Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
07/06/2021 Dermatologia – 8° Semestre Tumores Malignos da Pele Conceito: As três estruturas epiteliais da pele (epiderme, folículo pilosebáceo e glândulas sudoríparas) podem originar neoplasias benignas e malignas, sendo estas últimas chamados cânceres de pele devido a multiplicação desordenada celular nestes tumores, causando danos no tecido sadio local e em alguns casos a distância. Epidemiologia: CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA É o câncer mais frequente no Brasil e corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Apresenta altos percentuais de cura, se for detectado precocemente. Entre os tumores de pele, o tipo não-melanoma é o de maior incidência e mais baixa mortalidade. O câncer de pele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, sendo relativamente raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas anteriores. Pessoas de pele clara, sensível à ação dos raios solares, ou com doenças cutâneas prévias são as principais vítimas. Como a pele - maior órgão do corpo humano - é heterogênea, o câncer de pele não-melanoma pode apresentar tumores de diferentes linhagens. Os mais frequentes são o carcinoma basocelular e o carcinoma epidermoide. O carcinoma basocelular, apesar de mais incidente, é também o menos agressivo. Estimativa de novos casos: 165.580, sendo 85.170 homens e 80.410 mulheres (2018 - INCA). Número de mortes: 1.769, sendo 1.000 homens e 769 mulheres (2013 - SIM). CÂNCER DE PELE MELANOMA O melanoma cutâneo é um tipo de câncer de pele que tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele) e tem predominância em adultos brancos. Embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil e corresponda a 30% de todos os tumores malignos registrados no País, o melanoma representa apenas 3% das neoplasias malignas do órgão, apesar de ser o mais grave devido à sua alta possibilidade de metástase. O prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom, se detectado nos estádios iniciais. Nos últimos anos, houve uma grande melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente devido à detecção precoce do tumor. Estimativa de novos casos: 6.260, sendo 2.920 homens e 3.340 mulheres (2018 - INCA). Número de mortes: 1.547, sendo 903 homens e 644 mulheres (2013 - SIM). Quais os tipos de câncer mais comuns? Carcinoma Basocelular (CBC) – 65-75% Carcinoma Espinocelular (CEC) – 15-20% Melanoma – 5% Outros – 5% Carcionogênese cutânea – etiopatogenia: Os tumores epiteliais malignos são derivados de vários fatores principalmente as radiações UV, também as radiações ionizantes, carcinógenos químicos e/ou vírus oncogênicos. Todos atuam molecularmente sobre os genes modificando-os levando a alterações no comportamento celular, hiperproliferação e diminuição da apoptose com multiplicação continua das células e formação do tumor maligno. São doenças gênicas mas raramente hereditárias (5%), pois em geral esses fatores atuam sobre células somáticas e portanto não se transmite as gerações subsequentes Importância do sistema imune-predisposição genética – NK – destruindo as células tumorais, diminuição das células de Langerhans da epiderme com a radiação UV, facilitando a proliferação das células tumorais Radiação solar: efeitos benéficos: O sol auxilia na síntese da vitamina D. Produz calor, essencial para a manutenção da biosfera e ecossistema terrestre. Também tem efeito psicológico e é útil no tratamento de doenças de pele: fototerapia. 07/06/2021 Dermatologia – 8° Semestre Malefícios: bronzeamento exagerado, queimadura, reações fototóxicas, fotoenvelhecimento, acelerar a catarata, imunossupressão local e sistêmica e câncer de pele. Fototipos Descrição Sensibilidade ao Sol I - Branca Queima com facilidade, nunca bronzeia Muito sensível II - Branca Queima com facilidade, bronzeia muito pouco Sensível III - Morena Clara Queima moderadament e, bronzeia moderadament e Normal IV - Morena Moderada Queima pouco, bronzeia com facilidade Normal V - Morena Escura Queima raramente, bronzeia bastante Pouco sensível VI - Negra Nunca queima, totamente pigmentada Insensível Fotodanos: Lesões benignas: Elastose solar Melanose/Lentigo solar Poiquilodermia de Civatte Púrpura Senil ou de Bateman Lesões epiteliais pré malignas: potencial de desenvolver um câncer de pele não melanoma: Ceratose actínica Quelite actínica Corno cutâneo Pele fotodanificada: Elastose solar e púrpura de Batman Corno cutâneo: Ceratoses actinicas: Ceratose actinica hipertrófica: Queilite actinica: Prevenção: Deve-se sempre procurar a sombra, vestir roupas protetoras, usar filtro solar, manter as crianças fora do sol, realizar o auto-exame e acompanhamento médico. Carcinoma Basocelular: Definição: Tumor maligno composto de células germinativas análogas as que compõem a origem apócrina do folículo sebáceo no embrião Invasão local / metástases raras Clínica: pápula ou nódulo que pode se tornar ulcerado. Quando suspeitar? • Fototipos I e II • Queimadura solar > exposição crônica • Exposição intermitente intensa: férias na praia anualmente, ranchos, piscina • Lesões papulo e/ou exulceradas em áreas expostas com mais de 6 meses, com sangramento local. 07/06/2021 Dermatologia – 8° Semestre Epidemiologia: Mais comum câncer da população branca 65% câncer de pele não melanoma. CBC: idade / doença está tornando mais comum em adultos jovem Incidência: homem > mulher. Recentemente, o sexo feminino tem apresentado aumento Incidência em brancos > negros (fototipos I e II) Fatores de risco para CBC: Exposição a ultra violeta (UV), idade> 40 anos, raça branca > negros, sexo: atualmente sexo feminino tem apresentado aumento, radiação ionizante, ocupacional: soldagem, trabalhadores com ocupação em áreas externas, fenótipos (pele clara, incapacidade de bronzear, cabelo vermelho e efélides na infância), capacidade de reparo no DNA. Incidência maior é em cabeça e pescoço. Aproximadamente 20% CBC ocorre em área não exposta ao UV Estudos recentes: exposição solar intermitente na criança e adolescência principalmente as que resulta em queimaduras graves pode ser mais importante na determinação do risco para CBC, do que a radiação cumulativa UV durante toda vida. Outros fatores de risco: HIV, uso de imunossupressor (< CEC), arsênico, doença de Bowen, ulcera crônica (< CEC) Etiopatogenia: O melhor entendimento da associação epidemiológica do tumor com radiação UV (UVR) são elucidadas em base genética. Houve avanços recentes na bioquímica das queratinas. Origem folicular: padrão das citoqueratinas CBC por meio de métodos bioquímicos e imunohistoquímicos (raiz da bainha externa do folículo, abaixo do istmo) Atualmente é considerada a origem nas células tronco imaturas da epiderme também. O estroma é parte essencial para o processo neoplásico Células do tumor são dependentes das influências do tecido conectivo para seu crescimento As células invadem e destroem áreas de tecidos adjacentes e raramente dá metástase. Mutação do gene p53: 50% - CBC, 90%- CEC Gene p53 é uma proteína composta de 338 aminoácidos, que funciona como fator transcrição na regulação da proliferação e diferenciação de células Idade e exposição solar: importantes para mutação do p53 (mais de 50% de todos cânceres humanos contém mutação do p53) UVR produz dano DNA primeiramente nas pirimidinas - gene p53 perde sua atividade de supressor do tumor Alterações encontradas na pele normal exposta UVB O PTCH é o segundo gene repressor implicado no desenvolvimento do CBC. Encontrado na Síndrome do Nevo Basocelular (SNBC) - cromossomo 9q22.3. Histopatologia:Componentes: célulasepidérmicas (uniformes no tamanho, lembra células basais da epiderme ou de anexos com núcleo largo, oval e profundamente basofílico, citoplasma escasso) Estroma: células da periferia em paliçada e massas de tumores são circundadas por abundante estroma (halo claro). Dano actínico na derme e infiltrado inflamatório crônico ao redor do tumor. Vários padrões histológicos e várias classificações Clínica – 5 tipos 1. Nodular (nódulo ulcerativo): lesão pápulo rósea perolada, bordas translúcidas com telangiectasias, crescimento lento que pode ulcerar, sangramento, podendo ocorrer destruição local e associado ao neurotropismo. 2. Superficial ou Pagetoide: tipo mais frequente, crescimento lento; múltiplas lesões eritemato escamosas, infiltradas de bordos irregulares e elevados 3. Esclerodermiforme: incomum, placa escleroatrófica branco amarelada com crescimento lento, borda mal definida/recidiva. 4. Fibroepitelial: incomum, tumor séssil, áreas de radioterapia 5. Pigmentado: lesão nódulo ulcerativa com pigmentação melânica, diagnóstico diferencial com melanoma Disseminação: via linfática, hematogênica (visceral e coluna vertebral) 07/06/2021 Dermatologia – 8° Semestre Diagnostico: é clinico, dermatoscopico e histopatológico. Histopatologia: Células tumorais lembram as células da camada basal da epiderme e as células matriciais dos anexos cutâneos (células basalóides) com pouco citoplasma, núcleo compacto e hipercromático. Massa ou ilhotas de células basalóides com paliçada celular periférica. Mitoses são frequentes. Retração justa tumoral: lacunas nas margens das ilhotas. Nas lesões precoces as ilhotas são vistas a partir da epiderme. Tratamento: depende da localização e profundidade. • Curetagem e Eletrocagulação - até 1.5cm/ mãos <1.5cm • Crioterapia • Excisão cirúrgica - >1.5cm- margem 4mm/ 7 mm • Cirurgia Micrográfica de Mohs • Terapia Fotodinâmica- efetiva em lesões superficiais. • Radioterapia- CBC de longa duração e invasão de tecidos adjacentes. • Interferon /Retinóides. Indicações para MOHS: Lesões recorrentes, histopatologia com padrão agressivo: esclerodermiforme, infiltrativo, adenóide. Tamanho: >2cm- face / >4 cm- tronco e localização: nariz, periorbital, pavilhão auricular Carcinoma Espinocelular Quando suspeitar? Lesão solar crônica, ceratose solar, queilite, leucoplasia, queimaduras, cicatrizes, ulceras crônicas. Definição: Carcinoma espinocelular ou das células escamosas da pele é um tumor maligno que surge dos queratinócitos da epiderme. Formas: intraepidérmica e invasiva Epidemiologia: exposicão solar, cor da pele, mais no sexo masculino, incidência aumenta com a 07/06/2021 Dermatologia – 8° Semestre idade, em albinos e xeroderma pigmentoso aparece precocemente Etiologia: Lesões pré-cancerosas • Q. actinica: 12% • D. de Bowen: 5% • E. de Queyrat • Calor radiante (eritema “ab igne”) Carcinógenos químicos (variação inata da susceptibilidade) Imunossupressão: vírus Doenças granulomatosas ou úlceras crônicas Cicatrizes de queimaduras, traumáticas ou certas doenças dermatológicas Raramente de pele aparentemente sã Lábio inferior: pior prognóstico, Queilite solar, Leucoplasia, leucoqueratose Fissuras, Traumas, Líquen plano, Lupus eritematoso discoide Patogênese: Teorias da carcinogênese: • Estágios: iniciação, promoção e progressão • Processo de multi-estágios envolvendo a célula e todos os fatores que a controlam • Efeito do carcinógeno à alterações moleculares nas células Localização das lesões: Pele clara: Áreas mais expostas ao sol, como dorso das mão e antebraços, parte superior da face e lábio inferior (homem) Pele escura: membros inferiores em úlceras e cicatrizes (países tropicais). Escroto- limpadores de chaminé, montadores e operadores de torno (carcinógenos) Aspectos clínicos: Lesão: Pápula ou placa, verrucosa, túmida ou ulcerada (exsudato purulento, facilmente sangrante ou recoberta por crosta). Limites imprecisos, inflamação ao redor e bordas opacas eritêmato-amarelada. Variante pigmentada. Diagnostico: Características clínicas da lesão Biópsia: Histopatologia e Imunohistoquímica. Dermatoscopia Histopatologia: “Queratinócitos atípicos que ultrapassam a membrana basal e invadem a derme.” Alterações são similares a CEC de qualquer epitélio. Mais facilmente observadas e seguidas na pele pelo acesso e visibilidade. Mais arquitetural que citológica. Células variam de bem diferençadas a completamente anaplásicas a ponto, às vezes, de não poder detectar a sua origem. Bem diferençado • Pérolas córneas • Células queratinizadas individualizadas • Disqueratose • Reação inflamatória na derme Mal diferençado • Aumento da atividade mitótica • Mitoses anormais • Aumento do número de vasos 07/06/2021 Dermatologia – 8° Semestre Evolução: Mais rápida que o basocelular e mais lenta que o queratoacantoma. Ulceração precoce é devido à anaplasia (lábio e genital). Aumento de linfonodos- metástases ou inflamação. Mais tardiamente: mais duros, mais irregulares e se fixam aos tecidos adjacentes. Disseminação sanguínea é incomum. Metástases: Geralmente via linfática, ocorrendo em 0-50% dos casos • CEC de queratose solar: 0,1% (Lund), 2,6% (Katz, tumores de áreas expostas) • CEC de doença de Bowen: 37% (Graham and Helwig) • E. de Queyrat: 20% (Graham and Hewig) • Membro superior: menos que 8% • Face: menos agressivos Tendência a metástase: Tipo da lesão de origem: Radiodermites- 20-26% (Hueper), Cicatrizes Úlceras, Fístulas: 31% (Sedlin and Fleming, osteomielite), Pele sã: 8-13% (Glass) e 18% (Graham and Helwig) Preditores histológicos de metástases: • Classificação de Broder: proporção de células tumorais diferenciadas e atípicas (pobre diferenciação) • Profundidade de invasão (alta espessura) • Invasão vascular, perineural e tecidos adjacentes Tratamento: busca a erradicação completa, resultado funcional e estético. • Cirurgia: fechamento primário, retalho ou enxerto • Eletrocirurgia: eletrocoagulação ou diatermia • Criocirurgia: nitrogênio líquido • Radioterapia POR CIRURGIA: indicações: 1. Qualquer lesão, principalmente as grandes 2. Formato linear ou mal definidas 3. Sobre ossos: c. cabeludo, testa, extremidades distais 4. Pálpebras, comissura labial, pênis e vulva 5. Invasão de cartilagem e osso 6. Decorrentes de cicatriz, úlceras e fístulas 7. Nas recorrências 8. Lesões em radiodermites (grandes ou residuais) 9. Nos casos com metástases em linfonodos POR CRIOCIRURGIA: simples, não requer anestesia, poucas complicações POR RADIOTERAPIA: Esquemas: 1. Doses fracionadas diárias 2. Dose única maciça 3. Indicações: inoperáveis 4. Condições basais do paciente ALTERNATIVOS: • Cirurgia de Mohs • Terapia fotodinâmica • Curetagem antes da excisão cirúrgica Melanoma: Conceito: é a forma mais grave de câncer de pele. Neoplasia maligna dos melanócitos que ocorre na pele, olhos, TGI, leptomeninges, mucosa oral e genital. Epidemiologia: representa 4% dos cânceres cutâneos e é responsável por 80% das mortes por câncer cutâneo. Acomete principalmente a população de pele branca. Surge em qualquer idade sendo raro antes dos 20 anos. Média de idade por volta dos 60 anos. Acomete mais o sexo masculino Etiopatogenia: Multifatorial: • 75-80% originam-se em pele normal e 20- 25% em nevo melanocítico cutâneo • Nevo atípico/displásico: risco aumento proporcional a quantidade de lesões Genética: • História familiar de melanoma dobra o risco • O risco relativo é maior no fototipo I, com grande quantidade de efélides 07/06/2021 Dermatologia – 8° Semestre Radiação UV: é o único fator ambiental de interesse, entretanto a exposição solar é um fator de risco. Risco por exposição intermitente e história de queimaduras solaresEstudos moleculares: oncogenes: B-RAF (40- 50%), N-RAS (15-18%) e c-KIT (7%). Clínica: 5 tipos principais: 1. Lentigo maligno: idosos, causado pela luz solar, mancha acastanhada a negra com bordas e pigmentação não uniforme, extensão lenta em superfície 2. Lentigo maligno-melanoma: forma menos comum (5%), idosos 3. Melanoma extensivo superficial:60-70% dos melanomas,30-40% em nevo pré existente, 30-60 anos de idade 4. Melanoma Nodular: 10%, lesão discretamente elevada, margens irregulares, cor castanha a negra, áreas azuladas, esbraquiçadas, acinzentadas e vermelhas Diagnóstico: é clinico: regra do ABCD, histopatológico, e dermatoscópico A regra do ABCD para melanoma é: Assimetria; Bordas irregulares; Cor variada; Diâmetro aumentado A lesão pigmentada – marrom/negra, com as características de ABCD deve-se suspeitar. Maligna: Benigna: Histopatologia: Biópsia: sempre que possível excisional, com margens estreitas de 2 a 3mm. OBS: Margens maiores que 1 cm podem alterar o fluxo linfático cutâneo e afetar a capacidade de identificar o linfonodo sentinela. Índice de Breslow: mede a espessura do tumor em milímetros, do topo das células granulares (ou base da ulceração superficial) até a parte mais profunda do tumor. É o dado histológico de maior valor prognóstico. Ulceração: é o 2º dado histológico de valor prognóstico. Nível de Clark: mede a invasão tumoral anatomicamente. 1. Clark 1: intraepidérmico 2. Clark 2: atinge derme papilar 3. Clark 3: preenche toda a derme papilar 4. Clark 4: atinge derme reticular 5. Clark 5: penetra na gordura Lentigo Maligno Atrofia e retificação da epiderme Grande quantidade de melanócitos atipicos na junção dermo-epidérmica Derme: alterações degenerativas solares Lentigo Maligno Melanoma Substituição lentiginosa dos queratinócitos basais por melanócitos atípicos Colonização do epitélio folicular pelos melanócitos atípicos Invasão da derme Alterações actínias na derme 07/06/2021 Dermatologia – 8° Semestre Melanoma Extensivo Superficial: Principal característica: focos de células malignas invadindo a derme, com áreas de alteração in situ na epiderme adjacente, onde há presença de melanócitos atípicos nas camadas suprabasais, isoladas ou em ninhos (disseminação pagetóide). Melanoma Nodular: Acometimento dérmico, atingindo a epiderme secundariamente Focos de células de melanoma invadindo a derme, em contato direto com a epiderme suprejacente Sem áreas de comprometimento da epiderme adjacente Biópsia do linfonodo sentinela: indicações: 1. Ìndice de Breslow > 1mm (literatura estrangeira) e > 0,75 pelo 2. GBM (consenso nacional /ano 2004). 3. Presença de ulceração na histopatologia 4. Nível de Clark ≥ 4 Considerações: embora nenhum benefício tenha sido comprovado para o procedimento, a informação de estadiamento é útil para identificar pacientes que podem se beneficiar de uma cirurgia ou de terapia adjuvante subsequente. Tratamento: De acordo com estadiamento do tumor: • Cirúrgico: único tratamento efetivo • Radioterapia para tumores inoperáveis • Criocirurgia • Sistêmico: Interferon, imunoterapia, quimioterapia, inibidores da quinase Metástases: Pode metastatisar para qualquer órgão ou tecido. Mais comum inicialmente é a pele e tecido subcutâneo. 18-27% em órgãos distantes: linfonodos regionais, pulmão, cérebro, fígado, ossos, coração, suprarenal, trato gastrointestinal. PROGNÓSTICO DE ACORDO COM O ESTADIAMENTO DO TUMOR Tumores Benignos da Pele Definições: Nevo: O termo nevo é derivado do latim “naevus” e significa mancha, nódoa, verruga ou sinal; Na literatura científica, nevo é sinônimo de malformação circunscrita de origem embriopática (falha na embriogênese ou hereditária, neoplástica ou não neoplástica). Hamartoma, por sua vez, deriva do Grego hamartanein e significa falha ou erro. Essa denominação é empregada quando a estrutura não inclui células névicas ou quando ocorre hiperplasia congênita constituída por elementos maduros ou quase maduros, com mescla anômala de tecidos próprios do órgão em que a lesão está localizada. Tumor: O vocábulo tumor é derivado do latim tumere e significa inchar ou avolumar Na literatura científica, tumor é sinônimo de neoplasma e significa massa tecidual de crescimento anormal, composta por novas células teciduais que apresentam defeito permanente no mecanismo de crescimento, em razão da multiplicação contínua, progressiva e não controlada. Clinicamente, tumor pode ser definido como lesão elementar cutânea que se caracteriza por elevações sólidas ou císticas, geralmente de 2,0 cm ou mais de diâmetro. Nevos: Podem ser congênitos ou adquiridos, neoplasmas ou não neoplasmas, transitórios ou permanentes, de origem conhecida ou desconhecida. Classificação: 1. Nevos ectoendodérmicos (nevos epidérmicos: epidérmicos puros, mucosos e anexiais); 2. Nevos originários da crista neural (nevos melanocíticos); 3. Nevos mesodérmicos (nevos vascular, conectivo, lipomatoso e hamartoma muscular) 4.Nevos mistos (nevos organóides) Classificação dos tumores tegumentares benignos (TTB) 07/06/2021 Dermatologia – 8° Semestre Os tumores tegumentares benignos são lesões frequentes que podem ter diversas origens desde epiderme e/ou anexos, e/ou tecido conectivo dérmico e/ou tecido subcutâneo, assim como nas estruturas que se encontram na derme, incluindo os nervos e/ou vasos sanguíneos. Não há classificação universalmente aceita dos tumores não melanocíticos cutâneos, devido à heterogeneidade das estruturas cutâneas que estão envolvidas nos processos neoplásticos Em geral, os tumores tegumentares benignos são classificados histológicamente, conforme o tecido de origem e diferenciação celular em epiteliais, mesenquimais, melanocíticos e neurais Tumores Epiteliais: Podem ser divididos em tumores epidérmicos (tumores da epiderme superficial) e tumores dos anexos cutâneos. Tumores epidérmicos: • Nevo epidérmico e hamartoma (variantes do nevo epidérmicos) • Queratose seborreica • Acantoma de células claras • Queratose liquenóide benigna • Disqueratoma verrucoso • Pólipo epitelial • Queratoacantoma Nevo epidérmico e hamartoma: Hiperplasia epidérmica (epiderme superficial e estruturas anexiais) e/ou alteração na composição quantitativa das estruturas epidérmicas normais em área circunscrita da pele. Frequentemente são distribuídos ao longo das linhas de Blaschko ou podem ser arranjados em outros padrões (zosteriforme ou mesmo envolvendo metade ou ¼ do corpo; como na síndrome CHILD) Tanto os localizados como os disseminados parecem refletir mosaicismo genético que acompanha mutações somáticas nos queratinócitos, ocasionando alterações no processo de queratinização. Variantes do nevo epidérmico: Nevo epidérmico verrucoso, Nevo sebáceo de Jadassohn, Nevo comedogênico, Nevo de Becker, Nevo apócrino, Nevo écrino, Nevo esponjoso branco da mucosa oral, Síndromes dos nevos epidérmicos. 1. Nevo epidérmico verrucoso: Nevo epidérmico verrucoso inflamatório linear (NEVIL). Variante do nevo epidérmico verrucoso. Nevo comedogênico: Nevo de Becker: Queratose seborreica: O sinal de Leser-Trelat é o aparecimento súbito e eruptivo da queratose seborreica, sendo considerado manifestação paraneoplásica, que pode estar associada a neoplasias viscerais e linfomas. Indicações para remoção: variantes histológicas Pólipos epiteliais (acrocórdon, papiloma fibroepitelial): São comuns, surgem na meia idade e tendem a se localizarem nas áreas intertriginosas de axilas, dobras e região inframamária. Histologicamente apresentam epitélio escamoso delgado, o qual é circundado por tecido fibrovascular. 07/06/2021 Dermatologia – 8° Semestre Queratoacantoma. Tumor solitário dos indivíduos idosos, principalmente na face, comhistória de exposição solar. A involução espontânea caracteriza a natureza auto cicatrizante dos queratoacantomas Cresce rapidamente de tamanho, dentro de 6-8 meses, com a formação do plug de queratina central. Durante a fase de regressão, o plug central de queratina é eliminado, permanecendo somente cicatriz achatada. Tumores benignos dos anexos cutâneos Apresentam diferenciação para o folículo piloso, glândula écrina, apócrina e sebácea, glândula écrina, da glândula apócrina, da glândula sebácea, folículo piloso. 1. Ecrinas: Siringoma • Variantes: (siringoma eruptivo de Darier and Jaquet) • Síndrome de Down Tratamento Hidrocistoma écrino • Mulheres / face • Aumentam de tamanho no calor • Diagnóstico diferencial com hidrocistoma apócrino Tratamento 2. Apocrinas: Hidrocistoma apócrino. • Nódulo translúcido solitário na face 3. Sebaceas: Hiperplasia sebácea Nevo sebáceo Adenoma sebáceo Esclerose tuberosa – angiofibromas 4. Do folículo piloso Tricofoliculoma • Nódulo solitário • Orifício central com cabelos finos • Face e ou couro cabeludo 07/06/2021 Dermatologia – 8° Semestre Tricoepiteliomas Variantes: solitário ou múltiplos (autossômica dominante). Acometem a face. Cisto foliculares: • Cisto epidérmico infundibular (cisto epidermóide) ( cisto Sebáceo) • Mais frequente • Face e parte superior do tronco • Múltiplos na síndrome de Gardner Cisto triquelemal (cisto pilar) • Couro cabeludo • Diagnóstico diferencial com cisto epidemóide Milium: • Superficiais e múltiplos • Primárias (porção inferior do infundíbulo folicular) • Secundários (retenção) Tumores melanociticos: Nevos melanocíticos ou nevos nevocelulares O interesse no estudo dos nevos melanocíticos (NM) deve-se, principalmente, à associação dos seus aspectos clínicos, histológicos e epidemiológicos com o melanoma cutâneo (MC) Etiopatogenia: Permanece desconhecida Histogênese: Os NMC* são mais evidentes que os NMA**, pois nos NMC os melanócitos alterados produzem pigmento mais precocemente e têm maior desenvolvimento em relação aos melanócitos dos NMA Assim, os NMA não dependem apenas da constituição hereditária como os congênitos, mas também de fatores externos que atuam na vida extra-uterina NMC*= nevo melanocítico congênito NMA** = nevo melanocítico adquirido Nevos melanocíticos congênitos (NMC). A distinção entre os NMC e NMA é complexa e discutível. Critério cronológico: (OMS* e IARC**) a presença ou não do nevo melanocítico ao nascimento. Critério histopatológico: considera principalmente a profundidade, disposição, anexo-centricidade, angio-centricidade e neuro- centricidade das células névicas na derme. 07/06/2021 Dermatologia – 8° Semestre Epidemiologia dos NM: Os fatores de risco mais importantes para o desenvolvimento do (MC) podem ser de três categorias: ambientais, constitucionais e combinados; Fatores ambientais Fatores constitucionais Fatores combinados são representados por NMA e efélides, que combinam a suscetibilidade constitucional e a exposição à luz UV36. Risco de transformação do NM em MC O risco pode ser considerado baixo, especialmente nos jovens. Entretanto, os NMA podem desaparecer ou persistir em idosos. Quando persiste em idosos, o risco pode aumentar no sentido da degeneração maligna. Para indivíduos com numerosos nevos e sem associação aparente com fatores de risco, os benefícios das excisões de NMA são relativos História natural do desenvolvimento dos NMA A evolução e a regressão dos NMA apresentam correlação com o quadro histológico Histologia. Em geral se observa proliferação de células névicas ao nível da junção dermo- epidérmica nos NMA das crianças, em cerca de 50% dos NMA dos adultos jovens e em 10% a 20% dos NMA dos adultos com mais de 50 anos de idade Distribuição corpórea dos NMA Teoria da região dependente e suscetível dos melanócitos para a transformação maligna: suscetibilidade variável dos NMA para transformação maligna melanócitos apresentam resposta diferenciada ao estímulo mitôgenico da luz solar em cada região anatômica Lentigo simples É uma forma de NMA com máculas menores que 5 mm, de cor castanha médio a preta, de bordas uniformes e bem definidas, que estão presentes nas crianças e nos adultos, em áreas expostas ou não a luz solar. NMA intradérmicos: Podem ser ou não pigmentados, elevados, cupuliformes, com ou sem pelos. Não são comuns na primeira década de vida e aparecem progressivamente com a idade. Também aumentam com a idade as alterações neuróides, a infiltração gordurosa e a fibrose1 São mais comuns na face, mas podem ser encontrados em qualquer ponto da superfície cutânea, excetuando-se as regiões palmares e plantares. Podem involuir ou persistir indefinidamente NMA juncionais Adolescentes e adultos jovens. Planos, pequenos (2-5mm) e pigmentados, como o lentigo simples. Assumem forma redonda ou elíptica e, em geral, não têm pelos. São desse tipo os NMA das regiões palmares, plantares e genitais NMA compostos são elevados, pigmentados e maiores que os juncionais. 07/06/2021 Dermatologia – 8° Semestre Na composto: Variantes: • Nevo halo • Nevo combinado. É a associação do nevo azul (comum ou celular) e o nevo de célula névica (nevo juncional, composto ou intradérmico) • Nevo recorrente. Inicia-se 6 semanas a 6 meses após cirurgia prévia. • Nevos atípicos ou displásicos ou de Clarck são variantes dos NMA, principalmente os maiores (>6mm), planos ou discretamente papulares. • Nevo de Spitz: variante distinta dos NM com características histológicas próprias (associado a ectasia vascular- hemangioma, ou ser indistinguível dos NM). Caracteriza-se por pápula ou nódulo, assintomático, menor que 1 cm, solitário, de cor rósea que localiza-se frequentemente na face e extremidades, de crianças e adolescentes. Raramente ocorre formas múltiplas e escuras Hiperpigmentação não neoplásticas 1. Lentigo Termo derivado do latim Lens e significa lentilha. Pequenas máculas circunscritas, de cor castanha escuro a preta. Clinicamente são semelhantes às efélides, mas histologicamente são distintos e, além disso, o lentigo não escurece com a exposição solar como as efélides. As lesões podem ser isoladas ou múltiplas. 1.1. Lentigo senil ou solar (Melanoses solares) 1.2. Lentigo nevóide (nevo spilus e lentigo simples congênito). 1.3. Lentigo congênito (múltiplos lentigos simples: agrupado ou disseminado – lentiginoses) que envolve a mucosa bem como a pele pode ocorrer em associação com várias síndromes ou distúrbios congênitos Lentigo solar (lentigo senil). São máculas de 5 a 15 mm, de cor castanha médio a escuro, com formatos variados, bordas irregulares ou regulares, em áreas expostas ao sol, especialmente em dorso de mãos. Iniciam frequentemente nosindivíduos acima de 30 anos de pele menos pigmentada 2. Efélides: Iniciam-se na infância. São máculas menores que 3 mm, de cor castanho- clara a preta (no verão, a cor torna-se mais acentuada), com limites não bem definidos, que surgem nas áreas de exposição solar. Nas efélides, os melanócitos estão mais proeminentes, mas normais em relação ao número e com melanossomos mais escuros. Epiderme sem alterações. 3. Mancha café com leite Máculas maiores que 5 mm , de cor castanho-clara, irregulares, bordas definidas, que surgem ao nascimento ou logo após e com a idade podem aumentar de tamanho ou em número. Localizam-se, principalmente em tronco e nos membros, respeitando a face, palma, plantas e mucosas. 07/06/2021 Dermatologia – 8° Semestre 4. Nevos pigmentados dérmicos. 4.1. Nevo de Ota. (Naevus fuscocaeruleus ophtalmomaxillaris): Deriva-se dos melanócitos que estão localizados nas áreas de inervação dos ramos oftálmico e maxilardo nervo trigêmio. Presente no nascimento ou na adolescência Predominam nas mulheres e 5 a 10% dos casos podem ser bilaterais. 4.2. Nevo de Ito. (Naevus fuscocaeruleus acromiodeltoideo). Apresenta as mesmas características do nevo de Ota, mas difere em relação à localização, que ocorre nas áreas inervadas pelos nervos braquiocutâneo lateral e supratroclear posterior (regiões dos ombros, supra-claviculares e pescoço 4.3. Mancha mongólica. Pigmentação negro-azulada, única ou múltipla, nas regiões lombosacra e glútea, de tamanho e forma variáveis, que é observada principalmente na raça amarela e negra, mas também pode estar presente na raça branca. Presente ao nascimento e tende a desaparecer na faixa etária dos 3 aos 5 anos 4.4. Nevo azul: Nevo azul comum. Lesão de cor azulada, menor que 1,0cm, bem delimitada, solitária. Surge na infância e não regride, predominando em mulheres, raça negra e dorso de mão e pés 4.5. Nevo azul celular. Clinicamente é um nódulo (maior que 1,0 cm), assintomático, de cor azul a negra, que está presente nos glúteos e região sacrococcígea em adolescentes e adultos jovens
Compartilhar