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Direitos da Personalidade

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1. DIREITOS DA PERSONALIDADE	
Os direitos da personalidade são os direitos atribuídos a dignidade da pessoa humana.
 No Código Civil, os direitos da personalidade estão elencados nos arts. 11 a 21, dispondo um rol exemplificativo e não taxativo, uma vez que o legislador infraconstitucional não poderia (ou teria) condições de pensar e imaginar todas as situações possíveis relativas aos direitos da personalidade. 
Na verdade, os direitos da personalidade estão inseridos em categorias relacionadas à proteção das referidas integridades do sujeito (pessoa humana). 
Configuram integridades a serem protegidas: 
• Física: direito ao corpo (vivo ou morto), partes do corpo etc.
• Moral: honra, intimidade, nome, imagem etc. 
• Intelectual: liberdade de pensamento, autorias científicas e artísticas etc.
 Por se tratar de um rol exemplificativo, existem direitos da personalidade que são reconhecidos pela doutrina e jurisprudência (mundo acadêmico), mas que não encontram previsão no Código Civil, o que não quer dizer que tais direitos não sejam efetivos. A título de exemplo, é possível mencionar:
· Direito ao esquecimento: reconhecido em enunciado de jornada de direito civil. Trata- -se do direito de não ter que conviver com fatos passados e que digam respeito exclusivamente ao indivíduo.
· Direito de não saber: direito que o indivíduo tem de não saber de situações relacionadas a sua vida desde que sejam tópicos que digam respeito especificamente ao próprio.
· Direito de não nascer: atribuído ao caso do francês Nicolas Perruche
Características
É fato que os direitos da personalidade têm características em comum, dentre as quais:
• Absolutos: trata-se de direitos erga omnes;
 • Inatos: inerentes à própria condição humana.
 É importante se atentar ao art. 52 do Código Civil, que estabelece que os direitos da personalidade também se aplicam à pessoa jurídica no que for cabível, ao dispor acerca da proteção concedida a PJ. Esse entendimento é reforçado pela Súmula n. 227 do STJ:
Súmula n. 227: É possível que a pessoa jurídica (de direito privado) possa sofrer dano moral.
• Extrapatrimoniais: os direitos da personalidade não tem valoração econômica, não estão sujeitos à qualquer modalidade de precificação. 
• Imprescritíveis: não há prazo extintivo para o exercício de um direito de personalidade.
Quando ocorre a violação de um direito de personalidade em relação ao titular, ainda que não seja possível atribuir uma valoração econômica a ele, poderá promover a busca pelo dano por meio de reparação ou indenização monetária. 
Os danos cabíveis podem ser:
• Dano moral; 
• Dano material; 
• Dano estético.
Obs.: É possível, em virtude de uma única situação, a cumulação de danos por meio de uma tutela indenizatória.
apesar de a honra não poder ser atrelada a um valor econômico, a sua violação gera um aspecto econômico por meio do dano moral.
Muito embora os direitos da personalidade sejam imprescritíveis, quando ocorrer a violação de um direito de personalidade, o ofendido deverá buscar a reparação dos danos sofridos por meio de uma ação judicial (de reparação, indenização, etc.) e que se encontra sujeita a prazo prescricional de três anos (art. 205, § 3º), conforme art. 189 do Código Civil:
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
Para os casos em que a violação do direito não é conhecida de imediato ao titular do direito violado, o STJ considera a aplicabilidade da teoria da Actio Nata, em que o prazo prescricional será contado efetivamente da data da violação do direito material desde que considerada a ciência do sujeito, determinação estampada na Súmula 278 do STJ:
278 (STJ): O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral.
OBS: Todos os prazos prescricionais encontram previsão em lei. Especificamente no direito civil, esses prazos constam nos artigos 205 e 206 do Código Civil.
Obs.: Além das características estudadas, os direitos da personalidade também são impenhoráveis.
Ainda quanto ao prazo prescricional de 3 anos, o Resp 816209 do STJ (considerado um leading case) que trata de crimes de tortura ocorridos na ditadura militar, determina que tais ocorrências configurariam uma hipótese em que a prescrição da demanda não se aplicaria.
• Indisponíveis (relativamente): são considerados intransmissíveis pois não é possível transmitir um direito de personalidade a um terceiro, sendo também irrenunciáveis pelo menos motivo (não sendo possível se dispor de tais direitos). 
É relativa pois é possível transmitir um direito de personalidade quando a lei autorizar (Ex: Lei n. 9.610/1998 de direitos autorais e a Lei n. 9.434/1997 relacionada ao transplante de órgãos) ou quando as partes dispuserem em um contrato (disposição voluntária En. 4º JDC).
Enunciado 4º (JDC): O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral.
A limitação voluntária em questão deve seguir três regras: 
• A restrição não pode ser permanente (por período indeterminado);
• A restrição não pode ser genérica; 
• A restrição não pode violar a dignidade da pessoa humana, ainda que o titular concorde (não se aplicando acordos).
• Vitalícios: este grupo de direitos estará atribuído ao seu titular até a morte.
OBS: Não se pode confundir os direitos da personalidade com a personalidade jurídica! Os direitos da personalidade são atribuídos a partir da concepção do indivíduo.
Um morto pode sofrer dano moral? 
Resposta: O morto não tem direito de personalidade e não sofre dano moral, todavia, os indivíduos vivos podem sofrer dano moral em razão da violação de direito da personalidade do morto, são classificados como lesados indiretos.
 Assim, seria possível, por exemplo, que o filho de um falecido ajuíze uma ação desse tipo alegando que sofreu dano moral indireto/reflexo/por ricochete. 
No que concerne essa situação, existem dois artigos de relevância:
• Art. 12: aplicado para qualquer direito de personalidade. 
São lesados indiretos que podem buscar o dano moral judicialmente pelo uso de direito de personalidade do morto: os ascendentes, os descendentes, o cônjuge ou o companheiro e os colaterais até o 4º grau (irmãos, sobrinhos, tios e primos); 
• Art. 20: aplicado apenas quando houver a violação ao direito de imagem do morto. 
Podem buscá-lo os ascendentes, os descendentes e o cônjuge ou companheiro, não se aplicando aos colaterais até o 4º grau.
É RELEVANT OBSERVAR:
 • Hate speech: termo atribuído às manifestações de ódio ou intolerância, situações não admitidas no ordenamento jurídico. (Súmula 221 (STJ))
• Biografias: é inexigível a autorização prévia para publicação de biografias.
(Supremo por meio da ADI 4815)
• Direito ao esquecimento: conforme enunciado 531 da JDC, o indivíduo possui o direito de não conviver atualmente com ato passado, tema bastante debatido devido ao atual superinformacionismo midiático, configurado pela exploração midiática de crimes e fatos pretéritos promovida desnecessariamente.
• Arts. 13 a 15 C.C.: tratam da integridade física e a possibilidade de disposição do próprio corpo (somente para objetivo científico ou altruístico). 
• Resp 575/576/PR STJ + Súmula 387 STJ: possibilidade de cumulação do dano moral com o dano estético
• ADI 4275: STJ reconhece a possibilidade de alteração de sexo e do prenome no registro civil de nascimento da pessoa independentemente de autorização judicial ou procedimento cirúrgico, bastando apenas a autodeclaração direta no cartório.
• En. 403 JDC: é possível que a pessoa opte por não receber transfusão sanguínea desde que seja capaz, maior de idade e que possa manifestar livremente, conscientemente e de maneira informada a sua oposição, dizendo respeito apenas a si mesma.
• Súm. 403 STJ: ao utilizar a imagem de uma pessoa para fins econômicos ou comerciais, o dano moral será presumido (inre ipsa).
• Nome (arts. 16 a 19 do C.C.): o nome é de suma importância, sendo composto pelo prenome(proteção a testemunha, exposição ao ridículo, adoção, correção de grafia, tradução para a língua portuguesa) e o sobrenome (fenômeno de casamento, divorcio, sobrenome da madrasta/padrasto, exclusão por abandono afetivo), podendo ser alterado somente em situações excepcionais

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