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Urgências Urológicas Não Traumáticas - A urologia cuida das patologias urogenitais e doenças cirúrgicas da suprarrenal e do retroperitôneo. - Anatomia do Escroto: dentro da bolsa testicular encontramos o testículo, o epidídimo, o apêndice testicular, o apêndice do epidídimo, o ducto deferente, o plexo panpiniforme e as túnicas do cordão espermático e da bolsa testicular. ESCROTO AGUDO - Não negligenciar a dor testicular. - Síndrome de dor e edema testicular com potencial tratamento cirúrgico. - Apresenta algumas semelhanças de princípios do abdome agudo: · Semiologia orienta diagnóstico e conduta; · Exames de imagem são complementares e não substituem o julgamento clínico; · Uma pequena taxa de exploração negativa é aceitável diante de um diagnóstico clínico crítico. · Diagnósticos diferenciais de dor e edema escrotal agufo a) Vasculares (devem ser reconhecidas de forma mais precoce); - Torção testicular roda sobre próprio eixo → deficiência de irrigação; - Torção do apêndice testicular ou do epidídimo; - Infarto testicular devido a outras causas (injúria do cordão, trombose). b) Traumáticas - Ruptura de albugínea → precisar operar, se não o testículo tem um processo inflamatório muito importante. - Hematoma intratesticular por contusão testicular; - Hematocele → hematomas intratesticulares. c) Inflamatória - Púrpura de Henoch-Schonlein → Faixa etária pediátrica; contexto clínico mais exuberante (rash, dor abdominal, dor abdominal, dor testicular); púrpura e outras vasculites. Tratamento clínico conservador. d) Infecciosas: epididimite aguda, orquiepididimite, abscesso intratesticular e de escroto. Gangrena de Fournier. - Dor e edema do epidídimo que vai p/ testículo, assimetria. Jovens sexualmente ativos → quadro começa com uretrite; idosos → pacte sem uretrite, secundária a cistite. - Fascite necrotizante do períneo e da raiz da bolsa testicular → Gangrena de Fournier → 1cm³ por h de progressão → alta mortalidade (septicemia) → pode começar por fístula perianal ou doenças urológicas. e) Hérnia inguinoescrotal (↑ do volume testicular e dor) f) Tumor testicular (↑ do volume testicular e dor) · DD → USG de abdome e testículo. TORÇÃO TESTICULAR - Principal causa de perda testicular nos EUA. - Incidência < 25anos → 1: 4000. - Acomete mais o testículo esquerdo. - Período perinatal: 70% antes do nascimento e 30% após. - Salvamento testicular depende do tempo entre o início da dor e detorção (reestabelecimento do fluxo): · Até 6h: 100% da função reprodutiva; · >12h: 20%; · >24h: 0%. - Detorção tardia → cél de leydig sobrevivem melhor a isquemia → tem função hormonal, mas não tem produção de espermatozoide, pois as céls do túbulo seminífero são muito sensíveis. · Etiologia → deficiência dos fatores de fixação → testículo em badalo de sino → roda no próprio eixo → comprime vasos (congestão venosa → isquemia arterial). - O testículo normal só tem a parte interna livre de fixação, com a parte posterolateral fixada. - Não se sabe de fatores genéticos, não há predisposição familiar, paciente com criptorquidia e que o testículo desceu espontanemanete tem chances maiores. - Tende a acontecer depois que paciente tem gonadarca (aumento do volume testicular → maior predisposição à torção; até início da fase adulta é o mais comum) · Quadro clínico - Dor e edema escrotal de início súbito; - Sem comemorativos anteriores; - Crianças e adolescentes, mas adultos e idosos não devem ser negligenciados; - Testículo alto e horizontalizado; - Abolição do reflexo cremastérico → Cremaster muito contraído (orquioepidemimite é preservado); (Estímulo na raiz interna da coxa, cremáster contrai). - Sinal de Prenm negativo (DD com orquiepididimite → Sinal de Prenm é positivo → alívio da dor com elevação manual do testículo); - Ausência de sinais sistêmicos e sintomas urogenitais. · Conduta · Cirurgia imediata x Doppler · Doppler → observar fluxo, aumento do epidídimo; quando não disponível → intervenção cirúrgica mesmo sem torção comprovada (difícil detorção manual → mas ainda necessário fixar pra não torcer de novo). · Cirurgia - Incisão na rafe - Exploração escrotal: · Detorção e aquecimento do testículo acometido → perfundiu → fixar → orquidopexia; · Orquidopexia contralateral e exérese dos apêndices; · Orquidopexia ou orquiectomia; · Se não perfunde → orquiectomia + fixação do contralateral. PRIAPISMO - Ereção prolongada sem conotação sexual. - >4h → tempo de risco. - Pico de incidência Bimodal. - 5-10 anos. - 20-50 anos. - População pediátrica: 67% anemia falciforme → fenômeno oclusivo venoso. - População adulta: · Idiopática 33%. · Farmacológico 25% (cocaína, heroína, trazodona, etc) · Anemia falciforme 20%. · Fisiopatologia → fenômenos venooclusivos ou hiperfluxo arterial · Ereção → Aumento do fluxo arterial → Sinusóides → expandem e semiocluem veia. · Fenômeno venooclusivo pode induzir a ereção por acúmulo de sangue nos corpos cavernosos. · Isquêmico: venooclusivo, Não isquêmico: hiperfluxo arterial. · Classificação - Corpo esponjoso e glande: normalmente flácido e normal. - Baixa perfusão tissular. - Síndrome compartimental: ambiente inóspito, acidose celular → morte e fibrose dos corpos cavernosos. - Normalmente decorre de uma fístula artério venosa. · Como diferenciar → gasimetria do corpo cavernoso Isquêmico Gasometria Arterial Não isquêmico <7,25 pH >7,4 >60 PCO2 <40 <40 PO2 >60 · Avaliação do paciente com priapismo - História clínica: · Tempo de ereção. · Dor. · Trauma de pélvis, períneo. · Episódio anterior de priapismo e tratamento utilizado. · Função erétil prévia. · Utilização de medicamentos e drogas. · Doenças hematológicas. - Definir a presença de fluxo arterial peniano: · Aspiração e inspeção. · Gasimetria do aspirado. · Doppler peniano (dá os mesmos dados) – mais utilizado para acompanhamento. · RM p/ priapismos de alto fluxo → identifica a causa → comunicação arteriovenosa. · Priapismo isquêmico ou de baixo fluxo - Oclusão de fluxo venoso e diminuição do fluxo arterial. - Similar a uma síndrome compartimental. - Ambiente intracavernoso inóspito: · Alterações tempo-dependente. · Hipóxia. · Hipercarbia. · Acidose. - Dor e rigidez do corpo cavernoso. - Glande e corpo esponjoso preservados. - Este tipo de priapismo é uma emergência. - História natural depende da duração do priapismo. - 39 dos casos de priapismo isquêmico com Doença falciforme. - Retorno das ereções com i-PDE5 inhibitor. · 100% <12h · 78% 12-24h · 44% 24-36h · 0% >36 → disfunção erétil refratária a tto clínico. · Tratamento clínico do priapismo isquêmico: aspiração irrigação e drogas vasoativos - Descompressão aspirativa deve ser repetida até a oxigenação dos corpos cavernoso. - Pode tentar botar soro fisiológico. - A utilização dos agentes adrenérgicos são efetivos na reversão do priapismo (extremamento diluída para não necrosar) · Etilefrina (100mcg/ml): 1ml de 10mg/ml em 99ml de SF 0,9%. · Efedrina (10mg/ml): 1ml de 50mg/ml em 99ml de SF 0,9%. · Noradrenalina (10mcg/ml): 1ml de 1mg/ml em 99ml de DSW. · Adrenalina (10mcg/ml): 1ml de 1mg/ml em 99ml de SF 0,9%. Sem melhora: · Shunts distais - Objetivos: · Descomprimir o corpo cavernoso (aliviar a sd compartimental). · Perfundir o corpo cavernoso com sangue oxigenado. · Tenta comunicar corpo cavernoso com corpo esponjoso, com um pedaço da túnica albugínea, para permitir a drenagem. · Primeiro tenta-se técnicas percutâneas e depois a técnica de Al-Ghorab. · Pacte pode evoluir com disfunção erétil Caso o shunt distal não funcione: · Shunt proximal · Comunica corpo cavernoso com o corpo esponjoso da crura peniana. · Quackels → anastamose do corpo cavernoso com o esponjoso na região perineal. · Grayhack→ anastomose com veia safena · Prótese peniana - Indicada: · Falha no tto clínico, quando há muito fuga venooclusiva e não consegue ter ereções. · Falha nas tentativas com shunts distais proximais. · Tempo de priapismo superior a 36h. - Cria espaço dentro do corpo cavernoso (há destruição dos sinusóides) → bomba acionada com clique → líquido retorna p/ reservatório nacavidade abdominal. Maria Eduarda Machado - 144 · Tratamento do Priapismo não isquêmico ou de alto fluxo - Observa → resolução espontânea. - USG com Doppler (avaliar haste crura). - RM · Identifica e localiza as MAVs (malformação artério-venosa). · Identifica eventuais trombos associados. - Arteriografia peniana → diagnóstica e terapêutica (imagem de um pseudoaneurisma ao lado, que só com uma punção resolveu o problema). · Embolização de MAV em pênis
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