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1 Mayra Alencar @maydicina | TUTORIA – PROLIFERAÇÃO CELULAR | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL problema 5: sempre bronzeada PROBLEMA 5: SEMPRE BRONZEADA OBJETIVO 1: CLASSIFICAR AS NEOPLASIAS DE PELE (ESPINOCELULAR, BASOCELULAR E MELANOMA) CARCINOMA ESPINOCELULAR • Segundo tumor mais comum que surge em locais expostos ao sol em pessoas de idade mais avançada (superando apenas o basocelular). • Incidência mais alta em homens do que mulheres (com exceção da parte inferior das pernas). • Descoberto quando pequenos, podem ser excisados. • Menos de 5% dão metástase para linfonodos regionais, as lesões são bastante invasivas e envolvem o tecido subcutâneo. PATOGENIA • Exposição à radiação UV da luz solar → o que leva a danos generalizados ao DNA e cargas mutacionais extremamente elevadas. • Pacientes com o raro transtorno xeroderma pigmentoso, que interrompe o reparo de danos causados pela luz UV, apresentam risco excepcionalmente elevado. Câncer de Pele 2 Mayra Alencar @maydicina | TUTORIA – PROLIFERAÇÃO CELULAR | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL Objetivo 1: classificar as neoplasias de pele (espinocelular, basocelular e melanoma) • Mutações → mutações em TP53 são comuns, assim como mutações ativadoras de RAS e mutações de perda de função em receptores Notch, que transmitem sinais que regulam a diferenciação ordenada do epitélio escamoso normal. • Imunossupressão: particularmente em pacientes transplantados, está associada a uma incidência aumentada de carcinomas de células cutâneas escamosas, suscetíveis à associação com infecção pelo HPV (subtipos 5 e 8). • Outros fatores de risco: carcinógenos industriais (alcatrão e óleos), ulceras crônicas não cicatrizantes, cicatrizes de queimaduras antigas, ingestão de arsênio e radiações ionizantes. ASPECTOS MACROSCÓPICOS • Os CECs que não invadem a membrana basal da junção dermoepidérmica (denominados carcinoma in situ) aparecem como placas eritematosas, escamosas e bem definidas. • Na fase avançada, as lesões invasivas são nodulares, apresentam produção variável de queratina (escama hiperceratótica) e podem ulcerar. ASPECTOS HISTOLÓGICOS • Carcinoma de células escamosas in situ: atipia celular intensa (com núcleos aumentados e hipercromáticos) em todas as camadas da epiderme (figura C), com aglomeração e desorganização nucelar. • Lesões mais avançadas e invasivas: graus variáveis de diferenciação, variando de rumores com células poligonais em lóbulos com grandes áreas de queratinização até neoplasias que apresentam células altamente anaplásicas com focos de necrose e ceratinização celular individual “abortiva” (disceratose). B: as ilhas do epitélio escamoso atípico ultrapassam a membrana basal e invadem a derme profundamente. C: as células tumorais invasoras mostram núcleo aumentado com contorno angulado e nucléolo proeminente. CARCINOMA BASOCELULAR • Tumor cutâneo localmente agressivo que está associado a mutações que ativam a via de sinalização Hedgehog. • Neoplasia invasiva mais comum, apresenta crescimento lento e raramente produz metástase. • A maioria é reconhecida em um estágio inicial e é curada por excisão local. • LOCALIZAÇÃO: locais expostos ao sol (principalmente face e região palmoplantar), em adultos idosos levemente pigmentados. • A incidência surge claramente com a imunossupressão e em pessoas com defeitos hereditários no reparo de DNA. PATOGENIA • Mutações que levam à sinalização Hedgehog desenfreada. • Síndrome do carcinoma basocelular nevoide (SCBN): Síndrome cancerígena associada a manifestações cutâneas. Doença autossômica dominante caracterizada por múltiplos carcinomas basocelulares. Tumores se desenvolvem antes dos 20 anos e são acompanhados por outros tumores, queratocistos odontogênico e marcas nas palmas e nas solas. 3 Mayra Alencar @maydicina | TUTORIA – PROLIFERAÇÃO CELULAR | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL Objetivo 1: classificar as neoplasias de pele (espinocelular, basocelular e melanoma) O gene associado é o PTCH, um supressor tumoral que é homólogo humano do gene patched, gene do desenvolvimento de Drosophila. Indivíduos com SCBN nascem com a mutação da linhagem germinativa em um dos alelos PTCH; o segundo alelo normal é inativado com tumores por uma mutação adquirida por acaso ou devido à exposição aos agentes mutagênicos (como raios UV). A PTCH é uma proteína receptora sonic hedgehog (SHH), um componente da via de sinalização Hedgehog, que determina a polaridade durante o desenvolvimento embrionário e regula também a formação dos folículos pilosos e o seu crescimento. No estado “desligado”, a PTCH se apresenta como um complexo com outra proteína transmembrana chamada de SMO (smoothened). A ligação de SHH e PTCH libera SMO, que por sua vez ativa o fator de transcrição GLI1, estimulando a expressão de genes que mantêm o crescimento e a sobrevivência de células tumorais. Na SCBN a perda da função da PTCH provoca a ativação constitutiva de SMO e a superexpressão de GLI1, levando ao desenvolvimento do carcinoma basocelular. • Também pode ocorrer mutações no p53 (40-60% dos CBC), sendo que 60% possui “assinatura UV”. • RADIAÇÃO UV E PATOGÊNESE: Imunossupressão: depleção de células dendríticas de Langerhans da epiderme devido alteração na capacidade de apresentação antigênica e pela expressão de citocinas imunossupressoras. Dano ao DNA. ASPECTOS MACROSCÓPICOS • Apresentam como pápulas peroladas que contêm numerosos vasos sanguíneos subepidérmicos dilatados (telangiectasias). • Alguns tumores contém melanina e, por isso, são semelhantes aos nevos melanocíticos ou melanomas. • As lesões avançadas podem ulcerar e a extensa invasão local dos ossos ou seios da face pode ocorrer depois de muitos anos de negligência ou em tumores raramente agressivos – “úlceras roedoras”. Variante comum: carcinoma basocelular superficial – placa eritematosa, ocasionalmente pigmentada, que pode ser semelhante às formas precoces de melanoma. ASPECTOS HISTOLÓGICOS • As células tumorais lembram a camada de células basais normais da epiderme. • Originam-se da epiderme ou do epitélio folicular e não acometem superfícies mucosas. • Dois padrões são encontrados: CRESCIMENTO MULTIFOCAL: derivado da epiderme e algumas vezes se estendendo por vários centímetros quadrados ou mais na superfície cutânea (tipo superficial multifocal); LESÕES NODULARES: crescem em direção à parte inferior da derme profunda como cordões e ninhos de células com basofilia variável e núcleos hipercromáticos, em meio a uma matriz mucinosa e frequentemente circundada por fibroblastos e linfócitos (figura B). As células na periferia dos ninhos de células tumorais tendem a ser organizadas radialmente com seus longos eixos em alinhamento paralelo – em paliçada. Nos cortes teciduais, o estroma se retrai do carcinoma (figura C), criando fendas ou artefatos de separação que ajudam a diferenciar os carcinomas de células basais de certos tumores de anexos que também são caracterizados por proliferação de células basaloides (ex.: tricoepitelioma). 4 Mayra Alencar @maydicina | TUTORIA – PROLIFERAÇÃO CELULAR | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL Objetivo 1: classificar as neoplasias de pele (espinocelular, basocelular e melanoma) MELANOMA • Menos comum, porém mais fatal quando comparado aos outros. • Fortemente ligado a mutações adquiridas, causadas pela exposição à radiação UV da luz solar. • LOCALIZAÇÃO: pele como principal, mucosa oral, anogenital, esôfago, meninge e olho. Raramente subungueal ("sinal de Hutchinson/whitlow melanótico"), palma ou sola. • FATORES DE RISCO: Exposição solar, pele clara (a melanina é fator protetor contra a radiação solar); Genes herdados: genes de pigmentação (que controlam a produção de melanina) – MC1R, ASIP e TYR; Deficiência de endonucleases: a radiação induz a formação de radicais livres e forma dímeros entre moléculas adjacentes depirimidina. Indivíduos com deficiência de endonucleases para reparar danos no DNA, como aqueles com xeroderma pigmentoso, têm risco elevado de desenvolver neoplasias cutâneas, entre elas melanoma. • ASPECTOS CLÍNICOS: é geralmente assintomático. Contudo, dor e prurido podem ser manifestações precoces. Sinais de alerta: ABCDE. A – ASSIMETRIA B – BORDAS C – COR D – DIÂMETRO E – EVOLUÇÃO CRESCIMENTO DO MELANOMA • A base para a compreensão da progressão do melanoma está no conceito de fases de crescimento radial e vertical. • CRESCIMENTO RADIAL: é a disseminação horizontal (padrão radial) do melanoma na epiderme e na derme superficial. Durante o estágio inicial, as células tumorais não têm capacidade de metastizar. Esses tumores durante o crescimento radial são divididos em vários subtipos clínico-patológicas: • LENTIGO MALIGNO: 10% geralmente presente como uma lesão indolente na face de homens idosos (por volta dos 70) e que podem permanecer na fase de crescimento radial por várias décadas. Acomete áreas expostas ao sol que geralmente são grandes (3-4cm) e com áreas hipopigmentadas. São lesões planas com bordas irregulares com cor variando em vários tons de marrom. • DISSEMINAÇÃO SUPERFICIAL: tipo mais comum de melanomas (70%), geralmente envolvendo a pele superexposta. Ocorre por mudanças em um nevo preexistente. Nos homens, ocorre na face, pescoço e tronco e nas mulheres, nas pernas. • LENTIGINOSO ACRAL/MUCOSO: não está relacionado à exposição solar. Ocorre na palma das mãos e dos pés e nas regiões subungueais, compreende 3 a 5% dos melanomas. Ocorre mais em indivíduos idosos com média de 59 anos, de pele mais escura. São geralmente grandes, com 3 cm ou mais, e, apesar de parecer em aspecto ao melanoma lentigo maligno, são muito mais malignos, aprofundando rapidamente. O mucoso tem aparência similar à do acral lentiginoso. Pode ocorrer na mucosa oral, no esôfago, no ânus, na vagina e na conjuntiva. Após um período variável (e imprevisível) de tempo, o melanoma muda da fase radial para a fase de crescimento vertical. • CRESCIMENTO VERTICAL: as células tumorais invadem as camadas dérmicas mais profundas como uma massa expansível. A fase de crescimento vertical é frequentemente anunciada pelo aparecimento de um nódulo e está correlacionada ao surgimento de um subclone tumoral com potencial metastático. • MALIGNO NODULAR: 10 a 15%, mais comum no tronco e em homens, pode ter um aspecto de couve-flor e é mais agressivo que o melanoma superficial. Cinco por cento deles são amelanócitos e tendem a crescer mais rapidamente na vertical e invadir a derme. ASPECTOS MACROSCÓPICOS • Apresentam variações evidentes na pigmentação, incluindo tons de negro, castanho, vermelho, azul-escuro e cinza. • Bordas irregulares e muitas vezes “dentadas”. 5 Mayra Alencar @maydicina | TUTORIA – PROLIFERAÇÃO CELULAR | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL Objetivo 2: descrever a epidemiologia, patogenia, os fatores de risco e prevenção do câncer de pele ASPECTOS HISTOLÓGICOS • As células malignas crescem como ninhos malformados ou células individuais em todas as camadas da epiderme (espalhamento pagetoide) ou nos nódulos dérmicos expansivos; constituindo as fases de crescimento radial e vertical. • Os melanomas expansivos superficiais estão frequentemente associados a um infiltrado linfocitário (figura B), uma característica que pode refletir a resposta do hospedeiro aos antígenos específicos do tumor. • As células individuais do melanoma são maiores que as células névicas, apresentam grandes núcleos com contornos irregulares, cromatina caracteristicamente aglutinada na periferia da membrana nuclear e proeminentes nucléolos eosinofílicos “vermelho cereja” (figura D). B: fase de crescimento radial, com propagação de ninhos e células individuais do melanoma dentro da epiderme. C: fase de crescimento vertical, com agregados nodulares de células tumorais infiltrativa no interior da derme. D: células do melanoma apresentando núcleos hipercromáticos, de tamanho e formas variáveis, e com nucléolos proeminentes. Figura de mitose atípica presente no centro. O detalhe exibe um linfonodo sentinela contendo um pequeno grupo de células do melanoma metastático (seta), detectado pela coloração para o marcador melanocíticos HMB-45. OBJETIVO 2: DESCREVER A EPIDEMIOLOGIA, PATOGENIA, OS FATORES DE RISCO E PREVENÇÃO DO CÂNCER DE PELE • O câncer de pele não melanoma é o mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Apresenta altos percentuais de cura, se for detectado e tratado precocemente. Entre os tumores de pele, é o mais frequente e de menor mortalidade, porém, se não tratado adequadamente pode deixar mutilações bastante expressivas. • Mais comum em pessoas com mais de 40 anos, o câncer de pele é raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas. Porém, com a constante exposição de jovens aos raios solares, a média de idade dos pacientes vem diminuindo. • Pessoas de pele clara, sensíveis à ação dos raios solares, com história pessoal ou familiar deste câncer ou com doenças cutâneas prévias são as mais atingidas. 6 Mayra Alencar @maydicina | TUTORIA – PROLIFERAÇÃO CELULAR | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL Objetivo 3: caracterizar o índice de clark, breslow e o tnm do câncer de pele. • O câncer de pele não melanoma apresenta tumores de diferentes tipos. Os mais frequentes são o carcinoma basocelular (o mais comum e também o menos agressivo) e o carcinoma epidermoide. • O melanoma pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. Nos indivíduos de pele negra, ele é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés. • Embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil e corresponda a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, o melanoma representa apenas 3% das neoplasias malignas do órgão. É o tipo mais grave, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos). • O prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom se detectado em sua fase inicial. Nos últimos anos, houve grande melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente devido à detecção precoce do tumor e à introdução dos novos medicamentos imunoterápicos. FATORES DE PREVENÇÃO • Evitar a exposição ao sol entre 10 a 16 horas; • Usar proteção como bonés, óculos de proteção UV, sombrinhas e barracas; • Usar protetor solar de filtro 15, no mínimo, além de filtro próprio para os lábios. OBJETIVO 3: CARACTERIZAR O ÍNDICE DE CLARK, BRESLOW E O TNM DO CÂNCER DE PELE. • Os métodos mais usados para o estadiamento de melanoma foram o de Clark e o de Breslow. • ÍNDICE DE ESPESSURA DE BRESLOW: determina a espessura tumoral - dimensão vertical a partir do ponto mais profundo de invasão ao topo da camada granulosa ou à célula mais superficial em caso de ulceração. É fácil de reproduzir e é bastante útil para prever o comportamento de melanomas com mais de 1,5 mm de profundidade. • NÍVEL DE CLARK: É fator preditivo independente do melanoma fino, mas não para lesões mais espessas. Dessa maneira o nível de invasão é incorporado apenas nas definições dos melanomas < 1mm. Nível I: lesão in situ, melanoma não invasivo, não ultrapassa a membrana basal (crescimento intra-epidérmico). Nível II: invade a derme papilar, mas não chega à interface reticular. Nível III: invade a derme papilar, mas não penetra a derme reticular. Nível IV: invade a derme reticular, mas não o tecido subcutâneo. Nível V: invasão do tecido celular subcutâneo. • ESTÁGIOS DO MELANOMA E SUA DESCRIÇÃO: Estágio 0, também conhecido como melanoma in situ: Melanócitos anormais são encontrados na epiderme (parte mais externa da pele). As células de melanoma estão todas contidas na área em quecomeçaram a desenvolver e não cresceram em camadas mais profundas da pele. Estágios 1 e 2: Nestes estágios o tumor apresenta entre 1 e 4 milímetros de espessura, com ou sem ulceração, porém não se espalharam para outros tecidos. Estágio 3: Neste estágio, o tumor pode ter qualquer espessura, com ou sem ulceração. No entanto, o câncer já se espalhou para áreas próximas como gânglios linfáticos e linfonodos ou outros lugares da pele a não mais de 2 centímetros de distância do tumor primário. Estágio 4, também conhecido como melanoma metastático: Neste estágio o câncer se espalhou para outros locais do corpo, como pulmão, fígado, cérebro, osso ou trato gastrintestinal. O câncer pode também ter se espalhado para outros lugares na pele longe de onde ele começou. 7 Mayra Alencar @maydicina | TUTORIA – PROLIFERAÇÃO CELULAR | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL Objetivo 3: caracterizar o índice de clark, breslow e o tnm do câncer de pele. 8 Mayra Alencar @maydicina | TUTORIA – PROLIFERAÇÃO CELULAR | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL Objetivo 4: relacionar os mecanismos de disseminação e a predileção do tumor de pele por certos órgãos. OBJETIVO 4: RELACIONAR OS MECANISMOS DE DISSEMINAÇÃO E A PREDILEÇÃO DO TUMOR DE PELE POR CERTOS ÓRGÃOS. • A probabilidade de metástase é prevista pela medição da profundidade da invasão em milímetros, do nódulo da fase de crescimento vertical até o topo das células da camada granular da epiderme sobrejacente (espessura de Breslow). O risco de metástase também é aumentado nos tumores com alta taxa mitótica e naqueles que não conseguem induzir resposta imune local. Locais de metástase: linfonodos regionais, fígado, pulmão, cérebro e qualquer local apto a disseminação hematogênica. A biópsia do linfonodo sentinela no momento da cirurgia fornece informações sobre a agressividade biológica do tumor. VIA LINFÁTICA VIA SANGUÍNEA OUTRAS VIAS • Principal via de disseminação inicial. • Regra: o primeiro sítio das metástases é o primeiro linfonodo na via da drenagem linfática do tumor, chamado linfonodo sentinela. • Como este pode ser identificado com precisão por meio de contrastes ou outros marcadores, sua retirada e seu exame histológico para pesquisa de metástases constituem hoje procedimentos importantes na conduta de muitos cânceres. • Após comprometimento da cadeia linfonodal mais próxima, outros linfonodos situados imediatamente adiante podem ser acometidos. • Algumas vezes, no entanto, as metástases “saltam” o primeiro linfonodo e aparecem no seguinte ou surgem em linfonodos não relacionados topograficamente com a sede do tumor. • Os linfonodos com metástases em geral encontram-se aumentados de volume e, às vezes, tornam-se confluentes, formando massas volumosas; linfonodos ou massas podem ser palpados se estiverem localizados em cadeias superficiais ou ser detectados por exames de imagens (radiografia, ultrassonografia, tomografia etc.) quando em cadeias profundas. • Nem toda linfadenomegalia próxima de um câncer significa metástase: como produtos antigênicos de tumores são levados ao linfonodos, estes reagem por meio de hiperplasia, às vezes pronunciada, que também resulta em aumento de volume do órgão. • Por outro lado, um linfonodo pequeno, de tamanho normal, pode conter metástases microscópicas. • Células cancerosas que penetram na corrente sanguínea podem ser levadas a qualquer parte do corpo. • Embora a metastatização não seja aleatória nem determinada somente pela anatomia da circulação, tumores de órgãos tributários do sistema porta dão metástases inicialmente no fígado. • Em cânceres localizados próximo da coluna vertebral (p. ex., tireoide), as células malignas podem ganhar o plexo venoso paravertebral e originar metástases nas vértebras. • No entanto, só o critério anatômico não explica a localização preferencial de metástases, pois estas dependem de fatores ligados tanto às células malignas como ao nicho pré-metastático. • O número de células malignas que conseguem penetrar em um vaso sanguíneo é muito maior do que o número daquelas que originam metástases. Aliás, a presença de células malignas na circulação não indica obrigatoriamente a formação de metástases. • A imensa maioria (> 99%) das células cancerosas na circulação é destruída pelas forças de cisalhamento da corrente sanguínea, pelo sistema do complemento, pela resposta imunitária do hospedeiro, por apoptose, pela defesa não imunitária (macrófagos, células NK) e pelo choque mecânico que sofrem com a parede vascular. • A sobrevivência das células na circulação é, pois, um elemento importante no aparecimento de metástases. • A sobrevivência de células neoplásicas na circulação é maior quando formam agregados entre si e com plaquetas, linfócitos e fibrina. • Trombocitopenia ou tratamento com heparina, por exemplo, reduzem o número de metástases experimentais. • Pode ser feito também por canais, ductos ou cavidades naturais; os movimentos das vísceras ou dos líquidos dessas cavidades deslocam as células para diferentes sítios, onde podem implantar- se. • Quando atingem a pleura ou o peritônio, por exemplo, células neoplásicas podem originar metástases na serosa e nos órgãos subjacentes. • Quando as metástases de carcinomas são difusas no peritônio, fala em carcinomatose peritoneal. • Metástases podem implantar- se no trajeto de feridas cirúrgicas ou de agulhas utilizadas para punções- biópsias. Felizmente, essa complicação de biópsias por punção com agulha fina ou grossa é pouco frequente, não invalidando seu uso como método prático e eficaz para diagnóstico de muitos tumores. 9 Mayra Alencar @maydicina | TUTORIA – PROLIFERAÇÃO CELULAR | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL Objetivo 5: descrever o tratamento do tumor de pele (melanoma e não-melanoma). OBJETIVO 5: DESCREVER O TRATAMENTO DO TUMOR DE PELE (MELANOMA E NÃO -MELANOMA). • Cirurgia excisional: remoção do tumor com um bisturi, e também de uma borda adicional de pele sadia, como margem de segurança. Os tecidos removidos são examinados ao microscópio, para aferir se foram extraídas todas as células cancerosas. A técnica possui altos índices de cura, e pode ser empregada no caso de tumores recorrentes. • Curetagem e eletrodissecção: usadas em tumores menores, promovem a raspagem da lesão com cureta, enquanto um bisturi elétrico destrói as células cancerígenas. Para não deixar vestígios de células tumorais, repete-se o procedimento algumas vezes. Não recomendáveis para tumores mais invasivos. • Criocirurgia: promove a destruição do tumor por meio do congelamento com nitrogênio líquido. A técnica tem taxa de cura menor do que a cirurgia excisional, mas pode ser uma boa opção em casos de tumores pequenos ou recorrentes. Não há cortes ou sangramentos. Também não é recomendável para tumores mais invasivos. • Cirurgia a laser: remove as células tumorais usando o laser de dióxido de carbono ou erbium YAG laser. Por não causar sangramentos, é uma opção eficiente para aqueles que têm desordens sanguíneas. • Cirurgia Micrográfica de Mohs: o cirurgião retira o tumor e um fragmento de pele ao redor com uma cureta. Em seguida, esse material é analisado ao microscópio. Tal procedimento é repetido sucessivamente, até não restarem vestígios de células tumorais. A técnica preserva boa parte dos tecidos sadios, e é indicada para casos de tumores mal-delimitados ou em áreas críticas principalmente do rosto, onde cirurgias amplas levam a cicatrizes extensas e desfiguração. • Terapia Fotodinâmica (PDT): o médico aplica um agente fotossensibilizante, como o ácido 5-aminolevulínico (5- ALA) na pele lesada. Após algumas horas, as áreas são expostas a uma luz intensa que ativa o 5-ALA e destrói as células tumorais, com mínimos danos aos tecidos sadios.• Além das modalidades cirúrgicas, a radioterapia, a quimioterapia, a imunoterapia e as medicações orais e tópicas são outras opções de tratamentos para os carcinomas. PROGNÓSTICO Após excisão do tumor, aspectos clínicos e patológicos são levados em consideração para avaliar a probabilidade de disseminação metástica e prognóstico: Profundidade do tumor – espessura de Breslow Número de mitoses Evidência de regressão do tumor (devido a resposta imune do hospedeiro) Presença e número de linfócitos infiltrantes no tumor. Sexo Localização (extremidade ou parte central do corpo). A maioria dos melanomas em estado inicial sofre metástase para linfonodos regionais. Por isso, deve ser realizada uma biópsia do linfonodo sentinela (identificação, remoção e exame do linfonodo). O envolvimento do linfonodo sentinela confere um mau prognóstico. O grau de envolvimento e o número total de linfonodos envolvidos se correlacionam com a sobrevida geral. Prognóstico favorável Profundida menor que 1,7mm Pouca ou nenhuma mitose Resposta ativa de LITs Ausência de regressão Sexo feminino Localização em extremidade
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