, ser causa de se subestimar o nível da pressão sistólica ou superestimar o nível da pressão diastólica. O modo de evitá-lo é realizar sempre o método palpatório antes do auscultatório. Cumpre ressaltar que isso constitui fonte comum de erro na medida da pressão arterial, principalmente em idosos. FATORES DE VARIAÇÃO DA PA: Idosos: muito propensos à hipotensão postural ( aferir a PA de pé e sentado/deitado) e à arteriosclerose (endurecimento da parede arterial mesmo comprimindo a a.Braquial pode-se sentir o pulso da a.Radial = SINAL DE OSLER Positivo pseudohipertensão) Hipertensão do Jaleco Branco: 15 a 20% dos pctes sofre com o aumento da PA apenas por estarem no consultório médico aferir PA preferencialmente no inicio da consulta (ao final pcte já está mais tenso e aumenta risco de viés) Hipertensão Mascarada: no consultório está normal, mas fora é elevada Para identificar HA do Jaleco Branco e Mascarada realiza-se o MAPA (Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial) aferição automática da PA (por aparelho portátil) durante 24hrs. Após refeições: aumenta fluxo sanguíneo para região esplâncnica que aumenta o Débito Cardíaco Elevação nas primeiras horas da manha Em ortostatismo a PAS é discretamente reduzida 7 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED Em posição supinada os níveis de PA são mais elevados Queda fisiológica durante o sono (20 a 40 mmHg na PAS e 10 a 15 mmHg na PAD) SEMIOTÉCTICA – AFERIÇÃO DA PA: Esfigmomanômetro + Estetoscópio A escolha do ‘esfigmo’ é muito importante esfigmo inadequando pode alterar os valores reais da PA Pacientes obesos e crianças possuem esfigmos desenvolvidos para seu uso exclusivo MÉTODOS PARA AFERIR A PRESSÃO ARTERIAL: MÉTODO DIRETO: Fornece a pressão direta ou intra-arterial procedimento invasivo que exige equipamento mais sofisticado reservado para pesquisa. MÉTODO INDIRETO: técnica auscultatória com estetoscópio relativamente impreciso técnica palpatória apenas a pressão sistólica IMPORTANTE ressaltar que a pressão diastólica obtida pelo método indireto é menor do que a diastólica intra- arterial. TÉCNICA – AFERIÇÃO DE PA POR MÉTODO INDIRETO: 8 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED Paciente Repouso mínimo de 3 min Local tranquilo e, preferencialmente, sem ruídos que possam interferir na ausculta Posição do paciente: sentada, deitada ou em pé. o Independentemente da posição, deve-se manter a artéria braquial ao nível do coração, paciente em posição confortável, com o braço ligeiramente flexionado, apoiado sobre uma superfície firme, estando a palma da mão voltada para cima. Deve-se anotar a posição do paciente em que foi efetuada a medida da pressão. Por ocasião da primeira avaliação e em alguns casos (idosos, controle de terapêutica, suspeita de hipotensão postural), deve-se efetuar a medida nas várias posições e nos quatro membros, sendo sempre precedida de palpação dos pulsos periféricos. o Ressalta-se, no caso de gestantes, preferir o decúbito lateral esquerdo ou o decúbito dorsal Aparelho Calibrado Manômetro em plano perpendicular ao plano visual Observador Pessoa treinada Posição confortável, evitando-se baixar a cabeça (a congestão dos vasos do ouvido pode prejudicar a ausculta) Colocação do diafragma do estetoscópio exatamente sobre a artéria braquial Procedimento Localizar as pulsações da artéria braquial Colocar o manguito 2 cm acima da fossa cubital Palpar o pulso radial (pode também ser feito na artéria braquial) Inflar o manguito até o desaparecimento do pulso radial; em seguida, desinsuflar o manguito lentamente. Quando reaparecer o pulso, será obtido o valor da pressão sistólica Colocar o estetoscópio sobre a artéria braquial e insuflar o manguito cerca de 30 mmHg acima do valor encontrado para a pressão sistólica pelo método palpatório Soltar o ar, de maneira contínua, à razão de 2 a 3 mmHg/segundo, até o completo esvaziamento da câmara Caso os ruídos estejam sendo percebidos com dificuldade, aumentar o ângulo entre o braço e o tórax, retificando a artéria, pois isso pode facilitar a ausculta dos sons. DETERMINAÇÃO DA PA: Pressão arterial sistólica: aparecimento do primeiro ruído (fase I) Pressão arterial diastólica: desaparecimento dos sons (fase V). Nos casos em que os ruídos persistirem até o total esvaziamento da câmara, deve-se considerar a pressão diastólica na fase IV de Korotkoff - abafamento dos sons - e registrar três valores. Exemplo: 150 x 70 x O mmHg 9 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED DETERMINANTES DA PA: Débito Cardíaco: relacionado diretamente com a contratilidade cardíaca e retorno venoso Resistência Vascular Periférica: representada pela vasocontratilidade da rede arteriolar Elasticidade/Complacência das paredes dos grandes vasos Volemia: relação direta com o débito cardíaco variações muito intensas na volemia causam efeitos intensos na hemodinâmica do pacte. Viscosidade sanguínea: sangue com viscosidade aumentada confere resistência ao fluxo e, consequente mente, aumento da PA. TEMPERATURA CORPORAL: Hipócrates verificou que a elevação da TC era sinal de doença Em condições fisiológicas, a TC permanece constante (varia entre as regiões do corpo) o Variação máxima de 0,6°C Febre: TC acima da normalidade SINAL DE ALERTA o Pode ser de inicio súbito ou gradual o Intensidade Febrícula: até 37,5°C Moderada: 37,5° - 38,5°C Alta: >38,6°C o Duração: prolongada (+ de uma semana) como a febre da tuberculose Contínua: TC constante acima de 38°C com pouca variação Exemplo: febre tifoide Irregular ou séptica: picos levados intercalados com Temperaturas baixas ou períodos de apirexia(cessação da febre) Exemplo: abcessos pulmonares Intermitente: picos de febre intercalada com TC normal pelo menos 1x/24hrs Exemplo: Malária Remitente: picos e quedas sem retorno à TC Normal EX.: Pneumonia Recorrente ou ondulante: períodos de episódios febris e períodos com valores aceitáveis o Término: Abrupto, em crise = desaparece subitamente malária 10 SEMIOLOGIA MÉDICA 1 VITÓRIA NOVAIS – MED Lise = diminuição gradual Hipotermia: maioria das vezes por frio, mas pode ser causada também por vasoconstricção por sepse, hipotireoidismo, hipoglicemia, ingesta excessiva de etanol... o Leve: 36 - 34°C o Moderada: 34 – 30°C o Grave: <30°C Hipertermia: TC acima da faixa de normalidade por fatores ambientais SEMIOTÉCNICA DA MEDIÇÃO DE TC: JAMAIS esquecer de higienizar o termômetro Secar a região do pcte onde será colocado o termômetro Temperatura axilar: 35,5 a 37°C (média de 36 – 36,5°C) Temperatura bucal: 36 a 37°C Temperatura Retal: 36 a 37,5°C 0,5°C maior que a axilar Temperatura Timpânica: 36 a 37,4°C FATORES QUE AFETAM A TC: Sexo: TC masc > TC fem Idade: <idosos Exercício físico Refeiçoes Estresse Hormonal: pós-ovulação Ritmo circadiano: aumento da TC pela manha ____________________________________________________________________________________________
Compartilhar